terça-feira, 7 de junho de 2011

A convocação para a Copa América

Após o amistoso contra a Romênia, no Pacaembu, o técnico Mano Menezes divulgou a convocação da Seleção Brasileira para a Copa América, que será disputada em julho, na Argentina. Mano convocou 22 jogadores, entre eles Paulo Henrique Ganso e Alexandre Pato, que estavam afastados por lesões, mas já estão recuperados. Dentre os jogadores que foram cortados, o equívoco mais flagrante se deu no meio de campo. Mano Menezes manteve Jádson, um bom jogador mas que não tem o padrão técnico exigido para jogar na Seleção, e deixou de fora Thiago Neves, o único capaz de obter um desempenho próximo ao de Paulo Henrique Ganso como armador. Mano reafirma, assim, sua propensão para preservar seus "bruxos" em detrimento de jogadores de maior qualidade, como já fizera, principalmente, quando foi técnico do Grêmio. No geral, no entanto, a convocação foi lógica e coerente em relação às anteriores. Resta esperar que, na Copa América, o futebol  da Seleção de Mano Menezes, finalmente, apareça. Caso contrário, o técnico começará a ter sua permanência no cargo ameaçada.

A despedida de Ronaldo

Alguns rançosos e implicantes se mostraram contrários ao fato de Ronaldo fazer sua despedida oficial da Seleção Brasileira jogando, ainda que por poucos minutos. Alegavam tais pessoas que Ronaldo está muito gordo, já deixou de ser jogador, que amistoso da Seleção é para ser levado a sério, entre outras argumentações. No entender desse grupo, bastava homenagear Ronaldo com placas, troféus e cerimônias. Porém, felizmente, Ronaldo despediu-se da Seleção jogando, tendo, inclusive, três oportunidades para marcar gols. O "Fenômeno" está totalmente fora de forma, com uma barriga protuberante, mas, durante o tempo em que esteve em campo, emocionou, por certo, a todos que assistiam ao jogo contra a Romênia, dentro ou fora do estádio do Pacaembu, em São Paulo. Foi uma despedida bonita, digna e, sobretudo, merecida, para quem tanto fez com a camisa "canarinho". A partida em si, ganha pela Seleção por 1 x 0, gol de Fred, pouco teve de atrativa, pois a equipe brasileira, mais uma vez, não jogou bem. No entanto, nos 17 minutos em que permaneceu em campo, Ronaldo fez valer a noite. Agora, Ronaldo é, para os apreciadores do bom futebol, apenas uma doce saudade.

Final óbvio

Uma história de final óbvio. Assim pode ser descrito o episódio envolvendo o enriquecimento súbito do ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Antônio Palocci Filho, que pediu demissão do cargo no final da tarde de hoje. Durante três semanas, o assunto tomou conta do noticiário e causou um rebuliço político no país. A posição de Palocci era insustentável, e a entrevista que concedeu na última sexta-feira só fez agravar o quadro. Chegou a ser constrangedor ouvir as vozes oficailistas dizerem que as declarações do ministro haviam sido firmes e esclarecedoras, dando o caso por encerrado. Palocci, na verdade, foi hesitante e nebuloso em sua entrevista, comprovando que tinha muito a esconder. Nem mesmo a decisão, tomada ontem pela Procuradoria Geral da República, de rejeitar as representações contra o ministro feitas pela oposição, foram capazes de lhe dar novo fôlego. Estava mais do que claro que não havia como preservar Palocci no cargo. Após uma conversa reservada, de cerca de uma hora de duração, com a presidente Dilma Roussef, Palocci apresentou seu pedido de demissão. Já há até uma nova ministra-chefe da Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. A questão envolvendo Palocci deixa, assim, o cenário político, embora devesse continuar no plano jurídico. Para o país, é um alívio, pois o governo estava sendo paralisado por um escândalo envolvendo o seu ministro mais poderoso. Para uma presidente em início de mandato, nada poderia ser mais contraproducente. Agora, Dilma e o governo terão a chance de voltar a trabalhar em paz, e o noticiário poderá diversificar seus assuntos.