quinta-feira, 30 de abril de 2015

Novo horário

A CBF, conforme já havia adiantado o seu novo presidente, Marco Pólo Del Nero, vai mesmo testar o horário das 11h para jogos do Campeonato Brasileiro, que irá iniciar no dia 09 de maio. O novo horário irá estrear em Grêmio x Ponte Preta, dia 10 de maio, jogo inicialmente marcado para às 18h30min. Se acertou em cheio ao acabar com o estapafúrdio horário das 21h aos sábados, a CBF incorre em outro equívoco com jogos às 11h nos domingos. Esse horário apresenta várias inconveniências. Prejudica o almoço dos torcedores, obriga os jogadores a se levantarem mais cedo e se exporem a uma temperatura mais alta do que nos jogos à tarde. Em termos de repouso e alimentação dos jogadores, altera toda a prática habitual. O fato de o Palmeiras ter levado grande público em dois jogos no Allianz Parque nesse horário, argumento usado por Del Nero, tem de ser olhado de um modo mais crítico. O torcedor do Palmeiras está entusiasmado com o seu novo estádio, e a curiosidade em conhecê-lo ainda é muito grande. Em situações normais, o torcedor prefere os horários tradicionais do futebol. No caso de Grêmio x Ponte Preta, sua realização coincidirá com o Dia das Mães, e muitos trocarão a ida ao estádio pelos almoços comemorativos à data. Menos mal que se trata de um teste, e no decorrer do Brasileirão, o público haverá de demonstrar a inconveniência do novo horário, levando-o a ser deixado de lado.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Valmir Louruz

O futebol do Rio Grande do Sul perdeu hoje uma das suas figuras mais dignas e representativas: Valmir Louruz. Como jogador, participou do time do Inter que, em 1969 retomou o título estadual depois de 12 campeonatos em 13 anos ganhos pelo Grêmio. Como técnico, atingiu o ápice de sua carreira ao ganhar o título de campeão da Copa do Brasil pelo Juventude. Nas semifinais, goleou o Inter por 4 x 0, em pleno Beira-Rio. Depois disso, sua trajetória não teve o mesmo êxito e, ultimamente, estava afastado do futebol profissional. Porém, jamais foi esquecido pela comunidade futebolística, que reconhecia nele um profissional sério e competente e uma pessoa afável e de grande caráter. Sua morte, ocorrida de forma repentina, entristece a todos que, de forma próxima ou não, tiveram a oportunidade de acompanhar a sua carreira. Em tempos marcados por tantas atitudes erráticas, homens ilibados como Valmir Louruz fazem muita falta, e deixam grande saudade.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Barbarismo

A Indonésia aplicou, hoje, a pena de morte para mais um cidadão brasileiro, Rodrigo Gularte. A acusação, novamente foi a de tráfico de drogas. A pena de morte é um barbarismo inaceitável no mundo civilizado. No caso da Indonésia, é mais grave ainda, pois pune-se com a execução quem não cometeu um criem de morte. Os direitistas, sempre insensíveis aos direitos humanos, e defensores da repressão, vibram com fatos como esse. Diante dos protestos mais que justificados do governo brasileiro, contrapõem que é direito de um país soberano impor regras dentro de seu território, e sonham que o mesmo fosse feito por aqui. Sou visceralmente contrário á pena de morte. Não há nenhuma sustentação teórica que possa justificá-la. Os que apoiam algo tão bárbaro e vil não estão em busca de justiça, querem vingança. A punição do crime cometido por Rodrigo Gularte ainda que severa, como um longo período de prisão, por exemplo, jamais poderia ser com a sua eliminação. Não há nada de respeitável na prática da Indonésia de matar traficantes, muito menos algo a ser copiado. Esse tipo de medida revela um governo influenciado por conceitos religiosos arcaicos e incompatíveis com a civilização. Há quem, absurdamente, recrimine os protestos do governo brasileiro, alegando que tal postura diplomática poderá trazer prejuízos econômicos ao país! No meu entender, o Brasil não deveria apenas protestar diante de um ato tão ignominioso. O rompimento de relações diplomáticas com a Indonésia seria o mais indicado.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Momento perigoso

O Brasil passa por um momento perigoso. O Congresso Nacional, que tem suas duas casas presididas pelo PMDB, partido conhecido por sua ambiguidade, aponta na direção de uma guinada conservadora, aprovando projetos que ameaçam conquistas históricas dos trabalhadores e da cidadania. Partido coligado ao governo, e ao qual pertence o vice-presidente, o PMDB, no entanto, adota, por parte de muitos dos seus caciques, uma postura ambivalente, oscilando sua conduta entre ser situação ou oposição. Esse é o caso, entre outros, do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Sob seu comando, a Câmara tem apresentado uma pauta extremamente conservadora. A PEC da terceirização é um exemplo disso. Aprovada pela Câmara, ela fere mortalmente os interesses da classe trabalhadora. Cunha também já deixou clara sua homofobia e seu conservadorismo no campo do comportamento, e promete barrar todo os projetos que não se encaixem na sua estreita visão moral, condicionada por sua crença evangélica. O país avançou muito nos últimos anos, tanto no que tange à diminuição das desigualdades sociais quanto no que diz respeito aos direitos das minorias. O mau momento político vivido pelo governo está fazendo com que, de forma oportunista, os arautos do atraso tentem impor os seus valores retrógrados. O governo e a sociedade precisam reagir imediatamente, e deter essa marcha para o arcaísmo. Como expressa o ditado, é para frente que se anda, e o Brasil não pode caminhar para trás.

