segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

O último dia do ano

Chegou. Enfim, hoje é o último dia do ano. Um ano que foi paradoxal. Afinal, ele transcorreu muito rápido, mas foi extenuante, pelas muitas tensões que o marcaram. O país ficou dividido politicamente, de uma maneira tão forte que amizades sólidas foram desfeitas, familiares romperam relações. O Brasil termina 2018 rachado, e essa situação não tem perspectivas de mudança tão cedo. O fim de ano é sempre um período para mensagens de esperança no futuro. Porém, dessa vez, não há como fazer isso. O Brasil prepara-se para enfrentar anos terríveis, vítima de um retrocesso político inimaginável. O ano que está terminando foi de frustrações em todas as áreas. O desemprego continua altíssimo, os direitos dos trabalhadores foram massacrados. No novo governo, pela sua linha ideológica, nada deverá melhorar para a população.  Diante do desastre que se anuncia a partir de amanhã, resta desejar que os fatos ruins não sejam tão dolorosos. Projetar acontecimentos venturosos seria otimismo exagerado.

domingo, 30 de dezembro de 2018

A visita de Netanyahu

Poucas presenças poderiam ser tão emblemáticas no final desse ano no Brasil do que a do primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Com grande afinidade ideológica com o presidente eleito Jair Bolsonaro, Netanyahu, nesses dias que antecedem a posse do ex-capitão, tem feito passeios turísticos típicos no Rio de Janeiro. Em seu país, Netanyahu é suspeito de corrupção, mas, no Brasil, é recebido como um visitante ilustre. Seu desempenho como governante, autoritário e prepotente, é admirado pelos bolsonaristas. Netanyahu disse que a mudança da embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém está definida, o que, caso confirmado, atrairá fortes críticas em vários países. Num momento tão desalentador como vive o Brasil, a visita de Netanyahu é um símbolo. Ela sinaliza o tipo de governo que o Brasil terá a partir de terça-feira.

sábado, 29 de dezembro de 2018

A coragem de Tarso Genro

Os grandes homens mostram o seu valor nas horas difíceis. O ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro é um homem dessa estirpe. Político brilhante, intelectual notável, Tarso Genro não foge da raia nesse trágico momento que vive o Brasil. Eleito governador em 2010 no primeiro turno, com 52% dos votos, Tarso foi vitimado pelo processo de estupidez coletiva que tomou conta do país, e perdeu a reeleição para José Ivo Sartori, que acabou se tornando o pior ocupante do cargo em todos os tempos. Agora, com o caos que se avizinha a partir da posse de Jair Bolsonaro como presidente, Tarso se posiciona sem medo, e saúda a decisão do PT de não se fazer presente no ato. Tarso rebateu, numa rede social, a crítica feita ao fato por uma jornalista chapa branca. São homens como Tarso Genro que sustentam a esperança diante da barbárie que se prepara para tomar conta do país. A coragem de Tarso Genro é um alento diante do obscurantismo que se abateu sobre o Brasil.


sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Base desmanchada

Com a saída de Marcelo Grohe, o  Grêmio  segue o seu processo de perda de jogadores do time vencedor dos últimos anos. O que restou foi uma base desmanchada, o que traz insegurança para o torcedor. A reposição de peças, até agora, não aconteceu. O Grêmio não deu um presente de Natal para a sua torcida, mas ainda tem tempo de trazer boas notícias para a virada de ano. Um pouco de ousadia se faz necessário para que os tão esperados reforços cheguem. O presidente Romildo Bolzan Júnior prometeu cinco contratações para 2019. Por enquanto, nada. Se o Grêmio tem grandes ambições para o próximo ano, precisa mostrar isso na prática. O torcedor tem o presidente Romildo e o técnico Renato em alta conta, mas já começa a ficar preocupado com a falta de novidades. Tomara que o Grêmio mude esse quadro rapidamente, apresentando novos e grandes jogadores para o exigente ano que virá pela frente. Caso contrário, a preocupação do torcedor se transformará em desalento.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

A saída de Marcelo Grohe

O torcedor do Grêmio, que vem esperando, em vão, por contratações, foi surpreendido, hoje, com a venda de um dos grandes nomes do time, o goleiro Marcelo Grohe. O Al Itihad, da Arábia Saudita vai pagar 3 milhões de dólares por Marcelo Grohe. Uma proposta financeira "irrecusável" e o fato de já ter 32 anos, pesaram para que Grohe aceitasse a transação. Tecnicamente, é uma grande perda para o Grêmio. Paulo Victor, seu reserva imediato, é um goleiro apenas razoável. Para preencher a lacuna que será deixada por Grohe, o Grêmio terá de ir ao mercado. Seja qual for o substituto de Grohe, a qualidade dificilmente será a mesma. O Grêmio, até agora, só teve perdas para 2019. Nenhuma contratação. A saída de Marcelo Grohe agrava um quadro que já era preocupante.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

