sábado, 10 de setembro de 2011

Entrevista insossa

A entrevista das páginas amarelas da edição da revista "Veja" que chegou às bancas hoje, é com o técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes. No país do futebol, e que irá sediar a próxima Copa do Mundo, seria de se esperar que as declarações do técnico de sua seleção trouxessem aspectos interessantes para serem repercutidos, mas não é isso o que acontece. A entrevista de Mano Menezes soa tão insossa e estéril quanto o futebol da Seleção Brasileira sob o seu comando. Mano repete lugares comuns, como quando afirma que, no futebol, cada jogador é apenas uma peça, condenando o individualismo, que considera pernicioso. Também recorre a outro argumento desgastado, o de que o Brasil já não joga o melhor futebol do mundo. Curiosamente, Mano entende que a equipe mais completa do momento não é a Espanha, atual campeã do mundo, mas a Alemanha. Para o técnico, a Alemanha sempre foi metódica e taticamente quase perfeita, mas pecava pela incapacidade de resolver as partidas, o que agora consegue com jogadores como Özil, Müller e Schweinsteiger. Ora, se a Alemanha é o modelo a ser perseguido por Mano Menezes, estamos em maus lençóis. O futebol alemão, historicamente, caracteriza-se pela eficiência e objetividade, mas sem inventividade, atribuição típicamente brasileira. Para quem tem dúvidas de quem leva vantagem nesse confronto de características, basta lembrar que, na única vez em que Brasil e Alemanha se enfrentaram numa Copa do Mundo, na decisão, em 2002, os brasileiros venceram de forma inequívoca. Mais adiante, confrontado com a denúncia de que beneficiaria seu empresário, Carlos Leite, convocando jogadores representados por ele, Mano disse que de tudo o que se fala contra sua pessoa, essa é a única acusação que o incomoda, e negou que tal ocorra. Mano, no entanto, não concorda que além de ser honesto, se tenha de parecer honesto. Para ele, importa, apenas, a primeira condição. O técnico entende, também, que não cometeu erros graves no comando da Seleção e que reúne as habilidades exigidas para o cargo. Porém, quando se chega ao final do texto, a sensação que se tem é de que muito pouco de substancial foi lido. Agora se entende porque o futebol da Seleção anda tão inexpressivo. Ele reflete a postura insípida do seu técnico.