segunda-feira, 13 de julho de 2015

Contratação emblemática

A contratação de Ronaldinho pelo Fluminense é o que se pode definir como emblemática em relação ao atual momento do futebol brasileiro. Num cenário desolador, em que muitos ainda tentam encontrar explicações para a derrota de 7 x 1 sofrida pela Seleção Brasileira para a Alemanha, um grande clube resolve repatriar um jogador de 35 anos que, há muito tempo, deixou de encarar a sua atividade de modo profissional. O mais espantoso é que o Fluminense é o atual vice-líder do Campeonato Brasileiro, com um time em que se destacam vários jovens jogadores formados no clube. Porque, então, contratar um veterano mais interessado nos prazeres extracampo, e por um salário altíssimo? Não é à toa que o futebol brasileiro caminha, cada vez mais, para o fundo do poço. Enquanto os europeus levam nossas revelações ainda no nascedouro, e até jogadores medianos e mais maduros, aos clubes brasileiros tem restado repatriar os que fracassam lá fora, ou os que, pela idade muito avançada, já não interessam a outros mercados. O Fluminense não precisa de Ronaldinho. Sua contratação é muito mais uma ação de marketing do que uma escolha técnica, ou seja, é fruto de quem encara o futebol como um circo, e não um esporte.