domingo, 26 de abril de 2015

Poderia ser bem melhor

O Gre-Nal de hoje à tarde, na Arena, o primeiro válido pela decisão do Campeonato Gaúcho, que terminou empatado em 0 x 0, deixou a desejar. Por ser uma partida decisiva, esperava-se mais dos dois times. O Inter entrou em campo com três volantes, indicando que o empate lhe satisfazia, mas, na volta do intervalo, retirou-o e adotou uma postura mais ousada. O Grêmio dominou no primeiro tempo e criou três chances de gol, mas não as aproveitou. A falta de um centroavante de qualidade, capaz de fazer os gols de que o time necessita, transformou-se num problema crônico no Grêmio, e poderá ser um fator decisivo para que o clube não conquiste o título de campeão gaúcho. Braian Rodriguez, mais uma vez, teve uma atuação lastimável. A ausência de Yuri Mamute, recém voltando de lesão, fez com que as opções de ataque do Grêmio se tornassem ainda mais escassas. O técnico do Grêmio, Felipão, deveria ter voltado para o segundo tempo com outro jogador no lugar de Braian Rodriguez, mas como as opções de banco eram somente garotos preferiu não jogar sobre seus ombros o peso de resolver um jogo decisivo. Felipão estava guardando Cristian Rodriguez para a última meia hora da partida, mas a expulsão de Geromel fez com que ele entrasse em outro contexto de jogo e não pudesse ser um fator diferencial em favor do Grêmio. A partir da expulsão de Geromel, o Inter, valendo-se da vantagem de ter um jogador a mais, tomou conta da partida e criou muitas chances de gol. A propósito, novamente, o Grêmio foi vítima da prática do "dois pesos e duas medidas". A expulsão de Geromel só aconteceu porque ele havia recebido um primeiro cartão amarelo injusto, numa jogada em que foi, visivelmente, na bola. Enquanto isso, Rodrigo Dourado, do Inter, que recebeu um cartão amarelo logo no início do jogo, cometeu várias outras faltas de igual gravidade do que a que originou sua advertência, uma delas por trás, mas foi poupado, pelo árbitro, da expulsão que devia ter ocorrido. Pelas circunstâncias, o empate acabou não desagradando a ninguém. Ao Inter, porque jogou fora de casa e não perdeu. Ao Grêmio, porque embora tenha desperdiçado a chance de se impor na sua casa e encaminhar a conquista do título, vai para o segundo jogo podendo ser campeão com qualquer empate com gols. Para o próximo domingo, Geromel será um sério e sentido desfalque, mas Cristian Rodriguez e Yuri Mamute estarão totalmente recuperados e se constituirão em importantes alternativas. O Gre-Nal de hoje poderia ter sido bem melhor, e pouco serviu para a definição de quem será o campeão gaúcho de 2015. Ficou tudo para o Gre-Nal do Beira-Rio.

sábado, 25 de abril de 2015

A visão crítica de Bresser Pereira

O economista Luiz Carlos Bresser Pereira, ex-ministro dos governos Sarney e FHC, tem se mostrado um analista lúcido do momento vivido pelo Brasil, e isso foi demonstrado, novamente, em entrevista que concedeu ao jornal "Zero Hora", de Porto Alegre. Bresser Pereira saiu do PSDB por discordar do caráter não nacionalista do partido. Embora não seja petista, revela que sua posição é mais próxima do PT do que a de sua antiga sigla. Bresser Pereira diz que não há preconceito contra o PT, é que, simplesmente, os ricos nunca gostaram da democracia, e a temem. Por extensão, temem o PT. O economista afirma que, os 12 anos de governos do PT tiveram um grande êxito, que foi uma melhor distribuição de renda. A classe média, no entanto, que era progressista no começo dos anos 80, analisa Bresser, deu uma guinada para a direita. A distribuição de renda reduz a diferença entre as classes, e a classe média, de repente, viu os aeroportos invadidos por pobres. Conforme Bresser Pereira, a herança escravista das elites brasileiras é muito violenta. Por conseguinte, o preconceito é muito grande. Bresser constata que, infelizmente, a classe média virou muito conservadora. Ele avança em sua apreciação, e diz que a classe capitalista, por temer a democracia, precisa controlá-la, e faz isso desmoralizando o Estado e comprando o político. O meio de fazer isso é o financiamento de campanhas por empresas, ao qual ele se refere como escandaloso. Bresser Pereira afirma que o Brasil perdeu a ideia de nação ao se submeter ao neoliberalismo, a partir do governo Collor. Para ele, a sociedade civil brasileira ficou forte, com o tempo, mas a nação se enfraqueceu muito quando se submeteu ao imperialismo. "Uma nação forte evita a ocupação do mercado pelo imperialismo", declara Bresser Pereira. Como se pode notar, é a visão crítica de um economista de capacidade reconhecida, que não pertence à "esquerda radical", denominação dada pela direita aos partidos de forte base popular. O que Bresser Pereira diz não tem viés ideológico, é apenas uma análise honesta da situação do Brasil atual.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Os 20 anos de "Malhação"

Em tempos onde tudo é cada vez mais fugaz e inconstante, um programa de televisão completar 20 anos no ar é algo digno de nota. Na data de hoje, o seriado "Malhação", da Rede Globo, completa duas décadas de transmissão ininterrupta. O mais espantoso é que seu público alvo é o adolescente, o qual se caracteriza pela volubilidade. Porém, entre altos e baixos nesse já tão longo período, "Malhação" mostrou-se uma proposta extremamente bem sucedida. O seriado é a porta de entrada para jovens e inexperientes atores e atrizes, que dali saem para os vôos mais altos das novelas, macrosséries, minisséries, e seriados mais adultos. Também é uma plataforma de lançamento de novos autores. Hoje, os seus primeiros telespectadores já estão, praticamente, na meia-idade, e seus filhos, provavelmente, assistem as histórias atuais do seriado (que a própria Globo, equivocadamente, denomina de "novela"). Alguns jovens atores e atrizes, depois de iniciarem sua carreira televisiva em "Malhação", já foram imediatamente incluídos em produções do horário nobre da teledramaturgia. Os autores da história que está no ar atualmente já estão escalados para escrever uma novela. Nesses 20 anos, é claro, "Malhação" teve de se reinventar constantemente, nem sempre com o mesmo êxito. Em alguns momentos de baixa, cogitou-se da extinção do programa. No entanto, "Malhação" resistiu, e, hoje, vive uma situação de audiência significativa para o horário, e ampla repercussão nas redes sociais. Não é fácil falar para os jovens e obter a sua aprovação. "Malhação" tem conseguido isso durante todo esse tempo, e nada indica que vá acabar tão cedo.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Terceirização

