sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Organização criminosa

As investigações que estão sendo conduzidas pelo Ministério Público sobre os desvios financeiros cometidos na administração do ex-presidente do Inter no biênio 2015/2016, Vitório Piffero, alcançaram grande repercussão com a execução de mandados de busca e apreensão nas casas de dirigentes do clube naquele período, ocorrida anteontem. O procurador Marcelo Dornelles classificou o que foi apurado até aqui como o resultado de uma organização criminosa que se instalou no clube. Não bastasse ter rebaixado o Inter para a Segunda Divisão, a diretoria da época saqueou os cofres do clube. O primeiro vice-presidente, Pedro Afatatto, chegou a sacar R$10 milhões na boca do caixa, no período de um ano, para pagamento de obras cuja existência não foi comprovada. O que se espera é que, ao final de toda a investigação, que prossegue e será muito longa, haja a devida punição aos que forem comprovadamente culpados, e que o clube seja ressarcido dos recursos desviados. Para os torcedores do Inter e os apreciadores do futebol, o que mais se destaca nessa situação é ver que a corrupção, um mal que, historicamente, corrói o país, não poupa nem mesmo grandes clubes, com seus milhões de adeptos. O futebol, como qualquer atividade, precisa de credibilidade. Fatos como os ocorridos no Inter mancham a reputação do esporte preferido dos brasileiros. Até por isso, é preciso que as punições aos culpados sejam duras. O país não tolera mais que casos como esse acabem em pizza.