segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Terrorismo econômico

Na sua ânsia de derrubar o atual governo, a imprensa conservadora brasileira lança mão de todos os recursos. Em geral, costuma apelar para o terrorismo político, com teorias delirantes de "cubanização" ou adoção de práticas "bolivarianas" por parte do governo. Como esse recurso tem se mostrado pouco eficiente, a imprensa de direita resolveu acenar com o terrorismo econômico. A tese que se sustenta mais esse "fantasma" é a de que o governo está represando medidas no campo econômico para não sofrer prejuízo na eleição, mas que, passado o pleito, uma conta amarga será apresentada ao eleitor que votar na presidente Dilma Roussef. Dessa forma, caso seja reeleita, Dilma irá aumentar o preço dos combustíveis, reajustar as tarifas de energia. A inflação, já considerada em níveis "perigosos", sairia do controle, pois o governo continuaria sem conter o "inchaço" das contas públicas. A solução, claro, para evitar um cenário tão "dramático", seria eleger Aécio Neves ou Eduardo Campos, os arautos da "modernidade" no ato de governar. Eles tratariam de dar "previsibilidade e segurança" aos investidores, reduziriam a carga tributária das empresas, entre outras medidas favorecedoras do "crescimento em bases sólidas" e do aumento da "produtividade". Todos nós já vimos esse filme, e não gostamos. Sabemos do custo social imenso que ele embute. Ele implica em privatizações em troca de moedas podres, torrando patrimônio público, aumento da desigualdade social e da concentração de renda. Esse sim, seria um cenário arcaico, nem um pouco "moderno". Por mais defeitos que possua, o atual governo é o responsável pela inserção no mercado de consumo de milhões de brasileiros, antes relegados a uma condição de penúria. Suas políticas sociais beneficiaram famílias de baixa renda e minorias, ampliaram o acesso dos menos favorecidos economicamente ao ensino superior. Em relação ás camadas menos privilegiadas da sociedade, os governos de Luís Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff fizeram, em 12 anos, até aqui, muito mais do que outras administrações realizaram em décadas. Trocar esse modelo pelo neoliberalismo é que representaria um inaceitável retrocesso.