sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Cartas marcadas

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral que determinou, por seis votos a um, a inegibilidade do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva no pleito de outubro próximo, nada traz de novidade. Desde o golpe que depôs uma presidente legitimamente eleita, o Brasil vive um jogo de cartas marcadas, cujo único objetivo é levar ao poder aqueles que perderam quatro pleitos presidenciais sucessivos para o PT. Como tradicionalmente ocorre nos golpes à brasileira, toda uma série de simulações de normalidade são feitas para tentar negar a obviedade de que o país está vivendo num regime de exceção. O ato espúrio que derrubou a presidente Dilma Rousseff seguiu todo o rito processual e os prazos estabelecidos, de forma a parecer que se tratasse de um procedimento dentro das regras democráticas, com as instituições em pleno funcionamento, e não um golpe adredemente preparado, como foi, verdadeiramente. Todos, inclusive o próprio Lula, sabiam que não lhe permitiriam concorrer. Fernando Haddad assumirá a candidatura, no lugar de Lula, e tem amplas condições de vencer. Haddad já foi ministro da Educação e prefeito de São Paulo. Numa comparação com os demais candidatos, é, de longe, o mais culto e preparado. Lula não irá transferir a totalidade de seus votos para Haddad, mas o fará em número suficiente para que ele chegue ao segundo turno. Lula tem perdido batalhas, mas ganhará a guerra.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

O golpe não acabou

Só os muito estúpidos ainda podem duvidar de que houve um golpe no país, cujas consequências são mais catastróficas a cada dia. O grande acordo "com o Supremo, com tudo", a que se referiu o senador Romero Jucá (MDB/RR) em uma gravação, ficou escancarado, hoje. Numa prova de que o golpe não acabou, o Supremo Tribunal Federal aprovou a terceirização irrestrita das atividades de finalidade das empresas. A medida, que tornará ainda mais caótica a deplorável situação dos trabalhadores brasileiros, foi aprovada pouco depois de o presidente golpista e ilegítimo Michel Temer conceder um aumento de 16% nos vencimentos dos magistrados brasileiros. Como expressa o ditado, uma mão lava a outra, ainda que seja com o sangue e o suor dos brasileiros. O povo brasileiro está entregue à própria sorte, não tem quem o defenda. A magistratura brasileira nada mais é do que uma organização mafiosa a serviço das elites. Em vez de fazerem justiça, os magistrados brasileiros formam uma casta que usufrui de enormes privilégios, obtidos ao custo de uma postura servil aos interesses das classes dominantes. Ao contrário do que sustenta a imprensa conservadora, as instituições não estão em pleno funcionamento. A farsa do impeachment de uma presidente legitimamente eleita foi, na verdade, a quebra da incipiente democracia brasileira. O Brasil está vivendo sob um regime de arbítrio e exceção. A próxima eleição presidencial será um simulacro de pleito democrático, pois o candidato preferido do eleitorado está preso, condenado sem provas por um um crime que não cometeu, e impedido de concorrer pelo mesmo espúrio Poder Judiciário. Não resta outra alternativa ao povo brasileiro que não seja a desobediência civil.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Perdas em hora imprópria

Um dia depois da épica classificação para as quartas de final da Libertadores, o Grêmio anunciou a saída de dois jogadores. O volante Jailson foi vendido para o Fenerbhace, da Turquia, e o meia Lincoln foi emprestado ao América Mineiro. Os dois jogadores estão longe de ser expoentes no grupo, mas é estranho que, envolvido em duas competições simultâneas, e queixando-se permanentemente do exaustivo calendário do futebol brasileiro, o Grêmio se desfaça de jogadores em vez de trazer reforços. São perdas em hora imprópria. Ainda que seja um jogador com visíveis limitações, Jailson vinha sendo constantemente utilizado pelo técnico do Grêmio, Renato, e ontem começou o jogo contra o Estudiantes de La Plata, na Arena, como titular. Lincoln, recentemente reintegrado ao grupo, após jogar na segunda divisão da Turquia, tem bom potencial técnico, e poderia ser útil ao clube nas disputas de está participando. Um calendário massacrante como é o do futebol brasileiro, exige a formação de grupos numerosos, para fazer frente às lesões e suspensões. O Grêmio, contraditoriamente, tem tido mais saídas do que chegadas de jogadores. No caso de Jailson, é o segundo volante que sai do clube em poucos dias. O outro foi Arthur. Será que o clube vai ficar apenas com o que já dispõe no grupo, sem buscar reposições no mercado? Para um clube que diz ambicionar conquistar o título de pelo menos uma das competições que está disputando, essa seria uma postura incompreensível.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Classificação épica