A aprovação, pela Câmara dos Deputados, da PEC que autoriza a terceirização da mão-de-obra até para a atividade principal de uma empresa, é um golpe mortal na classe trabalhadora. A proposta ainda tem de ser votada pelo Senado, mas a sua aprovação parcial já é um acinte contra os trabalhadores. Esse é mais um capítulo da história de terror que o Brasil vive desde a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para presidente da Câmara dos Deputados. Reacionário, e com suas campanhas financiadas por grandes empresas, Cunha age de acordo com os interesses de seus padrinhos, pouco se importando com o povo. A grande imprensa, é claro, não esconde sua simpatia pelo avanço da terceirização, mas ela representa um retrocesso inaceitável nas relações trabalhistas. A presidente Dilma Rousseff, acuada pela crise política que envolve seu governo, terá de, ainda assim, reagir a esse descalabro. Afinal, ela prometeu não mexer nos direitos trabalhistas. Seja qual for o custo político, Dilma terá de vetar o projeto quando ele chegar às suas mãos. Os arranjos e alianças feitos em nome da governabilidade não podem levar um governo do PT a retirar direitos dos trabalhadores. Será uma prova de fogo para a presidente Dilma, mas ela terá de ter a coragem necessária para enfrentar a oposição e tomar a atitude de vetar a PEC. Não há outra saída aceitável.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Vitória escassa

O Inter, como se esperava, venceu o The Strongest, hoje, no Beira-Rio, pela Libertadores. Uma vitória escassa, por 1 x 0, num jogo em que se esperava que o Inter pudesse golear. Valdívia, o autor do único gol da partida, confirmou sua condição de mais novo candidato a ídolo do time. O público, de 41 mil pessoas, o maior do Beira-Rio em 2015, foi outro destaque. Com o resultado, o Inter garantiu o primeiro lugar em seu grupo, e ficou em terceiro na classificação geral. O cruzamento dos grupos para a próxima fase, no entanto, não lhe foi favorável. Seu adversário nas oitavas de final será o Atlético Mineiro. A vantagem de realizar o segundo jogo em casa é do Inter, mas num clássico nacional isso pode não fazer tanta diferença, principalmente dependendo do que aconteça no primeiro. O Atlético Mineiro é muito forte jogando no Independência, e se conseguir uma vitória expressiva na primeira partida, poderá tornar extremamente difícil uma reversão por parte do Inter no segundo jogo. Para agravar ainda mais a situação, a primeira data do confronto será na próxima quarta-feira, em meio aos dois Grenais que decidirão o Campeonato Gaúcho. Os próximos dias, para o Inter, serão decisivos para a sorte do clube no primeiro semestre, e irão pautar sua conduta no restante do ano.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Os 30 anos de um trauma

Na data de hoje, há 30 anos, o Brasil vivia o desfecho de um drama, que se converteu num trauma político. O presidente eleito, Tancredo Neves, morria sem ter tomado posse, depois de uma longa internação hospitalar e de várias cirurgias. Tancredo fora eleito pelo Colégio Eleitoral, depois da rejeição, pelo Congresso Nacional, da emenda que propunha restituir as eleições diretas para presidente. Conciliador por natureza, homem afeito ao diálogo, Tancredo era um nome que os militares aceitavam para pôr fim ao seu ciclo no poder, algo que não aconteceria com outros líderes da oposição de perfil mais combativo. Sua eleição para presidente, ainda que da forma indireta adotada no período da ditadura, foi encarada pelo povo como uma redenção. Por conseguinte, sua morte sem ter tomado posse mergulhou o país num clima de desalento e desencanto. O cargo de presidente foi assumido por José Sarney, o vice na chapa de Tancredo, figura umbilicalmente ligada ao regime militar. No entanto, mesmo com esses dissabores, começava, ali, a chamada Nova República, e, a partir dela, o Brasil chega, atualmente, a 30 anos de continuidade democrática. Mesmo sem ter exercido o cargo de presidente, Tancredo Neves cumpriu o seu papel de por fim ao regime militar e reconduzir o país à democracia, e inscreveu o seu nome na história como um dos seus grandes vultos.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Posturas reprováveis

O Grêmio se propôs a cumprir o que estabelece o Estatuto do Torcedor, e reservar 10% dos ingressos do próximo Gre-Nal, a ser realizado domingo, na Arena, para os torcedores do Inter. Para oficializar essa e outras medidas, representantes dos dois clubes e da Brigada Militar se reuniram, hoje, na Arena. Porém, nesse item específico, o Inter não garantiu reciprocidade para o Gre-Nal do dia 3 de maio, no Beira-Rio, alegando não querer fazer testes num jogo de decisão. Para piorar o quadro, a Brigada Militar disse não ter condições de dar segurança para cinco mil torcedores visitantes na Arena. Mais uma vez, a Brigada Militar mostra terrível má vontade para com os interesses do futebol, empobrecendo o Gre-Nal, o mais importante jogo do Rio Grande do Sul. Não é crível que a corporação não consiga dar segurança a qualquer que seja o número de torcedores de um clube visitante presente nos estádios. Na verdade, a intenção da Brigada Militar é que os clubes remunerem os seus serviços. Os clubes, com razão, negam-se a fazê-lo, pois dar proteção ao público é uma obrigação constitucional da Brigada, que recebe dos cofres públicos para esse fim. Os argumentos de que a Brigada só tem obrigação de garantir a segurança na área externa dos estádios, e que dentro deles ocorre um espetáculo privado, ou ainda de que os clubes, por gastarem altas somas com os seus jogadores, deveriam pagar à corporação por seus serviços, são pífios, não se sustentam. O contribuinte gaúcho paga para que a Brigada garanta a sua segurança, e isso inclui os estádios de futebol, dentro ou fora dos mesmos. A Brigada Militar, com sua atitude, impede o cumprimento do que dispõe o Estatuto do Torcedor. Por outro lado, o Inter deveria retribuir o gesto elevado do Grêmio, e também lhe garantir 10% dos ingressos no Beira-Rio, mas não mostrou disposição para isso. Ainda que uma medida positiva como a reedição da torcida mista tenha sido anunciada para o próximo Gre-Nal, a negativa da Brigada Militar em dar segurança para um contingente maior de torcedores visitantes, e a recusa do Inter em retribuir ao Grêmio na mesma proporção de público proposta, são posturas reprováveis que deslustram os Gre-Nais decisivos do Campeonato Gaúcho.

domingo, 19 de abril de 2015

Expectativa confirmada

Confirmando a expectativa da maioria, o Inter, mesmo jogando com um time quase totalmente reserva, venceu o Brasil de Pelotas, hoje à tarde, no Beira-Rio, por 3 x 1, e obteve a sua classificação para a decisão do Campeonato Gaúcho. O primeiro tempo foi de um mau futebol, e sem gols. O Brasil de Pelotas mostrava aplicação, mas com terríveis limitações técnicas, enquanto o Inter criou algumas chances de gol, mas sem forçar muito. No segundo tempo, consciente de que o empate lhe bastava para obter a classificação, mas que só a vitória o faria levar o segundo jogo da decisão para o Beira-Rio, o Inter impôs a sua superioridade e venceu com facilidade. Agora, serão dois Grenais para decidir o Gauchão, o primeiro deles na Arena. O favoritismo é do Inter, por ser o atual tetracampeão estadual e fazer a segunda partida na sua casa, mas o Grêmio resgatou sua autoestima e a confiança do seu torcedor e tem sobradas razões para acreditar que pode conquistar o título.

