terça-feira, 7 de junho de 2011

Final óbvio

Uma história de final óbvio. Assim pode ser descrito o episódio envolvendo o enriquecimento súbito do ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Antônio Palocci Filho, que pediu demissão do cargo no final da tarde de hoje. Durante três semanas, o assunto tomou conta do noticiário e causou um rebuliço político no país. A posição de Palocci era insustentável, e a entrevista que concedeu na última sexta-feira só fez agravar o quadro. Chegou a ser constrangedor ouvir as vozes oficailistas dizerem que as declarações do ministro haviam sido firmes e esclarecedoras, dando o caso por encerrado. Palocci, na verdade, foi hesitante e nebuloso em sua entrevista, comprovando que tinha muito a esconder. Nem mesmo a decisão, tomada ontem pela Procuradoria Geral da República, de rejeitar as representações contra o ministro feitas pela oposição, foram capazes de lhe dar novo fôlego. Estava mais do que claro que não havia como preservar Palocci no cargo. Após uma conversa reservada, de cerca de uma hora de duração, com a presidente Dilma Roussef, Palocci apresentou seu pedido de demissão. Já há até uma nova ministra-chefe da Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. A questão envolvendo Palocci deixa, assim, o cenário político, embora devesse continuar no plano jurídico. Para o país, é um alívio, pois o governo estava sendo paralisado por um escândalo envolvendo o seu ministro mais poderoso. Para uma presidente em início de mandato, nada poderia ser mais contraproducente. Agora, Dilma e o governo terão a chance de voltar a trabalhar em paz, e o noticiário poderá diversificar seus assuntos.

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