sexta-feira, 15 de julho de 2022

A apologia do golpe

Faltam apenas três meses para as eleições presidenciais, e o país caminha para um pleito envolto por incertezas. O presidente genocida Jair Bolsonaro, que concorrerá à reeleição, continua a tentar desacreditar as urnas eletrônicas. Os militares, seus comparsas, seguem esse discurso e pretendem fazer uma apuração paralela dos votos. O ex-capitào e seus apoiadores ameaçam não aceitar o resultado das urnas se os votos não puderem ser "auditados". O que se vê, portanto, é a apologia do golpe sendo feita sem nenhum pudor. Como sabe que, numa eleição limpa, sua derrota é certa, Bolsonaro tenta, de todas as formas, desmoralizar o processo do pleito, e deixar no ar a probabilidade de que possa ser dado um golpe para se manter no poder. Fatos como os dos ataques com arremesso de fezes por drones em comícios do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, novamente candidato ao cargo, e o assassinato de um petista, que comemorava o seu aniversário, por um bolsonarista, cercam a eleição com um clima pesado, que pode ter terríveis desdobramentos. Como se pode ter segurança para votar? Pairam no ar ameaças sobre o pleito. Caso as eleições transcorram normalmente, como reagirão Bolsonaro e seu gado a uma derrota que é certa? Não se pode assistir passivamente a articulação de um golpe. Os brasileiros conscientes têm de responder aos ataques perpetrados pela direita contra a normalidade institucional. Se o gado sair às ruas para tumultuar as eleições, terá de ser recebido por brasileiros comprometidos com a democracia. O Brasil não pode ceder, mais uma vez, ao golpismo.