sábado, 18 de abril de 2015

Classificado

O Grêmio está classificado para a decisão do Campeonato Gaúcho, depois de vencer o Juventude por 2 x 1, hoje à tarde, na Arena. Agora, o Grêmio irá esperar a definição do seu adversário, que sairá do jogo Inter x Brasil de Pelotas, amanhã, no Beira-Rio. O desempenho do Grêmio contra o Juventude foi muito bom, especialmente no primeiro tempo. Antes e depois do gol de Luan, o Grêmio teve outras oportunidades de marcar, e, mais uma vez, foi punido por seu desperdício, sofrendo o gol de empate no final do primeiro tempo, na única bola que o Juventude concluíra até aquele momento. No segundo tempo, o Grêmio iniciou um tanto inseguro, por força do gol que havia tomado, mas, com o decorrer do jogo, recuperou o controle da partida e chegou à vitória. Algumas atuações individuais no Grêmio foram muito destacadas. Luan fez sua melhor partida em 2015, embora precise melhorar a força de seus chutes. Giuliano também jogou um futebol de alto nível. Geromel fez muito boa partida, e recuperou-se de sua falha no gol de Douglão para o Juventude, ao desempatar o jogo e determinar a vitória do Grêmio. Matias Rodriguez, Fellipe Bastos e Douglas também tiveram boas atuações. Por ter vencido os dois jogos das semifinais contra o Juventude, o Grêmio chega confiante para a decisão do Gauchão, e ansioso para obter o fim do seu jejum de títulos.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Continuísmo

A posse de Marco Pólo Del Nero como novo presidente da CBF representa o continuísmo no futebol brasileiro. Del Nero já era vice-presidente na administração anterior, que tinha José Maria Marin no posto que ele, agora, passou a ocupar. Assim, não há nenhuma perspectiva de serem implementadas mudanças no desolador quadro do futebol no país. Cogita-se de que Del Nero vá ganhar cerca de R$ 200 mil de salário, o que é algo espantoso para um cargo que, em princípio, não deveria ser remunerado. Não bastasse isso, a CBF ainda paga R$ 15 mil reais para cada presidente das federações estaduais. Com isso, o esquema que sustenta toda a engrenagem que ditas as regras no futebol brasileiro fica ainda mais fortalecido. Continuarão, portanto, os campeonatos estaduais longos e enfadonhos, os clubes pequenos sem calendário integral, a debandada das revelações para o exterior, a Seleção Brasileira jogando amistosos fora do país e perdendo, cada vez mais, sua conexão com o torcedor. O fracasso na Copa do Mundo, com a vexatória goleada de 7 x 1 sofrida pela Seleção para a Alemanha, de nada serviu. O futebol no Brasil continua nas mãos daqueles que o conduziram para o desastre. A proibição, por parte da Fifa, de que os governos intervenham nas federações nacionais, torna a situação ainda pior, um verdadeiro beco sem saída. O futebol brasileiro permanecerá sendo conduzido por uma CBF dirigida por ineptos e corruptos. Não há sinal de que esse panorama vá se alterar tão cedo, o que compromete, cada vez mais, o futuro do futebol brasileiro.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Facilidade

Era sabido por todos que a Universidad de Chile não vivia um bom momento, tanto que era a lanterna do grupo, mas ninguém poderia imaginar que o Inter encontraria tamanha facilidade no jogo de hoje à noite, no Estádio Nacional, em Santiago (CHI), pela Libertadores. O Inter goleou a Universidad por 4 x 0, e, aos 15 minutos já havia mandado duas bolas para as redes. O primeiro gol, por sinal, foi consequência de uma falha patética do goleiro Johnny Herrera. Com dois gols sofridos pela Universidad em tão pouco tempo, o jogo ficou resolvido, era inviável uma reviravolta. A partir daí, diante de um adversário abatido e desarticulado, só cabia ao Inter ampliar o placar, o que foi feito. A goleada poderia ter sido ainda maior, se D'Alessandro não tivesse desperdiçado um pênalti. Com o resultado, o Inter está praticamente classificado para as oitavas de final, bastando, para isso, um simples empate, no Beira-Rio, contra o The Strongest. O mais provável é que o Inter não só se classifique, mas obtenha o primeiro lugar do grupo, em função do saldo de gols. Na verdade, o Inter está sabendo tirar proveito de ter caído num grupo muito fraco. Resta saber se o time é capaz de fazer frente contra adversários mais fortes, nas fases eliminatórias da competição.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Classificação confirmada

O Grêmio confirmou sua classificação para a segunda fase da Copa do Brasil, ao vencer o Campinense por 2 x 0, hoje à noite, na Arena. Não poderia ser diferente, depois da vitória obtida no primeiro jogo, fora de casa, e pela fragilidade do adversário. Porém, há motivos para preocupação, pois o Grêmio teve muitas chances de gol, mas só movimentou o placar no segundo tempo, aos 19 e aos 48 minutos. O time abusou dos erros na conclusão dos lances. Braian Rodriguez e Giuliano perderam, cada um, três chances de gol. Por sinal, já está mais do que na hora do técnico do Grêmio, Felipão, repensar a condição de titular de Braian Rodriguez. Ele não tem apresentado um desempenho minimamente aceitável e, mais uma vez, ao ser substituído por Yuri Mamute, o time cresceu de rendimento. Foi um jogo em que o Grêmio cumpriu com sua obrigação, nada mais. Se tem ambições maiores em 2015, o Grêmio precisará melhorar bastante o nível do seu futebol, e não poderá se dar ao luxo de desperdiçar tantos gols.

