segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A lucidez de Dorival Júnior

Em entrevista ao programa "Bola da Vez", dos canais ESPN, na semana passada, o técnico do Santos, Dorival Júnior, abordou um tema fundamental, que é negligenciado pela imprensa esportiva e pelo meio futebolístico como um  todo. Dorival referiu-se ao fato de que a Lei Pelé, se por um lado libertou o jogador de uma legislação escravagista, por outro favoreceu demasiadamente a figura do chamado "empresário de futebol". Ele entende que isso precisa ser modificado, e que o poder excessivo dado aos empresários não pode persistir, pois está prejudicando o futebol. Lamentavelmente, a lucidez de Dorival Júnior não é a regra em seu meio de atuação.  A maioria dos que atuam no futebol convive pacificamente com essa situação, que é uma das tantas anomalias criadas pela malfadada "Lei Pelé", que, sob a alegação de "libertar os jogadores da escravidão", gerou um quadro aberrante, tornando os clubes reféns dos "boleiros" e de seus representantes legais. Deixando de lado o ponto específico destacado por Dorival Júnior, entendo que a "Lei Pelé" deveria, simplesmente, ser revogada. Ela é um dos tantos desastres da calamitosa administração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Numa hora em que tanto se fala de passar o futebol brasileiro a limpo, alterando toda a sua arcaica e corrupta estrutura, a extinção da "Lei Pelé" não pode ser esquecida. Afinal, ela enfraqueceu terrivelmente os clubes, que são o que há de mais importante no futebol. São eles que movem multidões e enchem estádios. Não podem ser apenas instrumentos dos interesses argentários de jogadores e de seus "empresários", que nada mais fazem do que praticar a gigolagem, disfarçada como defesa das aspirações de seus representados.

domingo, 29 de novembro de 2015

Tentando o vice-campeonato

O Grêmio venceu o Atlético Mineiro por 2 x 1, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Com isso, poderá continuar tentando o vice-campeonato. A diferença do Grêmio para o Atlético Mineiro, agora, é de apenas um ponto. Mesmo assim, o objetivo é muito difícil de ser alcançado. Falta somente uma rodada para o final do Brasileirão. Ainda que ganhe do Joinville, fora de casa, o que não chega a ser difícil, o Grêmio terá de torcer para que o Atlético Mineiro não vença a Chapecoense no Independência. Um tropeço do Atlético é altamente improvável, pois, afora jogar em casa, enfrentará, um adversário que apenas cumprirá tabela e estará muito desfalcado. Ainda assim, no jogo de hoje, o Grêmio fez a sua parte. Abriu o placar, sofreu o empate, mas soube buscar a vitória. O Atlético teve um maior volume de jogo, mas no primeiro turno isso já havia acontecido, e o Grêmio também venceu. Bruno Grassi, que entrou durante o primeiro tempo devido a uma lesão de Marcelo Grohe, teve grande atuação, e reafirmou o equívoco que foi sua preterição, como segundo goleiro, em favor de Tiago, que tantos pontos custou ao Grêmio. A classificação para a Libertadores foi definitivamente conquistada, e direto na fase de grupos. Falta jogar mais uma rodada e a disputa do vice-campeonato. Depois será a hora de se preparar para 2016, quando, conforme afirmou o próprio técnico Róger Machado, o Grêmio terá de ganhar um título.

sábado, 28 de novembro de 2015

Na busca do improvável

O Inter empatou em 1 x 1 com  o Fluminense, hoje, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. O resultado, combinado com a incrível vitória do São Paulo sobre o Figueirense por 3 x 2, num jogo com duas viradas e um gol nos últimos segundos dos acréscimos, deixam o Inter na busca do improvável para obter a classificação para a Libertadores. Foi um dia de espantosas reviravoltas. São Paulo e Inter começaram a rodada empatados em pontos e vitórias, com o clube paulista tendo ampla vantagem no saldo de gols. O São Paulo, que jogou antes do Inter, começou a vencer o Figueirense já aos 10 minutos do primeiro tempo, mas permitiu o empate logo a seguir. O resultado era ótimo para o Inter, que se derrotasse o Fluminense ficaria dois pontos na frente do São Paulo e só dependeria de si próprio para, na última rodada, alcançar a almejada classificação. Aos 35 minutos do segundo tempo, tudo ficou ainda melhor para o Inter, pois o Figueirense virou o jogo sobre o São Paulo. Foi aí que o imponderável entrou em cena. Com gols aos 45 e 49 minutos do segundo tempo, o São Paulo estabeleceu nova virada na partida. Foi uma ducha de água fria sobre o Inter, que já comemorava o tropeço do São Paulo. Ainda assim, o Inter entrou em campo, logo após, mandando no jogo, e abrindo o placar já aos três minutos do primeiro tempo, com mais um gol de Vitinho. O Inter tomava conta do campo, diante de um Fluminense que parecia desinteressado do jogo. Ainda no primeiro tempo, o Fluminense ficou com um jogador a menos, em razão da expulsão de Osvaldo. O segundo tempo, portanto, parecia encaminhado para que o Inter ampliasse o placar. Não foi o que se viu. O Fluminense voltou bem mais motivado, e o Inter parecia tentar, apenas, garantir o resultado. Com o passar do tempo, o Fluminense tomou conta do jogo, mesmo com um homem a menos, e seu gol parecia ser questão de tempo, o que acabou se confirmando, com Cícero, em cobrança de pênalti. Ainda ocorreram outras chances de gol em favor do Inter, mas o placar se manteve até o final. Agora, o São Paulo poderá se classificar para a Libertadores com um simples empate diante do Goiás, no Serra Dourada, na última rodada. O Inter terá de vencer o Cruzeiro, no Beira-Rio, e torcer por uma derrota do São Paulo, única combinação que lhe serve. As chances matemáticas ainda existem para o Inter, mas, há de se convir, são muito remotas. Tudo indica que, em 2016, os torcedores do Inter verão a Libertadores somente pela televisão.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Os 45 anos de All Things Must Pass

Na data de hoje, há 45 anos, era lançado o álbum triplo "All Things Must Pass", de George Harrison, o seu primeiro trabalho solo após a dissolução dos Beatles, ocorrida sete meses antes. Foi direto para o topo das paradas. Nele, George pode colocar diversas músicas compostas em anos anteriores que não conseguia incluir nos discos dos Beatles, onde só lhe reservavam uma ou duas faixas a cada lançamento. "All Things Must Pass" é uma obra-prima. No livro "1001 um discos para ouvir antes de morrer", ele é classificado como um dos dois ou três melhores discos solo de um beatle. Permito-me discordar. Os integrantes dos Beatles lançaram alguns trabalhos solo muito bons, como "Imagine", de John Lennon, e "Band on the Run", de Paul McCartney, por exemplo, mas nenhum deles, ou qualquer outro, supera "All Things Must Pass" em qualidade. A carreira solo do mais novo dos Beatles teve oscilações, com outros discos muito bons, como "George Harrison", de 1979, e "Cloud Nine", de 1987, e alguns menos inspirados, mas "All Things Must Pass" é de uma qualidade superlativa. Os que o conhecem, por certo, ainda hoje, não se cansam de ouvi-lo. Os mais jovens, se não o escutaram, devem buscar preencher essa lacuna e se deliciar com "I'd Love You Anytime" (parceria de George com Bob Dylan), "My Sweet Lord", "Isn't a Pitty", "Behind of Locked a Door", "Awaiting on you Wall", entre outras pérolas. Um grande disco, que, 45 anos depois do seu lançamento, merece continuar a ser reverenciado.

