quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Everton fez a diferença

O talento individual continua, e será sempre, indispensável no futebol. Hoje, na vitória do Grêmio por 2 x 1, de virada, sobre o São José, na Arena, pelo Campeonato Gaúcho, essa verdade ficou evidenciada mais uma vez. O Grêmio fazia uma má atuação, sem criatividade, irritava o seu torcedor por não conseguir abrir o placar, e tudo piorou quando sofreu um gol, no final do primeiro tempo. Tudo mudou no segundo, quando Everton, que até então se mostrava pouco inspirado, tornou-se o destaque do jogo. Everton fez a diferença, criando quase todas as jogadas de ataque do Grêmio, e sendo o autor dos gols da virada. Foi o seu primeiro grande desempenho no ano, e decisivo, pois resultou na vitória. O melhor de tudo é que tudo indica que a janela de contratações da Europa se encerrará amanhã sem que Everton saia do Grêmio. O Grêmio ainda carece, enormemente, de um centroavante, e Diego Souza não irá suprir essa necessidade, mas enquanto tiver Everton, suas chances de vencer jogos e conquistar títulos estarão aumentadas. 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Fragilidade defensiva

O Inter venceu o São Luiz por 4 x 3, de virada, hoje, no 19 de Outubro, pelo Campeonato Gaúcho. A vitória do Inter diante de um adversário modesto é um fato natural, mas a forma como ocorreu preocupa. Logo aos 30 segundos do primeiro tempo, o Inter foi surpreendido e viu o São Luiz abrir o placar. O São Luiz, no entanto, não conseguiu sustentar a vantagem, e o Inter virou o jogo, chegando aos 3 x 1 antes do intervalo. No segundo tempo, o São Luiz descontou, mas o Inter tornou a ampliar. No final do jogo, o São Luiz marcou mais uma vez. Embora tenha vencido, o Inter, que jogou completo com exceção de Guerrero, mostrou muita fragilidade defensiva especialmente na bola aérea. Sofrer tantos gols de um adversário que perdeu todos os três jogos que disputou no Gauchão até agora mostra que o Inter precisa evoluir muito no seu sistema defensivo. O problema é que há pouco tempo para isso, pois terça-feira o Inter já terá um jogo difícil, fora de casa, contra a Universidad de Chile, pela pré-Libertadores.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Apostas arriscadas

Mesmo com as reações negativas dos torcedores assim que seus nomes foram aventados, o Grêmio confirmou as contratações de Thiago Neves e Diego Souza. Por várias razões, os dois jogadores são apostas arriscadas. Ambos estão com 34 anos e não tiveram um desempenho recomendável em 2019. Thiago Neves, afora não ter jogado bem, ainda teve um comportamento ético reprovável no Cruzeiro, que acabou sendo rebaixado para a Segunda Divisão. Diego Souza também não teve boas atuações no Botafogo, e pareceu estar fora do peso ideal. Com essas contratações, o Grêmio segue cultivando a lenda de que o técnico Renato é capaz de recuperar jogadores que estão em baixa na carreira. Na prática, isso só ocorreu com Bruno Cortez. Rômulo e André foram  exemplos de rotundos fracassos nessa tentativa. No caso de Diego Souza, ainda há dois outros inconvenientes, pois ele é meia e chega para ser centroavante, e retorna ao clube depois de treze anos,  não sendo razoável se esperar uma repetição de desempenho de alto nível depois de um período tão grande de tempo. O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, declarou que, com a vinda dos dois jogadores, o ciclo de contratações do clube nesse início de ano está encerrado, o que é uma péssima notícia, já que a maior carência de todas, a de um centroavante, não foi suprida.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Um mês trágico para o esporte

Poucas vezes foram registradas tantas perdas de figuras representativas de uma atividade em tão curto período de tempo. Janeiro de 2020 está se revelando um mês trágico para o esporte. Nos últimos dias, faleceram os cronistas esportivos Sérgio Noronha e Ibsen Pinheiro, os ex-jogadores de futebol Resenbrink, que disputou as Copas do Mundo de 1974 e 1978 pela Holanda, e Flamarion, ex-Guarani de Campinas e Cruzeiro, e o astro do basquete Kobe Bryant. Noronha e Ibsen sucumbiram à idade avançada, Resenbrink e Flamarion perderam a luta para doenças graves, e Bryant foi vítima de um acidente de helicóptero. Cada um a seu modo, marcaram presença no esporte. Noronha e Ibsen brilharam por décadas na imprensa, Resenbrink foi um atacante vice-campeão em duas Copas do Mundo, Flamarion, o menos famoso desse grupo, um volante competente, e Bryant, um às do basquete. Diferentes na repercussão de seus feitos e no nível de fama adquirido, todos prestaram uma grande contribuição ao esporte. Suas perdas tornam o cenário esportivo bem mais pobre. Vivendo já os seus últimos dias, janeiro deixará uma lembrança amarga nos que amam o esporte.

domingo, 26 de janeiro de 2020

Os 130 anos do balneário mais antigo do Brasil

O Brasil possui um vasto e belíssimo litoral, mas o hábito das pessoas se banharem no mar é relativamente recente na história do país. Essa prática começou timidamente, e no início se deu por recomendações médicas, já que o banho de mar tem efeitos benéficos sobre a saúde. Por isso, a existência de balneários no pais só foi ocorrer há pouco mais de um século. A data de hoje marca os 130 anos do balneário mais antigo do Brasil, o do Cassino, no município de Rio Grande (RS). A praia do Cassino é a maior do mundo, fato atestado pelo Guinness Book, com 250 quilômetros de extensão. A estrada Rio Grande-Cassino foi a primeira do Rio Grande do Sul a ser pavimentada, na década de 40 do século anterior. O balneário do Cassino guarda atrativos únicos numa praia de encantos igualmente singulares. Se não tem as paisagens magníficas de outros recantos do litoral brasileiro, sua grandiosidade já lhe confere uma notável sedução. O pioneirismo do Cassino chama a atenção. Para se ter uma ideia, as três praias mais famosas e tradicionais do Rio de Janeiro foram urbanizadas depois. Copacabana, em 1894, Ipanema em 1900, e Leblon, em 1910. O balneário do Cassino, surgido em 1890, é portanto, o pioneiro do país no que tange ao uso das praias para fins recreativos. Parabéns, Cassino!

