terça-feira, 31 de dezembro de 2013

A vida não para

Nessa época de final de ano, em que a maioria das pessoas desacelera  e curte folgas ou férias, temos a ilusão de que tudo possa transcorrer com mais calma, de que os acontecimentos ruins também fiquem suspensos. Infelizmente, não é assim. Os acontecimentos envolvendo o lutador Anderson Silva e o ex-piloto de Fórmula-1 Michael Schumacher são uma prova disso. Não acompanho as lutas de MMA; que não aprecio, mas não pude deixar de saber da fratura sofrida por Anderson Silva em pleno combate. O gravíssimo acidente com Schumacher, enquanto esquiava, também chocou a todos. De que antecedem pois de uma longa carreira expondo-se aos riscos da velocidade, Schumacher foi ter o seu mais grave acidente praticando um esporte por lazer. A verdade é que o calendário é uma convenção humana. Por isso mesmo, os acontecimentos ruins não dão folga. Ainda assim, nos momentos que antecedem a chegada de mais um ano, fixemos nossos pensamentos no que há de mais positivo, sabendo que, como todos outros anos, o de 2014 terá momentos bons e ruins, e que a maior vitória para todos nós será chegar ao final dele com saúde. Um excelente 2014 para todos!

sábado, 28 de dezembro de 2013

Conservadorismo

Estamos acostumados a ideia de que o Brasil é um país de pessoas liberadas, com tendência à libertinagem, onde a sensualidade é a marca dominante. Trata-se, é claro, de um estereótipo, não confirmado pela realidade. Num país onde o exercício da democracia ainda tem ares de novidade, o conservadorismo persiste nas relações sociais. O psicanalista italiano, radicado no Brasil, Contardo Calligaris, em entrevista ao jornal Zero Hora, em sua edição de amanhã, que, como de hábito, já circula na véspera, diz que o Brasil é um país "careta" num campo em que ele não imagina que seja, isto é, o das fantasias sexuais. Calligaris constata que os brasileiros têm a impressão de que sacudir a bunda durante os quatro dias de Carnaval ou usar um biquíni um pouco mais ousado na praia seja uma grande manifestação de liberalismo. A prática do topless, mesmo no "avançado" Rio de Janeiro não é aceita, e se transforma num evento. O psicanalista dá outra demonstração da "caretice" brasileira, ao citar o fato de que o número de clubes de swing, por casal de habitantes, no Brasil é irrisório, se comparado com a Itália, por exemplo. Outro evidência da falta de naturalidade dos brasileiros para lidar com os assuntos da sexualidade foi a reação, percebida por Calligaris, de pessoas que assistiam ao filme "O Azul é a Cor Mais Quente", quando da exposição na tela da famosa cena em que, durante nove minutos, as duas protagonistas entregam-se a uma ardente relação. Contardo Calligaris percebeu que as pessoas, em vez de observarem a cena em silêncio, se agitavam, se mexiam na cadeira, davam um risinho nervoso, comentavam com quem estava ao lado. Não conseguiam assistir à cena com respeito, como deveria ser. Demonstravam medo, transformado em riso nervoso. As colocações de Calligaris vem na mesma direção do que penso sobre esse Brasil "liberado" de que tanto ouvimos falar. Não passa de uma imagem falsa, insistentemente alardeada por alguns com o intuito de justificar medidas que restituam uma "moralidade perdida". Na verdade, somos um país, ainda, muito reprimido. Entre o mito e a realidade, há um caminho muito longo a percorrer até que o Brasil deixe de ser um país conservador.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Confirmação

O que todos já suspeitavam aconteceu: o julgamento do recurso da Portuguesa no STJD confirmou o rebaixamento do clube para a 2ª divisão. Não se sabe o que é mais lamentável, se o fato em si ou a defesa dessa excrecência feita por profissionais do direito e integrantes da imprensa esportiva. Aferrados ao que estipula a legislação esportiva, tais pessoas sustentam que a decisão não poderia ser outra, e que a Portuguesa cometeu uma terrível desatenção pela qual terá de pagar sendo rebaixada, depois de obter, legitimamente, em campo, sua manutenção na 1ª divisão. Com os quatro pontos que lhe foram tungados pelo tribunal, a Portuguesa cai e o Fluminense, que, dentro de campo, não teve competência para tanto, permanecerá na série A do futebol brasileiro. Por essas e por outras, é que a Justiça será sempre vista com desconfiança pela população. Ela se baseia numa suposta observância rigorosa dos textos legais para sustentar toda sorte de patifarias. A legislação esportiva já é elaborada para ensejar esse tipo de golpe. Se assim não fosse, a punição a um clube não beneficiaria outros. Admitindo-se que a Portuguesa tenha cometido um erro ao escalar um jogador que estava suspenso, ela poderia ser mantida na 1ª divisão e, na próxima edição do Campeonato Brasileiro, iniciar a competição com o passivo dos pontos que lhe fossem retirados. Essa solução é adotada em outros países, por que não se faz o mesmo no Brasil? Ainda que represente o estrito cumprimento do que estabelece a lei, a decisão agora confirmada, em segunda e última instância, estabelece uma punição desproporcional ao erro cometido e, o que é ainda pior, brinda o Fluminense com a manutenção na série A, o que não fez por merecer. A justiça não pode se ater somente a uma interpretação literal de textos legais. A decisão de hoje, novamente por unanimidade, foi iníqua e, fundamentalmente, injusta. Ela representa um terrível retrocesso para o futebol brasileiro que, assim volta aos seus piores dias, quando viradas de mesa e decisões de "tapetão" subvertiam os resultados de campo. Só falta a anunciada volta do Campeonato Brasileiro com formulismo, a partir de 2015, que vem sendo aventada por alguns, vir a ocorrer. Se isso acontecer, se poderá expedir o atestado de óbito do futebol brasileiro.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Pacote indigesto

O dia de hoje foi de apresentações de novos jogadores da dupla Gre-Nal. O Grêmio apresentou o zagueiro Geromel, que estava no Mallorca (ESP). O Inter mostrou ao público o goleiro Dida, recém dispensado pelo Grêmio, e o atacante Wellington Paulista, que estava emprestado ao Criciúma, mas pertencia ao Cruzeiro. Todos vieram, praticamente, sem custos. Geromel veio num estranho empréstimo por dois anos e meio! Dida e Wellington tinham terminado seus contratos e, portanto, o Inter não precisou gastar nada para trazê-los. São contratações que levam em conta a nova tendência do futebol brasileiro, a de contenção de gastos. Porém, do ponto de vista técnico, o pacote apresentado, hoje, pela dupla Gre-Nal , é indigesto. São pouquíssimas as referências que se tem sobre Geromel, e elas não chegam a ser entusiasmantes. O jogador, no entanto, deixou ótima impressão quanto á desenvoltura que demonstrou em sua entrevista de apresentação. Seguro e articulado, respondeu sem hesitação a todas as perguntas, revelou conhecimento sobre o Grêmio e procurou ser assertivo em suas colocações. As contratações de Dida e Wellington Paulista também estão longe de empolgar. Dida já tem 40 anos e, estranhamente, o Inter assinou com ele um contrato de dois anos. Afora a idade do jogador, o fato de que o atual presidente do Inter, Giovanni Luigi, encerrará seu mandato no final de 2014, tornariam muito mais lógica a assinatura de contrato por apenas um ano. A vinda de Wellington Paulista parece estar muito mais relacionada com o fato de que ele sempre marca gols contra o Grêmio. Em termos de biografia, é um jogador rodado, que nunca firmou-se como uma grande estrela. Para um grupo que já dispõe de Scocco e Rafael Moura sua contratação não representa, em princípio, um acréscimo. Não faria melhor o Inter se apostasse em um jovem valor de suas categorias inferiores? Em resumo, os novos jogadores apresentados, até agora, por Grêmio e Inter, trazem mais preocupações do que ânimo para os seus torcedores.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Uma data que vem sendo esvaziada

Mais uma vez, é Natal. Uma data repleta de apelos e significados. Ainda que se saiba que o calendário é uma convenção humana, e que muitos digam que o nascimento de Jesus Cristo não aconteceu exatamente em 25 de dezembro, é uma data de força avassaladora. O Natal, no entanto, não tem a mesma importância para todas as pessoas. Para ateus e adeptos de religiões não cristãs, é um dia como os demais. Porém, ninguém consegue ficar alheio ao enorme volume de referências em  relação a chamada "data máxima da cristandade". Num fenômeno típico dos tempos em que vivemos, o Natal foi se tornando, essencialmente, uma data comercial. Basta que o Natal vá se aproximando para que a enxurrada de anúncios do comércio vá invadindo rádios, redes de tv, jornais, revistas e internet. Afinal, o Natal é uma data em que as pessoas trocam presentes. Essa é uma tradição histórica, mas que convivia em paralelo com o aspecto religioso da data. Aos poucos, foi passando para o primeiro plano e, hoje, muitas pessoas desconhecem o que se comemora no Natal. A figura simpática e fictícia do Papai Noel tornou-se o símbolo mais presente do Natal, deixando o aniversariante sendo gradativamente esquecido. Em nossos tempos delirantemente consumistas, o que importa é comprar. Assim, todas as datas, mesmo as revestidas de um caráter religioso e místico vão sendo transformadas num estímulo ao consumo. O Natal passa a ser uma data para se ganhar presentes, a Páscoa um dia para se comer chocolates. Numa época onde consumir é a principal motivação das pessoas, a forma resiste, mesmo com o esvaziamento do conteúdo. Afinal, na "sociedade de mercado", o que importa é que existam datas que sirvam de pretexto para o estímulo ao consumo. O verdadeiro significado dessas celebrações vai se tornando irrelevante.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O anticlímax da dupla Gre-Nal

As  contratações de Grêmio e Inter para o ano de 2014, até agora, são de tirar o sono dos seus torcedores. Era sabido que os clubes brasileiros partiriam para uma contenção de gastos, depois de longos anos de gastança. Porém, como conciliar poucas e discutíveis contratações com a necessidade de obter resultados que é própria dos grandes clubes? No caso específico de Grêmio e Inter, ambos deveriam esforçar-se ao máximo para formar times fortes, capazes de grandes conquistas. O Grêmio, por ter obtido a classificação direta para a Libertadores e estar há 12 anos sem conquistar um grande título. O Inter, por que está em dívida com o seu torcedor, depois de dois anos consecutivos péssimos nas competições de maior nível. A movimentação dos dois clubes em termos de reforços, no entanto é desalentadora. O Grêmio trouxe Edinho, um volante extremamente limitado, e o desconhecido zagueiro Geromel. O Inter deverá anunciar até sexta-feira, as contratações do goleiro Dida e do centroavante Wellington Paulista. Em comum, todos esses jogadores tem a idade já um tanto avançada e o fato de nada custarem em termos de aquisição. Edinho, Dida e Wellington Paulista por terem findado seus contratos com os clubes onde estavam, Geromel, por vir por empréstimo. Essa parece ser a nova realidade do futebol gaúcho. Contratações com pouco ou nenhum custo, salários mais baixos. Ótimo para as finanças, mas um anticlímax para os torcedores da dupla Gre-Nal.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Um título para ser muito festejado

A conquista, pela Seleção Brasileira de Handebol Feminino, do título de campeã mundial, é um feito altamente expressivo do esporte brasileiro, e deve ser muito festejado. O handebol está longe de ser um esporte popular no Brasil. Sua prática é mais comum nas escolas que nos clubes. A grosso modo, é um futebol jogado com as mãos. Afora o uso das mãos, sua grande diferença em relação ao futebol são os escores altos. Na decisão de hoje, por exemplo, contra a Sérvia, a equipe brasileira venceu por 22 a 20. Essa conquista é muito significativa porque, antes desse título, a melhor colocação do Brasil num mundial de handebol feminino havia sido um 5º lugar. Portanto, na primeira vez em que obteve uma medalha na história da competição, o Brasil ficou com a de ouro. O título não é fruto do acaso. Conscientes de que, para que o handebol evoluísse no Brasil, era preciso buscar o conhecimento nos centros onde ele é mais desenvolvido, os dirigentes brasileiros da modalidade trouxeram o técnico dinamarquês Morten Soubak para treinar a seleção feminina. O trabalho de Soubak, que já vem sendo desenvolvido há alguns anos, foi apresentando um progresso contínuo, que culminou com a conquista do mundial. O Brasil reafirma, assim sua vocação para os esportes coletivos. Se nos esportes individuais o país vive do aparecimento esporádico de grandes estrelas como Adhemar Ferreira da Silva no atlestismo, Maria Esther Bueno e Gustavo Kuerten no tênis, Éder Jofre no boxe e César Cielo na natação, nos esportes coletivos o Brasil já ostenta cinco títulos de Copas do Mundo com o futebol, dois mundiais de basquete, medalhas de ouro olímpicas com o vôlei, tanto masculino quanto feminino. O handebol feminino soma-se, agora, a uma tradição do Brasil nos esportes praticados por equipes. Uma bela notícia para o país que irá sediar a próxima edição das Olimpíadas, que será realizada no Rio de Janeiro, em 2016.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Como já era esperado

Nenhuma surpresa. Aconteceu o que quase todos já esperavam. O Bayern de Munique ganhou o título do Campeonato Mundial de Clubes. A conquista veio com uma vitória de 2 x 0 sobre o Raja Casablanca, do Marrocos. Os gols foram marcados por dois brasileiros, o zagueiro Dante e o meia Thiago Alcãntara, filho de Mazinho, campeão da Copa do Mundo de 1994 pela Seleção Brasileira. Foi uma vitória ao natural, mas com o Raja portando-se com dignidade e jogando, na medida das suas possibilidades, um bom futebol. No final da partida, inclusive, o Raja perdeu dois gols feitos, desperdiçando a chance de, pelo menos, ser derrotado por um placar mais ajustado. O Bayern ganhou, ainda, o troféu Far Play, e teve os dois melhores jogadores da competição. Lahm ficou com a Bola de Prata, e Ribéry, com a Bola de Ouro. O título do Bayern foi, portanto, a confirmação de uma impressão quase generalizada. Se tivesse enfrentado o Atlético Mineiro na decisão, talvez tivesse encontrado uma maior resistência, mas dificilmente deixaria de ser campeão.