A declaração de Sartori

Nada é tão ruim que não possa piorar, ensina a sabedoria popular. Essa sentença se ajusta, de forma exemplar, ao governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori. Despreparado e inepto para o cargo que ocupa, Sartori é uma usina de más notícias e de previsões sombrias. Neoliberal, Sartori é do tipo que defende o enxugamento da máquina estatal, a venda de patrimônio público, enfim, a chamada "austeridade". Ontem, essa nefasta figura que eleitores incautos levaram ao poder, declarou que os funcionários públicos deveriam levantar as mãos para o céu por possuírem estabilidade no emprego. A declaração de Sartori deixa claro que, se dependesse apenas da sua vontade, ele demitiria um grande número de funcionários públicos, só não o fazendo por que a lei não permite. A administração de Sartori é um pesadelo para os gaúchos. Seu governo não tem projeto nem plano de ação. Seu único objetivo é o desmonte do Estado, tirando ainda mais dos pobres para dar aos ricos. O pior é que Sartori sequer completou o primeiro ano de mandato. A eleição de Sartori é a demonstração do quanto podem ser desastrosos os efeitos de escolhas irrefletidas de eleitores desinformados, que se deixam seduzir por estratégias de marketing e por uma cobertura de imprensa tendenciosa. As pessoas que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff argumentam, entre outras alegações, que o país não resistirá a mais três anos de um governo que, entendem, está sem rumo. Por essa linha de raciocínio, haveria muito mais razão para que se operasse o impeachment de Sartori, pois, enquanto ele estiver no poder, o Rio Grande do Sul será uma nau à deriva.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Os dez anos da Batalha dos Aflitos

O tempo transcorre velozmente, e a data de hoje registra a passagem dos dez anos da "Batalha dos Aflitos", nome que foi dado ao jogo em que o Grêmio, com apenas sete homens em campo, venceu o Náutico e retornou à Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. O jogo foi realizado no acanhado Estádio dos Aflitos, pertencente ao Náutico, que estava superlotado, com mais de 20 mil pessoas presentes. Num ambiente hostil, com um gramado deficiente e um vestiário em condições precárias, o Grêmio cumpriu a página mais épica da sua história, e por extensão do futebol gaúcho. Os detratores do Grêmio, e os que se escondem sob a capa de uma falsa neutralidade, procuram, inutilmente, diminuir a grandiosidade desse feito histórico. Alegam que o acontecimento não pode ser considerado grandioso por ter sido num jogo da Segunda Divisão, contra um adversário que não se inscreve no rol dos grandes clubes. Argumentação pífia! O que torna a "Batalha dos Aflitos" um feito notável não é o nível da divisão que estava sendo disputada, nem a menor ou maior categoria do adversário. O que a torna magnífica, extraordinária, estupenda, mítica, inesquecível, é o fato de um time com apenas sete homens em campo, que já tivera dois pênaltis contra si que não foram convertidos, encontrar forças para chegar a vitória diante de outro que estava com dez jogadores. Os que não reconhecem a dimensão magistral dessa façanha imortal do Grêmio, chegam ao cúmulo de dizer que ser rebaixado é tão constrangedor para um clube grande que ele não deveria retornar como campeão, para não passar pela "vergonha" de ostentar um título de divisão inferior. Asneira pura. A "Batalha dos Aflitos" confirmou uma característica que, no Rio Grande do Sul, pertence só ao Grêmio, que é a de obter conquistas calando estádios lotados por uma multidão de torcedores contrários. Foi assim no título de campeão brasileiro de 1981, contra o São Paulo, no Morumbi; na Libertadores de 1995, diante do Nacional de Medellin, no Atanásio Girardot; na Copa do Brasil de 1997, tendo por adversário o Flamengo, no Maracanã. Foi assim, também, na Copa do Brasil de 2001, enfrentando o Corinthians, novamente no Morumbi. Ao contrário dos que se gabam de jamais terem disputado a Segunda Divisão, o Grêmio caiu e voltou como se deve, conquistando esse direito em campo. O Grêmio nunca se valeu de expedientes excusos para se manter na Primeira Divisão. Caiu e voltou sem jamais abrir mão da sua altivez e dignidade, e é isso que dói tanto nos que tentam, infrutiferamente, diminuir o enorme significado da Batalha dos Aflitos, não só para o Grêmio, mas para o futebol gaúcho. O torcedor do Grêmio, portanto, deve ignorar essas manifestações mesquinhas, e comemorar efusivamente a primeira década desse fato memorável.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Vantagem parcial

O Santos obteve uma vantagem parcial na decisão da Copa do Brasil, ao vencer o Palmeiras por 1 x 0, hoje, na Vila Belmiro. Logo aos 5 minutos do primeiro tempo, o Santos teve um pênalti a seu favor, mas Gabriel desperdiçou a cobrança, chutando na trave. Assim mesmo, o Santos continuou predominando e poderia construir um placar largo, tantas foram as chances que criou. Porém, o gol insistia em não sair. Foi só próximo ao final do jogo que Gabriel marcou o gol da vitória, redimindo-se de seu erro na cobrança de pênalti. Por sinal, foi um golaço. No último lance do jogo, Nílson, que recém havia entrado em campo, perdeu um gol feito. Agora, o Santos jogará por um empate na Allianz Arena, na próxima quarta-feira, para ficar com o título da Copa do Brasil. Favorito para a conquista do título, o Santos confirmou em parte, hoje, essa condição. No entanto, a vitória por apenas por 1 x 0 deixa a disputa aberta para o segundo jogo. Os gols perdidos na Vila Belmiro poderão fazer falta para o Santos ser campeão.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

O noivado dos peões

Por mais que lideranças religiosas e correntes políticas conservadoras protestem e tentem uma volta ao medievalismo, os avanços nos campos dos costumes e do comportamento, são acelerados e irrevogáveis. No último fim de semana, durante a realização do Enart - Encontro de Arte e Tradição Gaúcha, em Santa Cruz do Sul (RS), os peões de CTG Henrique Vargas e Diogo Moreira, naturais de Pelotas, no mesmo Estado, ficaram noivos. Num Estado reconhecidamente conservador como o Rio Grande do Sul, e num acontecimento que cultua as tradições gaúchas, a ocorrência de um fato como esse é digna de nota, e de aplauso. Na atualidade, as pessoas não estão mais dispostas a conviver com o obscurantismo e o preconceito, salvo algumas que são mais ruidosas que numerosas. Porém, como expressa o ditado, cão que ladra não morde. Henrique e Diogo afirmam que nunca tiveram problemas em suas atividades nos CTG's, o que é surpreendente e muito positivo. O tempo de tentar impor uma moral coletiva, padronizando comportamentos a partir de conceitos do que seja ou não normal, está, cada vez mais, ficando para trás. Até mesmo os redutos mais fechados e resistentes da sociedade, como nesse caso, passam a ter uma postura de maior abertura para a diversidade e a pluralidade que caracterizam o comportamento humano. O noivado dos peões confirma que a sociedade avança, e não irá ceder aos apelos de alguns grupos em favor do retrocesso.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Estupidez travestida de racionalidade