O Grêmio tem um histórico de jogos sofridos e epopéias. O exemplo maior é a "Batalha dos Aflitos", um jogo de carga dramática inigualável em que o Grêmio marcou sua volta à Primeira Divisão, em 2005. Em função desses feitos em sua trajetória, o Grêmio recebeu o epíteto de "Imortal Tricolor". Hoje, o Grêmio escreveu mais uma página dessa história, com uma classificação épica para as quartas de final da Libertadores. Depois de perder o primeiro jogo pelas oitavas de final contra o Estudiantes de La Plata, em Quilmes, o Grêmio precisava de uma vitória por 1 x 0, hoje, na Arena, para seguir adiante na competição, devido ao saldo qualificado. Com um gol logo aos seis minutos, marcado por Everton, o Grêmio fez parecer qua a classificação seria obtida sem maiores dificuldades. Não foi nada disso. Dois minutos depois, o Estudiantes empatou o jogo. A partir daí, o jogo se transformou num drama. Era preciso que o Grêmio marcasse pelo menos mais um gol, para levar a decisão para a cobrança de tiros livres da marca do pênalti. O tempo avançava, e nada do gol sair. No segundo tempo, o Grêmio praticamente alugou o campo do Estudiantes, mas o gol não acontecia. No momento em que tudo parecia decidido, com o Grêmio eliminado, veio o gol tão esperado. Aos 47 minutos, Alisson fez 2 x 1 para o Grêmio, e levou a disputa para os tiros livres da marca do pênalti. Acertando todas as cinco cobranças, enquanto o Estudiantes errou uma, o Grêmio venceu por 5 x 3, e se classificou para as quartas de final da Libertadores, de forma épica, como o seu torcedor gosta.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Camisa cinza

Pela segunda vez em poucos anos, o Inter aderiu a uma prática do futebol europeu de lançar camisas sem as cores oficiais do clube. Depois de ter apresentado, há alguns anos, uma camisa em tom dourado, amplamente rejeitada por sua torcida, o Inter estreou ontem uma na cor cinza. O argumento dos defensores da iniciativa é de que se trata, apenas, do terceiro uniforme do clube, e que é preciso lançar camisas alternativas para obter um faturamento com suas vendas. Particularmente, não aceito tais justificativas. Naturalmente, todo clube precisa ter outras versões de camisa afora a principal, que lhe dá identidade. Porém, isso deve ser feito utilizando as cores oficiais do clube. Não faz sentido ver o Flamengo e o Santos jogando de azul, como já aconteceu algumas vezes. O Inter com uma camisa cinza, em seu estádio tomado pelo vermelho da sua torcida, como ocorreu ontem, é um contrassenso. O Grêmio, por exemplo, possui, atualmente, quatro diferentes uniformes, o que é um exagero, mas pelo menos todos eles se utilizam somente das cores do clube. O primeiro, é o tradicional tricolor, o segundo é branco, o terceiro é celeste, e o quarto, azul-marinho. O Inter poderia fazer o mesmo, usando variações com suas cores, vermelho e branco.  O cinza é uma cor totalmente contraindicada para uma camisa do Inter. Em primeiro lugar, por não ser uma das cores do clube. Como se isso já não bastasse, o cinza é uma cor fria e triste, em contraste com o quente e vibrante vermelho do uniforme principal do Inter. O futebol tornou-se um grande e milionário negócio, e é necessário faturar com a venda de camisas dos clubes, razão pela qual os uniformes recebem constantes remodelações, mas isso deve ser feito sem ferir a identidade da instituição.

