segunda-feira, 12 de outubro de 2015

O desencanto com a Seleção

O desencanto do torcedor com a Seleção Brasileira não para de crescer. Nem mesmo o Nordeste, antes uma região que apoiava a Seleção de forma incondicional, fugiu à regra. Em Fortaleza, onde a Seleção jogará amanhã contra a Venezuela, pelas Eliminatórias da América do Sul, o assédio aos jogadores em nada lembrou o que acontecia no passado, e o treino da equipe foi visto por um numero reduzidíssimo de pessoas. A goleada de 7 x 1 para a Alemanha, o recente fracasso na Copa América, a derrota na estreia das Eliminatórias, e a ausência de Neymar, que está suspenso, são alguns dos fatores que explicam essa frieza da torcida, mas há outros. Os torcedores percebem que os jogadores já não tem o mesmo comprometimento com a Seleção que havia em gerações anteriores. Eles portam-se como estrelas arrogantes, mais preocupadas com os contratos milionários que possuem com seus clubes no exterior, e são pouco receptivos ao contato com o público. A CBF, instituição responsável pela Seleção, é dirigida por pessoas envolvidas em falcatruas, que a vêem, tão somente, como uma fonte de arrecadação de vultosas somas de dinheiro. Assim, o que já foi uma expressão de identidade nacional, vai perdendo força a cada dia. Recuperar o entusiasmo do torcedor pela Seleção não é, no entanto, uma tarefa impossível. Basta que se tomem as medidas certas. A primeira delas deveria ser o reconhecimento do erro que foi a contratação de Dunga para técnico, e proceder sua troca por um profissional mais qualificado. Um relacionamento mais acessível e afável dos jogadores com o público é outra atitude que deveria ser adotada. A Seleção Brasileira é um patrimônio do país. Sua desvalorização sistemática não pode ser assistida passivamente sem que se esboce uma reação.