O nebuloso mundo dos assessores políticos

Os últimos dias colocaram em evidência personagens que, em geral, se movem nas sombras da atividade política. Os assessores políticos são figuras que não costumam aparecer com destaque na imprensa, exercem cargos para os quais são escolhidos pelo compadrio ou por critérios subjetivos. Alguns pouco ou nada fazem, mas outros acabam usufruindo das intimidades do poder. Esse é o caso de Fabrício Queiroz, que tornou-se uma pedra no sapato do presidente eleito Jair Bolsonaro, ao emitir um cheque de R$ 24 mil para a futura primeira dama, Michele Bolsonaro. Fabrício é assessor do atual deputado estadual do Rio de Janeiro, e senador eleito, Flávio Bolsonaro, filho do futuro presidente. A história do cheque ainda não foi devidamente esclarecida, e as justificativas apresentadas, até agora, não convencem ninguém. Hoje, num fato ainda mais impactante, o ex-governador do Espírito Santo, Gerson Camata, foi assassinado, em Vitória, por um seu ex-assessor, Marcos Venício Moreira Andrade, contra quem havia movido uma ação judicial. Em função da ação, Marcos Venício teve R$ 60 mil bloqueados na sua conta, o que motivou o assassinato. Esse é o nebuloso mundo dos assessores políticos. Antes relegados a um segundo plano, pelo menos aos olhos da opinião pública, estão mostrando que sua função de coadjuvante nem sempre é tão discreta. Por vezes, ela é muito incômoda para os patrões, e pode, até, ser fatal.

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Mesquinharia

A rudeza do tratamento que vem sendo dispensado pela "Justiça" brasileira ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva é cada vez maior. Num gesto de repugnante mesquinharia, Lula teve negada a permissão para deixar a prisão a fim de comparecer ao enterro de seu amigo Sigmaringa Seixas, advogado e ex-deputado federal pelo PT. O juiz plantonista indeferiu o pedido de Lula uma hora após a sua feitura, sob a alegação de que a lei só prevê a liberação de presos em regime fechado nos casos de doença grave ou morte do cônjuge ou companheiro, ascendentes, descendentes, e irmãos. Ainda que, sob a estrita observância do texto legal, o juiz pudesse estar certo, a recusa ao pedido de Lula mostra a maneira como o ex-presidente é tratado pela "Justiça" brasileira. Se houvesse um mínimo de boa vontade dos magistrados para com o presidente mais popular da história do país, Lula teria sido liberado para se despedir do amigo. Porém, Lula é vítima do ódio de operadores do Direito no país. Lula é perseguido pelos que sabem que ele teria ganho a eleição presidencial, caso lhe fosse permitido concorrer. A cada novo ato de hostilidade contra Lula, no entanto, sua imagem só cresce aos olhos do povo. Lula já inscreveu o seu nome de forma positiva e indelével na história, e isso juiz algum poderá mudar.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Natal consumista

Mais uma vez, é Natal. Como tem acontecido há muito tempo, o caráter religioso da data fica encoberto pelo apelo do consumo. O Natal transformou-se numa maratona de compras, encerrada por uma ceia farta. Afinal, a data magna da cristandade é, também, a de maior faturamento do comércio em todo ano. Num mundo cada vez mais regido pelo interesse financeiro, o que se tem, atualmente, é um Natal consumista. Claro, ganhar e dar presentes é muito bom. Comer uma ceia variada e saborosa, também. Viajar, aproveitando um feriadão, igualmente. Porém, esse viés festivo tem pouco a ver com um dia que deveria ser de reflexão e recolhimento, e não de expansividade. Num mundo dominado pelo mercado, o Natal tornou-se mais um produto. Diminuído na sua essência, o Natal é comemorado até pelos que não tem fé. Sua figura central, Jesus Cristo, o aniversariante do dia, foi sendo deixado de lado em favor do Papai Noel. Acreditar em Jesus Cristo é uma questão de fé, passível de questionamento. O Papai Noel, por mais simpático que possa ser, é um personagem fictício. Celebração essencialmente familiar, o Natal, agora, é ruidoso. Tudo em nome do fugaz contentamento do consumo desenfreado.

domingo, 23 de dezembro de 2018

O caro preço da insensatez eleitoral

Escolher governantes pelo voto é um direito essencial na democracia. Só a manifestação dos eleitores nas urnas legitima o mandato de quem chefia o Poder Executivo. Esse direito, no entanto, negado aos eleitores brasileiros por um longo tempo, tem de ser exercido com muita consciência. O voto irrefletido, movido pelo ódio, gera consequências desastrosas, que afetam os interesses de toda a coletividade. O fim de mandato do atual governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, é um exemplo disso. Sartori é, sem dúvida, o pior governador do Estado em todos os tempos. Seu final de mandato é deplorável, pois nada tem para apresentar como realizações de seus quatro anos no poder. O caro preço da insensatez eleitoral fica evidente quando se trata do governo Sartori. O ressentimento com o PT, e uma campanha que apostou na sentimentalidade do eleitor, fez com que Sartori vencesse o pleito em 2014. Sua administração nada fez pelo Estado. Em quatro anos, Sartori maltratou os servidores públicos, parcelando os seus salários, e governou para os poderosos. Extinguiu fundações de grande relevância  para o Estado, sem que isso gerasse uma economia significativa para os cofres públicos. Os que escolheram Sartori em 2014 tiveram o bom senso de não o reeleger. Porém, o estrago já está feito. Nada ficou do governo Sartori que possa ser destacado, pois não apresentou projetos para favorecer o desenvolvimento do Estado, limitou-se a aplicar o velho receituário destrutivo neoliberal, propondo a queima de patrimônio público com a venda de estatais. Seu governo não deixará nenhuma saudade. Na verdade, o que há é uma contagem regressiva para que Sartori encerre seu mandato. 