O jornalista Leandro Narloch, não por acaso integrante da equipe da nefanda revista "Veja", descobriu, há alguns anos, um filão editorial, lançando os seus "guias politicamente incorretos" sobre vários temas, sempre, é claro, sob a ótica neoliberal da publicação que o emprega. Nos tais "guias", Narloch se propõe a desmanchar "falsas verdades" da visão de esquerda ou mesmo do senso comum. Sua mais nova aventura no gênero é o livro "Guia Politicamente Incorreto da Economia Brasileira", que, como não poderia deixar de ser, recebeu uma extensa e elogiosa resenha nas páginas de "Veja". Como é característico em se tratando da revista, na ânsia de convencer o leitor a abraçar o seu ponto de vista, a adjetivação é farta e contundente. O livro de Narloch é qualificado como sendo uma "demolição elegante", de um autor que "sente um evidente prazer em desmontar certezas queridas do senso comum". O texto de apreciação da obra segue nesse tom laudatório, informando que em dezessete breves capítulos, Narloch busca ativamente a polêmica, atacando "vacas sagradas do status quo brasileiro". Ficamos sabendo, então, que entre as "pérolas" do pensamento de Narloch, "sempre com base no exercício da razão" destaca a matéria, estão ideias como a de que leis trabalhistas pioram a situação dos que mais precisam de emprego; o protecionismo é péssimo para a indústria nacional; a privatização ajuda o meio ambiente; o lucro é belo. Conforme a análise de "Veja", tais conceitos são "insights incomuns para demolir narrativas consolidadas sobre o Brasil". Narloch, que possui um blog no site da revista intitulado "O Caçador de Mitos", é alguém que, segundo o texto, "rejeita as platitudes usuais sobre as mazelas do capitalismo". Narloch acha que a desigualdade econômica no Brasil se deve às diferentes realidades regionais de um país muito extenso e à maior taxa de natalidade dos pobres em relação aos ricos. Para o jornalista, quase não há trabalho escravo no Brasil, pois a lei brasileira é que acaba utilizando esse termo para turnos mais longos que o permitido ou com condições laborais tidas como degradantes ao gosto dos auditores. Narloch refuta, também, o desfavorecimento das mulheres em relação aos homens no mercado de trabalho. De acordo com Narloch, as mulheres ganham menos porque trabalham em profissões diferentes, dedicam menos horas ao trabalho, tem em média menos experiência e não demonstram a mesma ambição na carreira que os homens. A síntese do pensamento do autor de "guias" é a de que o real responsável pelo progresso da vida humana na Terra não são filantropos, políticos e intelectuais, mas o mercado. Após tão "acurada" apreciação do livro, não é necessário lê-lo para saber do que se trata. Esse guia, como os outros de Narloch, não passa de estupidez travestida de racionalidade.

domingo, 22 de novembro de 2015

Atuação vergonhosa

O Grêmio perdeu para o Inter por 1 x 0, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Havia muito a buscar nesse Gre-Nal, pelo lado do Grêmio. Afinal, se tivesse ganho o jogo, o Grêmio estaria a apenas um ponto de distância do Atlético Mineiro, que só empatou com o Goiás no Independência, e poderia encaminhar o vice-campeonato vencendo o confronto direto no próximo domingo, na Arena. Afora isso, se vencesse, o Grêmio eliminaria, definitivamente, qualquer chance do Inter se classificar para a Libertadores. Porém, o Grêmio parece ter se deixado levar pela conversa fiada da "isenta" imprensa esportiva do Rio Grande do Sul, que insistia que ele, depois de ter ganho do Fluminense, estaria de "sangue doce" no Gre-Nal. O time do Grêmio, mais uma vez, foi amorfo, sem brio, teve uma atuação vergonhosa. A rigor, o Grêmio só tem dois titulares imprescindíveis, que são Marcelo Grohe e Geromel. Todos os demais são descartáveis. Alguns são assustadoramente insuficientes, como é o caso dos laterais Galhardo e Marcelo Oliveira. O zagueiro Erazo está muito abaixo das necessidades do Grêmio, e falhou gravemente no gol do Inter. Walace, de quem alguns dizem maravilhas, é um volante apenas razoável. Ramiro, como já se sabe há muito tempo, é um jogador limitadíssimo. Giuliano é uma das piores relações custo-benefício da história do Grêmio, pois ganha muito e não produz nada. Douglas é um ex-jogador. Luan tem conceito de craque, mas prende a bola demasiadamente, erra quase todos os passes e não chuta a gol. Éverton, o jovem mais promissor da atual safra do clube, é o primeiro a ser sacado pelo técnico do Grêmio, Róger Machado, quando o desempenho do time não está bom. A verdade é que o Grêmio desandou no segundo turno do Brasileirão, onde está cinco pontos atrás do Inter, e isso tem muito a ver com a ausência, por lesão, de Maicon no time. Convenhamos, ficar cinco pontos atrás e perder no confronto direto para um time sofrível como o Inter, treinado por um técnico tão limitado como Argel Fucks é constrangedor. Se, simplesmente, mantiver a atual base e contratar uns poucos reforços o Grêmio nada poderá aspirar na Libertadores e terá, em 2016, mais um ano cheio de frustrações.

sábado, 21 de novembro de 2015

A volta do Santa Cruz

Com uma goleada de 3 x 0 sobre o Mogi Mirim, hoje, fora de casa, o Santa Cruz subiu, novamente para o Campeonato Brasileiro da primeira divisão, onde esteve pela última vez em 2006, quando ficou na lanterna da competição. De la para cá, o Santa Cruz foi decaindo, e chegou a disputar a quarta divisão. Nesse período, ganhou alguns campeonatos pernambucanos, e a torcida, mesmo em jogos da segunda, terceira e quarta divisões brasileiras, continuou a encher os estádios, mas faltava retornar á elite do futebol do país, o que, hoje, foi finalmente alcançado. O Santa Cruz foi o primeiro clube dentre os grandes de Pernambuco a obter destaque nacional com suas boas campanhas no Brasileirão. A melhor delas se deu há exatos 40 anos, em 1975, quando foi semifinalista da disputa, com um time que tinha, entre outros, Givanildo, Luciano, Luís Fumanchu e Rámon. Com um estádio particular, o Arruda, que está entre os maiores do país, e uma torcida numerosa e apaixonada, o Santa Cruz merece um lugar na principal divisão do futebol nacional. Seu retorno ocorrerá dez longos anos depois de sua última participação, o que lhe conferirá um sabor ainda mais especial. Tomara que a volta do Santa Cruz à primeira divisão não seja meteórica, e que ele consiga se firmar entre os melhores do futebol brasileiro.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Racismo

A data de hoje, 20 de novembro, é o Dia da Consciência Negra, comemorado com feriado em várias unidades da federação. O Rio Grande do Sul, no entanto, segue na contramão nessa questão, e, até hoje, todas as tentativas de instituir o feriado no Estado foram rechaçadas. Com isso, a fama de Estado racista atribuída ao Rio Grande do Sul fica reforçada. Há alguns anos, a proposta de se construir um sambódromo no Parque Marinha do Brasil, em Porto Alegre, também foi refutada, e ele foi ser erguido no Porto Seco, numa região periférica da cidade e muito distante de onde se concentram os apreciadores do Carnaval. Fica claro que, entre os gaúchos, a discriminação contra os negros ainda é bem mais acentuada que em outras áreas do país. Os setores brancos e dominantes da sociedade gaúcha insistem em relegar o negro a uma condição subalterna. O 20 de novembro foi escolhido pela própria comunidade negra como uma data mais representativa que o 13 de maio, o Dia da Abolição da Escravatura, e homenageia Zumbi dos Palmares. Para os negros, o 13 de maio é uma data oficialista. Essa postura foi aceita em diversos estados, que instituíram o feriado. A recusa dos gaúchos em fazer o mesmo é vergonhosa.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Derrota previsível

