segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Premiação reveladora

Foram entregues, hoje, os prêmios da 45ª edição do troféu "Bola de Prata", da revista Placar, para os melhores jogadores do Campeonato Brasileiro. A seleção final não ficou ruim, mas pelo menos duas escolhas revelam a precariedade atual do futebol brasileiro. O jogador premiado na lateral esquerda, Zé Roberto, do Grêmio, já tem 40 anos de idade, e só retornou à posição do início de sua carreira, por absoluta falta de melhores opções no grupo. Um jogador de 40 anos, que ocupa uma posição de maneira emergencial e é escolhido o melhor do campeonato é algo que mostra a que ponto chegou a dificuldade da revelação de novos valores no futebol brasileiro. A outra escolha que escancara as limitações do nosso futebol é a da "Bola de Ouro", para o melhor jogador da competição. O escolhido foi Ricardo Goulart, do Cruzeiro. Ricardo Goulart é um bom jogador, mas nada mais do que isso. Sua premiação como o melhor do Brasileirão apenas corrobora a constatação de que a competição, em 2014, foi nivelada por baixo, sem a presença de times ou jogadores de exceção. Se, antes, era pródigo em revelações, o futebol brasileiro vive, hoje, uma acentuada escassez de novos talentos.