sábado, 22 de dezembro de 2018

Rotina

O Campeonato Mundial de Clubes virou uma competição de resultado previsível. O Real Madrid fez da conquista do título mundial uma rotina. Hoje, no Zayed Sports City Stadium, o Real Madrid goleou por 4 x 1 o Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos, e conquistou o tricampeonato mundial, e o seu sétimo título da competição em toda a história. O Al Ain teve uma atuação digna, mas não fez frente ao Real Madrid, cuja qualidade técnica é muito superior. Seu maior destaque, mais uma vez, foi o brasileiro Caio, que, provavelmente, despertará o interesse de clubes de maior expressão. Com uma hegemonia estabelecida na Champions League, e diante da fragilidade que vem sendo demonstrada pelos clubes sul-americanos nos campeonatos mundiais mais recentes, o Real Madrid  segue empilhando títulos da competição. Escolhido pela Fifa como o maior clube do século anterior, o Real Madrid, pelo visto, quer repetir a dose no atual.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Organização criminosa

As investigações que estão sendo conduzidas pelo Ministério Público sobre os desvios financeiros cometidos na administração do ex-presidente do Inter no biênio 2015/2016, Vitório Piffero, alcançaram grande repercussão com a execução de mandados de busca e apreensão nas casas de dirigentes do clube naquele período, ocorrida anteontem. O procurador Marcelo Dornelles classificou o que foi apurado até aqui como o resultado de uma organização criminosa que se instalou no clube. Não bastasse ter rebaixado o Inter para a Segunda Divisão, a diretoria da época saqueou os cofres do clube. O primeiro vice-presidente, Pedro Afatatto, chegou a sacar R$10 milhões na boca do caixa, no período de um ano, para pagamento de obras cuja existência não foi comprovada. O que se espera é que, ao final de toda a investigação, que prossegue e será muito longa, haja a devida punição aos que forem comprovadamente culpados, e que o clube seja ressarcido dos recursos desviados. Para os torcedores do Inter e os apreciadores do futebol, o que mais se destaca nessa situação é ver que a corrupção, um mal que, historicamente, corrói o país, não poupa nem mesmo grandes clubes, com seus milhões de adeptos. O futebol, como qualquer atividade, precisa de credibilidade. Fatos como os ocorridos no Inter mancham a reputação do esporte preferido dos brasileiros. Até por isso, é preciso que as punições aos culpados sejam duras. O país não tolera mais que casos como esse acabem em pizza.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Bebida alcoólica nos estádios

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou um projeto que vem em boa hora, ainda que os falsos moralistas de plantão o tenham condenado. O projeto em questão permite a volta da venda de bebida alcoólica nos estádios de futebol, ainda que com restrições, como permitir a comercialização apenas até o final do primeiro tempo e após o jogo. Na verdade, a lei que proibiu a venda de bebidas nos estádios jamais deveria ter existido. Ela fere o direito individual, causa prejuízo financeiros aos clubes e é hipócrita, pois a comercialização no entorno é feita sem restrições. A lei que proíbe o álcool nos estádios entrou em vigor no Rio Grande do Sul em abril de 2008. Em maio de 2009, ficou evidente toda a sua estupidez. Num jogo entre Grêmio e Cruzeiro pelas semifinais da Libertadores houve um tumulto na entrada de torcedores no Olímpico, inclusive com feridos, porque os que ficaram bebendo nos bares do entorno do estádio até pouco antes do horário de início da partida tentaram entrar em grande número. As longas filas que se formaram para a entrada no estádio já com o jogo em andamento causaram revolta nos torcedores, ocasionando o tumulto. Tudo porque a proibição de beber dentro do estádio faz com que as pessoas prolonguem a sua permanência fora dele. Nada disso aconteceria se fosse possível beber dentro do estádio. Não se mudam comportamentos criando leis. Beber nos estádios é um antigo hábito brasileiro, sem que isso gerasse violência em larga escala. Afora isso, nos pequenos clubes do interior, a renda da copa sempre foi um fator economicamente importante. O ideal seria a revogação total da antiga lei, permitindo a venda de bebida nos estádios sem restrições.

















quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Sem surpresa

Ao contrário dos sul-americanos, os europeus não fraquejam no Campeonato Mundial de Clubes. Depois da vexatória derrota do River Plate para o Al Ain, ontem, o jogo de hoje entre Real Madrid e Kashima Antlers foi sem surpresa. O Real Madrid venceu por 3 x 1, ao natural. O primeiro gol só saiu aos 44 minutos do primeiro tempo, mas, a partir daí, o Real Madrid construiu sua vitória sem maiores dificuldades. O grande nome do jogo foi Bale, que marcou os três gols do Real Madrid. Bale custou caríssimo, e ficou longos períodos parado por causa de lesões, mas, agora, vive uma grande fase. Ao que parece, a saída de Cristiano Ronaldo do Real Madrid foi favorável para Bale, que deixou de ser um coadjuvante de luxo para se tornar essencial no time. Com o resultado de hoje, o Real Madrid tem tudo para obter mais um título mundial. Mesmo que não esteja vivendo uma grande fase, a possibilidade de que venha a perder para o Al Ain é pouco mais que uma fantasia. 

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Os 75 anos de Keith Richards

Talvez nenhum outro astro do rock seja tão polêmico e controvertido quanto Keith Richards. Guitarrista talentoso e compositor de sucesso em parceria com Mick Jagger, Keith Richards completa, hoje, 75 anos. Consumidor de drogas em larga escala, Richards parecia ser um candidato natural a ter uma morte precoce, mas atingiu uma idade que muitos adeptos de uma vida saudável não conseguem alcançar. Seu grupo, os Rolling Stones, continua em atividade, com mais de 50 anos de carreira. Em co-autoria com Jagger, compôs grandes clássicos como "Brown Sugar", "Angie", "Ruby Tuesday", "Let's Spend Night Together", "Waiting On a Friend", entre outros. Figura irreverente, Richards vai continuar "aprontando" muito, enquanto for possível. Richards demonstra que o corpo envelhece, mas que a mente pode permanecer jovem. Os 75 anos de Keith Richards mostram que o tempo corre célere também para os famosos. No caso de Richards, cada um desses anos foi vivido intensamente.