Evitando um fiasco maior

O Atlético Mineiro ficou com o terceiro lugar no Campeonato Mundial de Clubes, ao vencer o Guangzhou Evergrande, da China, por 3 x 2, na despedida do técnico Cuca, num jogo que teve duas viradas no placar. O primeiro gol da partida, logo a 1 minuto do primeiro tempo, foi do Atlético Mineiro. No entanto, com grandes falhas na defesa, o time brasileiro permitiu o empate e, mais tarde, num pênalti, a virada. Ainda no primeiro tempo, Ronaldinho, em mais uma falta muito bem cobrada, empatou o jogo. No segundo tempo, o jogo seguiu franco, com muitas oportunidades para cada lado. Próximo do final da partida, Ronaldinho, depois de simular uma falta, chutou um adversário e foi expulso. Mesmo assim, aos 45 minutos, Luan, num contra-ataque rápido, fez o gol da vitória. O terceiro lugar do Atlético Mineiro repetiu a trajetória do Inter no Mundial de Clubes de 2010 e evitou o que seria um fiasco ainda maior, ou seja, ser derrotado nas duas partidas da competição. Agora, o Atlético Mineiro terá, em 2014, uma nova disputa de Libertadores, com outro técnico, Paulo Autuori, que já ganhou a competição duas vezes. O retrospecto recente de Autuori, contudo, não justifica um maior entusiasmo.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Gastos controlados

As movimentações dos clubes brasileiros visando o ano de 2014 mostram que, efetivamente, a época dos salários milionários e do perdularismo está ficando para trás. Mesmo os clubes classificados para a Libertadores estão adotando a política de gastos controlados. As contratações são poucas e sem grande impacto. O Botafogo, após perder Oswaldo de Oliveira, um técnico conceituado, colocou para substituí-lo o seu auxilar técnico e treinador da categoria sub-20, Eduardo Húngaro. O Flamengo já revelou que não fará grandes investimentos para o ano que vem. O Grêmio trouxe um técnico emergente, Enderson Moreira, um jogador com vínculo encerrado pelo qual não teve de pagar pela contratação, Edinho, e um zagueiro brasileiro desconhecido que estava na segunda divisão da Espanha, Geromel. Por outro lado, vendeu seu lateral esquerdo, Alex Telles, escolhido o melhor da sua posição no Campeonato Brasileiro, para o Galatasaray. Os clubes não trazem grandes reforços, e se desfazem de seus poucos destaques para fazer caixa. Dessa forma, o panorama técnico desolador do Brasileirão deverá se repetir ou até,se agravar. A derrota do Atlético Mineiro para o Raja Casablanca, do Marrocos, o segundo fiasco brasileiro em três anos no Mundial de Clubes, é outro fato que mostra que o futebol do país anda em baixa. No ano em que sediará uma Copa do Mundo pela segunda vez, com fundadas esperanças de ganhá-la, o Brasil vê o futebol de seus clubes tomados pela pobreza, tanto técnica quanto financeira. Os estádios, novos ou reformados, estão muito bonitos, mas o futebol jogado neles está longe de entusiasmar. Tomara que a inesgotável capacidade do futebol brasileiro de revelar talentos, nos brinde com o surgimento de novos craques, capazes de modificar esse quadro tão pouco estimulante.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Perspectivas sombrias

O final de ano não está sendo de boas notícias para os torcedores do Grêmio. Pelo contrário, os primeiros movimentos da diretoria para 2014 fazem com que as perspectivas do clube para o próximo ano sejam sombrias. Primeiro, foi a contratação do técnico Enderson Moreira, de currículo inexpressivo para um clube do porte do Grêmio. Hoje, a contratação do volante Edinho, ex-Inter, que estava no Fluminense. Edinho, mesmo ganhando títulos importantes pelo Inter, nunca caiu nas graças do torcedor. Alguns cronistas identificados com o Inter o detestavam. Isso tudo quando Edinho ainda era um jovem jogador. Agora, Edinho já está com 30 anos. Afora o fato de já ter trabalhado com Enderson Moreira no Fluminense, fica difícil entender o critério utilizado na contratação de Edinho, pois o Grêmio dispõe de volantes de muita boa qualidade, como Souza, Riveros e Ramiro. Talvez o argumento seja o de buscar um jogador experiente e acostumado com  grandes competições, como a Libertadores. Porém, esse mesmo critério foi utilizado, equivocadamente, em 2013, com a desnecessária contratação de Dida e a fracassada vinda de André Santos. Na verdade, a contratação de Edinho é do tipo que não motiva o torcedor. Como se não bastassem essas más notícias dos últimos dias, especula-se que o Grêmio pode estar trazendo o zagueiro Geromel, do Mallorca (ESP), um brasileiro desconhecido em seu próprio país, que já está com 28 anos e tem uma trajetória medíocre na carreira. Pelo visto, no Natal de 2013, o Grêmio reservou para os seus torcedores apenas presentes de grego.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Mais um fiasco histórico

O Inter não está mais sozinho na condição de clube sul-americano responsável por um fiasco histórico em campeonatos mundiais de clubes. Três anos e quatro dias depois de sua derrota para o Mazembe, o Atlético Mineiro veio lhe fazer companhia. O Atlético Mineiro perdeu, hoje, pelas semifinais do Mundial de Clubes, para o Raja Casablanca, clube que só está na competição por ser o atual campeão do país sede da disputa, o Marrocos. Foi uma derrota inapelável, por 3 x 1. O Atlético Mineiro começou pressionando, tentando resolver logo o jogo, mas o gol não saía, e o time brasileiro concedia espaços ao Raja, que armava contra-ataques perigosíssimos. Ainda no primeiro tempo, o time marroquino perdeu dois gols feitos. A conversa no intervalo não parece ter surtido efeito, pois, logo aos seis minutos do segundo tempo, o Raja fez 1 x 0. O gol sofrido fez o Atlético Mineiro perturbar-se, errando passes e continuando a proporcionar espaços ao adversário. O técnico Cuca, então, resolveu sacar o lateral direito Marcos Rocha, colocando o atacante Luan em seu lugar. As câmeras flagraram Marcos Rocha, furioso, despejar palavrões em direção a Cuca. Ainda assim, o Atlético Mineiro chegou ao empate, aos 17 minutos, num gol de falta de Ronaldinho Gaúcho, que, afora esse lance, pouco fez em todo o jogo. Mesmo com o empate, o Atlético Mineiro não melhorou sua produção e não conseguia passar a frente no placar. O pior veio aos 37 minutos, quando o árbitro marcou, equivocadamente, um pênalti de Réver. O Raja fez 2 x 1, e o pouco tempo restante para o fim do jogo fez o time brasileiro partir para o ataque no desespero. Cuca ainda colocou Alecsandro em campo, mas de nada adiantou. O gol de empate, que levaria o jogo para a prorrogação, não aconteceu. Para tornar o fiasco ainda maior, aos 48 minutos, em mais um contra-ataque contundente, o Raja Casablanca fez 3 x 1. Um duro golpe para a sofrida torcida atleticana. Agora, o Inter não está mais só com o seu "Mazembaço". Para lhe fazer companhia, o Atlético Mineiro terá, daqui por diante, o "Rajazaço".

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Em ritmo de treino

O primeiro jogo pelas semifinais do Campeonato Mundial de Clubes, entre Guanghzou Evergrande, da China, e Bayern de Munique, foi pouco mais do que um treino para o time alemão, que goleou por 3 x 0. O Guangzhou até conta com bons jogadores, como os brasileiros Élkson e Muriqui e o argentino Conca, e um técnico renomado, o italiano Marcello Lippi, campeão da Copa do Mundo de 2006 pela Itália, mas não conseguiu fazer frente ao poderoso Bayern. Mesmo desfalcado de jogadores como Schwasteinger e Robben, o Bayern sobrou em campo. Seu primeiro gol só saiu aos 39 minutos do primeiro tempo, até porque o Bayern não forçava o ritmo, jogava ao natural. Porém, quatro minutos depois, já acontecia o segundo gol. O terceiro veio logo a 1 minuto do segundo tempo, afastando qualquer chance de reação do time chinês. A partir daí, o que se viu foi quase um jogo em meia linha, com  o Bayern empilhando chances de gols que iam sendo desperdiçadas uma após outra. Assim, o placar, embora dilatado, não espelha o que foi o jogo. A goleada poderia ter sido muito maior. Resta ver, agora, como se portará o Atlético Mineiro, amanhã, contra o Raja Casablanca, do Marrocos. Pela amostra de hoje, no entanto, o favoritismo do Bayern para a conquista do título parece ainda mais robustecido.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Retrocesso

O rebaixamento da Portuguesa para a segunda divisão, e a manutenção do Fluminense na primeira, decidido, hoje, por unanimidade, pelo STJD, é um ato vergonhoso, que representa um retrocesso terrível para o futebol brasileiro que, assim, retorna aos tempos das viradas de mesa que subvertiam resultados de campo para favorecer grandes clubes. Mais inaceitável do que isso é ver que vários jornalistas esportivos, mesmo antes da decisão ser tomada, tentavam justificá-la sob o argumento de que a Portuguesa, de fato, cometera um erro ao escalar o jogador Hevérton e, portanto, seu rebaixamento era, apenas, o estrito cumprimento do que estabelece a lei. Por trás desse "apreço" ao cumprimento da lei, está, na verdade, a leniência para com as patifarias tão abundantes no passado do futebol brasileiro e que, agora, voltam a nos assombrar. Ainda que a Portuguesa tivesse de perder quatro pontos, isso poderia ser feito no próximo Campeonato Brasileiro, com o clube já iniciando a competição com tal passivo de pontos. Essa é uma solução perfeitamente aplicável às normas da Fifa. Ao punir a Portuguesa com a perda dos quatro pontos no recentemente encerrado Brasileirão de 2013, o STJD opta pelo golpismo, rebaixando o clube para salvar o Fluminense da segunda divisão. Ainda que seja juridicamente sustentável, a decisão de hoje foi sórdida, nojenta, execrável, repugnante, asquerosa e, ás vésperas de o Brasil sediar uma Copa do Mundo, remete o futebol do país de volta aos seus piores tempos, em que abundavam manobras de bastidores e maracutaias de todos os tipos.

