segunda-feira, 9 de julho de 2018

A continuidade de Tite

Transcorridos três dias desde a desclassificação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, começa a ser feito o balanço do que foi realizado e a projeção do que virá pela frente. Dentro desse processo, há uma tendência pela permanência do técnico Tite. A continuidade de Tite no cargo se daria, entre outras razões, pela falta de nomes qualificados para ocupar o seu lugar, e pela recuperação da Seleção sob o seu comando. Porém, ainda que se concorde, em linhas gerais, com esse posicionamento, não há como deixar de constatar que Tite cometeu muitos erros, que não podem se repetir. Tite recebeu uma carta branca da CBF para agir com plena autonomia, o que sempre é temerário, e acumulou equívocos. Sua equipe de apoio foi formada mais com base na proximidade gerada por trabalhos anteriores em conjunto do que pelo mérito indiscutível dos ocupantes de cada função. A lista de jogadores definitiva para a disputa da Copa apresentou omissões incompreensíveis e convocações inaceitáveis. No campo das omissões, como entender a ausência de Arthur, por exemplo? No tocante aos convocados, Fagner não poderia ter sido chamado, quanto mais se tornar titular. Pesou em seu favor o fato de ter trabalhado por muito tempo com Tite no Corinthians, o que não é argumento suficiente em se tratando da Seleção, que deve prezar a qualidade acima de tudo. As convocações de Fred e Taison também são inexplicáveis. Tite justificou a convocação de Taison pela sua vasta experiência em jogos pelas copas europeias de clubes, mas acabou sem utilizar o jogador em nenhum momento. A manutenção de Fred no grupo, quando a lesão que sofrera apontava para o seu corte como a melhor solução, foi outro erro de Tite. O rodízio de capitães, sem definir um nome específico para a função, foi uma atitude absurda de Tite. Como se vê, se Tite permanecer terá de de revisar os seus critérios, ou caminhará para um novo insucesso. Terá ele a autocrítica necessária para fazer isso? Só o tempo dirá.