Vexame histórico

O fosso entre o futebol sul-americano e o europeu só faz aumentar. Antes, havia entre os dois um enfrentamento parelho. As Copas do Mundo apresentavam equilíbrio nas conquistas de cada lado, e nas diversas versões de campeonatos mundiais de clubes, acontecia o mesmo. Não é mais assim. Hoje, pela terceira vez desde que o Campeonato Mundial de Clubes adotou a atual configuração, em 2005, o representante da América do Sul foi derrotado nas semifinais da competição. O vexame histórico foi protagonizado pelo River Plate, atual detentor do título  da Libertadores, que empatou em 2 x 2 com o Al Ain, campeão dos Emirados Árabes Unidos, país sede da competição, no tempo normal e na prorrogação, e perdeu nos tiros livres da marca do pênalti por 5 x 4. Antes, o mesmo fiasco havia ocorrido com o Inter, o Atlético Mineiro e o Nacional de Medellín. O Inter, em 2010, perdeu por 2 x 0 para o Mazembe, então campeão africano. O Atlético Mineiro, em 2013, foi derrotado por 3 x 1 pelo Raja Casablanca, campeão do país sede da edição do Mundial de Clubes daquele ano, o Marrocos. O Nacional de Medellín, em 2016, foi goleado por 3 x 0 pelo Kashima Antlers, campeão do pais que sediou o Mundial na ocasião, o Japão. A globalização teve um efeito devastador sobre o futebol sul-americano. Atualmente, a América do Sul é mera fornecedora de mão-de-obra para o futebol da Europa. A disparidade econômica acabou com o equilíbrio histórico entre os dois contendores. O pior é que não há nenhuma perspectiva de que isso possa mudar.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

No grupo do campeão

O que D'Alessandro não queria, aconteceu. No sorteio da Libertadores, o Inter ficou no grupo do campeão de 2018, o River Plate. O outro integrante do grupo já definido é o Alianza (Peru), um adversário fraco. Porém, falta conhecer o quarto integrante do grupo, e ele virá da Pré-Libertadores, com a possibilidade considerável de que seja o São Paulo, o que tornaria a disputa bem mais dura. Seja qual for o outro clube do grupo, no entanto, o Inter precisa se qualificar bem mais se não quiser ser eliminado precocemente da competição. A base que possui atualmente, mesmo com a boa campanha no Campeonato Brasileiro, é insuficiente para encarar a Libertadores e um calendário com várias competições paralelas.

Grupo difícil

O sorteio dos grupos da Libertadores de 2019 não foi dos mais favoráveis para o Grêmio. O Grêmio ficou num grupo difícil, junto com Rosário Central, Universidad Católica do Chile, e um clube que sairá da Pré-Libertadores. Na última vez em que se defrontou com o Rosário Central na competição, em 2015, nas oitavas de final, o Grêmio perdeu os dois jogos e foi eliminado da disputa. A estreia do Grêmio ocorrerá justamente contra o clube argentino, no Gigante de Arroyto, um estádio que é um verdadeiro caldeirão. Sem nenhuma contratação, até agora, e com a saída de alguns jogadores, o Grêmio corre o risco de ser eliminado ainda na fase de grupos, o que se constituiria em algo constrangedor para um clube que foi campeão da competição em 2017 e semifinalista em 2018.

domingo, 16 de dezembro de 2018

Uma situação sem retorno

O episódio envolvendo a declaração do jogador Marinho, do Grêmio, feita numa postagem de rede social, de que gostaria de jogar no Flamengo, só pode ter um encaminhamento, ou seja, sua saída do clube. Não há pedido de desculpas que possa abrandar o ocorrido, é uma situação sem retorno. A ideia de que a decisão sobre o caso será do técnico Renato é descabida. Mesmo que Marinho tenha sido uma indicação de Renato, esse é um assunto da esfera institucional do clube. Na verdade, o fato é até oportuno para que o Grêmio possa reparar uma contratação equivocada. O desempenho de Marinho desde sua chegada ao Grêmio foi fraquíssimo. A saída de Marinho já era um desejo dos torcedores do Grêmio, pelo seu mau rendimento. Agora, tornou-se uma imposição. Marinho foi uma má contratação do Grêmio, e cara para os padrões brasileiros, R$ 10 milhões. A declaração desastrada do jogador dá ao clube a chance de consertar o erro cometido na sua aquisição, e ainda com a justificativa de estar defendendo a dignidade da instituição. Melhor solução, não há.

sábado, 15 de dezembro de 2018

Confiança despropositada

Uma pesquisa encomendada pela Confederação Nacional do Transporte revelou que é grande o otimismo dos brasileiros em relação ao futuro governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. Deixando de lado a hipótese de que a pesquisa em questão possa ter falseado dados, não se justifica essa postura por parte da população. Faltando poucos dias para o início do novo governo, tudo o que se vê por parte do presidente eleito e de seus colaboradores são trapalhadas, declarações desastradas, atos criminosos não devidamente esclarecidos, como o cheque do motorista de um dos filhos de Bolsonaro para a futura primeira dama, e bizarrices constrangedoras, cujo exemplo maior é a da ministra que diz ter visto Jesus num pé de goiabeira. Portanto, o que a pesquisa demonstra é uma confiança despropositada no governo que está por começar. Esse estado de ilusão coletiva é muito perigoso, pois mostra uma ausência de senso crítico e a aposta numa solução messiânica para os males do país. Sendo assim, quando a realidade se apresentar de maneira inevitável, o desencanto será brutal. Uma grande parte do eleitorado continua a esperar por um governo providencial, para acabar com a corrupção e botar "ordem" na casa. Como a história já provou exaustivamente, esse tipo de governo não existe, é apenas uma miragem. O que farão os otimistas de hoje quando o seu castelo de cartas, inapelavelmente, desabar? Vão recolher-se e negar que tivessem votado no governante fracassado, ou se deixarão dominar pela revolta e sairão para as ruas em protesto? A resposta virá mais cedo do que se possa pensar.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