Escolha equivocada

A contratação do técnico Enderson Moreira pelo Grêmio é uma escolha equivocada que vem se somar à anunciada redução de gastos para o ano que vem. Tendo lutado para conseguir classificação direta para a Libertadores, e alcançado seu objetivo, é incompreensível que o Grêmio reduza o investimento no futebol e contrate um técnico de currículo inexpressivo. A ideia de fazer mais com menos, apostando em um time com muitos jogadores "pratas da casa" e treinado por um técnico emergente, é um despropositado pensamento mágico, só aceitável para quem ainda acredite no Papai Noel e no Coelhinho da Páscoa. Num ano em que deveria maximizar seus esforços na busca de um grande título, que não conquista há 12 anos, o Grêmio oferece ao seu torcedor a perspectiva desalentadora de ser um mero participante da próxima Libertadores, sem nenhuma condição efetiva de ganhar o título. O Grêmio, com o presidente Fábio Koff, guindado ao cargo, pela terceira vez, por uma torcida que viu nele a chance de voltar aos bons tempos, teve em 2013, um desempenho praticamente idêntico ao do ano passado, quando o ocupante do posto era Paulo Odone. Com a classificação direta para a Libertadores, seu único diferencial em relação ao Grêmio de Odone no ano anterior, Koff deveria buscar, em 2014, a retomada das grandes conquistas. Em vez disso, direciona o clube para o caminho da mediocridade. Até agora, a administração de Koff, tão repleta de promessas grandiosas, tem se constituído num estelionato eleitoral.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Uma mudança para servir de exemplo

A redemocratização do Brasil já ocorreu há 28 anos, pondo fim aos 21 anos de duração da execrável e espúria ditadura militar. Porém, mesmo depois de todo esse tempo, municípios, avenidas, ruas e escolas continuam a levar o nome de figuras que participaram do golpe militar. Inciativas para que tais denominações fossem trocadas chegaram a ser feitas, mas esbarraram na resistência da direita. Agora, uma escola de Salvador partiu para a ação. A Escola Estadual Presidente Emílio Garrastazu Médici decidiu trocar seu nome, pois incomodava à comunidade que ele homenageasse um ditador. Numa votação democrática, envolvendo a comunidade escolar, optou-se entre os nomes do ex-deputado federal e guerrilheiro Carlos Marighella e o do geógrafo Mílton Santos. Marighella venceu com 69% dos votos. Conforme a vice-diretora do colégio, Maria das Graças Passos, a mudança vem em boa hora, ainda mais com a escolha do nome de um baiano que combateu a ditadura. Esse é um fato que merece ser exaltado, ainda mais por se tratar de uma escola. Num país que insiste em não fazer a devida punição dos agentes da ditadura, ignorando o exemplo dos seus vizinhos, Argentina e Uruguai, é digna de aplausos a medida tomada na Bahia. Não se justifica que ainda existam no país homenagens a artífices da ditadura. A avenida Castelo Branco, via de acesso a Porto Alegre, por exemplo, deveria ter o seu nome trocado. A direita certamente irá estrilar com o ocorrido em Salvador, mas vai ficar falando sozinha. A alteração foi feita numa votação democrática, pelos diretamente interessados. Restituída a democracia, a população deixa a cada dia mais claro por qual dos lados confrontantes optou. Mesmo com toda a carga da grande imprensa em favor do conservadorismo, o povo mostra, em pequenas votações, como a da escola de Salvador, ou nas eleições, que fez a sua opção, e ela não contempla homenagens a golpistas e liberticidas.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Abel está de volta

Agora é oficial: Abel Braga é o novo técnico do Inter. Será a sexta passagem do técnico pelo clube! Abel é o técnico que conquistou os títulos de maior expressão da história do Inter, pois foi campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes em 2006. Esse é o motivo principal do seu retorno, pois o Inter vem de dois anos seguidos de péssimos desempenhos nas competições de grande porte, e 2014 é o último de Giovani Luigi como presidente, sendo, portanto, a oportunidade que sobrou para o dirigente máximo do clube tentar levantar a imagem da sua administração. Outro ponto que favorece Abel é que suas principais virtudes são a liderança que mantém sobre o grupo e a coesão que consegue estabelecer nele. Num clube cujo vestiário tem apresentado graves problemas nos últimos anos, essas características de Abel tendem a ser bastante favoráveis. Nem todos, no entanto, manifestam entusiasmo pela contratação de Abel. Há os que alegam que ele é um técnico de salário muito alto, e que, por já estar rico e afirmado, não teria mais a mesma motivação para o trabalho. Resta esperar para ver o que vai acontecer na prática. Chama atenção, contudo, que o Inter, que não irá participar da Libertadores, invista num técnico caro e renomado, enquanto seu maior rival, o Grêmio, que estará na maior competição do futebol sul-americano, pretenda fazer uma política de contenção de gastos.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Grupo difícil

O Grêmio lutou muito para obter classificação direta para a Libertadores. Porém, ao não ficar entre os cabeças de chave da competição, acabou sorteado para o que pode ser considerado o "grupo da morte" da Libertadores de 2014. No grupo, afora o Grêmio, estarão presentes o Newell's Old Boys (ARG), Nacional de Medellin (COL), e Oriente Petrolero (BOL) ou Nacional (URU). Se, por um lado, é um grupo atrativo sob o ponto de vista da bilheteria, de outro, sua exigência técnica torna a luta pela classificação extremamente árdua. Não bastasse isso, o que se diz é que o Grêmio irá diminuir sua folha de pagamentos, se desfazendo de jogadores de altos salários e sem fazer grandes contratações. Um indício claro dessa tendência foi a confirmação, hoje, da saída do goleiro Dida. A saída de Dida não chega a ser um problema do ponto de vista técnico, mas se outros jogadores forem dispensados ou negociados pelos simples fato de terem uma alta remuneração, e não houver a chegada de nomes de grande nível, as perspectivas do Grêmio na Libertadores serão bem modestas. O torcedor do Grêmio sofre com a ausência de grandes títulos há 12 anos. Com a ideia do clube de reduzir custos, e entrando num grupo tão duro na primeira fase da Libertadores, esse jejum tem tudo para se prolongar.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Ainda não foi dessa vez

A Ponte Preta disputou, esse ano, a primeira competição internacional de sua história, e conseguiu chegar na decisão. Começou, então, a acalentar o sonho de conquistar o primeiro título da sua longa história de 113 anos, o segundo clube de futebol mais antigo do Brasil. Porém, ainda não foi dessa vez. A decisão do título foi contra o Lanús, da Argentina. No primeiro jogo, quarta-feira passada, no Pacaembu, a Ponte Preta ficou no empate em 1 x 1. Hoje, fora de casa, perdeu por 2 x 0, e viu adiada, mais uma vez, a tão sonhada conquista de um título. Ao longo de sua história, a Ponte Preta montou bons times, pelos quais passaram jogadores como Dicá, Nelsinho, Manfrini, Valdir Peres, Carlos, Édson, Oscar, Polozi, Juninho, Nenê, entre outros, mas os títulos sempre escaparam. Uma condição que dói ainda mais porque o seu grande rival, o Guarani, ostenta o título de campeão brasileiro de 1978. A Ponte fez uma campanha meritória na Copa Sul-Americana, vencendo, fora de casa, Criciúma, Velez Sarsfield e São Paulo. Chegou com méritos na decisão, mas, mais uma vez, o título não veio. Com a derrota da Ponte Preta, o Botafogo foi beneficiado, pois classificou-se para a Pré-Libertadores, condição que ficaria com o clube paulista, caso fosse o campeão. A conquista esteve muito perto, mas ainda não chegou. A luta da Ponte Preta para obter um título continuará por mais tempo.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Artificialismo

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) decidiu que, no Campeonato Mundial de Fórmula-1 de 2014, a última corrida, o Grande Prêmio de Abu Dhabi terá os pontos valendo em dobro. A medida é uma clara tentativa de dar mais competitividade à F-1, que tem sido dominada por Sebastian Vettel e sua equipe, a RBR, nos últimos quatro anos. Se a medida já tivesse sido adotada anteriormente, Vettel não teria ganho um de seus quatro títulos consecutivos, o de 2011. Vettel, aliás, já se pronunciou sobre a mudança, considerando-a injusta para quem se esforça durante um ano inteiro. Concordo com Vettel. No esporte, as competições buscam apontar quem é o melhor. Por vezes, há uma superioridade escancarada de um competidor sobre os demais. Isso pode levar a uma previsibilidade quanto ao resultado que desestimule o público. Como o esporte se tornou um negócio milionário, é preciso cativar a audiência. Para isso, é desejável que as competições apresentem um alto grau de disputa, mantendo a mobilização e o interesse do público quanto ao seu desfecho. Tudo isso é muito compreensível, mas não justifica um artificialismo como pontos dobrados numa única corrida. O recurso do formulismo pode até ser eficiente para manter a emoção durante uma competição, mas é injusto. Os melhores tem o direito de usufruir a sua superioridade, ainda que isso tire um pouco do interesse pela disputa. Não se pode punir o talento. Vettel e a RBR tem sido hegemônicos na F-1, mas isso é consequência da qualidade do piloto e da competência da equipe. Eles tem feito um trabalho melhor do que os dos seus concorrentes, e, enquanto isso persistir, tem o direito de colher os resultados correspondentes.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Proposta rejeitada

O Conselho Deliberativo do Grêmio rejeitou, na noite de hoje, a proposta do conselheiro Renato Moreira que previa modificações no processo eleitoral do clube. Uma lástima que a proposta tenha sido inteiramente recusada. O único equívoco da proposição de Renato Moreira, uma das mais expressivas lideranças do clube, era a ideia de aumentar o mandato do presidente de dois para três anos. De resto, a intenção de retomar a eleição presidencial em dezembro, depois do encerramento dos jogos oficiais, era excelente. Historicamente, o processo eleitoral no Grêmio sempre foi assim, até o momento em que se lançou a infeliz ideia de realizar as eleições em outubro, período em que o clube está em plena disputa de competições, o que gera um desvio de foco extremamente prejudicial. Moreira também propunha a unificação da eleição para o Conselho Deliberativo com a presidencial, com a primeira se realizando um pouco antes da segunda, evitando o prolongamento da ebulição política no clube. Outra excelente ideia foi a de reinstituir o cargo de vice-presidente de futebol, que em péssima hora foi extinto. Renato Moreira, inconformado com a rejeição da proposta, disse que ela só não foi aprovada por ter sido de sua autoria, dando um cunho de mesquinharia política ao fato. O fato é que, exceção feita ao aumento do mandato presidencial, que em nada beneficiaria o Grêmio, as demais proposições seriam muito favoráveis ao clube. O Grêmio não ganha grandes títulos há 12 anos, e nesse período só venceu três campeonatos estaduais. Entre as muitas razões para isso, estão as equivocadas alterações nos processos eleitorais, modificando o que dera certo ao longo da história do clube. Com a rejeição integral da proposta de Moreira, o Grêmio perdeu uma chance preciosa de reparar esse equívoco.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Encerramento melancólico

O Campeonato Brasileiro de 2013 se encerrou nesse fim de semana, de maneira melancólica. Os jogos mostraram o baixo nível técnico observado durante toda a competição. Faltou futebol, e, para piorar, um jogo chamou mais a atenção pela violência chocante fora de campo, do que pelo que ocorreu dentro dele. No sábado, Flamengo e Cruzeiro fizeram um jogo com dois times cheios de reservas para um surpreendente público de 41 mil pessoas no Maracanã, numa partida que nada valia para a tabela. Dentro de campo, aconteceu o mais lógico, um empate em 1 x 1, que contentou a todos. Ainda no sábado, o Corinthians encerrou sua medíocre participação no Brasileirão perdendo para o Náutico, lanterna absoluto, por 1 x 0, na Arena Pernambuco. Uma triste despedida para o Corinthians, que não se encontrou durante o campeonato. O resultado permitiu ao Náutico manter em poder do América-RN a condição de pior campanha na história dos Campeonatos Brasileiros. Um modesto consolo. Hoje, ocorreram todos os demais jogos, que definiam classificações para a Libertadores e rebaixamentos. Como era de se esperar, Portuguesa e Grêmio, no Canindé, não saíram do empate. Afinal, o resultado garantia o vice-campeonato para o Grêmio, e a permanência da Portuguesa na primeira divisão. No final, 0 x 0, com o Grêmio tendo várias chances claras de gol, mas todos terminando o jogo satisfeitos. O Inter, para "coroar" um desempenho abaixo da crítica na competição, apenas empatou em 0 x 0 com o time reserva da Ponte Preta, que foi treinada pelos auxiliares do técnico Jorginho, que não veio para o jogo no Francisco Stédile. A torcida do Inter vaiou o time. Nos demais jogos, o Goiás, confirmando a fama de "cavalo paraguaio", ficou fora da Libertadores ao ser goleado, em casa, pelo Santos, que não aspirava mais nada no campeonato. O Coritiba aproveitou-se do desinteresse do São Paulo, outro clube que apenas cumpria tabela, venceu-o por 1 x 0, no estádio Novelli Júnior, em Itu (SP), e se manteve na primeira divisão. O Botafogo goleou o Criciúma por 3 x 0, no Maracanã, e com a derrota do Goiás, entrou na zona de classificação para a Libertadores, da qual só sairá se a Ponte Preta ganhar a Copa Sul-Americana. O Criciúma, mesmo tendo perdido, não foi rebaixado, pois foi ajudado pelos resultados paralelos. O Vitória, que ainda sonhava com uma remota chance de classificação para a Libertadores, chegou a fazer 2 x 0 no Atlético Mineiro, no Independência, mas acabou cedendo o empate em 2 x 2. Chegamos então aos dois jogos de mais tristes consequências. O Fluminense ganhou de virada do Bahia, por 2 x 1, na Arena Fonte Nova, mas, com a vitória do Coritiba, acabou rebaixado. Um fato inédito e vexatório é que o Fluminense é o primeiro clube a ser campeão brasileiro num ano e rebaixado no seguinte. O Vasco não só caiu para a segunda divisão, na Arena Joinville, como foi goleado pelo Atlético Parananense por 5 x 1. Depois de sair perdendo por 1 x 0, o Vasco chegou a empatar, mas foi vitimado por uma atuação defensiva desastrosa, especialmente do zagueiro Cris. Porém, o principal acontecimento desse jogo não foi a partida em si. Aos 16 minutos do primeiro tempo, quando o Atlético Paranaense vencia por 1 x 0, uma briga feroz entre as duas torcidas paralisou o jogo por mais de uma hora, deixou um saldo de quatro feridos, e abalou o país e o mundo com as imagens transmitidas pela televisão. Um triste acontecimento que, somado ao futebol pobre mostrado na rodada, fez o Campeonato Brasileiro terminar sem deixar saudade.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Candidato próprio

