domingo, 26 de junho de 2011

O rebaixamento do River Plate

Apesar de o regulamento do Campeonato Argentino ser feito sob medida para impedir que os maiores clubes do país sejam rebaixados, o River Plate caiu para a segunda divisão. Os sinais de que isso poderia acontecer eram cada vez mais visíveis. O River Plate, clube que mais vezes ganhou o Campeonato Argentino, vinha, nos últimos anos, realizando péssimas campanhas. Na verdade, só não caíra antes porque o rebaixamento, na Argentina, é realizado calculando-se a média do desempenho do clube nos últimos três anos. Ocorre que o Ríver Plate vem mal há anos seguidos e nem um regulamento tão camarada serviu para que pudesse escapar da queda para a segunda divisão. Por outro lado, é melhor assim. Um clube não pode permanecer na primeira divisão beneficiado por artíficios de regulamento. Se está mal, que seja rebaixado e busque sua recuperação dentro de campo, como já fizeram vários grandes clubes brasileiros. O sofrimento da torcida vai ser grande, as gozações dos torcedores do Boca Juniors, maior rival do River Plate, que nunca foi rebaixado, serão muitas, mas, nessas horas, passado o choque da queda, os torcedores formam uma corrente de solidariedade em torno do clube, ajudando-o a se reerguer. Com o Ríver Plate, não há de ser diferente. O clube é um gigante temporariamente combalido, mas cuja história gloriosa é muito maior que qualquer crise.

Vitória em boa hora

A vitória do Inter sobre o Figueirense foi daquelas que servem para espantar a crise. Por vários motivos. Foi por goleada, 4 x 1, sobre um adversário que ocupava o quarto lugar na tabela, com boa atuação do time e alguns destaques individuais. Oscar confirmou seu bom futebol e fez boa parceria com D'Alessandro, como bem demonstrou a belíssima jogada do segundo gol do Inter. Bolívar, que vinha sendo muito criticado, marcou um gol. O Inter quebrou o tabu de dois meses sem ganhar jogos no seu estádio. Assim, seus próximos dias deverão ser tranquilos, sem  as pressões e cobranças que vinham sendo feitas nos últimos tempos. Porém, não convém relaxar. O próximo jogo será fora de casa, quinta-feira, contra o Atlético Mineiro. Embora tenha sido goleado pelo Flamengo, o Atlético Mineiro não deverá ser um adversário fácil, até pela necessidade de buscar uma recuperação. Convém lembrar que, até agora, o Inter só venceu, fora de casa, o América Mineiro, em campo neutro. Um mau resultado em Minas Gerais poderá reavivar a crise. Por outro lado, se vencer, o Inter poderá embalar de vez no Campeonato Brasileiro, justificando os R$ 6 milhões de sua folha de pagamento.

Derrota anunciada

A derrota do Grêmio para o Botafogo era algo mais do que esperado. A escalação do time com três zagueiros, um meio de campo povoado, e apenas um atacante, revelou-se, como era previsível, um total fracasso. Sendo esse único atacante um jogador modestíssimo, como é o caso de Lins, qualquer outro resultado seria quase impossível. O mais incrível de tudo é que, mesmo com uma escalação equivocada e um mau futebol, o Grêmio perdeu dois gols feitos quando o jogo ainda estava empatado em 0 x 0, com Fernando, no primeiro tempo, e William Magrão, no segundo. Algumas atuações individuais estiveram, novamente, abaixo da crítica. Marquinhos, até sair aos 24 minutos do primeiro tempo, devido a uma lesão muscular, praticamente não tocara na bola. Douglas esteve, mais uma vez, apagado, e parece ter como nova especialidade entregar a bola de presente para o adversário. Fernando, por sua vez, foi um caso à parte. Errou inúmeros passes, chegava atrasado nas disputas de bola, apesar de ser muito jovem, e, quando o Grêmio vivia o seu melhor momento no jogo, cometeu uma falta violenta que redundou na sua merecida expulsão, comprometendo, definitivamente, as chances de seu time na partida. O Grêmio que, se vencesse, ficaria entre os primeiros colocados da tabela, com a derrota, aproximou-se da zona de rebaixamento. Seu próximo jogo, contra o Avaí, lanterna do Campeonato Brasileiro, no Olímpico, é, em princípio, fácil. Porém, um tropeço poderá acarretar, até mesmo, na demissão de Renato. A grande expectativa para o jogo é a possível estréia de Miralles. Ainda que o futebol do jogador seja uma incógnita, sua entrada no time é a grande esperança dos torcedores, dada a precariedade dos atacantes que vem sendo utilizados pelo Grêmio. O fato é que as nuvens começam a ficar cada vez mais carregadas sobre o Grêmio. Contra o Avaí, não há opção, é vencer ou vencer. Caso contrário, a crise explodirá de vez.