sábado, 12 de dezembro de 2015

O centenário de Frank Sinatra

A comemoração do centenário de pessoas ou instituições é algo que se reveste de grande expressividade. Se as datas "redondas" em geral são muito festejadas, um centenário é especialmente relevante. Afinal, um século é um período largo de tempo. A data de hoje marca a passagem dos cem anos de nascimento de Frank Sinatra, um dos maiores cantores de todos os tempos. Sinatra, que faleceu em 1998, aos 83 anos, é um daqueles poucos e brilhantes artistas cuja obra resiste a ação do tempo. Sinatra não compunha, mas era um intérprete notável, que gravou vários standards da música internacional, como "My Way", "Strangers in the Night", "Fly me to the Moon", "Let me Try Again", "New York, New York". Em 1980, levou mais de 100 mil pessoas ao Maracanã, no Rio de Janeiro. Sua ligação com o Brasil, no entanto, não se limita a essa oportunidade. Nos anos 60, gravou um disco em conjunto com Tom Jobim, de grande qualidade, intitulado "Francis Albert Sinatra and Antônio Carlos Jobim". Chamado de "a voz", Sinatra tinha um estilo muito próprio e marcante de cantar. Sua interpretação de "Something", o clássico de George Harrison, é um exemplo disso. Personalíssima, ela difere muito da gravação original, dos Beatles, mas, mesmo assim, é encantadora. Ouvir Sinatra é um sempre um prazer. Numa época em que a música tornou-se algo performático e de pouco conteúdo, Sinatra, a cada vez que o ouvimos, nos recorda que, para que nos deleitemos com uma audição, o essencial é uma composição de qualidade interpretada por uma bela e afinada voz. O centenário de Frank Sinatra merece ser efusivamente celebrado.