D'Alessandro foi o nome do jogo

O Inter venceu o Pelotas por 3 x 1, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Gaúcho, e obteve a sua segunda vitória em dois jogos na competição. Até aí, nada demais, é um resultado lógico. O que chamou a atenção foi a atuação de um jogador, especificamente. Estou entre os que consideram que D'Alessandro, que irá completar 39 anos em abril, já é, potencialmente, um ex-jogador. Porém, contra fatos não há argumentos, e, hoje, D'Alessandro foi o nome do jogo. O meia argentino participou dos três gols. Foi dele o lançamento para Patrick abrir o placar. O segundo gol foi de sua própria autoria, cobrando falta. No terceiro, cobrou o escanteio para a cabeçada de Guerrero. Afora D'Alessandro, só o goleiro Marcelo Lomba chamaria a atenção, com uma defesa de notável reflexo. De resto, o jogo foi inteiramente do argentino que, ao que parece, ainda tem gás para prosseguir sua carreira por mais um tempo.

Vitória magra em jogo fácil

Um jogo extremamente fácil, diante de um adversário que se mostrou muito frágil e sequer conseguiu tirar proveito de jogar em casa. Assim foi a vitória do Grêmio por 1 x 0 sobre o Brasil de Pelotas, no Bento Freitas, pelo Campeonato Gaúcho. O Grêmio sobrou no jogo, criou várias chances para marcar, desperdiçou um pênalti, e fez o gol no final do primeiro tempo. No segundo, o panorama não mudou, mas as chances não aproveitadas quase redundaram num empate, já que o Brasil de Pelotas chegou a colocar uma bola na trave. O técnico Renato mostrou, durante o jogo, sua insatisfação com o comportamento do time em campo. Uma vitória magra num jogo fácil, que só não terminou em castigo pela total falta de qualidade do adversário. David Braz, autor do gol, e Maicon, foram os destaques positivos do Grêmio. Os negativos foram Patrick e Luciano, que até a cobrança do pênalti errou.  O resultado, no entanto, serviu para reabilitar o Grêmio depois da derrota na estreia. Com o andar da carruagem, a classificação para a próxima fase deverá vir ao natural.

sábado, 25 de janeiro de 2020

Grandes perdas

O esporte e o jornalismo ficaram mais pobres no dia de ontem. Com as mortes de Sérgio Noronha e Ibsen Pinheiro, a crônica esportiva brasileira sofreu duas grandes perdas. Cada um no seu estilo, Noronha e Ibsen brilharam nos meios de comunicação comentando sobre futebol. Noronha chegou a trabalhar em duas Copas do Mundo pela Rede Globo, e foi, também, atuante no rádio e na imprensa escrita. Ibsen foi múltiplo em suas atividades. Como comentarista, trabalhou, basicamente, no rádio e na imprensa escrita, mas também foi dirigente do Inter, vereador, deputado estadual e deputado federal. Chegou a ser presidente da Câmara dos Deputados. Enquanto Sérgio Noronha tinha um estilo direto e incisivo em seus comentários, Ibsen era um notável frasista, tinha grande cultura, raciocínio rápido e uma fina ironia. Sérgio Noronha faleceu aos 87 anos, vítima do Mal de Alzheimer. Ibsen Pinheiro, aos 84 anos, devido a uma parada cardiorrespiratória. Para os que apreciam a crônica esportiva de qualidade, vão deixar saudade. 

A arbitragem estragou o jogo

Um jogo de futebol não deve ter o seu resultado determinado ou influenciado por decisões do árbitro. Cabe aos jogadores, com suas ações, determinarem os rumos de uma partida. Não foi o que se viu, hoje, na decisão da Copa São Paulo de Futebol Júnior, entre Grêmio e Inter, no Pacaembu. Depois de um primeiro tempo equilibrado, que terminou empatado em 0 x 0, o Grêmio tornou-se superior no segundo, o que se refletiu no gol contra que abriu o placar. Na comemoração Alisson, zagueiro do Grêmio subiu no alambrado e foi expulso, pois recebeu dois cartões amarelos. Na letra fria da lei, o árbitro teria agido certo, pois o ato em questão é punido com cartão amarelo. Porém, ao agir segundo a cartilha, a arbitragem estragou o jogo, causando prejuízos técnicos e psicológicos ao Grêmio. Pelo que se via no jogo, se a expulsão não tivesse ocorrido, a tendência era o Grêmio ampliar o placar, pois estava melhor na partida e um gol contra sempre abate a quem o sofre. Ao expulsar o jogador do Grêmio antes mesmo que a partida fosse reiniciada, o árbitro inverteu a tendência psicológica da partida, favorecendo o Inter. O Grêmio sofreu o empate, teve chances de vencer o jogo, mas a disputa foi para os tiros livres da marca do pênalti, que é uma forma de decisão lotérica, que não afere mérito. Nela, o Inter venceu por 3 x 1, mesmo tendo errado a primeira cobrança. O estrago, no entanto, já havia sido feito anteriormente. Ao não contemporizar a atitude de um menino que apenas manifestou sua euforia por um gol, o árbitro contribuiu decisivamente para que os rumos do jogo fossem alterados, desequilibrando o confronto, e maculando a grandiosidade da decisão.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