terça-feira, 14 de abril de 2015

O fracasso das manifestações

No último domingo, apenas 27 dias depois das primeiras manifestações de rua contra o governo, uma nova mobilização foi convocada. Se a primeira teve um êxito relativo, pois o número de participantes, expressivo em termos absolutos, era percentualmente pequeno em relação a população do país, a segunda versão das manifestações foi um fracasso rotundo. Embora lideranças de oposição e sub-celebridades do meio artístico sigam assacando contra o governo e insistindo na tecla do impeachment da presidente Dilma, os protestos de domingo sinalizam, claramente, que é hora de dar fim ao "terceiro turno" da eleição. O governo, mal ou bem, prosseguirá. Não haverá impeachment. Em nada contribui para o país a propagação permanente da possibilidade de que a presidente Dilma Rousseff vá ser destituída do seu cargo. O país vive uma fase turbulenta, principalmente no campo econômico, mas não há nada que justifique a quebra da normalidade institucional. A democracia brasileira, que em 2015 alcança 30 anos contínuos, é um bem a ser preservado. Entre os manifestantes há celerados que, não satisfeitos em pedir a queda do governo, desejam uma intervenção militar. Numa demonstração, no entanto, de que o povo brasileiro já evoluiu em sua maturidade política, os defensores da volta dos militares eram apenas "gatos pingados" se expondo ao ridículo nas ruas de algumas cidades do país. Os promotores dos protestos prometem repeti-los, em breve. Não deveriam. Se a segunda edição foi um fracasso, imagine-se uma terceira. Está mais do que na hora de o país voltar à normalidade. Chega de ressentimento por parte de quem perdeu a eleição. Assimilem, democraticamente, a derrota, e tentem chegar ao poder pela única via legítima, que é o voto. Para isso, no entanto, terão de esperar até 2018, sem recorrer a atalhos e, tampouco, a golpes.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Paulo Brossard

O Brasil e o Rio Grande do Sul perderam, ontem, uma figura marcante nos meios político e jurídico do país: Paulo Brossard de Souza Pinto. Brossard, que faleceu aos 90 anos, teve uma vida tão longa quanto profícua. Em sua trajetória ocupou diversos cargos relevantes. Foi advogado, professor universitário, deputado estadual e federal, senador, ministro da Justiça, ocupou uma cadeira no Supremo Tribunal Federal, presidiu o Tribunal Superior Eleitoral. Sem favor algum, Brossard foi um dos maiores juristas brasileiros. Era um defensor incansável da democracia, que se opôs tenazmente ao regime militar. Em 1974, concorrendo pelo MDB, elegeu-se senador e tornou-se uma voz implacável contra a ditadura. Seus embates verbais no Senado com o governista Jarbas Passarinho entraram para a história. Sua dissertação "O impeachment - Aspectos da Responsabilidade Política do Presidente da República" tornou-se uma obra referencial sobre o assunto. Numa época em que o regime militar se impunha pela força e intimidação, exilando, torturando e assassinando os seus opositores, Brossard jamais se dobrou. Não fez isso porque fosse um homem de esquerda, adepto de ideias revolucionárias, mas por sua condição de democrata convicto, incapaz de tolerar o autoritarismo e a quebra da normalidade institucional. Paulo Brossard merece ser lembrado como uma das pessoas que colaboraram decisivamente para que, hoje, o Brasil usufrua de 30 anos de continuidade democrática.

domingo, 12 de abril de 2015

Vitória impositiva

O Grêmio obteve uma vitória impositiva sobre o Juventude, por 1 x 0, hoje à tarde, no Alfredo Jaconi, pelas semifinais do Campeonato Gaúcho. Sim, embora a vitória tenha sido pelo placar mínimo, o Grêmio não correu maiores riscos no jogo. O golaço de Giuliano ocorreu cedo e o Grêmio soube, a partir daí, administrar o resultado a seu favor. A atuação do Grêmio não foi exuberante, mas bastante segura. Alguns jogadores tiveram desempenho fraco, como Douglas e Luan, mas outros, como Geromel e Rhodolfo, brilharam. Braian Rodriguez teve importante participação no lance do gol, mas, no geral, mais uma vez, foi discreto. O importante, no entanto, é que, ao contrário do jogo único contra o Novo Hamburgo, em que quase foi eliminado, o Grêmio encaminhou uma classificação que poderá ser tranquila para a decisão do Gauchão. Como o segundo jogo contra o Juventude será na Arena, dificilmente ocorrerá uma reversão na tendência que foi estabelecida na partida de hoje.

sábado, 11 de abril de 2015

Empate tumultuado

Pouco futebol e muito tumulto. Esse foi o resumo do empate do Inter com o Brasil de Pelotas em 1 x 1, no Aldo Dapuzzo, hoje à tarde, pelas semifinais do Campeonato Gaúcho. Desde o início, o time do Brasil, cuja torcida era maioria no estádio, mostrou muita pegada, o que, em pouco tempo, resultou em jogadas ríspidas e discussões com os adversários e a arbitragem. O futebol jogado pelo Brasil, no entanto, era modesto, e o Inter, com um time misto, foi melhor e abriu o placar no último minuto. No segundo tempo, o Brasil buscou superar suas limitações técnicas com mais empenho, foi recompensado com o empate, e teve chances de virar o jogo. O resultado, todavia, não foi ruim para o Inter. No segundo jogo, no Beira-Rio, quando estará com o seu time completo, um simples empate em 0 x 0, já lhe dará a classificação para a decisão do Gauchão, pelo saldo qualificado. O jogo, infelizmente, não chamou a atenção apenas pelo que aconteceu dentro de campo. Uma briga entre torcedores, e a saída temporária da ambulância do estádio, fizeram com que o intervalo durasse 46 minutos. Com isso, o jogo terminou quase sem iluminação, pois os refletores não foram ligados e a noite já começava a cair sobre Rio Grande. Mais um exemplo no rol de episódios lamentáveis de uma competição fraca e mal organizada.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