O Inter perdeu para a Chapecoense por 1 x 0, hoje, na Arena Condá, pelo Campeonato Brasileiro. Embora muitos cronistas esportivos do Rio Grande do Sul não conseguissem enxergar isso, era uma derrota previsível. A Chapecoense faz uma grande campanha como mandante, o Inter, por sua vez, tem tido um desempenho péssimo como visitante. Não bastasse isso, o Inter teve seu grupo de jogadores praticamente dizimado por suspensões e lesões, o que diminuiu muito as possibilidades do técnico Argel Fucks poder armar um time de qualidade. Depois de resistir no primeiro tempo, que terminou com um empate de 0 x 0, o Inter foi batido no segundo. A expulsão de Juan colaborou para isso, mas ela foi justa. As reclamações do Inter contra a arbitragem foram improcedentes, pois ela até foi benevolente, já que William deveria ter sido expulso após aplicar uma cotovelada em William Barbio, e só recebeu o cartão amarelo. Com o resultado, as chances do Inter se classificar para a Libertadores são, agora, meramente teóricas. Resta uma única motivação para o clube, em 2015, que é dar o troco no Grêmio pela goleada de 5 x 0 sofrida no primeiro turno. Certamente, o Inter estará extremamente motivado no Gre-Nal de domingo. Só não deve contar com a hipótese de jogar contra um Grêmio "relaxado", pois isso não passa de um delírio de cronistas "isentos".

Possibilidade aumentada

O Grêmio venceu o Fluminense por 1 x 0, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Com a vitória, mais do que ter, praticamente, garantido a classificação para a Libertadores, o Grêmio viu a possibilidade aumentada de ainda obter o vice-campeonato, pois o Atlético Mineiro perdeu e a distância entre os dois clubes na tabela caiu para três pontos, faltando nove para serem disputados. Dessa forma, não se confirma a ideia de alguns cronistas esportivos de que o Grêmio iria de "sangue doce" para o Gre-Nal  de domingo, no Beira-Rio, caso vencesse hoje. Afora ser um degrau mais alto na competição, o vice-campeonato representaria R$ 2 milhões a mais em relação ao prêmio pago para o terceiro colocado. Portanto, o Grêmio tem motivação de sobra para o Gre-Nal, e não vai cair na conversa mole de cronistas "isentos" que estão ávidos para que o Inter dê o troco da goleada humilhante de 5 x 0 que sofreu no primeiro turno. Se o Grêmio ganhar o Gre-Nal, ele também estará alijando o Inter, definitivamente, de qualquer chance de se classificar para a Libertadores, o que é mais um fator extraordinário de motivação. O Gre-Nal será disputadíssimo, sem a menor chance de o Grêmio se apresentar "relaxado" em campo.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Sem ao menos pedir desculpas

Poucos assuntos impactaram tanto o país nos últimos dias quanto a tragédia ambiental de Mariana, no interior de Minas Gerais. O rompimento da barragem de Fundão, da Mineradora Samarco, jogou um mar de lama sobre o distrito de Bento Rodrigues, praticamente varrendo-o do mapa, e deixando 11 mortos e 12 desaparecidos. O desastre de Mariana não ficou restrito ao município. Ontem, o governo de Minas Gerais decretou situação de emergência na região da bacia do Rio Doce e nos municípios afetados pelo rompimento. A medida envolve 202 municípios, e outros 26, do Espírito Santo, também fazem parte da bacia. Agora, há o risco de rompimento de outra barragem, a de Santarém. Mesmo diante de um quadro tão desastroso, com o Rio Doce tendo sua morte praticamente decretada e com o abastecimento de água de vários municípios estando seriamente afetado, o diretor de Operações e Infraestrutura da Mineradora Samarco, Kléber Terra, afirmou que "não é o caso de pedir desculpas à população". A lógica capitalista é assim. Em busca de lucros, empresas privadas causam danos ambientais que acarretam prejuízos para milhares de pessoas, e cujos efeitos se prolongam ao longo de décadas. Ainda assim, entendem que não devem sequer um pedido de desculpas para a população. Os efeitos do rompimento da barragem de Fundão não foram inteiramente mensurados, e se prolongarão por muito tempo. Espera-se que os responsáveis pelo ocorrido tenham de arcar com o dispêndio de grandes somas de dinheiro para tentar, ao menos, minorar as consequências do desastre. Porém, a declaração do diretor da Samarco e a conhecida leniência da Justiça brasileira para com os poderosos, não tornam essa hipótese muito viável.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Sobrevida

O técnico da Seleção Brasileira, Dunga, garantiu sua sobrevida no cargo. A goleada de 3 x 0 da Seleção sobre o Peru, hoje, na Arena Fonte Nova, fará com que Dunga continue no posto pelo menos até março, quando a equipe voltará a jogar pelas Eliminatórias. Descontando-se o fato de que o Peru é um adversário fraco, a atuação da Seleção foi boa, com Douglas Costa e William tendo sido os dois maiores destaques individuais. Renato Augusto, que teve a chance de sair jogando, teve bom desempenho e marcou um dos gols. Neymar, mais uma vez, rendeu menos que o esperado. O melhor jogador em campo, no entanto, foi Douglas Costa. Ele marcou o primeiro gol, fez uma jogada espetacular que culminou no passe para Renato Augusto marcar o segundo, e desferiu o chute que foi rebatido pelo goleiro e sobrou para Filipe Luís anotar o terceiro. Foi inegável a melhora de rendimento da Seleção com a entrada de Renato Augusto e Douglas Costa e a saída de Lucas Lima e Ricardo Oliveira. Ao que parece, a Seleção funciona melhor sem a figura do centroavante de ofício. O próximo jogo da Seleção pelas eliminatórias será só no dia 24 de março de 2016, novamente em casa, contra o Uruguai, um adversário muito mais exigente. Se vencer, Dunga poderá solidificar ainda mais a sua permanência no cargo. Caso contrário, os rumores sobre a sua saída voltarão a ganhar força.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A continuidade da apologia ao golpe

A revista "Veja", principal representante do neoliberalismo na imprensa brasileira, não desiste da apologia ao golpe, tentando, de todas as formas, fomentar a ideia do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Se antes vislumbrava a hipótese de uma queda total do governo, com o PSDB assumindo o poder, a revista, em sua edição dessa semana, passou, agora, a apoiar a queda de Dilma, tão somente, com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), entrando em seu lugar. O que alimenta o entusiasmo de "Veja" com essa possibilidade é o documento "Uma ponte para o futuro", elaborado pela Fundação Ulysses Guimarães, do PMDB, que faz críticas ao governo e propõe medidas que soam como música aos ouvidos dos demófobos, como privatizar estatais e flexibilizar leis trabalhistas. A luta da revista é tão incansável quanto inócua. Durante todo o período em que o PT está no poder, "Veja" tentou derrubar o governo. Para isso, afora a sua linguagem carregada de antiesquerdismo, apelou para a denúncia de escândalos, sempre caracterizados como "os maiores da história do país". Não obteve êxito. A nova tentativa, por certo, será, mais uma vez, infrutífera. A prova disso esteve, ontem, nas diversas "manifestações populares" em favor do impeachment, realizadas em várias capitais do país. Em todas elas, a presença de público foi baixíssima. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, a Parada Gay teve a participação de 500 mil pessoas. O governo não vai cair, para desconsolo de "Veja" e dos demais golpistas.

