domingo, 30 de outubro de 2016

Confirmação

O segundo turno da eleição para prefeito de Porto Alegre não apresentou surpresa. Nélson Marchezan Júnior (PSDB) venceu o pleito, numa confirmação do que as pesquisas indicavam. Ainda mergulhado numa irracional onda antiesquerdista movida pela imprensa conservadora, o eleitorado resolveu eleger a raposa para cuidar do galinheiro. Ao escolher Marchezan Júnior, o eleitor entrega a administração da cidade ao herdeiro de uma figura proeminente da Arena, partido de sustentação do regime militar, o falecido Nélson Marchezan. Mais do que isso, Marchezan Júnior é um neoliberal e privatista. Os próximos quatro anos tendem a ser desalentadores para Porto Alegre. Diante desse quadro, o incompreensível é que nem mesmo a catastrófica escolha de José Ivo Sartori para governador do Rio Grande do Sul, em 2014, serviu de alerta. O eleitor gaúcho parece tomado por um impulso de autoflagelação. Resta esperar que nas eleições de 2018 essa tendência autodestrutiva tenha sido superada, e o eleitor volte a votar com consciência, concedendo o poder a quem tem compromisso com as demandas sociais.