quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Uma profusão de partidos

Entre os tantos problemas que afetam a atividade política no Brasil está a exagerada proliferação de partidos. Num país em que os eleitores pouco se importam com as siglas, preferindo, equivocadamente, votar "na pessoa", os partidos surgem aos magotes. Hoje, por exemplo, descobri a existência do Partido Ecológico Nacional. Ora, já temos, no país, o Partido Verde. Para que, então, um partido ecológico? Por sinal, ao conhecer alguns dos seus  integrantes, no espaço destinado aos partidos, na televisão, nas quintas-feiras, deu para perceber que a nova sigla não prima pela qualidade de seus quadros. O discurso "ecológico" não tinha nenhuma profundidade e se misturava com outros temas como a "segurança da família brasileira". Na verdade, partidos desse tipo não tem futuro. Caracterizam-se pela falta de eleitores, o que resulta numa baixa representação nas casas legislativas. Um partido tem de ter um espectro ideológico claro, de esquerda ou de direita, e, a partir daí, estabelecer seus propósitos. Partidos com uma pauta específica são muito limitados no seu campo de ação. Afora isso, são tantas as demandas sociais que, se para cada uma delas, surgisse uma nova sigla, o número de partidos não pararia de crescer, gerando uma confusão cada vez maior para o eleitorado. O Brasil já tem partidos demais. Muitos poderiam fechar, pois ninguém sentiria falta deles. O que o país precisa é de partidos comprometidos com o interesse público, com um ideário claro e definido. Infelizmente, isso, hoje, não passa de uma utopia.