sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O voto do ódio

As eleições de 2014 estão sendo marcadas pelo voto do ódio. Uma parte do eleitorado escolhe votar em determinados candidatos não pelas qualidades que eventualmente possuam, mas por um ódio irracional a seus adversários. O caso do Rio Grande do Sul é claro nesse sentido. O candidato José Ivo Sartori, do PMDB, chegou na frente no primeiro turno, e lidera as pesquisas no segundo, a despeito de suas evidentes e constrangedoras limitações. O antipetismo, insuflado por uma campanha incessante da grande imprensa, está fazendo com que o atual governador, e candidato a reeleição, Tarso Genro, um intelectual do mais alto nível, ex-ministro da Justiça e da Educação, possa ter de ceder seu lugar a um político sem expressão, vazio de ideias e propostas, totalmente despreparado para o cargo, mero títere dos interesses de uma elite demófoba. No plano nacional, o mesmo ocorre com a candidatura de Aécio Neves a presidente pelo PSDB. A diferença é que as pesquisas apontam um empate técnico de Aécio com a presidente, e candidata a reeleição, Dilma Rousseff (PT). O ódio instilado contra o PT faz com  que setores do eleitorado queiram colocar em cargos tão importantes pessoas desqualificadas tecnicamente, como Sartori, ou inabilitadas eticamente, como Aécio. Caso ambos venham a ser vitoriosos, o preço a ser pago, pelo Estado e pelo país será altíssimo. Arrocho salarial, privatizações, flexibilização das leis trabalhistas, desemprego. Os méritos dos governos de Tarso e de Dilma são infinitamente maiores do que suas falhas. Reconduzi-los para mais um mandato, é uma imposição do bom senso.