A polêmica do curso

O período de entressafra do futebol, quando os jogadores estão em férias, é um desafio para os veículos de comunicação. Afinal, sem a bola rolando, é preciso se esforçar para preencher os espaços esportivos de rádios, tevês, jornais e internet. A movimentação tímida dos clubes em termos de contratações também não tem ajudado. Talvez isso explique o porquê de um assunto se arrastar, há dias, no noticiário esportivo. "A polêmica do curso" é como se poderia denominar o fato em questão. Ela envolve o técnico do Grêmio, Renato, que já é polêmico por natureza. Renato não está participando do curso que a CBF instituiu para os técnicos de futebol receberem a licença "Pro", a maior existente no país. O técnico  negou-se a sacrificar dez dias de suas férias para frequentar o curso, que tem entre seus participantes nomes como Mano Menezes e Roger Machado. A partir daí, a imprensa, tanto a do Rio Grande do Sul como a do centro do país, tem criticado, e por vezes ironizado, a postura de Renato. Os mais catastrofistas afirmam que ele poderá perder o direito de ficar na área técnica nos jogos do Grêmio em 2019. Na verdade, Renato tem a possibilidade de realizar uma segunda edição do curso, em fevereiro, o que deverá, efetivamente, acontecer, livrando-o de qualquer transtorno. Renato não abre mão de aproveitar suas férias integralmente, o que é um direito que lhe assiste. As críticas ao técnico têm sido desproporcionais ao fato, que não possui a dimensão que lhe estão querendo atribuir. Não haverá nenhum prejuízo ou punição ao técnico pela atitude que tomou, o que irá frustrar, mais uma vez, os seus opositores.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Os 50 anos do AI-5

A data de hoje marca os 50 anos do dia mais vergonhoso da história do Brasil. O dia da entrada em vigor do Ato Institucional número 5, o AI-5, quando a espúria ditadura militar que torturou e assassinou opositores deixou de lado qualquer pudor e implantou um regime de terror no país. O presidente foi dotado de poderes quase absolutos. O habeas corpus para crimes políticos foi suspenso. A censura se abateu sobre a imprensa e as artes. A repressão nos porões do regime se intensificou. Os 50 anos do AI-5 tornam-se ainda mais tristes quando se sabe que, a partir do primeiro dia de 2019, o Brasil terá como presidente um homem que faz a apologia do golpe militar. Só a ignorância e a estupidez podem fazer com que alguém defenda ou mesmo relativize o período mais abjeto da política brasileira. O Brasil não pode reviver algo tão execrável. O autoritarismo nunca será solução para nada. O lugar dos militares é no quartel. A maioria dos eleitores brasileiros fez uma escolha insensata na eleição presidencial. Tomara que isso não resulte em novos períodos de tamanho obscurantismo como foi o que iniciou com AI-5, e que só se encerrou com a redemocratização.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Título sofrido

O favoritismo foi confirmado, mas com um roteiro inesperado. Essa é a síntese da conquista da Copa Sul-Americana pelo Atlético Paranaense, hoje, na Arena da Baixada. O clube foi campeão, mas com muita apreensão. No tempo normal de jogo, Atlético Paranaense e Júnior de Barranquilla empataram em 1 x 1, resultado que permaneceu na prorrogação. Nos tiros livres da marca do pênalti, o Atlético venceu por 4 x 3. Portanto, foi um título sofrido. Para se ter uma ideia, durante a prorrogação o Junior de Barranquilla teve um pênalti a seu favor, que foi desperdiçado. O Atlético abriu o placar no jogo, e poderia ter ampliado, mas ao ceder o empate se desestabilizou e enfrentou uma grande pressão do adversário, por pouco não tomando a virada. O que importa, no entanto, é que o Atlético Paranaense tornou-se campeão da Copa Sul-Americana, seu primeiro título internacional. Com isso, está classificado para a Libertadores, e irá decidir a Recopa Sul-Americana com o River Plate. Uma nova perspectiva se abre para o Atlético. O clube, que já foi vice-campeão da Libertadores em 2005, terá, agora, a chance de ingressar no grupo privilegiado dos que disputam regularmente as competições internacionais.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Os 35 anos de um título inesquecível