domingo, 26 de agosto de 2018

Limitações

No futebol, uma fase de bons resultados de forma contínua pode levar a que defeitos de um time sejam encobertos. O contrário também é verdadeiro, e alguns tropeços em série fazem com que se pratique a política de terra arrasada em que se considera que nada presta e tudo precisa ser mudado. A campanha do Inter no atual Campeonato Brasileiro se enquadra no primeiro caso. Para quem temia a possibilidade de um novo rebaixamento, estar disputando as primeiras colocações do Brasileirão é, verdadeiramente, entusiasmante. Porém, isso levou alguns a verem o time do Inter como mais forte do que é realmente. O Inter tem muitas limitações, e isso ficou evidente, hoje, no empate em 0 x 0 com o Palmeiras, num Beira-Rio quase lotado. Muitos exaltavam como uma grande vantagem do Inter no segundo turno o fato de que enfrentaria seus principais adversários na disputa pelo título dentro de casa. São eles o próprio Palmeiras, São Paulo, Flamengo e Grêmio. No entanto, já no primeiro desses jogos, hoje, o Inter não conseguiu vencer, e o Palmeiras jogou com um time misto. Mesmo sem estar com o seu time titular, o Palmeiras foi superior ao Inter durante todo o jogo. Em chances de gol, o Palmeiras teve oito, o Inter, três. O fato de estar em uma única competição, enquanto outros postulantes ao título se desdobram em duas ou três frentes, tem favorecido o Inter. Na reta final de uma disputa, entretanto, a qualidade de cada um é um item decisivo, e, nesse aspecto, o Inter ainda fica a dever em relação a todos os seus potenciais adversários na luta pela taça de campeão.

sábado, 25 de agosto de 2018

As teimosias de Renato

Renato é o maior nome da história do Grêmio, e, também um técnico vitorioso. Porém, isso não o autoriza a contrariar o bom senso. Renato tem cometido seguidos erros de escalação, seja no time titular ou no reserva. As teimosias de Renato estão começando a custar caro para o Grêmio. Hoje, o Grêmio, jogando com os seus reservas, perdeu por 2 x 1, de virada, para o Atletico Paranaense, na Arena da Baixada. As escolhas de Renato tem muito a ver com a derrota. Não há mais como justificar, em nenhuma circunstância, a presença de Marcelo Oliveira no time, seja o titular ou o de reservas. Renato insiste em prestigiar o jogador, inclusive lhe concedendo a faixa de capitão, como ocorreu, hoje, após a saída de Douglas. Aliás, Douglas é outro dos erros de Renato. Aos 36 anos, vindo de uma longa parada em função de lesões, e acima do peso ideal, Douglas não pode ser escalado em detrimento de jogadores mais jovens e em plena forma física. O time que começou a partida na Arena da Baixada não tinha nenhum jogador de marcação no meio de campo, o que é um convite à derrota. Outra questão que precisa ser esclarecida por Renato é qual a razão de Juninho Capixaba ainda não ter estreado, ficando no banco, até mesmo, do time reserva? Renato tem imenso crédito junto ao torcedor do Grêmio, por tudo que fez pelo clube, seja como jogador ou técnico, mas precisa orientar suas decisões pela sensatez. Ninguém, por melhor que seja no desempenho de seu ofício, pode se considerar acima do bem e do mal.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Claudiomiro