domingo, 15 de novembro de 2015

O desencanto brasileiro com a Fórmula 1

Dentro do autódromo de Interlagos a festa foi bonita como sempre, com arquibancadas e demais lugares lotados, a preços elevados. Porém, o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, que teve, hoje, mais uma edição, não alcançou a mesma receptividade por parte de quem estava em casa, sentado no sofá. A Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão da competição no Brasil, perdeu em audiência para a sua principal concorrente, a Record, durante a transmissão da corrida. No transcorrer do ano de 2015, a própria Globo tratou de desprestigiar o produto. Em função da audiência, a Globo deixou de transmitir os treinos classificatórios na íntegra, levando ao ar apenas a terceira e decisiva parte, quando são definidas as dez primeiras posições do grid de largada. As duas corridas anteriores ao Grande Prêmio Brasil sequer foram transmitidas ao vivo pela Globo, que deu preferência a jogos do Campeonato Brasileiro que se realizavam no mesmo horário, e foram mostradas em compacto, após o programa "Fantástico". O crescente desencanto dos brasileiros com a Fórmula 1 tem uma razão clara, que é a falta de pilotos do país capazes de conquistarem vitórias e títulos. No Grande Prêmio Brasil de 2008, quando Felipe Massa ganhou a corrida e perdeu o título na última curva, depois que Lewis Hamilton pulou do 6º lugar para o 5º, a audiência de televisão foi o triplo da verificada hoje. De lá para cá, Massa nunca mais esteve perto de ser campeão, chegou a ficar como único representante do país na Fórmula 1, e, agora, tem a companhia de Felipe Nasr, um piloto de muito talento, mas que ainda está numa equipe pequena e sem chance de obter melhores resultados. O interesse dos brasileiros pela Fórmula 1 foi despertado pela trajetória vitoriosa de Émerson Fittipaldi, ganhador de dois títulos mundiais. Após ele sair de cena, logo surgiram Nélson Piquet, num primeiro momento, e, pouco depois, Ayrton Senna, que ganharam três títulos, cada um. O esporte não sobrevive sem grandes ídolos. Costuma-se dizer que o Brasil, no esporte, vive a monocultura do futebol, mas isso não é bem assim. O brasileiro sempre reconheceu os grandes talentos de todos os esportes. Maria Esther Bueno e Gustavo Kuerten, no tênis, Ademar Ferreira da Silva e João do Pulo, no atletismo, e Éder Jofre, no boxe, foram reverenciados pelos brasileiros. Nos esportes coletivos, a Seleção Brasileira de Basquete Masculino de Amaury Pasos, Wlamir Marques, entre outros, bicampeã mundial, também obteve reconhecimento. Porém, o tênis, o atletismo e o boxe, no Brasil, não produzem grandes talentos de forma sistemática, e sim sazonal, e o basquete masculino jamais tornou a viver um momento tão glorioso quanto aquele. O futebol, ao contrário, sempre produziu grandes ícones no país, o que explica sua consolidação na preferência dos brasileiros. Não houve período, desde a sua introdução no Brasil, em que não fosse revelado um talento notável. Nos primórdios do futebol no país, nas duas primeiras décadas do século passado, surgiu Friendereich. Nos anos 30, junto com o profissionalismo, foi a vez de Leônidas da Silva, o "Diamante Negro". A década de 40 trouxe Zizinho, a de 50, Pelé e Garrincha, a de 60, Gérson, Rivellino e Tostão, a de 70, Zico, a de 80, Romário, a de 90, Ronaldo, e os anos 2000, Neymar. Nunca faltaram talentos diferenciados para manter vivo o interesse dos brasileiros pelo futebol. Nesse sentido, só o vôlei, tanto masculino quanto feminino, apresenta uma realidade semelhante. Desde que o vôlei brasileiro saiu da inexpressividade para tornar-se um colecionador de títulos, há pouco mais de 30 anos, a renovação de valores tem sido constante, o que mantém a qualidade do desempenho e fez com que ele se tornasse o segundo esporte na preferência dos brasileiros, desbancando o basquete. Para que a Fórmula 1 volte a encantar os brasileiros é fundamental que sejam revelados novos talentos capazes de repetir os feitos de Émerson, Piquet e Senna. Afinal, os torcedores de qualquer esporte são movidos a vitórias e, principalmente, títulos.

sábado, 14 de novembro de 2015

Transformando vítimas em algozes

Logo após os atentados de Paris, as redes sociais passaram a repercutir os acontecimentos, como não poderia deixar de ser. O incrível é que muitas das postagens tentavam justificar o ocorrido, com argumentos como o de que era a consequência da ação opressora do cristianismo sobre o islamismo, e do colonialismo do Ocidente sobre o Oriente. O que houve em Paris, foi inaceitável, imperdoável, repugnante, abjeto. Não se pode transformar as vítimas em algozes. Mais de uma centena de inocentes foram assassinados, enquanto desfrutavam momentos de lazer, por fanáticos religiosos ensandecidos. As mazelas históricas da relação entre o Ocidente e o Oriente são conhecidas, mas elas não justificam o que houve em Paris. Não é possível que alguém compre a ideia de que terroristas que já degolaram e, agora, fuzilaram pessoas são a representação de povos ou grupos oprimidos pelas potências imperialistas, e que estariam reagindo a atrocidades de que teriam sido vítimas em outros tempos. Até porque, reagir com violência a uma agressão sofrida não é buscar justiça, é procurar vingança. Na verdade, o grande embate que se estabeleceu no mundo atualmente é entre a sua porção esclarecida e os adeptos do obscurantismo, com seu fundamentalismo religioso e conceitos morais medievais. Os terroristas não são coitadinhos oprimidos pelos países ocidentais. São bandidos que praticam crimes hediondos, e não merecem complacência.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O mundo em pânico

Os atentados terroristas de hoje em Paris, que já resultaram em mais de uma centena de mortos, instauram o pânico no mundo. Esse tipo de ataque vem se sucedendo, com grande número de vítimas. A motivação por trás de tamanha violência, praticada por grupos radicais islâmicos, é de caráter religioso e cultural, e também é adubada pela inconformidade com a opulência material do Ocidente em contraste com as carências dos países do Oriente. Seja como for, o combate ao terrorismo é um desafio que se coloca para as grandes potências, pois os ataques não tem sido previstos pelas forças de segurança, e vitimam cidadãos indefesos, em situações como estar num restaurante ou numa casa noturna. Até aqui, os países atingidos pelos atos terroristas tem reagido com equilíbrio. O prosseguimento dos ataques, no entanto, poderá levar a um quadro limite, em que os países ocidentais tenham de dar uma resposta mais drástica. Nesse caso, um grande conflito internacional poderia se estabelecer, com muitas perdas de vidas. O que aconteceu hoje é muito grave. Não é possível ficar assistindo passivamente aos atos hediondos praticados pelos terroristas. As pessoas tem direito à segurança, para poderem viver com normalidade, sem ficarem expostas ao ímpeto assassino de mentes perturbadas pelo fundamentalismo religioso. Os fatos ocorridos hoje em Paris exigem uma resposta enérgica, e ela não pode tardar.