O tempo transcorre muito depressa. Parece que foi ontem, mas na data de hoje se completam 35 anos da conquista do título de campeão mundial pelo Grêmio. Foi no dia 11 de dezembro de 1983 que o Grêmio venceu por 2 x 1 o Hamburgo, em Tóquio, e tornou-se campeão mundial de clubes. O jogo confrontava os vencedores da Libertadores, o Grêmio, e da Copa dos Campeões da Europa, o Hamburgo. A conquista foi um divisor de águas na história do Grêmio. Até 1980, o clube ostentava apenas títulos estaduais e regionais. Em 1981, obteve o seu primeiro título de campeão brasileiro. Apenas dois anos depois, viriam as conquistas da Libertadores e do Mundial. O Grêmio, que já era grande, ficou ainda maior. Dois jogadores, em especial, foram destaques nessas jornadas gloriosas. O capitão De León foi uma figura fundamental. Sua primeira competição pelo clube foi o Campeonato Brasileiro de 1981, e o Grêmio foi campeão. Dois anos depois, ganhou a Libertadores e o Mundial, mostrando-se um jogador decisivo para a ascensão do clube. O outro destaque foi Renato. Depois de brilhar na decisão da Libertadores, fazendo o cruzamento para o gol decisivo de César, foi o grande nome contra o Hamburgo. Renato marcou os dois gols da vitória e se firmou como o maior jogador do Rio Grande do Sul em todos os tempos. Naquele jogo, o Grêmio teve outras figuras marcantes. Mário Sérgio, Paulo César Caju, Tarciso, Mazzaropi. Mário Sérgio e Tarciso já faleceram, mas permanecerão para sempre na memória dos gremistas. Os 35 anos de um título inesquecível devem ser devidamente comemorados. Foi ele que alargou as fronteiras do clube. Em outras duas oportunidades, o Grêmio decidiu o Mundial de Clubes mas foi derrotado. Cedo ou tarde, no entanto, o Grêmio há de voltar a sentir o sabor da conquista do título mundial. Mesmo quando esse dia chegar, o título mundial de 1983 prosseguirá sendo uma lembrança indelével para todos os gremistas.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Os 45 anos de "Band on The Run"

No último dia 5, o disco "Band on The Run", de Paul McCartney, completou 45 anos de seu lançamento. Oficialmente, era um disco dos Wings, grupo criado por McCartney após a dissolução dos Beatles, mas da formação original, afora ele e sua mulher, Linda, só restara Denny Laine. Os outros dois integrantes, Henry McCullough e Denny Seiwell, deixaram o grupo pouco antes do início das gravações. O disco não foi um sucesso imediato, mas acabou atingindo o topo das paradas, e sendo o mais exitoso comercialmente de um ex-beatle. A faixa título, "Jet", "Mrs. Vanderbilt", com seu famoso refrão "ho, hey, ho", e "Let Me Roll It", tornaram-se clássicos de McCartney e presença constante no setlist de seus shows até hoje. Há críticos que colocam "Band on The Run" e "John Lennon/Plastic Ono Band" rivalizando na condição de melhor disco solo de um ex-beatle. Essa apreciação fica mais por conta do menosprezo com que George Harrison é tratado em relação a John Lennon e Paul McCartney. O disco triplo de George "All Things Must Pass" é a mais brilhante obra solo de um dos integrantes dos Beatles. Seja como for, com seu grande êxito comercial e sua capa icônica, "Band on The Run" é um disco que atravessa o tempo sem envelhecer, sendo sempre muito prazeroso de ser ouvido.

domingo, 9 de dezembro de 2018

Vitória justa

A Libertadores, finalmente tem um campeão. O River Plate ficou com o título ao ganhar do Boca Juniors por 3 x 1, de virada, hoje, no Santiago Bernabeu. A diferença técnica entre os dois times ficou evidente. Foi uma vitória justa. Fatores extracampo à parte, ganhou o melhor. O resultado até poderia ter sido construído de forma mais fácil, se o árbitro não deixasse de marcar um pênalti claro para o River Plate, que em poucos dias, já estará jogando pelo Campeonato Mundial de Clubes. Com a má fase que o. Real Madrid vem atravessando, as chances do River Plate, representando a América do Sul, romper com a hegemonia europeia na competição não podem ser desprezadas.

sábado, 8 de dezembro de 2018

Governo militarizado

A obtusidade que assola o país fez com que muitos brasileiros desejassem a volta dos militares ao poder, ignorando os desmandos e atrocidades praticados pela ditadura deflagrada em 1964, cujos efeitos nefastos se fazem sentir até hoje. Pois, para satisfação desses imbecis, o Brasil terá, a partir do próximo ano, um governo militarizado. O presidente eleito Jair Bolsonaro, ele próprio um militar reformado, compôs uma equipe ministerial em que 32% dos integrantes são oriundos dos quartéis. Bolsonaro foi eleito pelo voto, mas seu governo terá quase tantos militares quanto as administrações da ditadura, período que, por sinal, ele reverencia. Mesmo em governos civis depois da redemocratização havia a presença de militares no ministério. Foi assim nos governos Sarney, Collor, Itamar Franco, FHC e no do golpista Michel Temer. Só dmdois governos fugiram dessa prática, os de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef. Não é à toa que Lula seja tão perseguido e Dilma tenha sido derrubada por um golpe. Eles sabem que num governo democrático não há lugar para militares. Até mesmo a chefia das Forças Armadas deve ser de um civil. Lugar de militar é no quartel, não como integrante de governos.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Um governo que acabou antes de começar

