segunda-feira, 9 de maio de 2016

Turbulência política

A decisão do presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP/MA) de anular a sessão da casa que determinou a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, no dia 17/04, colocou mais lenha na fogueira da longa crise política que se abate sobre o país. A medida parecia pouco viável em termos práticos, o que acabou se confirmando no decorrer do dia. Seja como for, o anúncio da decisão causou enorme impacto e revelou que a turbulência política no Brasil está longe do fim. A imprensa conservadora insiste em apresentar o impeachment como um fato consumado, com Michel Temer assumindo como presidente na próxima quarta-feira e Dilma Rousseff sendo afastada do cargo para não mais voltar. Há quem diga, até, que surgirá uma solução para diminuir o período de afastamento legal da presidente, de 180 dias, para um prazo menor. Tudo pela ânsia de se livrar de Dilma Rousseff. Houve quem, tempos atrás, defendesse a ideia absurda de que a presidente renunciasse ao cargo, compactuando com o golpe. O que fica do gesto de Waldir Maranhão é a convicção de que muita água ainda irá rolar debaixo da ponte antes da consumação do golpe. Seja qual for o desfecho, não faltará resistência em defesa da democracia.