domingo, 23 de julho de 2017

Waldir Peres

Waldir Peres, o goleiro da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982, que faleceu hoje, aos 66 anos, é uma dessas pessoas que são vítimas de apreciações históricas equivocadas. Waldir Peres foi titular da Seleção na Copa de 82, mas também esteve presente nas edições de 74 e 78 como reserva. Nenhum jogador é convocado para três Copas do Mundo consecutivas se não for muito qualificado, e Waldir Peres era. Ocorre que, em 82, o melhor goleiro do Brasil era, sem dúvida, Leão, então no Grêmio, que não foi convocado pelo técnico da Seleção, Telê Santana, contrariando o desejo da maioria da opinião pública. Afora isso, Waldir Peres tomou um "frango" pelo meio das pernas na estreia na Copa, contra a extinta União Soviética. Foi o que bastou para que ele fosse qualificado como uma peça destoante em meio a grandes nomes como Zico, Toninho Cerezzo, Júnior, Falcão, Leandro, entre outros. Esse é um conceito falso. Waldir Peres não era um "frangueiro". Pelo contrário, era um grande goleiro, que fez mais de 600 jogos com a camisa do São Paulo. Como ele mesmo lembrou, certa vez, em uma entrevista, a derrota para a Itália, no Sarrià, foi a sua única em 39 jogos pela Seleção. Para quem, como eu, teve a oportunidade de acompanhar a sua carreira, fica o reconhecimento a um grande goleiro, que teve uma bela carreira, e um comportamento profissional exemplar. Waldir Peres fez a sua parte como jogador. Se não era o melhor da posição no país em 82, tampouco deixava de ser um goleiro em nível de Seleção. Waldir Peres se vai deixando uma trajetória exitosa, sem nada a dever.