O que já vinha sendo especulado se confirmou, e o PDT terá candidato próprio a governador do Rio Grande do Sul em 2014. O candidato escolhido também é o que estava sendo aventado, o deputado federal Vieira da Cunha. Com isso, mais um partido abandona a base de sustentação do governo Tarso Genro. O primeiro a fazê-lo foi o PSB, para engajar-se na candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a presidente. Em princípio, é saudável que os partidos lancem candidatos próprios aos cargos majoritários. Isso fortalece a sigla perante o eleitor. Porém, nem sempre um partido possui entre seus quadros nomes com a devida densidade eleitoral. Para concorrer com chances numa pleito majoritário é preciso um potencial de votos muito maior do que para uma eleição proporcional. Vieira da Cunha já provou sua capacidade de eleger-se para a Assembléia e Câmara dos Deputados, mas não parece ter condições suficientes para vencer uma eleição em que estarão concorrendo o atual governador, Tarso Genro, do PT, e a senadora Ana Amélia Lemos, do PP. Um dos trunfos do PDT será, sem dúvida, o seu candidato a senador, o jornalista Lasier Martins,de grande popularidade. Ainda assim, isso não parece suficiente, pois o voto não é vinculado e nada impede que um eleitor de Lasier vote em Tarso ou Ana Amélia para governador. O PDT, na verdade, sempre careceu de grandes nomes. Sua maior expressão no Rio Grande do Sul ainda é Alceu Collares, que, não por acaso, elegeu-se prefeito de Porto Alegre e governador pelo partido. Collares, no entanto, já está com 85 anos, o que o afasta dos embates eleitorais. O pleito de 2014 servirá para que o PDT mostre uma condição de protagonismo junto ao eleitorado, não sendo apenas um integrante de uma ampla coligação chefiada por outro partido, mas não será dessa vez que conseguirá eleger, novamente, o governador do Estado.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Grupo fácil

Hoje foi o dia, tão esperado, do sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2014. O Brasil pegou um grupo fácil, com Croácia, Camarões e México. Com exceção da Croácia, a Seleção Brasileira não deverá enfrentar maiores dificuldades nos jogos da primeira fase. A partir daí, no entanto, o grau de exigência aumentará. Nas oitavas de final, a Seleção deverá enfrentar a Holanda, ou, até mesmo, a Espanha, atual campeã mundial. Se chegar até às quartas de final, enfrentará, possivelmente, a Inglaterra, e nas semifinais, a Alemanha. Se chegar até à decisão, terá pela frente Argentina, Espanha (caso ela tenha sido campeã do seu grupo na primeira fase} ou Itália. Como se vê, após um início ameno, o caminho da Seleção até o título não será fácil. Porém, com uma equipe definida, um técnico que já foi campeão da competição e contando com o fator local que representa ter sempre a quase totalidade do público presente ao estádios em seus jogos torcendo a seu favor, a Seleção tem tudo para conquistar a Copa e exorcizar de vez a derrota para o Uruguai em 1950. Como é de costume, a primeira fase da Copa terá um "grupo da morte". Será o Grupo D, composto de Itália, Uruguai, Inglaterra e Costa Rica. Um grupo que soma sete títulos de Copa do Mundo! O mais fraco dos grupos é o C, com Colômbia, Costa do Marfim, Grécia e Japão. O que mais importa, contudo, é a convicção de que a Copa de 2014 tem tudo para ser a melhor de todos os tempos. Afinal, ela vai reunir todas as oito seleções que já ganharam a competição. Agora, é só começar a contagem regressiva para que o Brasil sedie, pela segunda vez, a mais importante disputa do futebol mundial.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Nélson Mandela

O mundo perdeu hoje uma figura histórica: Nélson Mandela. Uma daquelas pessoas que despertam a admiração de todos, fascinadas pelo exemplo de vida, por uma existência marcada pela integridade e honradez. Um defensor permanente da paz e da conciliação que, mesmo tendo passado mais de 20 anos preso, não buscou vingança contra seus detratores. Lutou contra o apartheid, a terrível segregação racial da África do Sul, e colheu a vitória. Ao tornar-se o primeiro presidente negro do país, marcou a superação de um período vergonhoso não só para a África do Sul, mas para a humanidade. Buscou sempre o entendimento, não o confronto. Sua imagem era a de um homem paternal, transmitia bondade e acolhimento. Um líder pelo exemplo, não por rompantes e bravatas. Uma prova de que a brandura não significa fraqueza. Mandela foi, e continuará sendo, um símbolo, não só para seu país, mas para o mundo inteiro. Um símbolo da tolerância, do entendimento, da superação de conflitos, da busca da eliminação das barreiras que dividem os seres humanos. Não foi um político, mas um estadista. Um ícone, uma personalidade atemporal de uma existência longa e profícua. Como ele próprio dissera, a morte é inevitável, e ela chegou para Mandela na provecta idade de 95 anos. Certamente, morreu em paz, com a consciência tranquila de quem soube, como poucos, fazer a sua parte.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Mau resultado

A Ponte Preta começou mal a disputa do título da Copa Sul-Americana, contra o Lanus (ARG). Hoje, no Pacaembu, apenas empatou  em 1 x 1. O Lanus saiu na frente, já no segundo tempo, e a Ponte Preta conseguiu igualar o placar quando o jogo já se aproximava do final. Ambos os gols foram de falta, e muito bonitos. No primeiro tempo, Santiago Silva, centroavante do Lanus, conhecido por suas limitações técnicas, perdeu um gol incrível. Foi um mau resultado para a Ponte Preta, pois, como era a mandante do primeiro jogo, era importante que vencesse para poder enfrentar com mais chances a segunda e decisiva partida, na casa do adversário. Um novo empate, por qualquer placar, levará a decisão para os tiros livres da marca do pênalti. A esperança da Ponte Preta é que, nas fases anteriores da competição, ela venceu o Criciúma, o Velez Sarsfield e o São Paulo nos jogos fora de casa. Nada está perdido, portanto, mas o Lanus ficou com o favoritismo para o título.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Castigado por viver mais

A expectativa média de vida continua crescendo no Brasil. Ela já chega a 74,6 anos. Em média, as mulheres já vivem mais de 78 anos, e os homens 70 anos e 11 meses. Isso deveria ser motivo de satisfação, pelo que revela de avanço da medicina e das condições gerais de saúde da população, mas também tem a sua face perversa. Os brasileiros estão sendo punidos por viverem mais, pois quem está em vias de se aposentar, a partir dos novos dados de expectativa de vida revelados pelo IBGE, terá de trabalhar por um tempo a mais do que o planejado, e seus ganhos serão reduzidos. Portanto, mais uma vez os aposentados estão sendo tungados. Os apologistas da necessidade de "salvar" a Previdência Social há tempos insistem que ela apresenta déficits crescentes e que essa situação tem de ser equacionada. Com base nesse argumento, o governo Fernando Henrique Cardoso criou o famigerado fator previdenciário e desvinculou o reajuste dos benefícios do aumento do salário mínimo, o que levou os aposentados a uma condição de crescente defasagem de seus ganhos. Estamos, então, diante de um mecanismo perverso, em que quanto mais a longevidade dos brasileiros se expandir, mais eles estarão expostos a miserabilidade na fase de suas vidas em que mais necessitam de recursos. No Brasil, ter uma vida longa parece ser uma afronta, e os aposentados é que são punidos por isso. Incrivelmente, o brasileiro está sendo castigado por viver mais.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Pedro Rocha

Um dia antes de completar 71 anos, faleceu, hoje, o ex-jogador uruguaio Pedro Rocha. Ele foi vítima de uma doença degenerativa, a atrofia do mesencéfalo, contra a qual lutava há vários anos, que lhe comprometera a fala e os movimentos. Pedro Rocha foi o único jogador uruguaio a disputar quatro Copas do Mundo. Pelé o considera um dos cinco maiores jogadores de todos os tempos. No Peñarol, ganhou oito campeonatos uruguaios, três Libertadores da América, e dois Campeonatos Mundiais de Clubes. Pelo São Paulo, jogou de 1971 a 1977, fez 324 partidas e marcou 119 gols, conquistou dois campeonatos paulistas e um brasileiro. No Brasil, jogou, ainda, por Coritiba, Palmeiras e Bangu, e encerrou sua carreira no Al Nassr, da Arábia Saudita, em 1980. Também foi técnico, sem  muito êxito, e, entre outros, clubes, treinou o Inter, onde teve uma passagem rápida e apagada. Porém, como jogador, sua qualidade era indiscutível. Um craque de uma época de ouro do futebol. Apenas quatro dias depois de Nílton Santos, outro craque que esteve em quatro Copas do Mundo, é mais um artista da bola que nos deixa.

Entusiasmo arrefecido

Desde que o argentino Jorge Bergoglio foi escolhido como o novo papa, que adotou por nome Francisco, a revista "Veja" brindou-lhe com toda a sorte de elogios e referências positivas. Francisco foi apontado pela revista como o homem que viera para salvar a Igreja, dar-lhe uma nova face, limpá-la da presença de pedófilos e homossexuais entre seus membros, conter a perda de fiéis para outras religiões, entre muitas outras tarefas. Sua bondade, carisma, simpatia e acessibilidade eram saudadas pela publicação. Porém, ao divulgar o primeiro documento de relevo de seu papado, a exortação apostólica "Evangelii Gaudium" (A alegria do Evangelho), Francisco sofreu as primeiras críticas da revista que tanto o exaltava, indicando que o entusiasmo da publicação pela sua figura pode estar arrefecendo. Tudo porque, numa análise percuciente e praticamente irrebatível, Francisco condenou o livre mercado e criticou o capitalismo. Num trecho particularmente inspirado, Francisco escreveu o seguinte: "Enquanto os lucros de poucos crescem exponencialmente, os da maioria situam-se cada vez mais longe do bem-estar daquela minoria feliz. Tal desequilíbrio provém de ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira. Por isso, negam o direito de controle dos Estados, encarregados de velar pela tutela do bem comum". Essas verdades, incontestáveis à luz da razão, não foram, é claro, assimiladas por "Veja". A revista argumentou que o "legítimo" direito de acumular riqueza nasceu das próprias costelas trincadas da Igreja pela Reforma Protestante, no século XVI, que segundo o filósofo alemão Max Weber, tirou dos cristãos os dilemas éticos e morais que os impediam de obter lucro. "Veja" considerou, também, que se o papa olhasse com atenção o governo "antidemocrático" da Argentina da presidente Cristina Kirchner, perceberia que a solução é menos, e não mais, Estado. Por fim, a publicação afirma que ao transformar uma solução, o livre mercado, em problema, Francisco pode estar se encaminhando para pregar no deserto. Nada mais falso. Francisco acertou na "mosca". Suas palavras vão ao encontro do que sentem na carne os desvalidos e do que tem consciência as mentes mais lúcidas e esclarecidas. Ter sofrido críticas de uma publicação tão repugnantemente conservadora e neoliberal como "Veja" é um sinal inequívoco do acerto do que escreveu.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Melhor do que a encomenda

O Grêmio ganhou do Goiás por 1 x 0, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foi uma vitória como tantas outras do Grêmio no Brasileirão, sem jogar bem, marcando apenas um gol, abusando dos chutões, concedendo posse de bola ao adversário, sofrendo até o apito final. Porém, a rodada não poderia ter sido melhor para o Grêmio, pois, afora vencer um concorrente direto pela classificação da Libertadores, viu outros dois clubes com o mesmo objetivo, Atlético Paranaense e Botafogo, serem derrotados. Com isso, o Grêmio voltou a ser o vice-líder da competição, posição que só perderá se, na última rodada, for derrotado pela Portuguesa e o Atlético Paranaense vencer o Vasco. Portanto, o Grêmio está com o vice-campeonato encaminhado, o que lhe dará a classificação direta para a Libertadores. Os resultados de hoje, no entanto, já garantiram o Grêmio, pelo menos na pré-Libertadores, pois não há mais hipótese de o clube terminar o campeonato abaixo do terceiro lugar. Foi uma rodada melhor do que a encomenda para o Grêmio, que fez a sua parte e foi ajudado pelos resultados paralelos. Agora, resta confirmar o vice-campeonato, na última rodada e, depois, tratar de montar um time que possa dar a perspectiva concreta de ganhar a Libertadores novamente.

