segunda-feira, 23 de abril de 2012

Popularidade

Uma pesquisa do Instituto Datafolha, publicada no último domingo pelo jornal Folha de São Paulo, revelou que o governo da presidente Dilma Rousseff tem 64% de aprovação, após um ano e três meses decorridos da posse. Trata-se da mais alta aprovação de um presidente brasileiro com esse período de mandato. Com esse mesmo tempo no cargo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tinha 30% de aprovação, e Luís Inácio Lula da Silva, 38%. A pesquisa mostra, também, que, hoje, num eventual segundo turno da eleição presidencial de 2010, Dilma teria 69% da preferência dos entrevistados, contra 21% de José Serra, sendo que 26% dos que afirmaram ter votado nele, disseram que, agora, optariam pela atual presidente. Os números são muito expressivos, mas estão longe de serem incompreensíveis. O Brasil, como já vinha acontecendo no governo Lula, continua com a economia num estágio favorável. O país não foi contaminado pela crise internacional. O índice de emprego é bom e há mobilidade social, com pessoas de classes mais baixas ascendendo na escala de consumo. O que a pesquisa deixa evidente, mais uma vez, é que o eleitorado médio não se move por ideologias, mas, sim, de acordo com o próprio bolso. Enquanto a situação econômica do país permanecer favorável, será muito difícil a tarefa da oposição de tentar alcançar o poder. Como se percebe, os muitos escândalos envolvendo ministros e outras denúncias de malfeitos relacionados ao governo não influíram no humor do eleitorado. Os bons indicadores da economia servem para blindar o governo do efeito de qualquer deslize ético de seus integrantes, até porque a imagem da presidente não foi atingida por tais acontecimentos. Pelo contrário. Tendo demitido, até agora, sete ministros, Dilma construiu um conceito de quem não transige com a corrupção. Cada vez mais, as chances de a oposição retomar o poder nas eleições presidenciais de 2014 torna-se mais remota. O PT e seus aliados, tudo está a indicar, ainda terão uma longa hegemonia no governo federal. O mais significativo, contudo, é que essa não é uma situação imposta por uma ditadura, mas fruto da vontade popular.