Mais sorte que futebol

Visto isoladamente, o resultado da Seleção Brasileira contra a Argentina, hoje à noite, no Monumental de Nuñez, foi bom. Afinal, empatou em 1 x 1 jogando fora de casa contra a sua maior rival. No entanto, a realidade é bem diferente. A Seleção Brasileira fez um péssimo primeiro tempo, em que foi dominada inteiramente pela Argentina. A derrota parcial de 1 x 0 era mais do que justa. No segundo tempo, a Seleção achou um gol, e conseguiu manter o empate até o final. Em resumo, a Seleção teve mais sorte que futebol. Afora isso, é preciso lembrar que a Argentina estava sem seu principal jogador, Messi, e teve mais quatro desfalques, todos por lesão. Enquanto isso, a Seleção teve a volta, após cumprir suspensão, de seu maior craque, Neymar, que, por sinal, não jogou bem. A campanha realizada até o momento nas Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2018, com quatro pontos ganhos em nove disputados, e o fraco desempenho em todos esses jogos, somada ao fracasso na Copa América, mostram que a Seleção Brasileira, com Dunga como técnico, não tem boas perspectivas para o futuro. A contratação de Dunga como técnico foi um grande erro, e sua permanência no cargo significa uma perda de tempo que poderá custar caro à Seleção. Está mais do que na hora de a CBF ouvir o que é quase um consenso da opinião pública, e contratar Tite, atualmente no Corinthians, para ser o novo técnico da Seleção.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O estigma do envelhecimento

A população brasileira está envelhecendo rapidamente. O número de idosos vem crescendo significativamente, e a expectativa média de vida vem se ampliando de modo progressivo. Ainda assim, o envelhecimento, um processo natural da existência humana, segue sendo tratado como um estigma. O episódio envolvendo a atriz Vera Fischer num aeroporto, no último dia 6, mostra  o quanto é absurda essa situação. Vera foi flagrada embarcando num vôo sem maquiagem. Um dos maiores símbolos sexuais brasileiros em tempos passados, Vera hoje é uma senhora de 63 anos, e é natural que isso se reflita na sua aparência. No entanto, sites da internet e as redes sociais não tiveram esse entendimento, e fizeram comentários jocosos sobre a atriz, que hoje exibe um corpo acima do peso e um rosto sem viço. Até mesmo montagens foram feitas, mostrando o antes e o depois da atriz, com uma foto em que ela aparece ainda majestosa aos 48 anos, e, ao lado, o flagrante colhido no aeroporto. A beleza e a juventude são efêmeras, como tudo na vida. A velhice não deve ser vista como um castigo ou uma desonra, ela é uma decorrência natural de uma existência longa. O tratamento dado ao aspecto físico atual de Vera Fischer revela o quanto a sociedade está tomada pela frivolidade e pobreza interior, privilegiando o que é superficial em detrimento de valores mais sólidos e profundos. O ser humano nunca teve tanto acesso ao conhecimento e à informação como atualmente, mas, contraditoriamente, continua a ser predominantemente raso e fútil.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Uma comunicação nem um pouco social

A chamada "grande imprensa" reage ferozmente a qualquer tentativa de reforma da mídia no país, mas ela é necessária, e inadiável. A Comunicação Social praticada no país, não faz jus ao nome. A área de comunicação, no Brasil, não é nem um pouco social. Os veículos de imprensa estão submetidos aos interesses financeiros e políticos de seus proprietários, em detrimento dos anseios da população. Muitos dos procedimentos dos meios de comunicação brasileiros ferem a legislação do setor. Um exemplo disso é o que fazem algumas redes de televisão que vendem espaços de sua programação para terceiros, o que é vedado pela lei. Há, também o descumprimento dos percentuais obrigatórios de conteúdo jornalístico e de produções locais. Toda a vez que é levantada a ideia de se fazer uma reforma midiática no país, os barões da imprensa reagem com a alegação de "ameaça á liberdade de expressão". Conversa fiada. A reforma é necessária justamente para que os meios de comunicação sejam um recurso de expressão da sociedade, e não um mero instrumento a serviço das oligarquias brasileiras. A ex-prefeita de São Paulo, Luíza Erundina, declarou, recentemente, que a reforma midiática é mais urgente, para o Brasil, do que a agrária. Erundina tem toda a razão. O governo vem empurrando essa questão com a barriga faz tempo. Está na hora dele enfrentar a chiadeira dos veículos de comunicação, e promover essa mudança tão fundamental para o país.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Sandra Moreyra

O jornalista não é a notícia, ele é um elo de transmissão dela com o público. Hoje, no entanto, essa regra terá de ser quebrada, pois a morte da jornalista Sandra Moreyra a transforma numa das principais e mais tristes notícias do dia. Sandra, que morreu após uma longa luta contra um câncer, era uma das repórteres de televisão mais conhecidas do grande público. Presença constante nos telejornais da Rede Globo, participou de coberturas importantes como a do Césio-137, em Goiãnia, e o naufrágio do Bateau Mouche, no Rio de Janeiro, por exemplo. Competente e carismática, sua imagem, por certo, ficará retida na memória dos telespectadores brasileiros. Neta de Álvaro Moreyra, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras que dá nome a uma sala de teatro no Centro Municipal de Cultura de Porto Alegre, e filha de Sandro Moreyra, famoso cronista esportivo brasileiro, Sandra, que também trabalhou na imprensa escrita, honrou a tradição familiar de lidar com as letras e os fatos jornalísticos. Deixa uma grande saudade em todos os que apreciam o jornalismo praticado com talento e dedicação.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Um clube igual aos outros

O São Paulo era um clube diferenciado dentro da estrutura caótica do futebol brasileiro. Sério, estruturado, organizado, responsável. Suas crises, raras por sinal, logo eram debeladas, e não deixavam sequelas. Não é mais assim. A surpreendente demissão, hoje anunciada, do técnico Doriva, que estava há um mês no cargo, demonstra que o São Paulo, agora, é um clube igual aos outros, isto é, age sem planejamento e convicção. Doriva foi contratado por um presidente que, depois de fazer a sua apresentação oficial como novo técnico do clube, renunciou ao cargo em meio a denúncias que mancharam sua administração. Portanto, começou seu trabalho sem respaldo. Seu futuro, é claro, não era nada promissor. Porém, demitir um técnico faltando apenas quatro rodadas para o término do Campeonato Brasileiro, com o São Paulo com grandes chances de classificação para a Libertadores, é algo de difícil compreensão. Durante todo o ano, o São Paulo foi um clube envolto em turbulências, sem um ambiente tranquilo para que um bom trabalho fosse desenvolvido. Ainda assim, a boa qualidade média do seu grupo de jogadores e a grandeza que lhe é inerente mantiveram o São Paulo em condição de competir com os demais. No entanto, para todos aqueles que aprenderam  a admirar o São Paulo por sua estrutura modelar, é uma decepção constatar que essa condição pertence ao passado.