O imposto do pecado

O execrável ministro da Economia, Paulo Guedes, não se cansa de propor medidas para infernizar a vida das pessoas. Guedes, agora, sugeriu a criação do "imposto do pecado", aumentando a taxação sobre itens como cigarros, bebidas alcoólicas e açúcar. São substâncias nocivas à saúde e, em princípio, seria adequada uma taxação maior sobre elas. Só que na lógica neoliberal tudo se resume a uma questão financeira. Conforme Guedes, ao insistir em consumir esses produtos, mesmo com preço mais alto, a pessoa estaria pagando pelos gastos futuros que o governo terá de fazer com os problemas de saúde que elas virão a ter. Portanto, o que Guedes deseja não é melhorar a saúde da população, mas evitar que o governo tenha de dispender recursos nessa área, o que é uma de suas obrigações. Guedes, e os que pensam da mesma forma, só se preocupam em eliminar os déficits do governo. Uma medida como essa iria, mais uma vez, penalizar os mais pobres. O ministro abriga-se no falso moralismo tão ao gosto dos evangélicos para cobrar mais impostos de uma população já depauperada. Para Guedes, tudo é uma questão de números, pessoas são secundárias. Sob a capa de desestimular o consumo de produtos nocivos à saúde, Guedes viu uma oportunidade de arrecadar mais, e ainda tem o desplante de dizer que é justo que quem consuma tais itens pague ao governo pelos problemas de saúde adquiridos em função disso. Essa dever ser mais uma das propostas de Guedes que não saem do papel, mas o ministro prosseguirá a buscar meios de atazanar a vida dos pobres e aumentar os ganhos dos ricos.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Apito amigo

Tudo muda no mundo, menos o Campeonato Gaúcho que todos os anos vê "erros" de arbitragem que vitimam o Grêmio e favorecem o Inter. O famoso apito amigo, dessa vez, já apareceu na primeira rodada. No jogo de ontem, contra o Caxias, na Arena, um pênalti claro em favor do Grêmio não foi marcado, o árbitro deu apenas falta no lance. Hoje, o Inter venceu o Juventude por 1 x 0, no Alfredo Jaconi, e o clube caxiense deixou de ter um pênalti claríssimo marcado a seu favor no segundo tempo, quando tentava empatar com um jogador a menos desde o primeiro. O árbitro no jogo do Grêmio foi Leandro Vuaden. Na partida do Inter foi Anderson Daronco. Duas figuras notórias por seus erros contra o Grêmio e pró-Inter. Não há nada mais previsível que as arbitragens do Gauchão. Ao contrário do Grêmio, o Inter escalou um time misto para a sua estreia. A análise sobre o rendimento do Inter, hoje, fica prejudicada, pois o fato de ter ficado com um jogador a mais desde o primeiro tempo e a não marcação de um pênalti em favor do Juventude desequilibraram o jogo.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Estreia desastrosa

Na sua estreia no Campeonato Gaúcho, o Grémio, hoje, na Arena, o Grêmio sofreu mais gols do que em toda a edição anterior da competição, quando foi campeão invicto. Perdeu por 2 x 0 para o Caxias e, portanto, já começa com derrota uma disputa na qual não sofreu nenhuma em 2019. Ainda que se leve em conta que os clubes do interior começam o Gauchão mais bem preparados fisicamente, pois Grêmio e Inter recém voltaram das férias, não há como desculpar a má atuação do atual campeão gaúcho. Foi uma estreia desastrosa. Vanderlei teve uma péssima exibição, sendo driblado no primeiro gol e aceitando uma cobrança de falta defensável no segundo. Victor Ferraz foi apenas discreto, Lucas Silva não esteve bem. Maicon foi comprometedor no lance que originou o primeiro gol. Luciano mostrou, mais uma vez, que o Grêmio precisa contratar um centroavante com extrema urgência. Não bastasse o que se viu com a bola rolando, mais duas más notícias surgiram para perturbar o sono dos torcedores. Thiago Neves e Giuliano estariam com suas contratações encaminhadas. São jogadores caros e ineficientes. Suas contratações, caso venham a se confirmar, serão um desatino. No caso de Thiago Neves, nem mesmo a assinatura de um contrato de produtividade, como foi aventada, justificaria sua contratação. Pelo visto, as contratações seguirão sendo o calcanhar de Aquiles do Grêmio em 2020.

Gre-Nal

A decisão da Copa São Paulo de Futebol Júnior será consagradora para o futebol do Rio Grande do Sul. No próximo sábado, às 10h, no Pacaembu, um Gre-Nal irá decidir o campeão desse ano da mais prestigiosa competição de categorias inferiores do futebol brasileiro. O Grêmio chega pela segunda vez à condição de finalista da disputa. Na primeira, em 1991,  foi vice-campeão, perdendo para a Portuguesa. O Inter será finalista pela sexta vez, e já tem quatro títulos da competição. Hoje, pelas semifinais, contra o Oeste, o Grêmio desperdiçou boas oportunidades, encontrou um adversário muito aguerrido, e acabou vencendo, já no final do jogo, após uma falha defensiva infantil. Nas semifinais, o Inter mostrou um futebol mais consistente, ontem, quando ganhou por 3 x 1 do Corinthians. Porém, não há favorito para a decisão. Ambos fizeram boas campanhas e, em termos de valores individuais, o Grêmio parece melhor. Se o Inter tem em Praxedes e Cesinha dois jogadores de destaque, no Grêmio há Diego Rosa e Pedro Lucas, campeões mundiais Sub-17 pela Seleção Brasileira da categoria, Elias e Rildo. Mais do que tudo, no entanto, começar o ano decidindo uma competição em nível nacional com um Gre-Nal, é motivo de grande júbilo para o Rio Grande do Sul.

