quarta-feira, 27 de maio de 2020

Chumbo trocado

A política brasileira vive momentos eletrizantes. Ontem, a Polícia Federal realizou uma operação de busca e apreensão na residência oficial do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Hoje, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Federal realizasse ações de busca e apreensão contra 27 pessoas, entre elas o empresário Luciano Hang, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, o blogueiro Alan dos Santos, e a ativista Sarah Winter. A ação é parte integrante do inquérito sobre as Fake News. Em comum, as 27 pessoas tem o fato de serem apoiadoras do presidente Jair Bolsonaro. Moraes determinou que elas tenham os seus sigilos bancário e fiscal quebrados, e bloqueados os seus perfis nas redes sociais. As medidas de Moraes, mais do que oportunas, visam desbaratar o chamado "gabinete do ódio". Portanto, há chumbo trocado entre o governo federal e o Supremo Tribunal Federal. Absurdamente, o Procurador Geral da República, Augusto Aras, pediu ao ministro Edson Fachin, do STF, relator do inquérito das Fake News, para que o arquive. Fica evidente que Aras tornou-se um aliado de Bolsonaro, que o nomeou para o cargo, de olho numa indicação para a mais alta corte do país. O mesmo Aras, em outubro de 2019, mostrou-se favorável ao inquérito. O grande temor do presidente Jair Bolsonaro é que o inquérito chegue até seu filho, Carlos Bolsonaro, que é vereador no Rio de Janeiro e não tem foro privilegiado. Afora isso, serão revelados, também, os nomes dos empresários que financiam essas ações antidemocráticas. A parte saudável da sociedade brasileira vibra com as medidas tomadas para desbaratar o gabinete do ódio. A casa de Bolsonaro começa a cair. Não será fácil, nem tão rápido quanto deveria, mas o governo genocida de Bolsonaro irá chegar ao fim.