segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O escândalo da vez

Incansável na sua busca de desgastar a imagem do governo federal, e propiciar uma troca de ocupantes do poder nas próximas eleições presidenciais, em 2014, a revista "Veja", terminado o julgamento do "mensalão", descobriu um novo escândalo para explorar. O leitor pode até entender que eu esteja sendo repetitivo ao abordar tal tema, mas isso é a consequência de um comportamento editorial da revista que também não muda. Agora, é uma vilã que centraliza a fúria antigovernista de "Veja": Rosemary Nóvoa de Noronha, chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo. Rosemary estaria envolvida em diversas traficâncias dentro do governo, participando de indicações para cargos e distribuindo favores em trocas de dinheiro. Há insinuações, inclusive, de que Rosemary poderia ter um caso amoroso com o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. "Veja", como sempre, carrega nas tintas, tentando maximizar os fatos, adotando uma postura de indignação moral. Paralelamente, em outras matérias, são destacados fatos como o baixo crescimento do PIB entre as razões para que a presidente Dilma Roussef tenha sua imagem desgastada, ameaçando sua reeleição. Nada indica que isso vá acontecer. Todas as pesquisas até hoje realizadas mostram que Dilma goza de grande popularidade. As previsões de desgaste da imagem da presidente e de seu governo, invariavelmente, estão ligadas a setores conservadores e não repercutem fora desses círculos restritos. Não sei se tudo o que se diz de Rosemary é verdade ou não. Não estou aqui a julgar se estamos ou não diante de atos de corrupção nas entranhas do poder. Acontecimentos do gênero estão longe de ser estranhos ao meio político. Também não procuro minimizar nem, muito menos, justificar a prática de malfeitos por qualquer pessoa. O que reafirmo é que, assim como nos demais escândalos, o de Rosemary também não irá fragilizar o governo. Eleições se ganham com bons candidatos. Os atuais ocupantes do poder tem conseguido apresentá-los ao eleitor. Seus opositores, não. Enquanto esse quadro não mudar, "Veja" poderá denunciar um novo escândalo a cada semana, sem que isso arranhe a imagem do governo. Como o pleito para prefeito de São Paulo já mostrou, o eleitor não mudou suas opções, e não há nenhum indicativo de que, tão cedo, venha a fazê-lo.