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Resultado surpreendente

Por ser o clube que mais vezes venceu a Copa São Paulo de Futebol Júnior, e jogar sempre com o apoio de uma grande torcida, o Corinthians podia ser apontado como favorito diante do Inter, pelas semifinais da competição, hoje, na Arena Barueri. Porém, não foi isso o que se viu, e o Inter venceu por 3 x 1, um resultado surpreendente. O Inter se impôs desde o início do jogo. Por não ter saído atrás no placar em nenhum dos jogos anteriores, o Corinthians se abalou quando o Inter fez o primeiro gol da partida.  Até o final do primeiro tempo, o Corinthians não conseguiu reagir ao domínio do Inter. No início do segundo, o Inter fez mais um gol, o que tornou sua vitória praticamente irreversível. Um terceiro gol do Inter ainda aconteceria, estabelecendo, parcialmente, uma goleada, que só não se concretizou porque, já no final do jogo, o Corinthians descontou. Agora, resta conhecer o outro finalista, que será definido amanhã no jogo Grêmio x Oeste. Caso o Grêmio se classifique, a Copa São Paulo de Futebol Júnior será decidida num Gre'-Nal. Se isso acontecer, será um feito histórico para o futebol do Rio Grande do Sul.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Chamariz

Como se suspeitava, embora alegasse uma hesitação inicial, Regina Duarte aceitou o cargo de Secretária da Cultura do governo Jair Bolsonaro. A escolha, é claro, está longe de ser adequada no quesito capacidade, mas é coerente ideologicamente. A atriz é uma direitista de carteirinha, que apoiou Fernando Henrique Cardoso, e dizia ter medo de Luiz Inácio Lula da Silva. Para quem procura se sustentar no poder agradando sua massa de apoiadores descerebrados, a nomeação de Regina é conveniente. Atriz de talento discutível, mas de grande popularidade, ela representa um apoio a Bolsonaro numa área crítica, o meio artístico, onde enfrenta grande rejeição. Regina, inclusive, já teria declarado que pretende encaminhar uma pacificação entre o governo e a classe artística. Não irá conseguir. Os artistas que se opõem a Bolsonaro não recuarão de suas posições. Como ministra, Regina Duarte servirá de chamariz para o governo, como Pelé foi na administração Fernando Henrique Cardoso, como ministro dos Esportes. A ambos, falta competência para o exercício dos cargos, mas sobra popularidade. Só o fato de ser famosa diferencia a atriz dos demais integrantes do governo. Em comum, todos tem a mesma estultice e insensibilidade social.

domingo, 19 de janeiro de 2020

Título desperdiçado

Não começou bem o ano para o Grêmio com a bola rolando. No seu primeiro jogo oficial em 2020, com seu time de transição, o Grêmio decidiu contra o Pelotas, na Boca do Lobo, o título da Recopa Gaúcha, disputado entre os vencedores do Campeonato Gaúcho e da Copa da Federação. Depois de um empate em 1 x 1 no tempo normal, o Pelotas venceu por 5 x 4 nos tiros livres da marca do pênalti. Ainda que o Grêmio tenha jogado com seu time de transição, foi um título desperdiçado. Ganhar a competição, da qual o Grêmio foi o campeão em 2019, significaria pouco. Perder, no entanto, causa um constrangimento, dada a modesta condição do adversário. Ao longo do jogo, era perceptível que o Grêmio tinha plenas condições de vencer. Faltava um maior capricho ao finalizar, e mais intensidade para jogar. O gol do Pelotas decorreu de uma falha da defesa do Grêmio na bola aérea. O empate aconteceu quando tudo indicava que o Pelotas venceria no tempo normal. Porém, nos tiros livres, Rodrigues, um dos jogadores mais rodados do time,  cobrou muito mal, e permitiu que o Pelotas ficasse com o título. O único consolo do torcedor do Grêmio foi a atuação do atacante Ferreira, autor do gol de empate e melhor jogador em campo. Nada, entretanto, torna aceitável o revés do Grêmio. Clubes grandes vivem da conquista de títulos, por mais irrelevantes que eles possam parecer. Não podem perder competições para clubes de menor expressão.

sábado, 18 de janeiro de 2020

Semifinalistas

Grêmio e Inter estão classificados para as semifinais da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Um fato que faz o ano esportivo começar em alta para os dois maiores clubes do Rio Grande do Sul, pois poderão fazer a decisão num Gre-Nal. Seria uma consagração para o futebol gaúcho, com dois clubes do Estado como finalistas da mais prestigiosa competição de categorias inferiores do Brasil, mas que tem uma forte marca paulistana, já que sua decisão é sempre no dia do aniversário da cidade de São Paulo. A tarefa, no entanto, será árdua, pelo menos para o Inter, já que seu adversário nas semifinais será o Corinthians, o clube com mais títulos na competição. No outro jogo pelas semifinais, o Grêmio enfrentará o surpreendente Oeste, que eliminou o São Paulo, atual campeão. Não será uma partida fácil, é claro, mas as dificuldades do Grêmio deverão ser menores que as do Inter. Uma oportunidade como essa não se repetirá tão cedo. Com Grêmio e Inter como semifinalistas da competição, fazer a decisão num Gre-Nal é uma possibilidade que não pode ser desperdiçada.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Fato ultrajante

