quinta-feira, 18 de junho de 2020

A prisão de Queiroz

Enfim, o sumido apareceu. O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos/RJ), Fabrício Queiroz, foi preso, hoje, em Atibaia (SP), em uma residência pertencente à Frederick Wassef, advogado da família do parlamentar. A prisão de Queiroz se deu porque ele estava cometendo novos crimes, fugindo, apagando provas e interferindo em investigações. Sua mulher foi dada como foragida. A ligação de Queiroz com Flávio é antiga, dos tempos em que o senador ainda era deputado estadual no Rio de Janeiro. Há evidências de que Queiroz atuou como "laranja" da família Bolsonaro em ações escusas, e que coordenava o esquema das "rachadinhas", em que servidores do gabinete cediam parte de seus ganhos para o então deputado. Com essa prisão, um dos grandes mistérios do país, o paradeiro de Queiroz, foi solucionado. O fato acrescenta mais um dado comprometedor para o presidente Jair Bolsonaro, já que Wassef havia afirmado, meses atrás, que não sabia onde Queiroz se encontrava. Esse dado, somado ao de que Queiroz estava numa casa que pertence ao próprio advogado, é comprometedor para o governo. Por quê o advogado da família Bolsonaro mentiu que não sabia onde Queiroz estava enquanto o abrigava numa residência de sua propriedade? A prisão do ex-assessor poderá ser a chave de todo o esquema de quadrilheiros e milicianos ligados ao ex-capitão e seus filhos. O governo Bolsonaro começa a fazer água por todos os lados. Com milhares de mortos por coronavírus, o ministro da Saúde é interino, e não é médico. O ministro da Educação foi exonerado hoje. Ao que parece, em vez de um processo de impeachment, o que determinará o fim do governo Bolsonaro será um processo de autodecomposição.