O cheque que foi pago à mulher de Jair Bolsonaro por um ex-assessor de Flávio Bolsonaro, filho do futuro presidente, e o conflito entre os deputados federais eleitos Joice Hasselman (PSL/SP) e Major Olímpio (PSL/SP), somados a vários outros episódios constrangedores, deixam claro para os brasileiros o que podem esperar do governo cujo início se aproxima. O país está diante do fato aterrador de um governo que acabou antes de começar. O que esperar de uma administração que mostra tantos sinais de deterioração já no período de transição? As promessas de combate à corrupção caíram no vazio, pois vários dos indicados para cargos no governo Bolsonaro estão envolvidos com a Justiça. A redução significativa no número de ministérios também não foi mais do que um factóide. Serão 22 ministérios, quando, inicialmente, eram projetados 15. Só os muito ingênuos ou fanatizados podem estar surpresos com esse quadro. Um governo de Jair Bolsonaro não têm como dar certo, sob nenhuma hipótese. Bolsonaro tem sérias limitações cognitivas e é emocionalmente desequilibrado. Os membros de seu staff e principais apoiadores também não primam pela inteligência, muito menos por serem ponderados. A equipe ministerial escolhida pelo presidente eleito é de uma desqualificação absurda. Esperar que um governo com esse tipo de composição possa dar certo é acreditar em milagres, sem nenhuma conexão com a realidade. A verdade é que o Brasil irá, a partir do primeiro dia do próximo ano, dar um salto no abismo, de consequências imprevisíveis. Resta saber quanto tempo durará a futura administração, pois é improvável que chegue ao final do mandato pelas vias normais. Sua única condição de sobrevivência seria com um golpe que calasse os demais poderes. Os brasileiros estão por viver dias tenebrosos. A tempestade está anunciada, sem que se vislumbre a bonança.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Trinta anos sem Roy Orbison

A data de hoje marca os 30 anos da morte de Roy Orbison, um dos grandes nomes da história do rock. Orbison envolveu-se desde muito cedo com a música, e no final dos anos 50, mal saído da adolescência, já alcançava o sucesso na venda de discos. Entre os seus admiradores estavam os Beatles, que se sentiram orgulhosos de excursionar com ele em 1963. Nos anos 60, Orbison conheceria os maiores êxitos de sua carreira, e gravaria a sua música mais célebre, "Oh, Pretty Woman". Porém, na mesma década, Orbison, seria atingido por duas tragédias. Em 1966, sua primeira mulher, Claudette, morreu num acidente, ao cair da garupa de sua moto. Em 1968, dois de seus três filhos morreram num incêndio que atingiu sua casa. Nos anos 70, a carreira de Orbison enfrentou um período de baixa, e ele teve problemas financeiros e de saúde. Seu retorno triunfal veio com os anos 80. No final da década, integrou o supergrupo "Travelling Wilburys", que contava, ainda, com George Harrison, Bob Dylan, Jeff Lyne e Tom Petty. O primeiro disco do grupo fez grande sucesso e ganhou um prêmio Grammy. No entanto, a fatalidade o abateu outra vez, e de forma definitiva. Orbison sofreu um enfarte que lhe tirou a vida, com apenas 52 anos e o sucesso reconquistado. O disco solo que gravara, "Mystery Girl", foi lançado de forma póstuma, e fez sucesso de público e de crítica. Os "Travelling Wilburys" ainda fariam mais um disco, já sem a sua presença. São 30 anos sem Roy Orbison, um astro que, numa vida marcada tanto pelo sucesso quanto pela fatalidade, deixou uma marca indelével na música, e continua a encantar gerações.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Título encaminhado

Numa decisão em dois jogos com o segundo em casa, um empate no primeiro é meio caminho para ganhar a taça. Assim, o Atlético Paranaense está com o título encaminhado na Copa Sul-Americana, ao empatar, hoje, em 1 x 1, com o Atlético Junior de Barranquilla (COL), fora de casa. Depois de um primeiro tempo em que se mostrou tímido, parecendo estar satisfeito com o empate, o Atlético Paranaense ousou mais no segundo, e abriu o placar. Porém, pouco depois, numa falha defensiva, permitiu o empate. A partir daí, foi fortemente pressionado pelo Junior, que buscava obter a virada. Ela quase aconteceu quando o Junior teve um pênalti a seu favor. No entanto, na cobrança a bola bateu no travessão. A partir daí, embora o adversário continuasse pressionando, o Atlético Paranaense soube resistir, e criou contra-ataques perigosos que até poderiam lhe ter dado a vitória. Ela não veio, mas o título da Copa Sul-Americana ficou muito perto de ser alcançado. Na próxima quarta-feira, numa Arena da Baixada lotada, dificilmente o Atlético Paranaense deixará escapar a oportunidade de conquistar o primeiro título internacional de sua história.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Tarciso

O Grêmio acaba de perder Tarciso, um dos jogadores de mais extensa trajetória pelo clube. Tarciso faleceu aos 67 anos, vítima de um câncer ósseo. Ele chegou ao Grêmio, vindo do América-RJ, em 1973, e permaneceu até 1986. Foi o jogador que mais vezes vestiu a camisa do Grêmio, com 721 partidas, e é o segundo maior goleador da história do clube, com 222 gols. Ganhou por duas vezes o prêmio "Bola de Prata" como melhor ponteiro direito do Campeonato Brasileiro, em 1977 e 1978, e teve convocações para a Seleção Brasileira. Pelo Grêmio, ganhou todos os títulos possíveis na sua época, estadual, brasileiro, Libertadores e Campeonato Mundial de Clubes. Atualmente, Tarciso era vereador em Porto Alegre e estava na terceira legislatura.