Uma acontecimento tomou conta dos noticiários, no dia de hoje. O secretário de Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim, fez uma postagem em que usou uma declaração de Joseph Goebbels, a segunda figura mais proeminente do nazismo, ao som de uma música de Richard Wagner, o compositor preferido de Hitler. A repercussão, como não poderia deixar de ser, foi imediata. A comunidade judaica, políticos, pessoas representativas da sociedade, e diversas instituições, protestaram veementemente contra o fato ultrajante, e exigiram a saída de Alvim, o que ocorreu pouco depois, por decisão do presidente Jair Bolsonaro. O ex-capitão não fez isso porque essa fosse a sua vontade, mas pela pressão da comunidade judaica. Alvim, para quem não lembra, foi o mesmo que, há pouco tempo, insultou Fernanda Montenegro, a maior atriz brasileira. A fala nazista de Alvim foi notícia em vários veículos de imprensa no mundo todo, ajudando a desgastar ainda mais a imagem do país. O que ainda falta acontecer para que se ponha fim ao governo Bolsonaro? Um ministro da Educação que comete erros ortográficos em série, um secretário de Cultura que reproduz falas nazistas! O Brasil é motivo de constrangimento para a imprensa internacional, que não consegue entender  como o país chegou nessa situação. O país vive um desgoverno absoluto. A economia não reage, o patrimônio público está sendo liquidado em privatizações, o futuro dos trabalhadores foi destruído com a Reforma da Previdência, que se somou ao desmonte trabalhista no governo Temer. A esquerda parece estar, ainda, numa condição de perplexidade, sem apresentar uma saída, as "elites" do país fazem parte do grande acordo que colocou um energúmeno no poder. A cada dia, um novo absurdo, uma afronta à dignidade dos brasileiros. Como pode um povo se sujeitar a isso sem protestar? Bolsonaro e toda a sua trupe de idiotas tem de ser varridos do poder, o quanto antes. A mobilização para que isso se concretize tem se ser feita o mais rapidamente possível. Não é questão de ideologia, mas de sobrevivência de um país. 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Anacronismo

Se há algo totalmente fora de contexto no mundo atual é a permanência, em alguns países, da existência de uma "família real". Nos países em que isso ocorre, reis e rainhas não tem poder efetivo algum. Porém, na Inglaterra, a família real continua a exercer um fascínio, tanto dentro como fora do país. Embora reúne mas não governe, a rainha Elizabeth ll é reverenciada pela população. A monarca cumpre uma série de compromissos oficiais. Também concede, a cada ano, títulos de "Sir" ou "Dame"para personalidades relevantes de seu país. No entanto, mesmo com o charme da monarquia na Inglaterra, o fato é que famílias reais são um anacronismo nos dias atuais. Desde a semana anterior, a decisão do príncipe Harry  e de sua mulher, Mergan Markle, de deixarem de serem membros seniors da realeza ocupa enorme espaço nós noticiários. Na prática, isso significa que eles não acompanharão mais a rainha em eventos oficiais. Em termos financeiros, embora Harry e Meghan digam que querem ser independentes e ganhar seu próprio dinheiro, eles já possuem uma condição privilegiada, e não precisarão das verbas destinadas à família real para manter o seu padrão de vida. A atitude de Harry e Meghan poderia servir para iniciar um processo que desse fim à monarquia na Inglaterra. A reação das pessoas, em todo mundo, não indica isso. Harry e Meghan estão sofrendo muitas críticas por seu gesto. Os dois nada fizeram de errado, mas, por baterem de frente com o glamour que a monarquia representa, não contam com a simpatia do público. Por mais incrível que pareça, a cara e inútil instituição da realeza ainda encanta um grande número de pessoas, no mundo inteiro.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Vassourada estranha

As notícias do Grêmio, nesse início de ano, são pouco animadoras. O clube contratou pouco, ainda não trouxe um nome de impacto, a posição de centroavante segue sem um titular qualificado, e, em plena pré-temporada, uma "vassourada" estranha mexe em vários setores do futebol. O preparador físico Rogério Dias, o treinador de goleiros Rogério Godoy e o assessor de imprensa João Paulo Fontoura foram demitidos, repetindo o que já acontecera no departamento médico. Enquanto isso, o técnico Renato segue em licença médica, a quatro dias da estreia do Grêmio no ano, com a disputa da Supercopa Gaúcha. As demissões em cascata de profissionais de reconhecida capacidade já causam estranheza, e o fato delas acontecerem no início da preparação do clube para as competições que irá disputar, e não nas férias, como parece mais lógico, é outro dado inquietante. Tantas mudanças ao mesmo tempo, dispensando profissionais de alto nível, não parece indicar que o clube comece o ano com grandes perspectivas. O Grêmio precisa agir com transparência , e vir a público explicar o porquê de tantas alterações em postos tão relevantes. Ao que se sabe, dentro do vestiário, às mudanças não foram bem recebidas. O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, tão elogiado por sua administração, deveria esclarecer melhor o que está acontecendo, pois, da forma como vem sendo conduzida, a reestruturação do futebol do clube não parece normal, como declarou à imprensa.

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Os 20 anos de um título fajuto

Na data de hoje, completam-se 20 anos que o Corinthians conquistou o primeiro campeonato mundial de clubes oficial da Fifa. Esse fato fez com que os corintianos se considerassem os primeiros campeões mundiais autênticos do futebol brasileiro, desdenhando dia títulos anteriores de clubes como Santos, Grêmio e Flamengo, por não terem ganho uma competição organizada pela Fifa. Os torcedores do Inter, com o único intuito de provocar o Grêmio, faziam coro aos corintianos. Ocorre que, embora a competição tivesse a chancela da Fifa, o que se comemora, hoje, são os 20 anos de um título fajuto. Afinal, o Corinthians entrou na disputa na condição de campeão do país-sede, e sem ter ganho a Libertadores. O Palmeiras, que detinha o título de campeão da Libertadores, foi deixado de fora, e em seu lugar entrou o Vasco, vencedor em 1998, com o claro interesse de permitir que as duas maiores cidades do país estivessem representadas na competição, e abrigassem jogos da mesma. O Manchester United, que tinha acabado de ganhar o título mundial sob a antiga fórmula, só venho ao Brasil para não prejudicar a candidatura da Inglaterra como sede da Copa do Mundo de 2006, que ainda estava indefinida. Em relação ao Real Madrid, Roberto Carlos, lateral esquerdo brasileiro que jogou por muitos anos no clube espanhol, revelou que os jogadores não levaram a competição a sério, e que estavam mais preocupados em curtir o tórrido verão brasileiro. Essa revelação, feita quando Roberto Carlos estava no Corinthians, desgastou sua imagem junto ao torcedor, e apressou sua saída do clube. A prova de que a disputa era apenas um torneio de verão mal organizado, é o fato de que só cinco anos depois a Fifa retomou a competição, alterando seus critérios e diminuindo o número de jogos. O campeonato ganho pelo Corinthians tinha sido, na verdade, uma competição experimental, que não aprovou.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Uma indicação muito benvinda