sábado, 30 de novembro de 2013

Pelada

O Inter empatou com o Corinthians em 0 x 0, hoje, no Pacaembu, pelo Campeonato Brasileiro. Poucas vezes o resultado de um jogo foi tão previsível. O Corinthians tem enorme dificuldades para marcar gols, e está totalmente desmotivado, por não aspirar mais nada no Brasileirão. Nem mesmo a despedida do técnico Tite em jogos do Corinthians como mandante, que levou 35 mil pessoas ao estádio, foi capaz de tornar o time menos letárgico. Para o Inter, o empate interessava, pois era o ponto que faltava para afastar de vez a hipótese, que já era remota, de rebaixamento. A consequência foi uma partida fraquíssima, uma autêntica pelada, em que os dois times poderiam ficar jogando durante dias que, ainda assim, não marcariam gols. Nem mesmo o fato de ter ficado com um jogador a mais em campo desde os oito minutos do segundo tempo, quando Williams foi expulso, fez o Corinthians crescer em campo. O futebol praticado pelos dois times foi horroroso, incompatível com a tradição dos dois clubes, mas que espelha fielmente o que foram as suas campanhas na competição.. Em resumo, um jogo para ser esquecido.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A seleção do campeonato

A CBF divulgou, hoje, a seleção dos melhores do Campeonato Brasileiro de 2013. Os escolhidos foram Fábio (Cruzeiro), Marcos Rocha (Atlético Mineiro), Dedé (Cruzeiro), Manoel (Atlético Paranaense) e Alex Telles (Grêmio); Nílton (Cruzeiro), Elias (Flamengo), Éverton Ribeiro (Cruzeiro) e Paulo Baier (Atlético Paranaense); Wálter (Goiás) e Éderson (Atlético Paranaense). O craque do campeonato foi Éverton Ribeiro. O jogador revelação foi Marcelo (Atlético Paranaense). O melhor técnico, Marcelo Oliveira (Cruzeiro). A seleção escolhida deixa claro o baixo nível técnico do campeonato e do futebol brasileiro. Com exceção de Fábio, que inexplicavelmente nunca é convocado, Marcos Rocha, que já foi lembrado algumas vezes, e de Dedé, que segue nos planos de Felipão, os demais jogadores não são de nível de Seleção Brasileira. Manoel vem destacando-se há algum tempo pelo Atlético Paranaense, mas não se tem certeza sobre o que poderia fazer num grande clube, Alex Telles ainda é, apenas, uma promessa. Nílton, Elias e Evérton Ribeiro brilharam, mas não são foras de série. Paulo Baier, que só teve grande rendimento em clubes médios, já tem 39 anos. Wálter, de grande talento, vive uma eterna briga com a balança. Éderson foi o goleador do Brasileirão, mas é um jogador tecnicamente modesto. A revelação do campeonato, Marcelo, é outro que ainda terá de confirmar se é ou não um grande jogador. O futebol brasileiro, infelizmente, está nivelado por baixo. Há muita paridade entre os times, mas pela ausência de grandes valores, e não pela sua presença em número significativo, como seria desejável. O equilíbrio entre os disputantes até proporciona emoção, como no caso da luta pela classificação para a Libertadores, ainda não totalmente definida, mas tecnicamente os jogos são pobres. Os grandes clubes brasileiros gastam muito dinheiro para formar seus times, mas o que se vê em campo não justifica esse dispêndio. Resta torcer para que a inesgotável fábrica de talentos do futebol brasileiro possa nos brindar, brevemente, com novos craques capazes de alterar esse quadro.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Nílton Santos

O Brasil perdeu, hoje, um dos seus maiores jogadores de futebol de todos os tempos: Nílton Santos. Escolhido pela Fifa, no final do século passado, como o melhor lateral esquerdo da história do futebol mundial, Nílton Santos foi convocado pela Seleção Brasileira para as Copas do Mundo de 1950, 1954, 1958 e 1962, sendo campeão nas duas últimas. Em 16 anos de carreira, só vestiu duas camisas, a do Botafogo e a da Seleção Brasileira. Na Copa do Mundo de 1962, foi titular e campeão com 37 anos de idade. Nílton Santos não enriqueceu com o futebol. Após parar de jogar, teve algumas experiências como técnico, sem maior repercussão. Nessa atividade, aliás, por um breve período, treinou o São Paulo, de Rio Grande (RS). Craque dentro de campo, Nílton Santos foi também um grande ser humano. Há alguns anos, sofria do Mal de Alzheimer. Faleceu aos 88 anos, de infecção pulmonar. Mais um campeão do mundo que se vai, e que deixa uma imensa saudade.

Resultados lógicos

Os jogos de hoje Flamengo x Atlético Paranaense e Ponte Preta x São Paulo confirmaram a expectativa encaminhada pelas primeiras partidas. Com o empate em 1 x 1, no Durival Brito, o Flamengo levou uma grande vantagem para o Maracanã. Um simples empate me 0 x 0 daria o título da Copa do Brasil para o Flamengo. Esse foi o resultado que persistiu durante quase todo o jogo, mas com um gol no final da partida, e outro nos acréscimos, o Flamengo ganhou por 2 x 0 e não deixou dúvidas sobre a legitimidade da sua conquista. Esse é o terceiro título da Copa do Brasil ganho pelo Flamengo em cinco decisões que disputou da competição. Para o Atlético Paranaense pesou o fato de não ter vencido o jogo que disputou como mandante, e a postura na partida de hoje, quando precisava marcar gols mas mostrou pouca ousadia. No outro jogo da noite, a Ponte Preta empatou em 1 x 1 com o São Paulo, pelas semifinais da Copa Sul-Americana. Como havia vencido no Morumbi, por 3 x 1, a Ponte Preta estava com a classificação quase garantida, e apenas confirmou essa tendência no estádio Romildão, em Mogi-Mirim (SP). Sem jamais ter ganho um título em sua história, a Ponte Preta conseguiu a façanha de classificar-se para a decisão de sua primeira competição internacional. A Ponte Preta, no entanto, terá a torcida contra dos clubes que buscam classificação para a Libertadores pelo Campeonato Brasileiro. Afinal, se a Ponte Preta ganhar a Copa Sul-Americana, o Brasileirão classificará apenas três clubes para a Libertadores. Se ela for derrotada, serão quatros os clubes classificados.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Renovação inusitada

A renovação de contrato do técnico Gílson Kleina com o Palmeiras é mais uma demonstração de que o futebol brasileiro se encaminha, aos poucos, para adotar posturas mais racionais e menos irresponsáveis quanto aos gastos praticados pelos clubes, o que se insere dentro da ideia de mudanças estruturais proposta pelo movimento Bom Senso F.C. Kleina aceitou reduzir seu salário de R$ 300 mil para R$ 200 mil. O contrato prevê, no entanto, um sistema de bonificação que poderá fazer com que essa quantia possa até dobrar. No caso de uma eventual demissão, Kleina receberá o equivalente a dois meses de salário, exceto se, nesse período acertar-se com outro clube. Como se vê, é um avanço em relação aos contratos que vem sendo praticados pelos grandes clubes nos últimos anos. Em geral, os maiores clubes brasileiros pagam salários exorbitantes para seus técnicos, com cláusulas rescisórias milionárias. Dessa forma, se o técnico é demitido muito antes do término do contrato, o clube segue passando seu salário, que se soma ao do novo treinador, gerando uma espiral de gastos. Isso, somado aos gastos igualmente altos com o grupo de jogadores, faz com que os grandes clubes tenham enormes dívidas, apesar de não arrecadarem pouco. Ao contrário do que muitas vezes dão a entender, os maiores clubes brasileiros ganham muito dinheiro. A televisão, com o que paga pelos direitos de transmissão das competições, por exemplo, é uma grande fonte de recursos. A permanente crise financeira dos clubes não se dá pela falta de recursos, mas pela má administração dos mesmos. O novo contrato entre o Palmeiras e Gílson Kleina é um indicativo do que pode ser uma nova tendência no futebol brasileiro, com salários menores, mas com metas de produtividade que poderão gerar ganhos adicionais. Tomara que isso se confirme, e que o futebol brasileiro tenha, daqui por diante, uma administração mais responsável, preservando as finanças dos clubes, quase sempre combalidas.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Polêmica oportunista

A fala do jogador Júlio Baptista, do Cruzeiro, dirigida a Cris, do Vasco, que foi captada pelas câmeras de transmissão da partida, no sábado, geraram uma enorme polêmica no futebol brasileiro. A leitura labial do que disse Júlio Baptista foi "Faz logo outro gol...", o que, para alguns permanentes paranóicos significa a evidência de que o Cruzeiro entregou o jogo para o Vasco. A explicação de Júlio Baptista, que admitiu ter mesmo dito a frase, foi de que era uma resposta a um pedido de Cris para que o Cruzeiro "aliviasse" o jogo, já que nada mais aspira no Campeonato Brasileiro, por ter ganho o título antecipadamente, enquanto o Vasco sofre grande risco de rebaixamento. A argumentação do jogador do Cruzeiro me parece absolutamente coerente e expressa o que deve, verdadeiramente ter acontecido. Por absoluta leviandade ou por sensacionalismo, vários profissionais dos meios de comunicação difundiram a ideia de que o Brasileirão estava manchado por um jogo "amolecido". Um dos que sustentam essa impressão é o ex-jogador, e atualmente comentarista, Roger Flores, cuja conduta, ao tempo em que desfilava pelos gramados, em nada o autoriza a manter uma postura de paladino da ética. Aqui no Rio Grande do Sul, defensores apaixonados das competições com formulismos e "mata-mata", aproveitaram para dizer que o problema está na fórmula de pontos corridos, por favorecer a ocorrência de resultados arranjados. O que esses eternos farejadores de golpes não explicam é porque, nessa mesma fórmula, clubes como o próprio Vasco e o Corinthians já foram rebaixados. O que se está vendo no momento é a eclosão de uma polêmica oportunista e carregada de leviandade. Inimigos dos pontos corridos e clubes que disputam com o Vasco a fuga da zona de rebaixamento estão se aproveitando do episódio para favorecer seus interesses. A explicação de Júlio Baptista é plenamente convincente. Pensar o contrário é procurar pelo em ovo.

domingo, 24 de novembro de 2013

Decepcionante

O Inter empatou em 0 x 0 com o Coritiba, hoje, no Francisco Stédile, pelo Campeonato Brasileiro. Mesmo com  toda a tentativa de mobilização feita pela diretoria do clube, barateando o preço dos ingressos, convocando a ajuda do torcedor, e com a volta de jogadores importantes como Juan e Leandro Damião, o Inter voltou a ter uma atuação decepcionante e só não deverá terminar o Brasileirão na condição de rebaixado porque o entredevoramento dos outros clubes que estão na parte de baixo da tabela tende a favorecê-lo. A reclamação de Williams, após a partida, de que o técnico do Inter, Clemer, tem jogadores no banco e não faz modificações, deixa evidente de que as causas dos insucessos em campo continuam as mesmas, independente de quem esteja no cargo. O presidente do Inter, Giovanni Luigi, está há três anos no posto. Nesse período, o clube se caracterizou pela alta rotatividade de técnicos, e por um vestiário indomável. Fala-se que Abel será o próximo técnico do Inter. Por ter conquistado o maior título da história do Inter, o de campeão mundial, Abel chegará, caso sua contratação se confirme, com enorme força e cartaz. Resta saber se isso será suficiente para controlar o vestiário.

Frustrante

O Grêmio empatou em 1 x 1 com a Ponte Preta, hoje à tarde, no Moisés Lucarelli, pelo Campeonato Brasileiro. O resultado, combinado com a goleada do Atlético Paranaense sobre o Náutico por 6 x 1, fez o Grêmio cair para o terceiro lugar na tabela de classificação. Mais uma vez, o torcedor do Grêmio se viu tomado pela frustração. Dessa vez, o Grêmio teve até mais volume de jogo, criou chances em bom número, mas, como sempre, teve enorme dificuldade para marcar gols. O técnico do Grêmio, Renato, escalou o time com três atacantes, aproveitando a volta de Vargas, que estava jogando pelo Chile. Foi de Vargas, inclusive, o único gol do Grêmio. Porém, os outros dois homens de frente, Kléber e Barcos, repetiram pela enésima vez o mau futebol e a ausência de gols. Nem mesmo o fato de ter jogado fora de casa serve como atenuante para o Grêmio. A Ponte Preta já entrou em campo virtualmente rebaixada, poupou alguns titulares, e o estádio não recebeu um grande público. Sabedor de que não poderia deixar Máxi Rodriguez fora do jogo, e de que tinha que retirar um dos outros três estrangeiros do grupo para incluí-lo entre os relacionados para a partida, Renato sacrificou Riveros. Tudo para não tirar Barcos, escolha óbvia da maioria da torcida e da imprensa. Barcos, embora tenha se esforçado, teve uma atuação calamitosa, abaixo da crítica, errou praticamente todas as jogadas. Kléber, um atacante que não marca gols desde setembro, foi, novamente, uma nulidade, e ainda ficou irritado ao ser substituído! Máxi Rodriguez entrou no segundo tempo e, talvez sentindo o peso de ser visto como um salvador da pátria, não chegou a brilhar. A sorte do Grêmio é que, nessa rodada, o Goiás perdeu e o Botafogo apenas empatou. No entanto, se antes o Grêmio dependia apenas de si para manter-se em segundo lugar no Brasileirão, posição que dá classificação direta para a Libertadores, agora não é mais assim. Como tem o mesmo número de pontos e de vitórias que o Atlético Paranaense, mas saldo de gols muito inferior, terá de torcer para que ele tropece. Poucas vezes um jogo esteve tão fácil de ser vencido como o de hoje, mas o Grêmio, esbarrando nas mesmas limitações de outros tantos jogos, obteve mais um empate frustrante.