O futebol do Rio Grande do Sul perdeu, hoje, uma das suas personalidades mais significativas. Faleceu, aos 68 anos, Claudiomiro, ex-centroavante do Inter, um dos maiores ídolos da história do clube. Claudiomiro marcou o primeiro gol da história do Beira-Rio, em 1969, contra o Benfica. Tinha, então,  apenas 19 anos. Chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira, mas sua carreira foi encurtada pelo excesso de peso. Em 1974, com somente 24 anos, perdeu seu lugar no time, devido ao peso elevado. Chegou a ter breves passagens por Botafogo e Flamengo, mas, fora de forma, não se firmou. Esteve ainda no Caxias, teve uma outra oportunidade no Inter, em 1979, e encerrou sua carreira no Novo Hamburgo, sem jamais mostrar o mesmo brilho dos anos iniciais de carreira. Mesmo tendo sua trajetória no Inter abreviada muito antes do esperado, pela gordura, Claudiomiro, que estreou no time principal com 17 anos, é o terceiro maior artilheiro da história do clube, com mais de 400 gols. Seu nome está inscrito para sempre na memória do futebol do Rio Grande do Sul.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Expectativa frustrada

A notícia mais impactante do meio esportivo, hoje, foi a cassação da liminar que permitia ao centroavante Guerrero, suspenso por doping por 14 meses, jogar futebol. O fato caiu como uma bomba junto ao Inter, clube que contratou Guerrero recentemente. O Inter sabia dessa possibilidade, tanto que ela foi prevista no contrato assinado entre as partes. Como o tempo que falta ser cumprido da suspensão é de oito meses, o contrato é prorrogado por igual período. Porém, é evidente que o clube teve sua expectativa frustrada. A estreia de Guerrero estava planejada já para o próximo jogo do Inter, domingo, contra o Palmeiras, no Beira-Rio. Agora, o Inter não contará com Guerrero até abril de 2019, e o jogador sequer poderá treinar no clube para manter a forma. Diante disso, é inevitável que se questione a validade da contratação. Afinal, Guerrero fará 35 anos em janeiro. Ele assinou um contrato por três anos que, com a prorrogação por mais oito meses, só terminará em 2022. Será que vale a pena contratar um centroavante veterano, cuja média de gols não é significativa, com um alto salário, e por um prazo tão longo? O que era uma grande iniciativa midiática do Inter, virou, por enquanto, um motivo de chacota para os rivais. A sorte do Inter é que a grande campanha do clube no Campeonato Brasileiro abafa a repercussão do fato envolvendo Guerrero. No entanto, o negócio que antes era questionável quanto à sua conveniência, agora parece ter sido uma iniciativa equivocada.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Empate com gosto de derrota

Um resultado frustrante, em casa, contra um adversário que jogou com um time misto. Assim foi o empate do Grêmio em 1 x 1 com o Cruzeiro, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foi um empate com gosto de derrota, como declararam Everton e Maicon após o jogo. A torcida, irritada vaiou o time já no final do primeiro tempo, que terminou com o placar de 1 x 0 para o Cruzeiro. Renato fez duas modificações no intervalo, o que não é de seu costume, e o Grêmio cresceu de produção no segundo tempo. Everton, com um golaço, empatou o jogo. A oportunidade da vitória surgiu com um pênalti de Egídio sobre Anderson, que Luan cobrou e desperdiçou. O erro de Luan acabou de vez com a paciência da torcida, que o vaiou ao final do jogo. O Grêmio foi mal no primeiro tempo, e razoável no segundo. Sua produção, portanto, deixou a desejar. O momento do Grêmio preocupa. Seu rendimento é instável. Os pontos perdidos hoje farão muita falta na competição. Logo no momento em que o líder São Paulo tropeçou, o Grêmio fez o mesmo, e não tirou proveito da situação. O jogo decisivo da próxima terça-feira contra o Estudiantes de La Plata, pelas oitavas de final da Libertadores, na Arena, poderá ser um divisor de águas no Grêmio. Uma nova eliminação irá redundar em correções de rota. Alguns jogadores estão em má fase, e a insistência com sua manutenção no time revela teimosia do técnico Renato, como é o caso de Ramiro e André. Está na hora de Renato buscar novas soluções para velhos problemas .