domingo, 8 de novembro de 2015

A afirmação que nunca chega

O Grêmio perdeu por 1 x 0 para o Sport, hoje, na Ilha do Retiro, pelo Campeonato Brasileiro. Nos últimos quatro jogos, o Grêmio tem duas derrotas, um empate e uma vitória. Devido á "gordura" acumulada ao longo do Brasileirão, o Grêmio se mantém em terceiro lugar com um certo conforto, mas sempre que necessita decidir algo ou buscar uma posição mais vantajosa, o time falha. Com isso, o Grêmio se tornou o time de uma afirmação que nunca chega. Olhando isoladamente o segundo turno, o Grêmio tem uma campanha inferior a do Inter, que jamais se encontrou na competição. Hoje, mesmo com o discurso do técnico Róger Machado, antes do jogo, de que a vitória era importante para a tentativa de buscar o vice-campeonato, o Grêmio se repetiu na sua hesitação em momentos decisivos. Teve chances de ganhar o jogo, e desperdiçou-as. Se é verdade que o goleiro adversário fez duas defesas extraordinárias que impediram o Grêmio de marcar gols, a chance perdida por Éverton logo no início do seguindo tempo foi imperdoável. A situação do Grêmio já poderia ser bem mais tranquila na tabela, e a classificação para a Libertadores estar matematicamente definida. Porém, o Grêmio deixou pelo caminho pontos irrecuperáveis contra clubes pequenos e médios. O mesmo Grêmio que ganhou seis pontos do Santos, quatro do Corinthians, e que venceu o Atlético Mineiro, no Mineirão, perdeu dois jogos para a Chapecoense, e, contra o Sport, obteve um empate e uma derrota. A campanha do Grêmio, no todo, é razoável, mas o time está longe de ser confiável. Para disputar a Libertadores com chances, e retornar a rotina de ganhar títulos, será necessário muito mais do que manter a atual base de time e acrescentar poucos reforços. A campanha atual é meritória, dada a circunstância da carência de recursos financeiros, mas o fato é que o Grêmio não avançou em relação a si mesmo. Nos últimos anos, o Grêmio tem feito boas campanhas na principal disputa do futebol brasileiro. Foi vice-campeão em 2008 e 2013, terceiro colocado em 2006 e 2012, e ficou em quarto lugar em 2010. São campanhas dignas, nada mais do que isso. Um clube grande como o Grêmio precisa de títulos de expressão, e eles ainda parecem longe de serem alcançados.

sábado, 7 de novembro de 2015

Ausência de fair play

O Inter venceu a Ponte Preta por 1 x 0, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Em muitos aspectos, o jogo foi uma repetição de outros tantos do Inter no Brasileirão, em seu estádio. O adversário jogando melhor e tendo mais chances de gol, a vitória pelo placar mínimo. Contra o Avaí, no primeiro turno, por exemplo, já havia sido assim. No seu mais recente jogo em casa, outro 1 x 0, sobre o modestíssimo Joinville. O que houve de novo dessa vez, então? A ausência de fair play por parte do Inter, que culminou na marcação do gol. A bola tinha sido chutada para fora de campo para o atendimento de um jogador da Ponte Preta que havia caído no gramado. Beneficiado pela cobrança de um lateral, cabia ao Inter, cumprindo com o princípio do fair play, devolver a bola para a Ponte Preta. Orientado por seu técnico, Argel Fucks, a não fazê-lo, o Inter prosseguiu com a posse da bola, e deu início ao lance que redundaria no gol. A Ponte Preta reclamou muito e um conflito se estabeleceu na zona mista, após o jogo. O episódio da falta de fair play evidencia dois fatos. O primeiro é de que o Inter, a exemplo do escorpião da fábula, apenas seguiu a sua natureza. Ao longo de sua história, o clube sempre gostou de ganhar "na marra". O segundo fato é o de que Argel Fucks não possui estatura para ser um técnico de ponta. Não bastasse o seu português sofrível, e seu jeito assumidamente bronco, Argel é do tipo que ainda acredita que a malandragem é importante para se alcançar a vitória, de que todos os expedientes são válidos para tentar obtê-la. O resultado manteve o Inter com esperanças de se classificar para a Libertadores, mas isso continua sendo improvável.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Novo Neymar

No dia de hoje circularam rumores, vindos da Espanha, de que Real Madrid e Barcelona estariam interessados no jogador Luan, do Grêmio, que já estaria sendo chamado por lá de "novo Neymar". Nunca estive entre os fãs ardorosos de Luan, pelo contrário. Não consigo, ao assistir suas atuações, ver o talento superlativo que tantos enxergam nele. Luan tem boa técnica, mas está muito longe de ser um craque. Abusa da retenção de bola e erra passes em demasia. Sua finalização é deficiente pois não possui potência no chute. Por tudo isso, fiquei surpreso ao ver que Luan liderou por vários meses a Bola de Ouro da revista Placar, que premia o melhor jogador do Campeonato Brasileiro, independentemente de posição. Luan não é, nem nunca será, o novo Neymar. O ex-jogador do Santos já era um craque afirmado e reconhecido aos 17 anos, Luan já está com 22 e ainda não atingiu essa condição. Sendo assim, entendo que sua venda, caso viesse a se confirmar, não seria um desastre para o Grêmio, desde que a compensação financeira fosse interessante. O Grêmio não possui a totalidade dos direitos econômicos de Luan, o que diminui ainda mais o valor que iria para os cofres do clube. Por essa razão, considero que a quantia aventada de 15 milhões de euros que seria ofertada para a aquisição do jogador, é baixa. Se conseguisse dobrar esse valor, o Grêmio faria, aí sim, um bom negócio.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Os Rolling Stones vem aí

Conforme um anúncio feito em 2014, os Rolling Stones iriam se apresentar neste mês em Porto Alegre. O fato não se confirmou, mas o show sofreu, apenas, um adiamento. Será em março de 2016, como parte integrante de uma turnê pela América Latina, que ainda terá outros três shows no Brasil. A apresentação de Porto Alegre encerrará a parte brasileira da turnê. A notícia é espetacular. Mesmo setentões, os Rolling Stones ainda são capazes de fazerem shows incendiários. Estive entre os que assistiram o histórico show gratuito na praia de Copacabana, em fevereiro de 2006. A excursão brasileira que se aproxima, portanto, ocorrerá dez anos depois daquela noite inesquecível. Os Rolling Stones chegarão aqui com uma bagagem de 53 anos de carreira, o que faz com que o setlist de seus shows seja repleto de clássicos e grandes sucessos. O público vai ao delírio com músicas como "Satisfaction", "Let's Spend the Night Togheter", "Jumpin Jack Flash", "Ruby Tuesday", "Brown Sugar", "Angie", "Wild Horses", "Start me Up" "Waiting on a Friend", entre tantas outras que permanecem na memória de sucessivas gerações. Agora, com a confirmação da data do show, começa a contagem regressiva. Os ingressos, é claro, deverão ter um custo um tanto elevado, mas um show dos Rolling Stones vale cada centavo que por ele for pago. Os Rolling Stones vem aí, e isso é o que importa.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