sábado, 23 de novembro de 2013

O radicalismo de Bachelet

A revista "Veja" segue, a cada semana, com sua incansável defesa do capitalismo e da "sociedade de mercado". Seu radar está voltado não só para o Brasil, mas para qualquer lugar do mundo onde algum governo se guie por outros parâmetros. Nesse caso, os adjetivos são sempre duros, pois não há algo que "Veja" suporte menos do que contestações ao capitalismo selvagem. A mais nova vítima da ira da publicação, na edição que chegou hoje às bancas, é a candidata a presidente do Chile, Michelle Bachelet. Ela ganhou o primeiro turno das eleições, e deverá ter sua vitória confirmada no segundo. Bachelet já presidiu o Chile de 2006 a 2010 e teria sido, segundo a revista, a maior representante da chamada "esquerda vegetariana", expressão criada pelo direitista peruano Álvaro Vargas Llosa para definir políticos da América Latina que, embora defendessem ideias socialistas, mantinham políticas "pragmáticas" e "respeitavam as instituições democráticas". Como tal, se contrapunham ao grupo dos "carnívoros", como o falecido venezuelano Hugo Chávez e o boliviano Evo Morales. No  entender da revista, Bachelet, embora ainda distante de Chávez e Evo, está mais "radical". Tudo porque suas propostas de campanha ameaçam o modelo econômico que, conforme "Veja", colocou o Chile "na porta de entrada do Primeiro Mundo". Bachelet propõe reformar a Constituição, permitir a reeleição, eliminar o lucro na educação, promover o avanço estatal no sistema de aposentadorias, reduzir os estímulos para investidores estrangeiros e nacionais e elevar impostos às empresas. Para qualquer pessoa que analise tais propostas com discernimento, elas representam um avanço na direção da justiça social. Para "Veja", no entanto, são demonstrações de radicalismo. O lucro na educação é uma ignomínia, por comerciar com um dos mais nobres valores humanos. A participação do governo no sistema de aposentadorias é uma imposição moral de qualquer país. Os trabalhadores não podem ter o seu futuro preso, apenas, a planos de previdência privada, como deseja "Veja" no seu modelo de sociedade ideal. A redução de estímulos governamentais para empresários é outra medida elogiável. O governo tem de agir para mitigar os problemas sociais, não para subsidiar investidores privados. A elevação de impostos para as empresas, segue na mesma linha, pois quem mais arrecada, deve dar uma maior contribuição. O que "Veja" não esclarece aos seus leitores é que o atual presidente do Chile, Sebastian Piñera, é um milionário que aplicou em seu mandato todo o receituário neoliberal. Por isso mesmo, sua candidata foi facilmente batida por Bachelet no primeiro turno. Não é de hoje que os eleitores dos países da América do Sul se inclinam à esquerda do espectro político. Se, como aconteceu no Chile, experimentam eleger um candidato de direita, logo se arrependem e voltam atrás. Brasil, Argentina, Uruguai, Equador, Bolívia e Venezuela são governados pela esquerda, e o Chile prepara-se para juntar-se ao grupo. Todos esses governos enfrentam marcação cerrada da imprensa conservadora, que tenta desmoralizá-los e desestabilizá-los, sempre de modo infrutífero. A preferência dos sul-americanos pela esquerda não é um modismo, é convicção. Para o bem dos países por ela governados e desconsolo de "Veja", que continuará com suas teses caindo no vazio.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O pessimismo de Pelé

Pelé é, sem dúvida, o maior jogador de futebol de todos os tempos. Maradona, Garrincha, Messi, Di Stéfano e Puskas são outros exemplos de craques extraordinários, mas Pelé é superior a todos, um verdadeiro gênio. Porém, ao contrário do que alguns possam pensar, a genialidade não é multifatorial, ela se concentra num determinado dom ou habilidade. Sendo assim, alguém que atinge a condição de gênio numa atividade, poderá ser medíocre em outros campos de atuação. No caso específico de Pelé, ele nunca demonstrou o mesmo brilho em qualquer outra área com que tenha se envolvido. Ele já aventurou-se como compositor, mas as músicas que criou constrangem pelo primarismo. Também já arriscou-se como ator e, igualmente, não despertou nenhum entusiasmo pelo seu desempenho. Como ministro dos Esportes no governo de Fernando Henrique Cardoso, criou a malfadada lei que leva o seu nome e que, sob o pretexto de libertar os jogadores da "escravidão", prejudicou imensamente os clubes, favorecendo intermediários que, usando a alcunha de "empresários", nada mais são do que gigolôs fazendo fortuna às custas do suor alheio. Ao longo do tempo, as manifestações públicas de Pelé também foram, em geral, desastradas. Ficou célebre uma declaração sua, ainda nos tempos da ditadura, dizendo que o povo brasileiro não sabia votar. Seus muitos disparates fizeram com que, certa vez, o também ex-jogador Romário dissesse que " De boca fechada, Pelé é um poeta". Agora, em  mais uma declaração inoportuna e infeliz, Pelé afirmou que não acredita no êxito do movimento Bom Senso F.C., criado por jogadores, que visa obter mudanças na estrutura do futebol brasileiro, principalmente em relação ao calendário. O movimento, criado há pouco mais de um mês, já conseguiu que os campeonatos estaduais de 2014 tivessem sua duração reduzida, o que, parece, não foi observado por Pelé. O Bom Senso F.C. pretende, entre outras coisas, um calendário mais enxuto e racional, com um mês de pré-temporada. Os jogadores já fizeram manifestações de protesto antes de partidas do Campeonato Brasileiro, e pretendem intensificar suas ações na rodada desse fim de semana da competição, por entenderem que a CBF não está correspondendo às expectativas do movimento quanto às mudanças no futebol do país. Em vez de juntar sua voz com a dos jogadores, valendo-se da representatividade que sua figura possui, Pelé manifesta seu pessimismo quanto ao atendimento das reivindicações que eles encaminharam. Mais uma vez, Pelé presta-se a um triste papel, andando de mãos dadas com as forças mais retrógradas do futebol brasileiro. Comprova, com isso, que sua genialidade ficou restrita ao que fazia dentro do campo. Fora dele, quase sempre, mete os pés pelas mãos.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Confronto

A questão da prisão dos réus do mensalão tomou conta do noticiário dos meios de comunicação e das discussões nas redes sociais. Todos os demais assuntos parecem estar em absoluto segundo plano. Poucos são os que conseguem fazer uma análise equidistante do fato. O que se vê é uma defesa apaixonada dos réus, por um lado, e um ódio desmesurado pelos mesmos, de outro. Independentemente do grau de culpabilidade dos acusados, o mensalão tem sido usado pela imprensa conservadora e pela oposição como uma tentativa de enfraquecer o governo. Uma tentativa, por sinal, tão persistente quanto infrutífera. O chamado "escândalo do mensalão" chegou ao conhecimento público em 2005, ainda no primeiro mandato do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, o que não impediu sua reeleição em 2006, nem que fizesse de Dilma Rousseff sua substituta no cargo, em 2010. Mesmo com a condenação dos réus, em 2012, os reflexos no campo político não se fizeram sentir. As pesquisas de opinião indicam que Dilma Rousseff deverá se reeleger, em 2014, no primeiro turno. O confronto que se vê entre defensores e detratores dos réus se dá entre setores mais engajados politicamente, mas, pelo visto, é ignorado pelo cidadão comum, que está mais preocupado com as questões práticas que afetam a sua vida. Como comprovam as pesquisas, a maioria do eleitorado está satisfeita com as ações do governo. O embate que ora se verifica em torno das condenações do mensalão é o caso típico de muito barulho por nada. Manchetes grandiloquentes e debates acalorados mantém o assunto em evidência, mas não influem no ânimo do eleitor. Assim, talvez seja a hora de deixar o fato seguir o seu andamento jurídico e tratar de questões pertinentes aos interesses mais prementes dos brasileiros.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Todos as campeãs estarão na Copa

Ficaram definidas, hoje, todas as 32 seleções que participarão da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Para satisfação de todos os que gostam de futebol, todas as seleções que já ganharam a competição estarão presentes na Copa de 2014. No dia 6 de dezembro, será feito o sorteio dos grupos e, a partir daí, a proximidade do início da Copa deverá, finalmente, instaurar o entusiasmo coletivo por sua realização, sobrepondo-se às resistências que tão magnífico acontecimento, incrivelmente, ainda enfrenta por parte de certos setores. Será a segunda vez que o Brasil sediará uma Copa do Mundo, com uma distância de 64 anos entre uma e outra. A imensa maioria dos brasileiros que a assistirão, portanto, não teve a chance de testemunhar a primeira, nem viverá o suficiente para ver uma terceira Copa no país, caso ela venha a ocorrer um dia. Trata-se de uma oportunidade ímpar de presenciar um evento inesquecível. Por mais que sejam ponderáveis os argumentos contra os vultosos gastos para a realização da Copa, eles não podem se sobrepor ao privilégio que é ter a maior competição do futebol mundial sendo realizada em nosso país. Uma Copa, por si só, já é um fato da mais alta relevância. Com todas as seleções campeãs participando dela, tem tudo para ser a mais espetacular de todos os tempos.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Vitória para encerrar o ano

A Seleção Brasileira venceu o Chile por 2 x 1, hoje, em Toronto, partida amistosa que encerrou as atividades da equipe em 2013. Agora, só haverá mais um amistoso antes da Copa do Mundo de 2014. Será em março do próximo ano, contra a África do Sul. O Chile, que vinha de uma boa vitória sobre a Inglaterra, por 2 x 0, foi um adversário bem mais forte do que Honduras. Depois de fazer um gol relativamente cedo, aos 15 minutos do primeiro tempo, marcado por Hulk, a Seleção foi diminuindo o seu ímpeto. Isso permitiu que, pouco depois da metade do segundo tempo, o Chile empatasse, com mais um gol de Vargas, do Grêmio. Porém, sentindo-se desafiada, a Seleção voltou a pressionar, e alcançou o gol da vitória, feito por Robinho. Neymar deixou um pouco a desejar, enfeitando alguns lances desnecessariamente. Foi uma boa vitória da Seleção, cujo balanço do ano é altamente positivo. Com Felipão como técnico, a Seleção ganhou uma base definida e recuperou sua confiança. As perspectivas para a Copa de 2014 são animadoras.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Habilidade punida

O futebol modificou-se muito ao longo do tempo. Vivemos, hoje, uma época de profissionalismo extremado, salários milionários, transações de custos estratosféricos, arena moderníssimas. Tudo isso representa uma evolução natural do esporte mais popular do mundo. Porém, em alguns aspectos, o futebol involuiu. Um deles, sem dúvida, é quanto à qualidade técnica. Houve um tempo em que o futebol tinha jogadores que eram verdadeiros malabaristas em campo, dotados de excepcional técnica, levando os torcedores ao êxtase. Garrincha talvez tenha sido o principal representante dessa linhagem, com seus dribles desconcertantes sobre um "joão", denominação genérica que dava aos seus marcadores. Hoje, no entanto, quando um jogador arrisca um lance de maior apuro técnico, como "balãozinho", "janelinha", "meia-lua", ou mesmo um drible, isso é encarado como desrespeito ou provocação pelos adversários que, então, apelam para a violência. No amistoso Seleção Brasileira x Honduras, sábado, em  Miami, Neymar foi caçado pelos adversários por tentar demonstrar sua técnica superior. Ontem, no jogo Goiás x Inter, D'Alessandro (Int) segurou a bola com as mãos para impedir que Válter (Goi) lhe desse um balãozinho. Há alguns anos, o então árbitro Leonardo Gaciba interrompeu uma partida entre Coritiba e Santos para advertir um jogador do clube paranaense que havia feito firulas sobre o seu marcador! A exibição de técnica por parte de jogadores qualificados é um dos grandes encantos do futebol. Ela não pode ser deixada de lado pelo mau humor e a inveja seja lá de quem for. O futebol não pode se transformar apenas num jogo de resultados, sem brilho. Os melhores tem todo o direito de exibir sua categoria, para deleite do público.

domingo, 17 de novembro de 2013

A ameaça ainda existe

O Inter perdeu por 3 x 1 para o Goiás, hoje, no Serra Dourada, pelo Campeonato Brasileiro. Com o resultado, uma ameaça que parecia afastada após a vitória sobre o Botafogo voltou a perturbar o sono dos torcedores do clube. A distância do Inter para a zona de rebaixamento é de apenas quatro pontos, faltando ainda nove para serem disputados por cada clube. Há vários clubes muito mais próximos da queda, é verdade, mas a situação do Inter já não é tão tranquila. Esse é mais um fato a evidenciar a péssima campanha do Inter no Brasileirão. Na mesma competição, em 2012, o Inter chegou 19 pontos atrás de seu maior rival, o Grêmio. Agora, já está 15 pontos atrás do mesmo adversário. Sua folha de pagamento é altíssima, uma das maiores do futebol brasileiro. Possui jogadores de renome, como Juan, D'Alessandro, Diego Forlán, Leandro Damião, Scocco. Ainda assim, afundou na competição, da mesma forma que havia acontecido no ano anterior. A administração do presidente do Inter, Giovanni Luigi, é ruinosa no futebol. Só foi salva do fiasco completo porque, beneficiado por ter um conselheiro do clube como presidente da federação estadual, o Inter tem ganho os campeonatos gaúchos. Porém, aí está uma das causas do fracasso do Inter em outras competições. Beneficiado por arbitragens facciosas que, por exemplo, não lhe expulsaram um jogador sequer no Gauchão de 2013, e por uma série de favorecimentos de todos os tipos, que lhe facilitam alcançar os títulos estaduais, o Inter estranha a ausência dessa ajuda em outras disputas. Nada indica que as coisas melhorem em 2014. Resta ao torcedor do Inter o consolo de saber que o próximo ano será o último de Luigi como presidente. Como já foi reeleito, ele não pode concorrer a um novo mandato.