A lembrança de uma data triste

Na data de hoje, há 45 anos, Paul McCartney anunciava que os Beatles tinham chegado ao fim. Terminava, ali, o sonho de toda uma geração. Em apenas oito anos juntos, os Beatles construíram uma trajetória inigualável na história da música. Nunca antes, nem depois, um grupo criou tantos sucessos em sequência. Até mesmo quando se pretende relacionar apenas os seus maiores clássicos, chega-se a mais de 20 músicas. Nenhum outro grupo ou artista solo fez algo parecido. São, também, composições atemporais, que não envelhecem, o que faz com que todos os seus discos permaneçam, até hoje, em catálogo, sempre com expressivas vendagens. Mesmo pessoas muito jovens, que não viveram os anos inesquecíveis da Beatlemania, apreciam as criações do grupo. Músicas como "I Saw Her Standing There", "She Loves You", "I Want To Hold Your Hand", "All My Loving", "I Should Have Known Better", "IF I Fell", "And I Love Her", "I Feel Fine", "Help", "Ticket To Ride", "You're Going To Lose That Girl", "Yesterday", "Michelle", "In My Life", "Day Tripper", "Taxman", "Eleanor Rigby", "Here There And Everywhere", "Yellow Submarine", "For No One", "Penny Lane", "Strawberry Fields Forever", "With A Little Help From My Friends", "Lucy In The Sky With Diamonds", "When I'm Sixty Four", "A Day In The Life", "All You Need Is Love", "Hey Jude", "Revolution", "Ob-la-di, Ob-la-da", "While My Guitar Gently Weeps", "Blackbird", "Something", "Here Comes The Sun", "Let It Be", "The Long And Winding Road", "Get Back". Todas inesquecíveis, e que continuarão a atravessar o tempo, conquistando sucessivas gerações. A  lembrança que a data de hoje traz é triste, pela separação do maior grupo musical de todos os tempos. Porém, sua obra está ao nosso dispor, para nos encantar permanentemente.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Sofrimento

A vida do torcedor do Grêmio não tem sido fácil. Depois de ver seu maior rival, o Inter, classificar-se para as semifinais do Campeonato Gaúcho por força de uma arbitragem facciosa, que marcou dois pênaltis inexistentes, os gremistas tiveram de suportar o sofrimento de uma disputa de tiros livres, e sentir a ameaça de uma eliminação. Sim, o Grêmio, hoje à noite, na Arena, empatou em 1 x 1 com o Novo Hamburgo, e se classificou para as semifinais do Gauchão na loteria dos tiros livres. No jogo, o Grêmio dominou o Novo Hamburgo desde o início, mas tomou um gol de falta, aos 28 minutos do primeiro tempo, que o desestabilizou. Na volta do intervalo, já com Yuri Mamute substituindo Braian Rodriguez, o Grêmio emparedou o Novo Hamburgo e poderia ter vencido se Douglas não desperdiçasse um pênalti, o segundo que ele errou na competição. A decisão da classificação foi dramática. Paulinho, do Novo Hamburgo, teve a definição em seus pés, mas desperdiçou a cobrança, levando a decisão para a segunda série, quando o Grêmio acabou vencendo. Com o empate no tempo normal, o Grêmio se manteve quatro pontos atrás do Inter na contagem geral. Se tivesse vencido com a bola rolando, teria diminuído essa diferença para dois pontos. Fora de campo, deve ser efusivamente exaltado o pronunciamento do presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior. Ele expressou o que todos os gremistas queriam ouvir do clube sobre o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto Neto. Parabéns, presidente Romildo, é essa a postura que se exige de quem ocupa o mais alto cargo de um clube da grandeza do Grêmio.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Escândalo

Acompanho o futebol desde que tomei consciência de minha existência. Mais tarde, ainda na infância, comecei a frequentar estádios, o que faço há 44 anos. Em todo esse tempo verifiquei um mesmo quadro, que permanece imutável, e que é o favorecimento explícito das arbitragens ao Inter no Campeonato Gaúcho. Nada parece capaz de mudar essa situação. Hoje à noite, no Beira-Rio, tivemos mais uma demonstração disso, e que se constituiu num verdadeiro escândalo. O Inter perdia para o modesto, mas digno, Cruzeiro por 2 x 0, e estava sendo eliminado do Gauchão. O árbitro, então, marcou um pênalti em favor do Inter, que D'Alessandro cobrou para fora. Não satisfeito, o árbitro marcou um segundo pênalti para o Inter, dessa vez convertido por Lisandro López, e ainda expulsou o jogador do Cruzeiro que, supostamente, o cometeu. Mesmo assim, o Cruzeiro conseguiu manter o empate e levar a decisão da classificação às semifinais para os tiros livres da marca do pênalti. Ferido em seu moral, porém, pelos prejuízos sofridos por parte da arbitragem, o Cruzeiro sucumbiu nas cobranças e foi eliminado. Mais duro do que assistir ao assalto praticado contra o Cruzeiro, foi ouvir um "isento" comentarista de uma rádio de Porto Alegre, desqualificar o justo e magoado desabafo do técnico do clube, Luiz Fernando Zaluar. Para o comentarista em questão, vergonhosa não foi a atuação do árbitro, mas a reclamação do técnico, pois, afirmou, os dois pênaltis existiram. Ao ser lembrado de que o Inter em 20 jogos no ano, somando campeonato estadual e Libertadores, havia tido 11 pênaltis marcados a seu favor, declarou que se lembrava de cada um dos lances, e que todos aconteceram mesmo. Como se não bastasse toda essa sujeira nauseante, após o jogo, já se articulava a hipótese de que a primeira partida entre Brasil de Pelotas e Inter, pelas semifinais da competição, seja disputada em São Leopoldo. Com isso, o Brasil, que é o mandante do jogo, faria uma viagem mais longa do que o Inter, que é o visitante. Pode-se cogitar de algo tão absurdo e injusto? Sim, pode-se, pois o presidente da Federação Gaúcha de Futebol é conselheiro do Inter, e a imprensa acha tudo normal. Em suma, estamos presenciando uma disputa de cartas marcadas, pútrida, imoral, abjeta, indecente, nojenta, asquerosa, ignominiosa, repulsiva, pornográfica.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Constatação devastadora

Uma pesquisa feita pela Fecomércio/RJ apurou que 70% dos brasileiros não leram um único livro em 2014. Essa é uma constatação devastadora. Não é por acaso que o Brasil possui um contingente alarmante de analfabetos funcionais, isto é, pessoas que aprenderam a ler, mas que não sabem interpretar um texto por mais simples e curto que seja. A leitura é fundamental para uma pessoa aumentar seu vocabulário, ampliar seus horizontes culturais, desenvolver seu raciocínio, traçar comparações, fazer análises, despertar seu senso crítico. Sem ela, as palavras tornam-se escassas, o pensamento mostra-se estreito, a criatividade fica embotada, os erros de ortografia tornam-se inevitáveis, o indivíduo fica indefeso diante de afirmações capciosas e de proselitismos de toda a espécie. Ler é fundamental para que se atinja uma condição de emancipação intelectual, aprendendo a pensar por conta própria, afirmando as próprias ideias. O histórico desprezo dos brasileiros pela leitura torna suas perspectivas de desenvolvimento pessoal extremamente limitadas. Como formar profissionais competentes, capazes de ocupar postos relevantes e de alta exigência curricular sem o devido apreço pela leitura? O Brasil precisa, urgentemente, de um programa de estímulo à leitura. O livro não pode ser visto como algo distante da realidade da população, o acesso a ele tem de ser facilitado, com o lançamento de obras a preços populares. Até mesmo a distribuição de livros, gratuitamente, pelo governo, é um recurso que deve ser utilizado, pois não seria uma despesa, mas um investimento no que o país tem de mais precioso, que é o seu material humano. O dado levantado pela pesquisa não pode ser apenas mais um a engrossar estatísticas sobre o Brasil. Ele exige medidas urgentes por parte do governo para reverter esse quadro desolador.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