terça-feira, 21 de agosto de 2018

A morte de um barão da imprensa

O falecimento, hoje, do diretor de redação do jornal "Folha de São Paulo", Otávio Frias Filho, aos 61 anos, obteve grandes espaços nos meios de comunicação. Sua memória foi exaltada. Seus méritos foram ressaltados. Frias Filho teria criado, na "Folha", a partir de 1984, quando assumiu o cargo, um modelo de jornalismo mais isento e pluralista. Não se vai, aqui, fazer uma depreciação de sua figura. Longe disso. Em sua trajetória, Frias Filho foi expandindo seus horizontes, e escreveu peças de teatro e livros, inclusive infantis. No entanto, ainda que fosse um homem discreto e avesso aos holofotes, o que se aborda é a morte de um barão da imprensa. No Brasil, a imprensa é dominada por grandes famílias, que legam aos veículos de sua propriedade a defesa de seus interesses e da "sociedade de mercado". Agem assim as famílias Frias (Grupo Folha), à qual pertencia o falecido, Marinho (Organizações Globo), Mesquita (O Estado de São Paulo), Sirotsky (RBS), entre outras. A criação de um jornalismo mais isento e pluralista não deveria ser motivo de destaque na biografia de um diretor de redação. Afinal, esses são atributos indispensáveis na prática do bom jornalismo. Porém, como os grandes jornais brasileiros expressam a visão sectária dos seus proprietários e da elite econômica do país, isso é visto como um mérito a ser destacado. O próprio termo "jornalista", atribuído a Frias Filho, do mesmo modo como se faz em relação ao falecido dono das Organizações Globo, Roberto Marinho, é uma impropriedade. Frias Filho e Roberto Marinho, bem como os integrantes das famílias Mesquita e Sirotsky, não são jornalistas, e sim dirigentes de veículos de comunicação dos quais foram ou são herdeiros. Não tiveram formação para o exercício da profissão, seja ela prática ou técnica. Pelo contrário, todos os barões da imprensa lutaram pelo fim da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, o que acabaram conseguindo, por decisão do execrável Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal. Por mais que fosse afeito às letras, a ponto de ter se tornado dramaturgo e escritor, Frias Filho era, fundamentalmente, o herdeiro de um grupo empresarial.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

As pesquisas não deixam dúvidas

O Brasil vivencia uma situação absurda. Como consequência de um golpe político, o candidato a presidente preferido dos eleitores está sendo impedido de concorrer. As pesquisas não deixam dúvidas. Elas mostram que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva é o candidato preferido dos brasileiros. Pela pesquisa CNT/MDA, Lula ganharia a eleição no primeiro turno, com 37% dos votos contra 35% dados aos demais candidatos somados. No entanto, é pouco provável que Lula possa concorrer. Nesse caso, Fernando Haddad assumiria a candidatura no lugar de Lula. Nos cenários sem Lula, Haddad não aparece bem situado, mas isso está longe de ser um retrato do que ocorrerá na eleição. Haddad ainda não é um candidato oficializado, e isso explica que o eleitor ainda não cogite desse nome. Porém, se a candidatura de Lula for rejeitada, Haddad será confirmado, e a partir daí, o eleitor irá ver o seu nome com outros olhos. Claro que Lula não conseguirá transferir integralmente os seus votos para Haddad, mas o fará em volume suficiente para que ele chegue no segundo turno. Se, no segundo turno, o outro candidato for Jair Bolsonaro, a eleição ganhará um caráter plebiscitário, e o eleitor de centro, em sua maioria, deverá optar por Haddad, rejeitando o radicalismo do deputado federal do PSL/RJ. A direita, no Brasil, historicamente, é ruim de urna. Dessa vez, não será diferente.