A evidência de um erro

O Grêmio venceu o Flamengo por 2 x 1, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Uma vitória importantíssima, pois recolocou o clube na vice-liderança do Brasileirão, posição que concede classificação direta para a Libertadores. Como não poderia deixar de ser, em se tratando de um jogo do Grêmio, foi um resultado alcançado com toques de dramaticidade. Depois de um primeiro tempo fraquíssimo, em que ficou no 0 x 0 contra o time reserva do Flamengo, o Grêmio saiu na frente no placar, sofreu o gol do empate aos 39 minutos do segundo, e fez o gol da vitória aos 42. O empate teria sido desastroso para o Grêmio, mas o mesmo jogador que fizera o primeiro gol, também foi o autor do segundo, e é aí que se escancara um terrível erro que não permitiu ao clube colher resultados ainda melhores em 2013. O jogador em questão é Máxi Rodriguez. Para qualquer observador atento do futebol, já havia ficado claro que Máxi Rodriguez é o único articulador que o Grêmio possui em seu grupo, de que só ele é capaz de realizar a ligação do meio de campo com o ataque. Hoje, mais do que isso, foi, também, o homem da conclusão, marcando dois gols que encaminharam o Grêmio para o vice-campeonato brasileiro e a consequente classificação direta para a Libertadores. Pois esse jogador, por incrível que pareça, é reserva no Grêmio. Pior do que isso, só é relacionado quando um dos outros estrangeiros do grupo está impossibilitado de jogar, já que a lei só permite três por partida. O técnico do Grêmio, Renato, prefere Riveros, Vargas e Barcos, mais famosos e de contracheque alto, preterindo Máxi Rodriguez. Incompreensivelmente, no primeiro jogo das semifinais da Copa do Brasil, contra o Atlético Paranaense, em Curitiba, Máxi não saiu jogando, nem sequer entrou durante a partida, da qual Vargas e Barcos estavam ausentes por suspensão. Porém, os dois últimos jogos do Grêmio mostraram o tamanho desse equívoco. Contra o Vasco, Máxi entrou quando o Grêmio já vencia por 1 x 0, mas fez o time melhorar e quase marcou um gol de placa. No jogo contra o Flamengo, não ficou no quase, marcou dois gols, o segundo belíssimo, e mostrou que tem um lugar no time. Para isso, será preciso retirar um dos outros três estrangeiros. A torcida já deixou claro quem ela escolheria para sair. Uma pesquisa interativa de um programa de televisão, sobre quem deveria deixar o time para a entrada de Máxi Rodriguez, teve 68% dos votos para Barcos. Vargas e Riveros receberam 16% cada um. O problema é que Barcos é o capitão do time, e homem de confiança de Renato, que tem nele sua maior liderança junto ao grupo. Tecnicamente, no entanto, seu rendimento tem sido sofrível, com vaias constantes do torcedor. Mais um caso em que o "bruxismo" de um técnico por um jogador prejudica os interesses do clube. Seja como for, depois da vitória de hoje, todo o discurso de Renato sobre Máxi até aqui, de que não está pronto, que tem ser trabalhado, que precisa ser mais competitivo, de que ainda vai fazer história no Grêmio, cai por terra. Máxi Rodriguez já está fazendo história e tem de ser titular, sem discussão.

sábado, 16 de novembro de 2013

Goleada sobre a violência

A Seleção Brasileira goleou Honduras por 5 x 0, hoje, em amistoso, no estádio Sun Life, em Miami. Ainda que Honduras não seja uma grande equipe, está classificada para a Copa do Mundo de 2014, e tem em seu currículo o feito de ter eliminado a Seleção Brasileira da Copa América de 2001. O jogo terminou o primeiro tempo com vitória da Seleção por 1 x 0. O elástico resultado final se explica porque Honduras esqueceu-se de jogar futebol e apelou para a violência, especialmente sobre Neymar. No futebol atual, parece que o fato de um jogador ser altamente técnico desperta o ódio dos adversários, que se sentem "desrespeitados" quando são vítimas de sua categoria superior. Neymar apanhou o tempo todo em que esteve em campo, sob a absoluta complacência do árbitro. Porém, Neymar e seus companheiros não perderam a cabeça, e responderam com gols e jogadas inspiradas à violência hondurenha. O futebol da Seleção agradou, ainda que se desconte a fragilidade do adversário. O próximo amistoso, contra o Chile, terça-feira, deverá ter um grau de exigência maior.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

As prisões dos réus do mensalão

A imprensa conservadora brasileira está em êxtase. Os réus do mensalão, finalmente, irão para a cadeia. Condenados por vários crimes, eles cumprirão pena por aqueles para os quais não cabe o recurso dos embargos infringentes. Bem, se são culpados, é correto que paguem por seus delitos. Porém, o que não é tolerável é a ideia de que estes réus foram responsáveis pelo "maior escândalo da história do país". Como se pode mensurar escândalos a ponto de se estabelecer uma hierarquia? Num país tão pródigo em malfeitos ao longo de sua história, porque o mensalão ostentaria tal condição? Na verdade, por trás da fúria moralizante da grande imprensa, o que existe é interesse político, uma busca desesperada de colar o escândalo ao governo, deteriorando sua imagem junto ao eleitorado. Isso vem sendo tentado desde 2005, quando da descoberta do mensalão. Sem sucesso. O fato não impediu a reeleição do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, nem que fizesse de Dilma Rousseff a sua substituta. Nada indica que isso venha a mudar. Dilma deverá se reeleger, provavelmente no primeiro turno. O eleitor, por certo, vê como acertada a medida de prender quem cometeu crimes. No entanto, ele sabe que isso não implica em retirar seu apoio a um governo que tem feito muito pelo setores mais desassistidos da sociedade. Programa Bolsa Família, política de cotas nas universidades, ProUni, expansão da classe média, são muitas as ações dos governos Lula e Dilma em favor de uma sociedade mais inclusiva. Isso é o que tem pesado na decisão de voto dos brasileiros, e, tudo indica, prosseguirá prevalecendo. Punir transgressores é uma obrigação, mas isso nada tem a ver com uma mudança nos ocupantes do poder. Para isso, é preciso uma proposta alternativa a de quem está governando, coisa que a oposição continua a não ter.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A volta para a segunda página

O Inter perdeu para o Atlético Mineiro, por 2 x 1, hoje á noite, no Independência, pelo Campeonato Brasileiro. Num jogo que valia muito pouco, o Inter perdeu mais uma partida. Em todo o segundo turno, até agora, o Inter ainda não conseguiu ganhar dois jogos seguidos. No domingo, após a vitória sobre o Botafogo, um dos diretores de futebol do Inter, Luís César Souto de Moura, destacou a importância do clube ter voltado para a "primeira página da tabela", referindo-se ao fato de que os programas de televisão mostram a tabela de classificação do Brasileirão em duas partes, do 1º ao 10º lugar e do 11º ao 20º. Para Souto de Moura, a chegada ao 10º lugar era motivo de satisfação, por colocar o Inter, novamente, na primeira página. Um pensamento, sem dúvida, muito pequeno para um clube da expressão do Inter. Pois o contentamento de Souto de Moura durou pouco. Com a derrota de hoje, o Inter caiu para o 11º lugar, voltando para a segunda página. Um final de ano melancólico para um clube que tem uma folha de pagamentos altíssima e é sempre apontado como um dos favoritos para o título da competição. O próximo jogo do Inter será contra o Goiás, no Serra Dourada. Historicamente, o Inter não tem um bom retrospecto contra o Goiás jogando como visitante. Afora isso, o clube goiano entrou na zona de classificação para a Libertadores e vive grande fase. Uma vitória do Goiás pode trazer problemas para o Grêmio, que também luta para classificar-se para a Libertadores. Com todos esses fatores somados, fica difícil acreditar num bom resultado do Inter. Para o Inter, os quatro jogos que restam até o fim do campeonato são apenas uma contagem regressiva para as férias.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Uma noite de sorte

O Grêmio ganhou do Vasco por 1 x 0, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Depois de sete jogos sem vitórias, e seis sem marcar gols, o Grêmio voltou a ganhar. O futebol do time não melhorou em nada, mas, pelo menos, a vitória veio. O gol que quebrou com o jejum de resultados positivos foi do zagueiro Rhodolfo. O ataque, como sempre, primou pela ineficiência. Kléber completou 15 jogos sem marcar gols, algo inconcebível para um atacante. Sua atuação segue, invariavelmente, o mesmo padrão. Lento, pesado, longe da área, sem vitória pessoal sobre seus marcadores, tentando cavar faltas. Barcos teve oportunidades para marcar, mas desperdiçou-as. Zé Roberto, afora a cobrança de escanteio que resultou no gol de Rhodolfo, nada fez de útil. Alex Telles foi, simplesmente, desastroso. Suas atuações pioram a cada jogo. Ao longo da partida, a torcida demonstrou, várias vezes, a sua insatisfação. Na saída para o intervalo, com o jogo ainda empatado em 0 x 0, explodiu em vaias. O apoio ao técnico Renato já não é majoritário entre os torcedores. Na verdade, o que ficou de bom do jogo foi a vitória. Para melhorar, os resultados paralelos foram quase todos positivos. Se a vitória do Goiás sobre a Ponte Preta não foi boa para o Grêmio, foi compensada pela derrota do Atlético Paranaense para o Criciúma e o empate do Botafogo com a Portuguesa. Outro resultado favorável foi a derrota do Vitória para o Cruzeiro, que impediu o clube baiano de se aproximar da zona de classificação da Libertadores. Agora, o Grêmio terá mais um jogo em casa, contra o Flamengo, que deverá poupar jogadores pensando no primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil, na quarta-feira, e poderá se beneficiar do fato de que Botafogo e Atlético Paranaense farão um confronto direto na busca pela classificação para a Libertadores. Se vencer o Flamengo, e o Atlético Paranaense não ganhar do Botafogo, o Grêmio voltará para o segundo lugar no Brasileirão, que garante classificação direta para a Libertadores. Se o futebol continua precário, a sorte começa a sorrir, de novo, para o Grêmio.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

A exumação de João Goulart

A exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, que será realizada a partir de amanhã, é um fato de grande significado para a história do Brasil. Goulart era um presidente legítimo, que foi derrubado do cargo por um espúrio golpe militar, o qual jogou o país numa ditadura assassina que durou 21 anos. A causa oficial da morte de Goulart foi um ataque cardíaco, mas, há muito tempo, existem suspeitas de que ele teria sido envenenado por ordem do regime militar. Com a exumação de seus restos mortais, essa dúvida será dirimida. Isso já poderia ter sido feito há mais tempo. Agora, já se passaram 37 anos da morte de Goulart. Porém, antes tarde do que nunca. Ainda que autoridades como o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e a secretária nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário, digam que o procedimento não tem conotações políticas, é inegável sua repercussão nesse campo, principalmente se a hipótese de envenenamento for confirmada. O Brasil precisa passar a limpo o período mais trágico da sua história. Pena que, no que tange aos crimes dos agentes da ditadura, continue a vigorar a mais absoluta impunidade, ao contrário do que fizeram nossos vizinhos, Uruguai e Argentina, em relação aos seus governos militares. Ao contrário do que sustenta a imprensa conservadora, o país nada ganha empurrando sua sujeira para debaixo do tapete. Há que se encarar os traumas do passado, em vez de ignorá-los. Com a exumação dos restos mortais de João Goulart o Brasil dá um passo para o acerto de contas com a sua história, o que deve servir de exemplo para ações futuras.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Felipe Massa na Williams

