sexta-feira, 17 de abril de 2015

Continuísmo

A posse de Marco Pólo Del Nero como novo presidente da CBF representa o continuísmo no futebol brasileiro. Del Nero já era vice-presidente na administração anterior, que tinha José Maria Marin no posto que ele, agora, passou a ocupar. Assim, não há nenhuma perspectiva de serem implementadas mudanças no desolador quadro do futebol no país. Cogita-se de que Del Nero vá ganhar cerca de R$ 200 mil de salário, o que é algo espantoso para um cargo que, em princípio, não deveria ser remunerado. Não bastasse isso, a CBF ainda paga R$ 15 mil reais para cada presidente das federações estaduais. Com isso, o esquema que sustenta toda a engrenagem que ditas as regras no futebol brasileiro fica ainda mais fortalecido. Continuarão, portanto, os campeonatos estaduais longos e enfadonhos, os clubes pequenos sem calendário integral, a debandada das revelações para o exterior, a Seleção Brasileira jogando amistosos fora do país e perdendo, cada vez mais, sua conexão com o torcedor. O fracasso na Copa do Mundo, com a vexatória goleada de 7 x 1 sofrida pela Seleção para a Alemanha, de nada serviu. O futebol no Brasil continua nas mãos daqueles que o conduziram para o desastre. A proibição, por parte da Fifa, de que os governos intervenham nas federações nacionais, torna a situação ainda pior, um verdadeiro beco sem saída. O futebol brasileiro permanecerá sendo conduzido por uma CBF dirigida por ineptos e corruptos. Não há sinal de que esse panorama vá se alterar tão cedo, o que compromete, cada vez mais, o futuro do futebol brasileiro.