domingo, 26 de outubro de 2014

Idiossincrasias gaúchas

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, do PT, não conseguiu a reeleição. O candidato do PMDB, José Ivo Sartori, ganhou a eleição, no segundo turno, com 61% dos votos. Os gaúchos, dessa forma, trocam um governador a que haviam eleito no primeiro turno, em 2010, por um candidato folclórico, despreparado intelectualmente, com enormes dificuldades de expressão, vazio de propostas, e que oculta suas verdadeiras intenções. Levados por suas idiossincrasias, quase inexplicáveis no plano racional, os gaúchos, mais uma vez, negam a reeleição para um governador, ainda que, no caso presente, se trate de um político testado e um intelectual de primeira linha. Partiremos, então para uma aventura de imprevisíveis consequências, com o estado sendo governado por um despreparado, tendo como vice de sua chapa um representante da plutocracia, que, assumidamente, não cumpre com os direitos trabalhistas dos empregados de sua fazenda. Um enorme retrocesso, a comprovar que o dito "estado mais politizado do Brasil" involuiu assustadoramente.

Tetra

A presidente Dilma Rousseff foi reeleita. O PT conquistou, assim, o seu quarto mandato consecutivo no governo federal, os dois primeiros com o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. O PT, portanto é tetra. A vitória foi apertada, pouco mais de 3 milhões de votos de diferença, mas nem por isso é menos legítima. Nunca um governo sofreu uma campanha de mídia tão agressiva contra si, culminando com uma edição da revista "Veja" antecipada para tentar influir na eleição, com uma série de denúncias sem comprovação. Ainda assim, mais uma vez o PT derrotou o PSDB. Os brasileiros conscientes não querem ver de volta o PSDB com suas políticas recessivas, suas privatizações, arrocho salarial e desemprego em massa. A despeito de malfeitos que tenham ocorrido em seus governos, o PT resgatou brasileiros para a cidadania, e colocou 50 milhões de pessoas no mercado de consumo, numa das maiores ações de mobilidade social de que se tem notícia. Foi nisso que o eleitorado apostou para dar mais um mandato de presidente para o PT. O fenômeno ocorrido em Porto Alegre, com quatro mandatos sucessivos na prefeitura, de 1988 a 2004, se repete para o PT, que ficará no governo federal, no mínimo, até 2018. Nada disso é por acaso. Não se derruba um governo socialmente eficiente com terrorismo midiático. Se a direita brasileira continuar apostando nesse método, tantas vezes derrotado, vai colher muitos outros fracassos.