domingo, 19 de agosto de 2018

Uma história que se repete

Tudo muda na vida, cuja essência é o movimento. Bem, nem tudo. Há algo que permanece imutável, imune à ação do tempo. O auxílio do apito amigo em favor do Inter atravessou décadas e gerações, governos democráticos e autoritários, mudanças comportamentais, guerras, inovações tecnológicas. As mudanças ocorrem em todas as áreas, mas os valiosos préstimos da arbitragem ao Inter continuam inabaláveis ao longo do tempo. Hoje, particularmente, a ajuda da arbitragem ao Inter foi escandalosa. Num jogo em que se projetava que o Inter iria golear, o 0 x 0 permanecia no placar contra o modesto Paraná, lanterna do Campeonato Brasileiro, em pleno Beira-Rio, com o recorde de público do ano no estádio. O Inter não encontrava soluções, e o tempo avançava. O bravo Paraná sustentava o empate, mas, então, o árbitro Leandro Marinho (SP), resolveu entrar em ação. Sem que houvesse nenhuma justificativa, deu absurdos oito minutos de acréscimos. Como, ainda assim, o gol do Inter não saísse, Leandro Marinho apelou para o golpe final, e marcou uma falta inexistente nas proximidades da grande área, aos 52 minutos do segundo tempo. O gol, finalmente, saiu, o Inter conseguiu vencer e, até, ocupar a liderança do Brasileirão por algumas horas. Essa é uma história que se repete ao longo dos anos. Nada parece ameaçar a continuidade dessa parceria.

sábado, 18 de agosto de 2018

Resposta imediata

Os dias posteriores à derrota para o Flamengo, e a consequente eliminação da Copa do Brasil, foram tensos no Grêmio. A frustração trazida pelo resultado levou muitos torcedores a fazerem uma série de críticas ao desempenho de jogadores, e até ao trabalho do técnico Renato. Onde antes era visto um somatório de virtudes, começaram a ser apontados defeitos em série. Para evitar que esse quadro gerasse uma crise, um bom resultado, hoje, contra o Corinthians, no Itaquerão, pelo Campeonato Brasileiro, era essencial. Pois ele aconteceu. Numa resposta imediata aos que viam tudo errado no clube, de uma hora para a outra, o Grêmio venceu o Corinthians  por 1 x 0, na sua primeira vitória no estádio paulista desde que ele foi inaugurado, em 2014. Luan, com uma grande atuação, e Everton, foram os destaques do Grêmio no jogo. Com o resultado, o Grêmio voltou para o terceiro lugar na classificação do Brasileirão, embora o Inter possa retomar a posição amanhã, quando jogará com o Paraná, no Beira-Rio. Seja como for, o Grêmio venceu e apagou os focos de uma possível crise. Não há nada como as vitórias para sanear qualquer ambiente.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Primeira convocação

Começou o ciclo da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2022. A primeira convocação do técnico Tite, que foi mantido no cargo, para o novo período, ocorreu hoje. Como de costume, a convocação de Tite teve altos e baixos. Entre os altos, a presença na lista de talentos emergentes no futebol brasileiro como Everton, do Grêmio, Lucas Paquetá, do Flamengo, e Pedro, do Fluminense. Os baixos são a insistência com jogadores da confiança do técnico, mas cuja presença na Seleção nunca se justificou, caso de Fagner, ou que já deram sua contribuição e deveriam abrir lugar para outro nomes, como Renato Augusto. Alguns jogadores de idade mais elevada que estiveram na Copa do Mundo na Rússia não foram convocados, o que é correto, mas, então, porque chamar veteranos como Tiago Silva e Filipe Luís? Uma novidade introduzida por Tite, e que prosseguirá nas convocações seguintes, foi a inclusão na lista de um jogador da categoria sub-20. O convocado, dessa vez, foi o goleiro Hugo, do Flamengo. O fato negativo que envolve a convocação é, mais uma vez, a não observância das datas Fifa pela CBF. Com isso, clubes brasileiros serão desfalcados de grandes jogadores em partidas importantes. Será o caso do Grêmio, que não terá Everton no Gre-Nal do Campeonato Brasileiro, e do Flamengo, que ficará sem Lucas Paquetá no primeiro jogo pelas semifinais da Copa do Brasil, contra o Corinthians. Ainda que Tite, pensando nisso, não tenha relacionado mais de um jogador de cada clube brasileiro presente na convocação, o prejuízo técnico é inegável .