O Estado laico ameaçado

Desde a proclamação da República, o Brasil é um país laico, ou seja, adota a separação entre o Estado e a religião. Dessa forma, não há uma religião oficial e é assegurada ampla liberdade de culto. Porém, o Estado laico, no Brasil, está sendo ameaçado, pelo avanço da chamada "bancada evangélica" no Congresso Nacional. Numerosa, e tendo entre seus membros o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), a referida bancada tem apresentado projetos retrógrados, alguns risíveis e estapafúrdios como o da "cura gay", na tentativa de impor ao país sua particular visão de mundo. A mais recente iniciativa desse grupo foi a aprovação de um projeto que permite às igrejas questionarem o Supremo Tribunal Federal, órgão máximo da Justiça no país, e a própria Constituição. Conforme o relator do projeto, o STF tem preconceito com as igrejas, preferindo adotar critérios científicos em suas decisões em detrimento dos aspectos religiosos. Como se isso fosse errado! Era só o que faltava o STF deixar de lado a fundamentação científica para abraçar teses embasadas no preconceito, na superstição, no atraso mental e  no obscurantismo, características que são próprias de todas as religiões, em maior ou menor grau. A laicidade do Estado é uma conquista inegociável da cidadania. Os setores mais esclarecidos e evoluídos da sociedade brasileira precisam responder, imediatamente, a esse avanço do fundamentalismo religioso. O país não pode se tornar refém desse grupo que quer remetê-lo para uma organização social anacrônica. O projeto aprovado hoje tem de ser considerado a gota d'água na ação dos evangélicos no Congresso Nacional. Há que se buscar, o quanto antes, um meio de deter a ação desses agentes do arcaísmo.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Falso estadista

Nos últimos meses, a figura do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem se tornado constante na mídia. Ele opina sobre a situação política do país com ar professoral, externa variados conceitos, e chega a aconselhar que a presidente Dilma Rousseff renuncie ao cargo. Agora, FHC está lançando o primeiro volume dos seus diários do tempo em que foi presidente. A imprensa conservadora não deixa por menos, e o apresenta como um exemplo de estadista. Mais uma vez, aplica-se nesse caso a memória seletiva da direita brasileira. Ela adora destacar o fato de que Dilma Rousseff está com uma popularidade de apenas 8%, atualmente. Esquece, convenientemente, de que esse era o índice de popularidade de FHC no final de seu governo. Condena, veementemente, a corrupção dos governos de Luís Inácio Lula da Silva e Dilma, mas não tem a mesma postura quanto ao fato de FHC ter recorrido a compra de votos no Congresso Nacional para conseguir aprovar a emenda que instituiu a reeleição. O "estadista" em questão, ao assumir o poder, pediu que as pessoas esquecessem o que ele havia escrito em sua longa carreira de sociólogo de clara inspiração de esquerda. Em seu governo, promoveu uma onda de privatizações, torrando patrimônio público em troca de moedas podres. Se o PT é acusado de fazer alianças pouco nobres com partidos de todos os espectros, FHC não ficou atrás. Entre seus aliados estava, entre outros nomes pouco recomendáveis, o falecido ex-senador Antônio Carlos Magalhães, um típico "coronel" da política brasileira. Fernando Henrique Cardoso é um homem de inegável cultura e capacidade intelectual. Não se distingue, no entanto, do panorama desolador da política brasileira. Não passa de um falso estadista, lobo em pele de cordeiro.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Piorando o que já era ruim

Há poucos dias, nesse espaço, abordei a preocupante perspectiva de futuro do futebol brasileiro, tomando por base o desempenho da Seleção Brasileira Sub-17 no campeonato mundial da categoria, que está sendo realizado no Chile. Destaquei o fato de que a equipe conseguira uma passagem de fase vencendo a Nova Zelândia por 1 x 0, com um gol de pênalti aos 48 minutos do segundo tempo, e que o adversário já havia desperdiçado uma outra penalidade máxima. Sabidamente, a Nova Zelândia é um país que não tem tradição no futebol, e uma vitória tão magra, nas circunstâncias referidas, revela a que ponto chegou a pobreza técnica atual do futebol brasileiro. Pois aquilo que já era ruim acabou piorando. Ontem, a Seleção Brasileira Sub-17 foi eliminada da competição ao ser goleada pela Nigéria por 3 x 0 sofrendo três gols em apenas quatro minutos, o último deles um frango do goleiro. Não estou entre aqueles que acham que a Seleção Brasileira principal vá ficar fora de uma Copa do Mundo algum dia, mas se os jogadores que representam o futuro do futebol do país demonstram um nível tão precário, o que se pode esperar mais para a frente? Afinal, dessa geração é que devem sair jogadores para disputar as Copas de 2022 e 2026. Para a única seleção a ter ganho cinco Copas, não basta participar, é preciso ter condições de buscar o título. Pelo que se tem observado das seleções Sub-20 e Sub-17 do Brasil, a tendência é que um prolongado jejum de conquistas, como ocorreu entre as Copas do Mundo de 1970 e 1994, volte a ocorrer. Está mais do que na hora de buscar as causas desse empobrecimento constante do futebol brasileiro, e tomar as medidas necessárias para que ele possa retornar ao patamar dos seus melhores tempos.

domingo, 1 de novembro de 2015

Tropeço em hora errada

O Inter perdeu para o Goiás por 2 x 1, de virada, hoje, no Serra Dourada, pelo Campeonato Brasileiro. Foi o que se pode definir como um tropeço em hora errada. As chances de obter uma classificação para a Libertadores, que eram razoáveis, tornaram-se meramente teóricas. O Inter está, agora, três pontos atrás de Santos e São Paulo, com menor número de vitórias e um saldo de gols muito inferior. Faltando cinco rodadas para o final do Brasileirão, essa situação ainda pode ser alterada, mas isso é muito pouco provável. Hoje, depois de fazer um bom primeiro tempo e obter uma vitória parcial por 1 x 0, com um golaço de Valdívia, o Inter parou no segundo, levando dois gols logo no início, e não conseguindo reagir. Embora as declarações no vestiário do Inter fossem de que as chances de ir para a Libertadores ainda existem e de que é preciso continuar lutando por esse objetivo, a derrota para o Goiás deverá gerar um grande desânimo no clube. Ao que tudo indica, 2015 acabou para o Inter.

Classificação encaminhada

O Grêmio venceu o Flamengo por 2 x 0, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. A vitória deixou a classificação do Grêmio para a Libertadores encaminhada, e, com a derrota do Atlético Mineiro para o Corinthians, a chance de ser vice-campeão do Brasileirão voltou a aparecer no horizonte do clube. O curioso é que o Grêmio só jogou no segundo tempo. Foi o inverso, portanto, do ocorrido contra a Chapecoense, quando, depois de abrir 2 x 0 no placar, o Grêmio retornou irreconhecível do intervalo, e sofreu a virada. Hoje, no primeiro tempo, a atuação do Grêmio foi muito ruim. O time não conseguia acertar passes e submetia-se à marcação do Flamengo. As entradas de Éverton e Bobô acabaram se mostrando decisivas. Éverton entrou na volta do intervalo, e Bobô, mais adiante. Foram eles que marcaram os gols da vitória. Sempre que é colocado no time, Éverton dá boa resposta. Ainda assim, o técnico do Grêmio, Róger Machado, só lhe dava alguns minutos para mostrar seu futebol. Contra o Flamengo, com a chance de jogar um tempo inteiro, reafirmou que é merecedor de ganhar novas oportunidades. Bobô, por sua vez, calou a boca dos críticos, fazendo mais um gol e comprovando sua utilidade. Porém, o melhor jogador do Grêmio em campo foi Geromel. Sua atuação foi simplesmente impecável. Luan, por outro lado, apresentou uma atuação irregular. Péssima no primeiro tempo, boa no segundo. Ainda que o futebol do time esteja claudicante nos últimos jogos, o Grêmio vai atingindo os objetivos que lhe restam na competição, e deverá ter um final de ano tranquilo.