quinta-feira, 16 de agosto de 2018

O talento faz a diferença

Os "modernos" pensadores do futebol costumam encher a boca e inflar o peito para dizer que ele é um esporte coletivo. Em princípio, a afirmação é uma obviedade, pois o futebol é um enfrentamento de equipes, não de um indivíduo contra outro, como no tênis, por exemplo. Porém, o que está por trás do discurso dos modernosos não é essa evidência, mas a ideia de que as ações táticas e coletivas devem prevalecer sobre a técnica individual. O problema é que essa visão colide com a realidade. Ao longo dos tempos, o fascínio do futebol esteve alicerçado nos seus grandes valores individuais, capazes de empolgar multidões. Nomes como Pelé, o maior de todos, Garrincha, Maradona, Puskas, Cruijff, entre outros. Ontem, mais uma vez, ficou provado que, no futebol, o talento faz a diferença. Na sua primeira decisão sem Cristiano Ronaldo, que foi para o Juventus, o multicampeão Real Madrid foi derrotado. Na decisão da Supercopa da Europa, contra o Atlético de Madrid, seu freguês em jogos desse perfil, o Real Madrid perdeu por 4 x 2. Ninguém perde um jogador que detém o título de melhor do mundo, na atualidade, sem que isso gere consequências. O sucesso do Real Madrid nos últimos anos, empilhando títulos, estava fortemente alicerçado no brilho de Cristiano Ronaldo. O mesmo acontece com o Barcelona em relação a Messi. O futebol é um esporte coletivo, mas é o talento individual que age como fator de desequilíbrio. A transpiração de nada vale onde não houver inspiração.