sexta-feira, 20 de maio de 2011

O inferno pessoal de Strauss-Khan

O episódio que envolveu o ex-diretor gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Khan, de 62 anos, acusado, nos Estados Unidos, de crime sexual contra uma camareira de hotel de 32 anos, chama a atenção pelo efeito devastador que gerou na vida do indiciado. Preso dentro de um avião que o levaria de volta à França, Strauss-Khan foi levado para a prisão na Ilha de Rikers (EUA), de onde saiu após pagar uma fiança de US$ 1 milhão. O executivo também renunciou ao cargo que ocupava no FMI. Como se não bastasse, o ocorrido ainda tirou de Strauss-Khan, líder nas intenções de voto, a possibilidade de se eleger presidente da França em 2012. O agora ex-dirigente do FMI ficará em prisão domiciliar até a data do julgamento, com monitoramento eletrônico e sob supervisão de um guarda armado que será pago com o seu dinheiro. Sua esposa alugou um apartamento num prédio de alto luxo para que Strauss-Khan cumprisse a prisão domiciliar, mas os demais moradores, ao tomarem conhecimento do fato, pediram a direção do condomínio
que não o aceitasse como inquilino, pois não desejam tê-lo como vizinho. Em poucos dias, um homem rico e poderoso, vê-se reduzido a um pária social, uma figura indesejável. Tudo por não controlar seus instintos. O executivo já havia se envolvido em outro episódio constrangedor, ao ser descoberto que mantinha um caso com uma subordinada no FMI, fato que acabou tendo por consequência a saída da funcionária. O poder e a fortuna alcançados por alguns indivíduos faz com que eles, muita vezes, tenham a sensação de serem onipotentes e permanentemente impunes. No caso em questão, isso não aconteceu. Independentemente do que venha a ocorrer no julgamento, Strauss-Khan é um homem marcado. Não poderá mais recuperar o antigo prestígio. Mesmo que venha a ser absolvido, como homem público já está condenado. Terá como consolo o dinheiro, mas estará afastado das esferas do poder.