O desabafo de Fred

O atacante Fred, do Fluminense, após ser expulso no Fla-Flu de ontem, no Maracanã, fez um desabafo diante de câmeras e microfones das emissoras de rádio e televisão. Fred, que foi expulso injustamente, disse que o campeonato estadual do Rio de Janeiro tem de acabar. Ele entende que qualquer alternativa é válida, como a volta do Torneio Rio-São Paulo, ou uma disputa com os clubes do Sul do país. A manifestação de Fred vem se somar às críticas que o técnico do Flamengo, Vanderlei Luxemburgo, fez à competição, e que lhe valeram uma suspensão por parte do TJD-RJ. Na verdade, essa situação não se limita ao campeonato do Estado do Rio de Janeiro. Todos os campeonatos estaduais estão agonizantes, e há muito tempo. São competições de baixo nível técnico em que grandes clubes se misturam com pequenos, o que não motiva os torcedores. A média de público dos campeonatos estaduais é muito pequena. Porém, mesmo assim, absurdamente, eles ocupam quase um semestre inteiro do calendário futebolístico. Só continuam existindo por força de interesses que nada tem a ver com a promoção do melhor futebol. Os protestos de Flamengo e Fluminense contra a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, somados às falas de Luxemburgo e Fred, podem ser o início de uma reação dos clubes contra esse panorama, e o começo do fim dos anacrônicos campeonatos estaduais. O presidente do Atlético Paranaense, Mário Celso Petraglia, já se mostrou solidário com Flamengo e Fluminense, e está disposto a engrossar o movimento para a formação de uma liga de clubes. Tomara que, finalmente, o futebol brasileiro saia da sua letargia e os clubes confrontem o poder das federações, pois essa é a única forma dele atingir novos e melhores tempos.

domingo, 5 de abril de 2015

Rotina

O Inter venceu o Passo Fundo por 2 x 0, hoje à tarde, no Beira-Rio, pelo Campeonato Gaúcho, e prosseguiu com a sua rotina de vitórias. O primeiro tempo terminou empatado em 0 x 0, mas no segundo o Inter fez dois gols e o resultado aconteceu ao natural. Com isso, o Inter confirmou o primeiro lugar na classificação geral da primeira fase do Gauchão, e tem amplas possibilidades de, caso chegue até lá, fazer o segundo jogo da decisão da competição no Beira-Rio. Foi, portanto, um jogo sem surpresas. Por outro lado, a derrota custou caro ao Passo Fundo, pois, com o a vitória do Novo Hamburgo sobre o Caxias, com um gol aos 45 minutos do segundo tempo, o clube do Vale dos Sinos tomou o seu lugar entre os classificados para as quartas de final. Sem ter entusiasmado, até aqui, no campeonato estadual e na Libertadores, o Inter faz boa campanha nas duas competições.

Tropeço

O Grêmio não passou de um empate em 1 x 1 com o São José, hoje à tarde, no Cristo Rei, pelo Campeonato Gaúcho. Ainda que, mesmo ganhando, o Grêmio não pudesse obter o primeiro lugar na classificação geral, pois o Inter venceu o seu jogo e ficou fora de seu alcance, o tropeço diante do modesto São José é imperdoável. No primeiro tempo, o Grêmio marcou o seu gol cedo, e perdeu várias outras oportunidades de ampliar o placar. Poderia ter ido para o intervalo com uma goleada a seu favor. No segundo, no entanto, o time pareceu subestimar o adversário, como se pudesse ganhar o jogo na hora em quisesse, e o castigo não demorou. Veio o gol de empate, e por pouco o Grêmio não foi derrotado. O time que entrou em campo tinha apenas metade de seus titulares, mas isso já lhe dava qualidade suficiente para vencer o jogo, o que não ocorreu. O técnico do Grêmio, Felipão, também tem a sua parcela de culpa nesse mau resultado. Suas duas primeiras substituições foram muito ruins. Ao retirar Douglas e colocar Maicon em seu lugar, Felipão trocou um armador por um volante, e acabou com a criação de jogadas no meio de campo. Como Éverton mão fazia boa partida, o técnico resolveu substituí-lo, no que estava correto. Porém,.colocou em seu lugar Everaldo, um jogador que não tem a mínima condição de atuar num clube como o Grêmio. Sua insistência com esse jogador é incompreensível. Afora isso, vários jogadores estiveram abaixo do seu nível habitual, como Giuliano, que perdeu um gol feito, e Yuri Mamute. A consequência de tudo isso foi um empate indigesto, que deixa o torcedor do Grêmio com a pulga atrás da orelha em relação ao futuro imediato do time.

sábado, 4 de abril de 2015

A declaração de Noveletto

Poucas figuras são mais repugnantes e desprezíveis que o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto Neto. Noveletto ocupa o cargo há mais de 10 anos, e exerce, paralelamente, a condição de conselheiro do Inter. Uma instituição que deveria caracterizar-se pela isenção, é presidida, portanto, por um conselheiro em exercício de um de seus filiados. Se eu fosse me ocupar, nesse texto, de apontar todos os defeitos desse indivíduo, e relacionar todas as vilanias e torpezas por ele cometidas, levaria dias até que pudesse teclar o ponto final. Fiquemos, então, com a sua mais recente atrocidade. Ao ser informado de que há uma imagem de vídeo que mostra um torcedor do Inter dirigindo insultos racistas ao jogador Fabrício, durante o recente episódio do surto do lateral esquerdo na partida contra o Ypiranga, de Erechim, no Beira-Rio, Noveletto disse que ele os mereceu. Noveletto entende que os impropérios racistas foram consequência direta da revolta dos torcedores com a atitude intempestiva de Fabrício, que dirigiu-lhes gestos obscenos e jogou a camisa do Inter ao chão. Uma interpretação absurda dos fatos. Os torcedores poderiam vaiar, xingar, proferir palavrões e até devolver os gestos obscenos de Fabrício, mas, de modo algum, estariam autorizados a lhe insultar por ser negro. Afora demonstrar, mais uma vez, o quanto Noveletto é estúpido e ignóbil, sua fala deixa clara a intenção de desqualificar o ato de racismo, a fim de evitar que o Inter, clube do seu coração, venha a sofrer qualquer punição legal. Uma declaração asquerosa, que só poderia ter partido de uma pessoa execrável.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Onda neoconservadora

