segunda-feira, 16 de julho de 2012

Arbitragens calamitosas

A arbitragem brasileira nunca chegou a ser de primeira linha, embora já tenhamos tido alguns bons árbitros, como Arnaldo Cézar Coelho e José Roberto Wright, por exemplo. No momento, contudo, o nível da arbitragem brasileira é péssimo. Os erros se sucedem a cada jogo. Não há critérios. O mesmo tipo de lance resulta em punição para o jogador de um time e condescendência para com o do outro. Lances não faltosos redundam em expulsões. Faltas violentas não são punidas. A comunicação eletrônica entre os integrantes da equipe de arbitragem e a colocação de um auxiliar atrás do gol, que deveriam ajudar a diminuir o número de erros, nada proporcionaram nesse aspecto. Pelo contrário, os erros parecem ocorrer em maior número. No jogo Santos 4 x 2 Grêmio, no domingo retrasado, pelo Campeonato Brasileiro, houve um festival de equívocos da arbitragem. Uma falta de Neymar não marcada, na origem do lance, culminou na abertura do placar pelo Santos, com um gol de Edu Dracena. Dois pênaltis claros em favor do Grêmio, cometidos sobre Kléber, não foram assinalados. Num lance de ataque do Grêmio em que as câmeras de televisão mostraram que a bola ultrapassou a linha, o gol não foi consignado. O mesmo Grêmio foi novamente prejudicado ontem, no jogo em que venceu o Cruzeiro por 3 x 1, ao ter o zagueiro Werley expulso numa jogada em que sequer cometeu falta. Também ontem, outros dois erros grosseiros de arbitragem chamaram a atenção. No jogo Inter 0 X 0 Santos, o jogador Lucas Lima, do Inter, chuta o pé de Juan, do Santos, e pretexta ter sofrido uma falta. Avisado sobre o lance pelo intercomunicador, o árbitro expulsa Juan, beneficiando, portanto, o infrator. No jogo Bahia 1 x 2 Flamengo, Íbson, do Flamengo, joga-se ao chão, dentro da área, num lance em que o jogador adversário que o marcava nem ao menos o tocou. O árbitro deu o pênalti. O mesmo Íbson já havia "cavado" outro pênalti em uma rodada anterior que, igualmente, foi assinalado pelo árbitro. Em ambos os jogos, o Flamengo alcançou a vitória em consequência dos pênaltis erradamente marcados. Fatos como os aqui citados desequilibram uma competição. Só o Flamengo, nos exemplos aludidos, ganhou quatro pontos com os dois pênaltis inexistentes assinalados a seu favor. Está mais do que na hora de o futebol brasileiro empreender uma mudança profunda na arbitragem. A qualidade dos jogadores brasileiros segue sendo inquestionável, mas o nível da arbitragem, em contrapartida, é baixíssimo.