segunda-feira, 7 de setembro de 2015

A polícia que mais mata no mundo

Conforme levantamento da Anistia Internacional, a polícia brasileira é a que mais mata no mundo. Dentre as vítimas dessa ação arbitrária, 80%´são pessoas negras, e predominantemente jovens. O mais espantoso é que esse padrão de comportamento policial é partilhado pelos Estados Unidos, tido por tantos como um referencial de país civilizado. Lá como aqui, a polícia abusa da violência, e o seu alvo principal, da mesma forma, são os negros. Na semana passada, em Porto Alegre, um caso deixou bem evidente esse tipo de situação. Um jovem de 18 anos foi morto a tiros pela Brigada Militar, no Morro de Santa Tereza, sob a alegação de que resistira à abordagem. Os moradores da região revoltaram-se, pois garantiram que o jovem foi morto pelas costas e não estava armado. Como represália à ação policial, dois ônibus e um lotação foram incendiados. Não faltou quem, na imprensa, tomasse a defesa dos policiais, e tratasse de vilipendiar a vítima. Mais tarde, provou-se que o jovem foi mesmo assassinado pelas costas. Muitos apoiam esse tipo de ação, pois acham que ela protege a sociedade de bandidos, mas, na verdade, isso nada mais é do que a apologia da barbárie. Nem vem ao caso saber se o jovem abatido pelos policiais era de uma conduta exemplar ou não. Crimes e delitos de qualquer natureza devem implicar em julgamentos, não em execuções. A escolha de negros e pobres como alvo preferencial da ação policial é uma iniquidade intolerável, que exibe de modo flagrante o quanto o Brasil é um país preconceituoso e racista. Não faltará quem se volte contra a Anistia Internacional, uma instituição notável, por não concordar com a defesa que ela faz dos direitos humanos. Para quem pensa assim, é preciso proteger as "pessoas de bem" da ação dos bandidos. Na verdade, com uma polícia tão violenta e assassina, a sociedade é que precisa se proteger dela.