sábado, 5 de maio de 2018

O bicentenário de Karl Marx

A data de hoje marca os duzentos anos de nascimento do filósofo e sociólogo alemão Karl Marx. Curiosamente, a imprensa não repercutiu esse fato. Datas redondas sempre mereceram destaque, e Marx, gostem muitos ou não, é uma das figuras mais importantes da história. Sua obra foi o alicerce para a formulação do comunismo, um regime político que pôs fim à hegemonia do pensamento burguês e estabeleceu uma divisão ideológica no mundo ocidental que, longe de ter se acabado com a queda da chamada "cortina de ferro", só se acentua a cada dia. Marx expôs as vísceras do capitalismo, suas iniquidades e perversidades. Até hoje, ninguém foi mais preciso no mapeamento desse modelo econômico cruel e excludente. Não se trata de ser ou não esquerdista. A análise econômica de Marx é irrefutável. Ele demonstra os mecanismos de exploração econômica próprios do capitalismo, a concentração de renda e a exclusão social que lhe são consequentes, e exorta as classes oprimidas para que se insurjam contra esse quadro. O término do ciclo histórico da Guerra Fria, com as quedas de governos comunistas ocorridas a partir do final dos anos 80, não significa o desaparecimento do pensamento de esquerda. Longe disso. Ao contrário do que dizem os defensores do neoliberalismo, alegando que esquerda e direita são conceitos superados, essa divisão está mais presente do que nunca no mundo. Marx foi autor de uma obra que se tornou um divisor de águas na história da humanidade. Todo o esforço para desqualificar sua importância será um exercício estúpido e absolutamente vão. Os conceitos e análises de Marx prosseguem vivos e atuais, e constituem uma denúncia permanente contra a opressão capitalista. O bicentenário de Karl Marx pode até ser desprezado pela imprensa, mas será devidamente lembrado por todos os que se voltam contra a exclusão social e a desigualdade resultantes do capitalismo.