O piloto brasileiro Felipe Massa assinou contrato com a Williams por três anos. Assim, afasta-se a hipótese de que o Brasil ficasse sem um piloto na Fórmula-1, o que seria extremamente lamentável. Massa teve uma calorosa despedida da Ferrari, no autódromo de Mugello, na Itália, na qual compareceram 15 mil pessoas, mesmo abaixo de chuva. Ele ainda fará mais duas corridas pela equipe, os grandes prêmios dos Estados Unidos e do Brasil, que encerrarão o Campeonato Mundial de F-1 de 2013. Massa foi recebido com euforia na Williams, que vem tendo desempenhos modestos nos últimos campeonatos, e que teve em 2013 o seu pior ano na F-1, mas que pretende voltar aos seus melhores tempos a partir de 2014. "Para nós, hoje é Natal", chegou a dizer Cléo Williams, filha do proprietário da equipe, Frank Williams, quando da apresentação oficial de Massa. A Williams tem sete títulos de pilotos e nove de construtores na F-1, e Felipe Massa é o sétimo brasileiro a correr pela equipe. Nélson Piquet, inclusive, conquistou o último de seus três títulos mundiais pela Williams, em 1987. Se levarmos em conta os resultados da Williams nos últimos anos, as perspectivas de Massa lutar por vitórias e títulos não parecem as mais animadoras. Porém, trata-se de uma equipe com grande retrospecto e que fez uma série de outras contratações para o seu corpo técnico visando voltar às grandes conquistas. Afora isso, Massa será o primeiro piloto, sem ficar à sombra de outro, como acontecia na Ferrari, com o espanhol Fernando Alonso. Saudemos, portanto, o fato de que o Brasil continuará sendo representado na F-1, e façamos votos de que Massa e a Williams retornem, juntos, ao tempo em que somavam vitórias.

domingo, 10 de novembro de 2013

Tranquilidade

O Inter ganhou do Botafogo por 2 x 1, hoje à tarde, no Francisco Stédile, pelo Campeonato Brasileiro. Com isso, a hipótese de rebaixamento, que já era muito remota, foi totalmente afastada. Os últimos cinco jogos do Brasileirão, portanto, serão de absoluta tranquilidade para o Inter, que apenas cumprirá tabela. Circunstancialmente, a vitória do Inter também beneficiou o Grêmio, pois impediu que o Botafogo o ultrapassasse na classificação. Agora, com o Inter livre de qualquer ameaça de rebaixamento, e sem nenhum objetivo dentro da competição, não faltará quem levante a hipótese dele entregar o jogo que fará contra o Goiás, no Serra Dourada, no próximo final de semana, a fim de prejudicar o Grêmio. Seja como for, o Inter está liberado para projetar o ano de 2014. Com o clube sem ter mais o que buscar até o fim do campeonato, é obrigação dos dirigentes começarem a planejar o próximo ano, se não quiserem repetir o fracasso deste e do anterior.

Agonia

O Grêmio foi goleado pelo Cruzeiro, hoje à tarde, no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro. A agonia da torcida prossegue, pois o Grêmio não marca um gol há seis jogos! Dessa vez, as chances até apareceram, e as duas maiores foram em chutes de Barcos, um que bateu na trave, outro que foi defendido espetacularmente pelo goleiro Fábio. Assim mesmo, não dá para aceitar as justificativas do técnico do Grêmio, Renato, para o resultado. Renato argumentou que o Grêmio jogou bem e que teve chances de fazer gols, o que só não conseguiu devido às grandes defesas de Fábio. Não é verdade. A atuação do Grêmio foi muito ruim no primeiro tempo, só melhorando, um pouco, no segundo. Mais uma vez, mesmo perdendo o jogo, Renato voltou do intervalo com o mesmo time. Pior, só mexeu no time aos 32 minutos do segundo tempo, quando o Cruzeiro já tinha feito três substituições. A entrevista de Renato, após o jogo, também foi lamentável. Exaltou o fato de que o Grêmio está há 21 semanas no G4, disse que só não assinou a renovação de seu contrato por que não quis, e ainda provocou o Inter, ao declarar que seu clube ainda tem objetivos no Brasileirão, enquanto outros já estão de férias há muito tempo. Renato criou um sistema tático com três zagueiros e três volantes que foi o responsável pela ascensão do Grêmio na competição. Tudo indica, no entanto, que esse esquema já perdeu o seu prazo de validade. Renato tem de buscar uma nova alternativa. O que antes era uma certeza, a classificação para a Libertadores, agora está seriamente ameaçada. O últimos jogos do campeonato eram para ser um tranquilo cumprimento de tabela para o Grêmio, mas transformaram-se num drama sem garantia de um final exitoso.

sábado, 9 de novembro de 2013

Competitividade

O "chefão" da Fórmula-1, Bernie Ecclestone, cogita a ideia de que a categoria mais importante do automobilismo mundial possa, mais uma vez, mudar o seu sistema de pontuação. Dessa vez, a proposta é de que a F-1 adote um sistema semelhante ao do circuito mundial de tênis, em que alguns torneios fornecem mais pontos do que outros para o estabelecimento do ranking. Assim, algumas corridas dariam mais pontos do que outras. A F-1 já realizou mudanças na sua pontuação anteriormente. Durante muitos anos, apenas os seis primeiros colocados pontuavam, e o vencedor recebia 9 pontos. Mais tarde, talvez para optar por um número mais "redondo", o vencedor passou a receber 10 pontos. Há alguns anos, houve uma mudança mais radical, e o vencedor passou a ganhar 25 pontos, com a zona de pontuação se estendendo até o 10º lugar, o que se mantém até hoje. Na verdade, o que há por trás da proposta de Ecclestone é a tentativa de garantir a competitividade da F1. Ele, certamente, está incomodado com a ampla superioridade do atual tetracampeão da categoria, Sebastian Vettel, que caminha para bater todos os recordes da F-1. A F-1 não é apenas um esporte, é, também uma atração transmitida pela televisão, e a previsibilidade atual de suas corridas pode diminuir o interesse do público. A preocupação do dirigente da F-1, portanto, é compreensível. Disputas mais acirradas aumentam o interesse das pessoas pelas competições esportivas. Há, por exemplo, quem não goste da fórmula de campeonatos de futebol em pontos corridos, de há muito implantada na Europa e que só chegou ao Brasil em 2003, por julgá-la pouco competitiva. Em contrapartida, exaltam as competições do tipo "mata-mata", cujo modelo de disputa nivela adversários de potenciais distintos. Particularmente, sou fã dos pontos corridos, por entender que é a mais justa fórmula para se definir um campeão. Os melhores não podem ser punidos pela sua maior qualidade. Ainda que a superioridade de um esportista ou de uma equipe, por vezes, torne algumas competições previsíveis quanto ao seu resultado, esse é o preço a se pagar quando se está diante de um talento, individual ou coletivo, superior. Como expressa o slogan de uma premiação publicitária, nada substitui o talento. Ele tem todo o direito de se mostrar na sua plenitude, e de obter os resultados correspondentes.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Irrelevância

Vivemos em uma época de notáveis avanços científicos e tecnológicos. Em consequência disso, nossa existência é cercada de confortos e recursos inimagináveis para nossos antepassados, e a longevidade humana, beneficiada pelo progresso da medicina, se expande cada vez mais. Tudo isso deveria fazer com que estivéssemos num período luminoso da história, mas não é o que acontece. A vida não se faz só de aspectos objetivos, possui uma grande carga de subjetividade, que envolve valores, expectativas, anseios, necessidades. O aspecto cultural também é importantíssimo. Em tais terrenos, parece que estamos involuindo. A produção cultural, decaiu de qualidade em relação ao passado. O conteúdo de jornais, revistas e internet, e as programações de rádio e televisão são marcadas pelo culto ao descartável, ao insignificante. São inúmeras matérias sobre celebridades, o que elas fazem, o que dizem, que lugares frequentam, que gafes cometem, onde passam suas férias. O padrão "revista Caras" espalhou-se por todos os veículos de comunicação. Enormes espaços são reservados para notícias que nada informam, sobre fatos que, na sua essência, não tem nenhuma importância. Numa sociedade marcada pelo consumo desenfreado e pela descartabilidade, até mesmo o jornalismo e a cultura foram tomados pelo supérfluo. Temos acesso a um volume de informações cada vez maior, mas apenas na quantidade. Tudo o que exige aprofundamento e reflexão foi deixado de lado, a superficialidade se impôs. Devíamos estar experimentando uma etapa grandiosa da história humana, mas, ao contrário, a aridez toma conta de nossas vidas. Em vez de movidos por ideais grandiosos, estamos cercados pela irrelevância.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Jorge Dória

O ator Jorge Dória, que faleceu ontem e foi enterrado hoje, no Rio de Janeiro, teve uma trajetória profissional singular. Ele já tinha uma longa carreira no teatro e no cinema quando fez sua estreia na televisão. Dória, que morreu com 92 anos, só chegou à televisão em 1970, na extinta Tupi.. Em 1972, aos 51 anos, fez seu primeiro trabalho na Globo, como o Lineu da primeira versão do seriado "A Grande Família". Foi o que bastou para que Dória nunca mais deixasse o vídeo. O grande público da tv, que em sua maioria não o conhecia, logo se identificou com o seu inegável talento. Jorge Dória fez toda a sorte de papéis em sua carreira, mas destacava-se por sua veia cômica. Tanto o primeiro quanto o último trabalho de Dória na Globo tinham a marca da comicidade. O primeiro, como o já citado Lineu, funcionário publico dedicado e chefe de família suburbano. O último, no programa "Zorra Total", como Maurição, um machista empedernido que não se conforma ao constatar que seu filho é gay. Dória estava afastado do vídeo desde 2005 quando sofreu um AVC que o impossibilitou de continuar trabalhando. Teve uma existência e carreira longas, e, certamente, deixa muita saudade no público. Mais um grande nome que se vai, nesse celeiro de artistas que é o Brasil.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Decepção

O Grêmio empatou em 0 x 0 com o Atlético Paranaense, hoje, na Arena, pelas semifinais da Copa do Brasil. Como havia perdido o primeiro jogo, no Durival Britto, por 1 x 0, o Grêmio está eliminado da competição. Uma enorme decepção para a torcida que se fez presente no estádio, estabelecendo o recorde de público na história da Arena, com 44 mil pessoas. Foi o quinto jogo consecutivo do Grêmio sem marcar gols! O técnico do Grêmio, Renato, foi outra nota negativa do jogo. Ele cedeu ás pressões pela escalação de Zé Roberto, colocando-o no time e retirando Vargas. Zé Roberto, como de hábito, não deu nenhuma contribuição positiva para o time, abusando de toques laterais e improdutivos. Acabou substituído no segundo tempo. Mais uma vez, Renato manteve Barcos até o fim, a despeito de sua má atuação,.comprovando que está comprometido com o jogador, que é o seu líder no vestiário. Justamente no final do ano, época de garantir posições que levem o clube a uma disputa de Libertadores, o Grêmio vive seu pior momento. Foi eliminado da Copa do Brasil e corre sério risco de sair da zona de classificação para a Libertadores no Campeonato Brasileiro já no próximo domingo. Agora, já são 12 anos sem que o Grêmio conquiste um grande título. Mais uma frustração para o torcedor do Grêmio, cujo sofrimento parece não ter fim.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O direito ao sossego

O campo do Ararigbóia, no bairro Jardim Botânico, é um dos mais tradicionais locais do futebol de várzea em Porto Alegre. No entanto, a Secretaria de Esportes de Porto Alegre determinou que ele não receberá mais jogos do Campeonato Municipal de Várzea. Conforme o secretário de Esportes, José Edgar Meurer, a decisão ocorreu após pedidos dos moradores locais, que alegavam violência durante as partidas, barulheira e sujeira. A ocorrência de um homicídio no local, no domingo passado, reforçou os argumentos de quem queria a suspensão dos jogos no Ararigbóia. Uma arquiteta que reside há sete anos na frente do campo de futebol disse que é injusto que os moradores não possam usar o parque nos finais de semana porque ele está lotado de "gente que não é daqui". "Nossa comunidade não faz parte deste campeonato", acrescentou a arquiteta que, curiosamente, não quis se identificar, por temer represálias. Mais uma vez, em nome do direito ao sossego, setores da classe média de Porto Alegre tomam medidas contra os divertimentos populares. Claro que um homicídio é um fato grave, mas daí a usá-lo como pretexto para proibir os jogos no Ararigbóia vai uma grande distância. A própria Brigada Militar afirma que o fato destoa da rotina do local, cujas ocorrências, em geral, envolvem perturbação da ordem, gritaria, som em alto volume ou alguma briga, todas elas controláveis. Na verdade, a proibição de jogos no Ararigbóia é mais um ato de segregação de estamentos da classe média contra as comunidades de periferia, que constituem o seu público majoritário. O mesmo já havia sido feito quando o Carnaval foi retirado da zona central da cidade e levado para um local ermo, o Porto Seco. A face perversa de um estado tradicionalmente conservador e elitista se faz sentir mais uma vez. Numa cidade tão carente de alternativas de lazer, nem o divertimento proporcionado pelo futebol de várzea é tolerado. Afinal, a "respeitável" classe média tem direito ao seu sossego. Duro, revoltante mesmo, é ver, novamente, a administração municipal ceder a esse tipo de pressão.