segunda-feira, 7 de abril de 2014

Doações

O Supremo Tribunal Federal posicionou-se, na semana passada, a favor da proibição das doações de empresas a candidatos nas eleições. Seis dos onze ministros manifestaram esse entendimento. O julgamento só não foi concluído porque Gilmar Mendes, sempre ele, que deu mostras de ser contrário à proibição, pediu tempo para analisar o processo. Com isso, a mudança não irá valer para as eleições deste ano. Ainda assim, o assunto já suscita discussões. Particularmente, não acho que tal proibição vá ter muita eficácia, já que os meios de burla-la, certamente, serão inúmeros, mas, a partir da posição da revista "Veja", passei a ver a medida com simpatia. Como se sabe, a referida revista é a maior expressão, na imprensa, da plutocracia brasileira. Ela é contra a proibição, por considerar que não há nada mais legítimo que empreendimentos exerçam o direito de apoiar políticos com visões coincidentes com as suas. Ao estabelecer a proibição, o Supremo Tribunal Federal, conforme "Veja", estaria optando pelo populismo e endossando o princípio de que as empresas são um mal em si mesmas e a origem da corrupção na política. Ainda que não sejam a origem da corrupção na política, as empresas contribuem muito para fomentá-la. A proibição de que façam doações para candidatos pode não ser toda a solução para o problema, mas é um bom começo. Pena que a resolução, se confirmada, como já foi referido, não vá ser aplicada já nas eleições de 2014.