O anúncio, hoje, dos nominados para concorrerem ao Oscar, no próximo dia 9 de fevereiro, trouxe uma bela notícia para os defensores da democracia. O documentário de longa-metragem "Democracia em vertigem", da brasileira Petra Costa, foi indicado para concorrer na sua categoria. Petra se disse extasiada com o fato e destacou a importância da indicação num período em que as democracias sofrem com o avanço da extrema direita. O documentário teve enorme repercussão já na sua estreia, há um ano, no Sundance Film Festival, quando foi ovacionado pela plateia. Em "Democracia em vertigem" fica demonstrado que o impeachment da presidente Dilma Rousseff foi um golpe, e sua urdidura é apresentada a cada passo. Numa época em que a defesa da democracia é um desafio que se impõe aos que resistem ao crescimento do obscurantismo e do fascismo, o documentário revela ao mundo, de forma inequívoca, o conluio de forças que levou o Brasil ao abismo em que se encontra. Foi uma indicação muito benvinda, pelo impacto que já causou, e que, se resultar em prêmio, ajudará ainda mais para que o mundo tome consciência do golpe sórdido que foi perpetrado contra a democracia no Brasil.

sábado, 11 de janeiro de 2020

Protestar faz a diferença

Os protestos contra a reforma da Previdência na França, já abordados nesse espaço, começam a apresentar resultados. O governo francês, que antes se mostrava irredutível na manutenção integral da proposta, desistiu, hoje, de aumentar a idade mínima para a aposentadoria de 62 para 64 anos. Foi uma vitória parcial, pequena ainda, mas que mostra que protestar faz a diferença. Diversas categorias profissionais francesas pretendem seguir lutando até a revogação total do projeto. Mais uma vez, os franceses estão dando uma aula de cidadania para o mundo. Lamentavelmente, os brasileiros ignoram esses ensinamentos, e continuam a agir como bois levados para o matadouro. Um desmonte da legislação trabalhista e uma repugnante Reforma da Previdência se concretizaram sem que o povo se manifestasse maciçamente nas ruas. Essas diferentes posturas mostram o abismo civilizatório que existe entre os dois países. Os franceses, cientes de seus direitos, não aceitam que eles sejam suprimidos. Os brasileiros, assistem, passivamente, à destruição de suas conquistas sociais. O desmonte da educação, promovido pelo governo Bolsonaro, só tende a agravar esse quadro. A França é um país que tem uma bela história, um presente combativo e, portanto, perspectivas para o futuro. O Brasil, enquanto isso, tem uma história carregada de fatos constrangedores, um presente que é um pesadelo, e a tendência de um futuro assustador.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Hegemonia

Superar o Flamengo em 2020, ao que parece, será uma tarefa hercúlea para os seus adversários. Atual campeão brasileiro e da Libertadores, com um time que é, indiscutivelmente, o melhor do país, o Flamengo segue se reforçando, enquanto os outros clubes pouco contratam, e poderá encaminhar uma prolongada hegemonia. A contratação de Michael, do Goiás, hoje confirmada, somada às outras já realizadas, tornam o grupo do Flamengo muito forte em todas as posições, com opções qualificadas para qualquer titular. Os principais adversários do Flamengo, ao contrário, possuem carências em algumas posições. Esse quadro revela um desequilíbrio técnico preocupante, que pode fazer com que o Flamengo se imponha sem grande esforço sobre os demais. Dinheiro não é problema para o Flamengo, que vende suas jovens revelações por valores expressivos e, dessa forma, faz caixa para poder contratar. Os outros clubes, por sua vez, são parcimoniosos nos gastos, não podendo competir com o poderio financeiro do Flamengo. O futebol brasileiro não é dado a longos predomínios de um clube sobre os demais. O Flamengo, no entanto, ao juntar a qualidade técnica superior do seu time com uma capacidade financeira bem maior que a de seus oponentes, deixa no ar a possibilidade de estender a sua fase vencedora por um período mais longo que o normalmente verificado.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Com derrota no final

Os jogos comemorativos e beneficentes são um costume no período de recesso do futebol brasileiro, ou seja, na ausência de partidas oficiais. Hoje, no Presidente Vargas, em Fortaleza, aconteceu o jogo comemorativo entre as seleções brasileira e italiana que decidiram a Copa do Mundo de 1994, ganha pela primeira. Na verdade, enquanto a equipe brasileira se apresentou com a maior parte dos jogadores que participaram daquele título, a italiana trouxe um maior número de enxertos. Como não poderia deixar de ser, foi um jogo em ritmo lento, entre senhores de idade avançada, alguns carecas, outros acima do peso. A partida teve 70 minutos de duração, divididos em dois tempos de 35, excetuando-se os acréscimos. O jogo se arrastava num 0 x 0 chocho, com poucas emoções, mas a equipe brasileira foi castigada com derrota no final, gol de Massaro. O destaque negativo do jogo, mesmo levando-se em conta o fato de serem ex-jogadores há muito tempo aposentados do futebol, foram as pálidas atuações de Romário, Bebeto e Careca, um dos enxertos da equipe brasileira, que em nada lembraram os grandes atacantes que foram.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

