segunda-feira, 28 de julho de 2014

Diplomacia brasileira

A edição dessa semana da revista "Veja" estampa em sua capa a condenação da política externa brasileira. A chamada de capa refere-se a um "apagão na diplomacia". Os ataques da revista à conduta do governo brasileiro no que tange às relações exteriores tem sido constantes. Dessa vez, o motivo foi o fato de a diplomacia brasileira ter "silenciado" sobre o avião derrubado na Ucrânia, e criticado o uso desproporcional da força de Israel na Faixa de Gaza. Claro, "Veja" gostaria que o governo brasileiro partilhasse da sua visão de mundo, americanófila e pró-Israel. Não é à toa que a publicação faça um combate sem tréguas ao governo desde que Luís Inácio Lula da Silva assumiu como presidente, prosseguindo no mandato de Dilma Rousseff. A revista está inteiramente engajada na candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) a presidente. Na verdade, a diplomacia é um dos pontos altos dos governos Lula e Dilma. Ela tem a marca da soberania, da independência, sem a obediência servil aos Estados Unidos. A "acusação" de que o governo brasileiro adora uma política externa pró-esquerda beira o ridículo. Afinal, o governo brasileiro tem sua matriz ideológica na esquerda, ninguém desconhece isso. Cabe lembrar que Lula e Dilma não chegaram ao poder em função de um golpe, e, sim, foram eleitos com milhões de votos. O eleitor, portanto, aprova o governo e suas linhas programáticas e ideológicas. Caso contrário, não teria concedido a reeleição à Lula, nem escolhido Dilma para dar continuidade ao seu projeto. Na eleição presidencial de 2014, Dilma continua na frente nas intenções de votos dos eleitores. Portanto, as invectivas de "Veja" contra o governo não passam de esperneio de quem não se conforma em ver seus aliados ideológicos fora do poder. Para o desespero da revista, e benefício do país, esse quadro não deverá se alterar nas eleições de outubro.