Sucesso permanente

Paul McCartney virá novamente ao Brasil em 2019. Fará dois shows, um em São Paulo e outro em Curitiba. Há quem critique a frequência com que Paul se apresenta no país, mas isso é um privilégio a ser usufruído por quem for assistir às suas apresentações. Paul é um notável caso de um artista de sucesso permanente há mais de cinquenta anos. Durante oito anos como integrante dos Beatles, e numa carreira solo que já completou 48 anos, Paul jamais conheceu o ostracismo. Atualmente, aos 76 anos, aparece em vigésimo-primeiro lugar entre os 30 músicos mais bem pagos de 2018, em lista elaborada pela revista "Forbes", com ganhos de U$ 47,5 milhões. Seu disco "Egypt Station", recentemente lançado, atingiu o primeiro lugar nas paradas americanas. Num mercado tão volátil como o musical, Paul é um fenômeno atemporal. Com os Beatles ou na carreira solo criou vários clássicos como "Yesterday", a música que mais gravações teve em todos os tempos, "Here, There and Everywhere", "Eleanor Rigby", "Yellow Submarine", "Maybe I'm Amazed", "Band on The Run", entre tantos outros. Seria bom se Paul viesse ao Brasil todos os anos, e se apresentasse em várias cidades. Assistir a um show do maior mito musical vivo sempre será uma experiência extremamente gratificante.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Prêmios

Com o término do Campeonato Brasileiro, como não poderia deixar de ser, diversas premiações escolhem os melhores da competição. As seleções dos dois principais prêmios, a "Bola de Prata", da ESPN, e o da CBF, convergiram na escolha de vários jogadores. Não foi uma competição de grande nível técnico e, por conseguinte, os destaques individuais se mostraram escassos. A escolha, por ambos os prêmios, de Felipão como o melhor técnico, é absolutamente correta, pois desde que assumiu o cargo se manteve invicto no Brasileirão. Porém, ao apontarem Dudu como o melhor jogador da competição, o acerto me parece discutível. Ainda que Dudu tenha sido uma peça basilar no título pelo Palmeiras, ninguém foi melhor do que Everton, do Grêmio, que é o melhor jogador em atividade no país. Ontem, contra o Corinthians, isso ficou claro, novamente, em outra atuação exuberante de Everton. Outros nomes foram consensuais em ambas as premiações, corretamente, casos de Geromel (Grêmio), Bruno Henrique (Palmeiras), e Gabigol (Santos). As laterais se mostraram as posições mais carentes em qualidade, o que já vem se verificando há algum tempo no futebol brasileiro. O que fica evidente, encerrado o campeonato e feita a escolha dos melhores jogadores da competição, é o baixo nível técnico do futebol praticado, atualmente, no Brasil. Há ausência de craques, que eram abundantes em outros tempos.

domingo, 2 de dezembro de 2018

Despedida medíocre

O jogo não tinha valor para a classificação no Campeonato Brasileiro, mas Paraná e Inter poderiam ter mostrado mais futebol, hoje, no Durival Brito, pela última rodada. O empate em 1 x 1 foi justo, pois nenhum dos dois mereceu vencer. O Inter saiu na frente, e sofreu o empate nos acréscimos, o que sempre gera uma frustração, mas o resultado traduziu de forma mais fiel o que se viu em campo. Se vencesse, o Inter faria a sua maior pontuação na competição na era dos pontos corridos, mas isso não pareceu suficiente para que buscasse a vitória com mais intensidade. Foi uma despedida medíocre do Inter. Com a classificação direta que obteve para a Libertadores, o Inter fecha o ano de forma positiva, mas precisará se qualificar muito mais para enfrentar o próximo ano, quando disputará várias competições paralelas.

Classificação direta

A lógica prevaleceu na última rodada do Campeonato Brasileiro. O Grêmio confirmou o quarto lugar e obteve a classificação direta para a Libertadores. Sem jogar um futebol brilhante, venceu o Corinthians por 1 x 0, hoje, na Arena, ao fazer um gol cedo e manter a vantagem até o final. O resultado  nem seria necessário, pois o São Paulo perdeu para a Chapecoense, o que garantiria o quarto lugar para o Grêmio mesmo que fosse derrotado, por ter uma vitória a mais. As carências do Grêmio ficaram evidentes, mais uma vez, mas diante de um adversário fraco como o Corinthians, não houve maior dificuldade para vencer. O gol da vitória foi de Jael, que já estava há vários jogos sem marcar. Mesmo com o gol que marcou, Jael não pode ser titular no Grêmio, é, apenas, um jogador de grupo. Para conquistar titulos no próximo ano, o Grêmio terá de contratar reforços de expressão em todos os setores. Também precisará trazer jogadores para o banco, principalmente na zaga. O Grêmio teve um desempenho digno em 2018, mas o clube e seus torcedores ambicionam muito mais. Para isso, não bastará, somente, ter criatividade para contratar. Será preciso um pouco de ousadia na busca de jogadores de qualidade.

sábado, 1 de dezembro de 2018

A continência

O governo de Jair Bolsonaro ainda nem começou, e o presidente eleito não para de produzir situações humilhantes para o país. O que pode ser pior do que a continência para um membro do governo dos Estados Unidos? Como admitir tamanha demonstração de servilismo e sabujice? No entanto, o gesto, asqueroso e repulsivo, é absolutamente coerente com a visão de mundo de Bolsonaro. Afinal, Bolsonaro exalta a ditadura militar que, como se sabe, foi insuflada pelos Estados Unidos. Na mente estreita de Bolsonaro, os americanos defendem o mundo da ameaça do comunismo, um sistema político que o presidente eleito diz odiar, embora nem saiba exatamente o que seja, pois sua extrema limitação cognitiva não o permite. Bolsonaro segue fielmente o ideário americano ao defender o Estado mínimo, as privatizações, a "meritocracia", a independência do Banco Central, e toda a sorte de iniquidades que, se efetivadas, aumentarão ainda mais o fosso da absurda desigualdade social brasileira. O Brasil está na antesala de uma catástrofe que começará, efetivamente, no primeiro dia do próximo ano, sem que se saiba como, e quando, irá acabar.