A aposta de Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro nunca escondeu o seu gosto pelas redes sociais. O ex-capitão realiza postagens nelas com grande frequência. Esse comportamento não é por acaso. A aposta de Bolsonaro nas redes sociais decorre do fato de que os seus apoiadores desprezam a imprensa e o que ela noticia. São seguidores fanáticos, que preferem o contato direto com o homem com quem estão alinhados incondicionalmente. Até mesmo a figura do porta-voz vem sendo abandonada por Bolsonaro. Com sua incapacidade como presidente cada vez mais explícita, e declarações desastradas que vão se acumulando, Bolsonaro prossegue no seu conhecido ataque à imprensa, dizendo que jornalistas são uma espécie em extinção, e afirma que os livros didáticos precisam ter menos textos. São situações que estão ligadas. Bolsonaro sabe que suas chances de permanecer no cargo, e até de concorrer à reeleição, estão restritas ao apoio dos fanáticos da internet. A interpretação e reflexão consciente sobre os fatos são uma ameaça permanente para os seus planos. Sua comunicação via redes sociais é um contato entre descerebrados nas duas pontas. Nele, reside todo o patrimônio eleitoral de Bolsonaro. Se submetido a uma análise profunda e consciente de suas ações, Bolsonaro derrete como um sorvete exposto ao sol.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Conflito iniciado


  1. O Irã já realizou dois ataques com mísseis contra bases americanas no Iraque. Não se sabe, até agora, sobre a existência de vítimas, mas é óbvio que há um conflito iniciado entre os dois países, de consequências ainda incalculáveis. Era mais do que claro que o Irã não iria deixar sem resposta o assassinato de seu militar de maior prestígio, Qasem Suleimani. O país já havia anunciado que iria retaliar, e o fez. A extensão  dessa contenda é a grande interrogação que fica para o mundo. Com um presidente tresloucado como Donald Trump, como irão agir os Estados Unidos? Por enquanto, Trump não irá se pronunciar á nação, o que indica que a situação ainda está sendo avaliada. O certo é que a tensão entre Irã e Estados Unidos deixa o mundo sob suspense em relação às consequências desse enfrentamento. Efeitos de quedas nas bolsas de valores asiáticas já se fazem sentir. Uma alta no preço do petróleo também já foi verificada. São apenas os reflexos iniciais de um combate de extensão ainda imprevisível. 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Vaidade

Numa declaração extemporânea, feita na semana em que os clubes estão voltando às atividades, o técnico do Flamengo, Jorge Jesus, resolveu alfinetar o do Grêmio, Renato, dizendo que ele nunca trabalhou fora do país, e não foi campeão brasileiro. A manifestação do técnico português é uma resposta com efeito retardado às colocações de Renato que, meses atrás, fez observações restritivas a Jorge Jesus, enciumado com a badalação em torno do técnico do Flamengo. Renato também pisou na bola ao falar sobre o português. As atitudes de ambos demonstram que eles são movidos pela vaidade. Competentes e vitoriosos, Renato e Jorge Jesus possuem uma autoestima enorme, confiam muito na própria capacidade. Não é uma condição ruim, mas precisa ser controlada. A postura vaidosa dos dois em relação ao próprio trabalho, e as declarações depreciativas ao do companheiro de profissão, nada trazem de positivo. Uma disputa de egos como essa, acaba resvalando para o folclore, condição que não enaltece dois profissionais tão qualificados em sua atividade.

domingo, 5 de janeiro de 2020

Poucas novidades

A partir de amanhã, os clubes brasileiros começarão a retornar do período de férias. Durante o mês sem atividades, no entanto, foram poucos os anúncios de novas contratações, embora tenham sido muitas as especulações. Esse é um quadro que tem se repetido a cada ano, pois os clubes brasileiros se debatem há tempos com a falta de recursos. O resultado é que os torcedores terão poucas novidades para o reinício das competições, o que fará com que se sintam pouco estimulados. Nem mesmo os clubes considerados "endinheirados" fogem desse padrão. O Palmeiras não contratou nenhum novo jogador, e o Flamengo fez aquisições, mas vendeu Reinier, uma de suas revelações, por 135 milhões de reais para o Real Madrid, seguindo com sua política de negociar jovens valores para poder fazer contratações. Caso os clubes não acelerem a vinda de reforços, a tendência é um início de ano pouco entusiasmante, pois os campeonatos estaduais são desinteressantes, e sem novos nomes em seus clubes, os torcedores não se sentirão mobilizados.

sábado, 4 de janeiro de 2020

A França segue sendo um exemplo

Um verdadeiro farol para a humanidade. Assim foi a França durante muito tempo. A chamada "Revolução Francesa" foi, na prática, um divisor de águas para toda a sociedade ocidental. A noção de "liberdade, igualdade e fraternidade" se espalhou pelo mundo. A base intelectual e humanística ocidental tem origem na França. Os enciclopedistas e humanistas franceses influenciaram o modo de pensar de várias gerações. Nomes do porte de Rousseau, Voltaire, Diderot, Montesquieu. Esse quadro permaneceu até os primórdios do século XX. A partir da Primeira Guerra Mundial e, principalmente, da Segunda, os Estados Unidos tornaram-se culturalmente hegemônicos, o que, para o mundo, teve consequências lamentáveis. O empobrecimento cultural que resultou desse predomínio é chocante. Usando, inicialmente, o cinema, os Estados Unidos  criaram a cultura de massas, e propagaram pelo mundo os seus valores, incitando ao consumismo e ao conceito de uma sociedade dividida entre vencedores e perdedores. Porém, se foi suplantada na sua influência mundial pelos Estados Unidos, a França nunca se dobrou à hegemonia cultural americana. Não cede à boçalidade dos da turma do Tio Sam. Agora mesmo, enquanto a população de vários países se submete com pouca resistência ao desmonte de seus direitos previdenciários, os franceses saem às ruas ruidosamente, pelo mesmo motivo. Os protestos já duram meses, e o governo não sinaliza ceder em suas intenções, mas quem conhece a têmpera do povo francês sabe que ele não irá desistir até a revogação parcial ou total da reforma previdenciária. A França segue sendo um exemplo para o mundo. Um modelo de dignidade, caráter, consciência, independência, autenticidade.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

