quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A solução de sempre

O Brasil e o Rio Grande do Sul vivem um momento de crise econômica..Embora tenham governantes de partidos e linhas ideológicas diferentes, ambas as administrações apresentam a mesma velha e surrada "solução" para o problema, ou seja, o aumento de impostos. No caso do governo federal, essa medida contraria o receituário econômico do PT, partido da presidente Dilma Rousseff. Porém, na ânsia de "acalmar o mercado", a presidente nomeou Joaquim Levy para ministro da Fazenda. Levy é um neoliberal convicto, e, portanto, suas proposições para resolver crises econômicas seguem a heterodoxia da direita. No Rio Grande do Sul, não há qualquer conflito de teor programático. O governador José Ivo Sartori é, sabidamente, um adepto do neoliberalismo, e, entre seus planos está, também, o da realização das execráveis privatizações. Como é de amplo conhecimento, o Brasil tem uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo. O brasileiro trabalha cinco meses do ano apenas para pagar impostos. O pior é que não há contrapartida para esses impostos escorchantes. Os serviços de saúde, segurança e educação, deveres dos governos, são, historicamente, de má qualidade. No caso específico do Rio Grande do Sul, a situação atual é revoltante. Como forma de coagir a Assembleia Legislativa a aprovar o seu abominável pacote de impostos, o governo resolveu promover o caos social. Os setores de saúde, educação e segurança foram deliberadamente sucateados, gerando o desespero na sociedade, na tentativa de forçar a aceitação de novos impostos para resolver o problema. No governo federal, o já referido ministro da Fazenda acenou com a possibilidade de aumentar as alíquotas do Imposto de Renda. Como se vê, a solução proposta pelos governos para a crise econômica é a mesma de sempre, isto é, avançar no bolso da já combalida classe média. Por que ninguém se propõe a combater a sonegação fiscal por parte de grandes empresas? Por que não se aprova a taxação das grandes fortunas e o imposto sobre heranças? A razão parece clara. Os governos não podem contrariar os interesses dos poderosos que lhes servem de financiadores de campanhas. Assim, cada vez que a crise se apresenta, a população é chamada a bancar uma conta que não fez.  Paga com o seu empobrecimento por crises pelas quais não tem responsabilidade.