terça-feira, 19 de agosto de 2014

Primeira convocação

A primeira convocação do técnico Dunga em sua segunda passagem pela Seleção Brasileira misturou jogadores que estiveram na Copa do Mundo com novidades. No total, foram convocados 22 jogadores, 10 que estiveram na Copa e 12 novos. Os 10 remanescentes da Copa são Jéfferson, Maicon, David Luiz, Luís Gustavo, Fernandinho, Ramires, Oscar, Neymar e Hulk. Para uma Seleção de tão fraco desempenho na Copa, dez jogadores mantidos parece um número elevado. Duas dessas reconvocações, pelo menos, são injustificáveis: Maicon e Hulk. Maicon foi jogador de Dunga na Copa de 2010, mas há muito tempo seu futebol entrou em declínio. Sua convocação para a Copa de 2014 foi muito mais uma demonstração da falta de boas opções do que decorrente de méritos. Para a próxima Copa, Maicon já estará com uma idade muito avançada. Portanto, sua convocação não faz sentido. A outra convocação incompreensível é a de Hulk. Dunga já é o terceiro técnico a convocar Hulk para a Seleção, sem que se entenda o porquê. Hulk possui uma excelente compleição física, mas seu futebol, tecnicamente, é pífio. Depois de suas atuações ruins na Copa, não há nada que justifique Hulk ser novamente convocado. Os 12 novos jogadores chamados por Dunga também não entusiasmam. O lateral direito Danilo já teve chances na Seleção, mas está longe de ser um grande jogador. O mesmo acontece com o lateral esquerdo Alexsandro. Ambos são ex-jogadores do Santos, de futebol apenas mediano. O outro lateral esquerdo convocado, Filipe Luís, quase foi para a Copa, sendo preterido, na última hora, por Maxwell. O zagueiro Gil e o volante Elias, do Corinthians, e os meias Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart, do Cruzeiro, tem se destacado nas competições jogadas no Brasil, mas ainda precisam provar que são de nível de Seleção. Marquinhos, de meteórica ascensão na carreira, terá a chance de mostrar se é tão bom quanto se diz. Miranda é a reparação de uma injustiça. Pelo momento que vivia no Atlético de Madrid, ele deveria ter sido convocado para a Copa, em vez de Dante, o preferido de Felipão. Diego Tardelli, que já teve outras oportunidades na Seleção, retorna muito mais pela falta de boas revelações no ataque. As duas melhores novidades de Dunga são o goleiro Rafael Cabral, do Nápoli, e o meia Phillipe Coutinho, do Liverpool. Rafael Cabral recebeu chances com Mano Menezes, mas depois foi esquecido. Phillipe Coutinho é, há um bom tempo, uma reivindicação de muitos analistas, pela excelência do futebol que vem jogando. Enfim, na média, é uma convocação que não empolga ninguém, e que reflete o momento de pobreza técnica que vive o futebol brasileiro.