O xerife do mundo

Os Estados Unidos, por sua condição de maior potência entre todos os países, consideram que seu poder está acima de tudo e de todos. Em nome de seus interesses, ignoram resoluções da ONU, matam adversários políticos, invadem países, promovem guerras, pois se autodesignaram como o xerife do mundo. O mais novo capítulo dessa escalada autoritária e imperialista foi o assassinato, ontem, do general iraniano Qasem Suleimani. Como de costume, a justificativa para o assassinato, como se isso fosse possível no caso de uma ação tão torpe, foi a de que Suleimani planejava ataques violentos contra os Estados Unidos. Argumento semelhante ao usado para o ataque ao Iraque e o assassinato de Saddam Hussein. O Iraque, supostamente, estava produzindo armas de destruição em massa, o que, se soube depois, era mentira. Há quem veja, no episódio atual, até a ameaça de deflagração de uma terceira guerra mundial. Não se deverá chegar a tanto, é claro, mas ocorrerão retaliações, e poderão ser muito fortes. Suleimani era um homem de imenso prestígio em seu país. As consequências não serão apenas políticas, mas também econômicas, com aumento no preço dos combustíveis, por exemplo, afetando a todos os países. Como o próprio governo americano afirmou, os Estados Unidos agem em defesa dos seus interesses e de seus cidadãos em qualquer parte do mundo. Em síntese, para os Estados Unidos, o mundo é o seu quintal.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Estreia modesta


  1. O Grêmio nunca foi campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior, a mais prestigiosa competição do gênero no país. O máximo que conseguiu foi um vice-campeonato, em 1991, com um time que tinha Danrlei e Roger, que depois se tornariam os jogadores mais vitoriosos da história do clube, como profissionais. Na ocasião, no entanto, o Grêmio foi goleado na decisão pela Portuguesa, que tinha Dener como o seu maior destaque. O excelente trabalho do clube nas categorias inferiores, nos últimos anos, revelando jogadores como Walace, Artur, Pedro Rocha, Everton, Pepê, entre outros, gera sempre a expectativa de que o Grêmio possa obter o título. Hoje, o Grêmio estreou em mais uma Copa São Paulo. Foi uma estreia modesta, na qual venceu o frágil Real (DF) por 2 x 0. O primeiro tempo terminou com um único gol, de pênalti. No segundo, já no final, o Grêmio ampliou o placar. A superioridade do Grêmio foi flagrante no jogo, principalmente na reta final da partida, quando o Real, visivelmente, cansou. Porém, isso não se traduziu numa vitória larga. Resta saber se o Grêmio jogou só para o gasto, poupando-se para as próximas partidas, ou se o potencial do seu time sub-19, com o qual disputa a competição, é menor do que o esperado.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Equívoco repetido

O Grêmio anunciou hoje a sua segunda contratação para 2020, o volante Lucas Silva, que estava sem clube. O clube incorre, assim, num equívoco repetido ao longo do período em que é presidido por Romildo Bolzan Júnior. Preocupado com a saúde financeira do clube, Romildo evita gastos com aquisição de jogadores, preferindo os que estão livres no mercado. Afora a questão financeira, Romildo parece acreditar piamente na lenda de que o técnico do Grêmio, Renato, recupera qualquer jogador em baixa na carreira. Sim, isso não é mais do que uma lenda. Com exceção de Bruno Cortez, Renato não recuperou mais ninguém, e Rômulo e André são exemplos gritantes disso. Um dado intrigante, nesse aspecto, é que por mais que o presidente venha cumprindo um bom trabalho de recuperação das finanças do clube, fato que é reconhecido por todos, o Grêmio segue sem poder de investimento em contratações. Para esse ano, a quantia destinada para isso, ao que se diz, seria de 16 milhões de reais, ridícula para um clube do porte do Grêmio. Com relação, especificamente, a contratação de Lucas Silva, ela tem uma enorme possibilidade de não dar certo. Lucas Silva ainda é jovem, tem 26 anos, mas sua trajetória no futebol é frustrante. Depois de um começo fulgurante no Cruzeiro, clube que o revelou, pelo qual foi bicampeão brasileiro em 2013 e 2014, Lucas Silva foi vendido para o Real Madrid. A partir daí, seu futebol só fez decair. Não conseguiu se firmar no Real Madrid, onde jogou poucas partidas. Foi emprestado para o Olympique de Marselha, fez um número maior de jogos, mas também não permaneceu no clube francês. Voltou para o Real Madrid, mas o técnico Zidane não o quis. Foi, então, emprestado para o seu clube de origem, o Cruzeiro, por dois anos. Antes mesmo do final de 2019, Lucas Silva deixou o Cruzeiro e rescindiu com o Real Madrid, que ainda detinha o seu vínculo. Desde então, estava livre no mercado. Em suas atuais condições, Lucas Silva não é mais do que uma aposta, e que tem grande chance de não dar certo. A contratação fica mais temerária ainda com o fato de que o jogador assinou contrato por quatro anos. Diante de exemplos anteriores de contratações desse mesmo tipo que redundaram em fracassos, fica difícil entender que o Grêmio insista no mesmo modelo.