O Brasil está diante de uma onda neoconservadora. Defensores do medievalismo e do obscurantismo tentam fazer o país retroagir no campo político e nos costumes. Os sinais são mais do que evidentes. Manifestações contra o governo pedem a volta dos militares, o beijo entre duas personagens lésbicas numa novela de televisão gera reações iradas, e o projeto de redução da maioridade penal, há 20 anos parado, é tirado do arquivo e poderá ser aprovado. Essa situação não surgiu do nada, é uma consequência dos avanços sociais e civilizatórios que o Brasil vem tendo nos últimos anos, e que tiraram os privilegiados da sua zona de conforto. Os grupos que sempre foram hegemônicos na sociedade brasileira recusam-se a descer de seu pedestal. Sonham em fazer o mesmo que realizaram em 1964, quando um presidente legitimamente eleito e comprometido com reformas essenciais para o país foi derrubado por um golpe militar espúrio. Porém, de lá para cá, transcorreram 51 anos. O Brasil não é mais o mesmo daquela época, é um país mais evoluído e que já vive uma continuidade democrática há 30 anos. O avanço neoconservador não pode ser menosprezado, mas terá consequências inexpressivas. Os arautos do atraso estão fazendo muito barulho, mas pouco irão conseguir em termos práticos. O impeachment da presidente Dilma Rousseff não irá acontecer, a homofobia será derrotada e a maioridade penal se manterá nos moldes atuais. Para desalento dos que defendem medidas retrógradas, o Brasil continuará avançando, política e socialmente.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Redução da maioridade penal

O Brasil vive, no momento, um ataque das forças reacionárias, que buscam tirar proveito de uma instabilidade circunstancial do governo, para tentar impor sua agenda fascistóide. Agora, a direita tenta tornar realidade uma de suas velhas aspirações, a redução da maioridade penal. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados considerou constitucional a PEC que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Isso é uma monstruosidade, um crime lesa-pátria! Essa barbaridade não pode ir adiante. Se vier a ocorrer, essa redução de nada servirá para resolver a questão da criminalidade, será, apenas, um instrumento para perseguir, espancar, prender e até matar jovens negros e pobres. A direita brasileira, durante algum tempo aparentemente adormecida, está num momento de fúria na defesa de seus indecentes privilégios. Ela quer derrubar o governo, pois não tolera o programa Bolsa-Família, o sistema de cotas nas universidades, nem nenhum meio que busque maior justiça social e menos desigualdade. Seus adeptos se autodenominam "pessoas de bem", em contraste com os demais cidadãos, que defendem os direitos humanos, que para eles são inaceitáveis. As forças democráticas, que são maioria no país, precisam se mobilizar para impedir a aprovação dessa PEC espúria e indecente. Redução da maioridade penal, jamais!

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Boa vitória

O Grêmio estreou com vitória na Copa do Brasil. Venceu o Campinense, no Amigão, por 2 x 1. O primeiro tempo terminou em 0 x 0, embora com amplo domínio do Grêmio. Na volta do intervalo, o técnico Felipão, que por estar suspenso não ficou no banco, trocou Braian Rodriguez por Yuri Mamute, o que trouxe ao time as soluções ofensivas que não estava encontrando. Yuri Mamute foi o melhor jogador em campo, e o Grêmio, a partir de sua entrada, logo abriu o placar, com um gol de Douglas. O Campinense empatou de forma imerecida, após a marcação de um pênalti inexistente, mostrando que a perseguição das arbitragens ao Grêmio já ultrapassaram as fronteiras do Rio Grande do Sul. Porém, logo após, o Grêmio desempatou, com um gol de Luan. Como não venceu por dois ou mais gols de diferença, o Grêmio terá de jogar a segunda partida, na Arena. No entanto, isso não é ruim, pois a classificação deverá ser alcançada mesmo assim, e Christian Rodriguez poderá cumprir mais um dos quatro jogos de suspensão em competições nacionais. No todo, foi uma boa vitória.

O roteiro de sempre

O Inter, finalmente, cumpriu o jogo atrasado que tinha no Campeonato Gaúcho, contra o Ypiranga, de Erechim, no Beira-Rio. Agora, tendo o mesmo número de jogos de todos os outros clubes, o Inter assumiu a liderança do Gauchão, dois pontos a frente do segundo colocado, o Grêmio. A sorte do Inter já começou antes da partida, pois o mais destacado nome do Ypiranga, Paulo Baier, não teve condições de jogar, por estar lesionado. O roteiro da vitória foi o mesmo de sempre, extremamente previsível. Uma má atuação contra um adversário modesto que mostra alguma resistência, um pênalti a favor do Inter que não ocorreu mas que a "isenta" imprensa gaúcha jura ter acontecido. Para culminar, um gol do Ypiranga anulado "corretamente", segundo a mesma imprensa. Não bastasse isso, os isentos comentaristas não gostaram da expulsão dupla de Ânderson, do Inter, e Otacílio Neto, do Ypiranga, pois acharam que só o jogador do clube de Erechim merecia o cartão vermelho, o do Inter deveria receber, apenas, o amarelo. O campeonato estadual segue sendo como o de todos os outros anos. Nos jogos do Grêmio, gols legítimos são anulados em profusão. Contra o Novo Hamburgo, por exemplo, foram dois. Nos jogos do Inter, pênaltis a seu favor são marcados em todas as partidas. O de hoje foi, especialmente, providencial. Foi marcado logo após o Inter ter ficado com um jogador a menos, após a expulsão de Fabrício, impedindo que o Ypiranga tirasse proveito do fato. Nesse jogo de cartas marcadas será muito difícil o Grêmio quebrar a série de títulos estaduais do seu maior rival.