quinta-feira, 1 de maio de 2014

Empate constrangedor

A expectativa do Inter e de sua torcida era a de vencer o Cuiabá, hoje, na novíssima Arena Pantanal, pela Copa do Brasil, por dois ou mais gols de diferença, eliminando a necessidade do segundo jogo. Em vez disso, o que se viu foi o modesto Cuiabá, integrante da terceira divisão do futebol brasileiro, sair na frente no placar e perder mais dois gols feitos, antes que o Inter empatasse o jogo, já aos 42 minutos do segundo tempo. Dentro das circunstâncias da partida, portanto, foi até um bom resultado para o Inter. Porém, não é possível deixar de classificar esse empate como constrangedor. A goleada no Gre-Nal da decisão do Campeonato Gaúcho fez com que muitos superestimassem a potencialidade do Inter. Repetindo o que vem acontecendo há vários anos, logo surgiram prognósticos de que o Inter é um dos favoritos para ganhar o título do Brasileirão. Previsões que nunca se confirmam. Nos dois primeiros jogos pela competição, o Inter não passou de um magro 1 x 0 sobre o Vitória, no Beira-Rio, e um empate em 2 x 2 com o Botafogo, no Maracanã, numa partida em que chegou a estar vencendo por 2 x 0. Agora, o empate com o Cuiabá, em outra competição de nível nacional, na qual havia estreado goleando o Remo, fora de casa, por 6 x 1, inflando ainda mais o entusiasmo dos seus torcedores, mostra que, fora do Gauchão, com suas tabelas favoráveis e seus árbitros complacentes, a vida do Inter é bem mais dura.

Vinte anos sem Ayrton Senna

A impressão que se tem é de que o tempo não apenas transcorre, mas voa. Não parece, mas hoje completam-se 20 anos da morte de Ayrton Senna. Um dos maiores ídolos esportivos do Brasil em todos os tempos, Senna não foi o primeiro brasileiro a ser campeão mundial de Fórmula 1. Antes dele, Émerson Fittipaldi e Nélson Piquet já haviam conquistado o título da maior competição do automobilismo mundial. Émerson, por duas vezes, Piquet, por três, mesmo número de títulos que seria alcançado por Senna. Porém, nenhum deles se tornou tão popular quanto Senna. O estilo arrojado de Senna, sua obstinação pela vitória, fizeram com que ele se tornasse um símbolo do que o Brasil gostaria de ser. As manhãs de domingo passaram a ter, como programa obrigatório, as corridas de Fórmula 1 pela tv. A cada chegada de Senna em primeiro lugar, ouvia-se a "Marcha pela vitória", que tornou-se conhecida por todos os brasileiros. A morte colheu Senna com apenas 34 anos. Não se sabe se ele ainda ganharia outros títulos, mas teria, certamente, muitos campeonatos pela frente. Desde que ele se foi, o máximo que o Brasil conseguiu na Fórmula ! foram vice-campeonatos, com Rubens Barrichelo e Felipe Massa. Muitos brasileiros deixaram de acompanhar as corridas da categoria. Senna deixou uma lacuna que ainda não foi preenchida. Poucos esportistas encarnaram tão bem a imagem que os brasileiros gostariam que fosse a do próprio país. A imagem de um lutador incansável, obstinado, audacioso e, mais do que tudo, vencedor.