terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Desfecho inevitável

A demissão do técnico do São Paulo, Fernando Diniz, ontem ocorrida, é mais um fato bizarro do futebol brasileiro. Esse era um desfecho inevitável, o que torna incompreensível a demora na sua efetivação. Em um ano e quatro meses no clube, Diniz só colheu fracassos, e alguns vexames como a goleada de 5 x 1 para o Inter, no Morumbi, o pior resultado da história do São Paulo, como mandante, em competições nacionais. Então, porque Diniz custou tanto a ser demitido? A imprensa esportiva tem uma boa dose de responsabilidade nisso. Sempre ávida em descobrir técnicos "revolucionários" que possam renovar o "atrasado" futebol brasileiro, parte da imprensa logo adotou Diniz como seu candidato ao posto depois que ele foi vice-campeão paulista pelo modesto Audax, em 2016. Sua proposição de jogo foi classificada como audaciosa, privilegiando a posse de bola e a ofensividade. Dessa forma, Diniz acabou contratado pelo Athletico Paranaense, onde continuou a ser coberto de elogios por vários cronistas, mas acabou demitido por ter colocado o clube na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Após sua saída, o Athletico Paranaense recuperou-se na competição. Mesmo com o mau desempenho no clube paranaense, Diniz recebeu uma chance no Fluminense. Novamente, montou uma estratégia de futebol envolvente, criando muitas chances de gol, mas também as desperdiçando em grande número. Não teve vida longa no clube carioca, mas teve, a seguir, outra grande oportunidade, no São Paulo. Conseguiu a classificação para a fase de grupos da Libertadores, mas, depois, só colheu fracassos. Foi eliminado do Campeonato Paulista, da própria Libertadores, da Copa Sul-Americana, da Copa do Brasil, e despencou para o quarto lugar no Campeonato Brasileiro, depois de liderar a competição com sete pontos de vantagem sobre o segundo colocado. Diniz é mais um dos técnicos "emergentes" do futebol brasileiro que se revela apenas mais um Professor Pardal. Terá de repensar seus conceitos. Em relação à imprens esportiva, deveria ser mais cautelosa antes de apostar suas fichas em novos técnicos.