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

O talento faz a diferença

Os "modernos" pensadores do futebol costumam encher a boca e inflar o peito para dizer que ele é um esporte coletivo. Em princípio, a afirmação é uma obviedade, pois o futebol é um enfrentamento de equipes, não de um indivíduo contra outro, como no tênis, por exemplo. Porém, o que está por trás do discurso dos modernosos não é essa evidência, mas a ideia de que as ações táticas e coletivas devem prevalecer sobre a técnica individual. O problema é que essa visão colide com a realidade. Ao longo dos tempos, o fascínio do futebol esteve alicerçado nos seus grandes valores individuais, capazes de empolgar multidões. Nomes como Pelé, o maior de todos, Garrincha, Maradona, Puskas, Cruijff, entre outros. Ontem, mais uma vez, ficou provado que, no futebol, o talento faz a diferença. Na sua primeira decisão sem Cristiano Ronaldo, que foi para o Juventus, o multicampeão Real Madrid foi derrotado. Na decisão da Supercopa da Europa, contra o Atlético de Madrid, seu freguês em jogos desse perfil, o Real Madrid perdeu por 4 x 2. Ninguém perde um jogador que detém o título de melhor do mundo, na atualidade, sem que isso gere consequências. O sucesso do Real Madrid nos últimos anos, empilhando títulos, estava fortemente alicerçado no brilho de Cristiano Ronaldo. O mesmo acontece com o Barcelona em relação a Messi. O futebol é um esporte coletivo, mas é o talento individual que age como fator de desequilíbrio. A transpiração de nada vale onde não houver inspiração.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Eliminação previsível

Aconteceu a confirmação do que estava encaminhado. O Grêmio perdeu para o Flamengo por 1 x 0, hoje, no Maracanã, e foi eliminado da Copa do Brasil. Uma eliminação previsível, pois, ao não vencer o primeiro jogo, na Arena, e sofrer o gol de empate nos acréscimos, o Grêmio deixou o Flamengo em vantagem para obter a classificação. A atuação do Grêmio não foi ruim, e, como de costume, foi sua a maior posse de bola. Porém, o Grêmio esteve sem força ofensiva e, com exceção de um chute de Everton para o alto, não concluiu ao gol. Vários jogadores estão em crise técnica. André continua sem dar resposta, mas o técnico Renato insiste em conservar a sua titularidade. Mais uma vez, Jael entrou no segundo tempo, e produziu mais que André no período em que esteve em campo. Ramiro está em péssima fase, e sua condição de titular não se justifica mais. Luan continua apagado. Arthur faz muita falta, sem ele a condição técnica do Grêmio decaiu. Não foi uma desclassificação injusta ou desonrosa, mas o Grêmio tem que identificar onde errou para fazer as necessárias correções. Afinal, o Grêmio ainda tem duas importantes competições em andamento, Campeonato Brasileiro e Libertadores,  para buscar ampliar o seu rol de títulos.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Novidade velha

O Partido Novo, uma das tantas legendas que surgem no país do dia para a noite, numa absurda proliferação, tem um candidato a presidente. Seu nome é João Amoedo. O partido e seu candidato vendem a ideia do "novo", mas representam, na verdade, o que há de mais arcaico na política brasileira. O que divulgam, portanto, é uma novidade velha. Amoedo e seu partido defendem o carcomido ideário de direita que propõe o encolhimento do tamanho do Estado, a venda de estatais, a "flexibilização" das leis trabalhistas e a submissão ao mercado. Não por acaso, Amoedo é o candidato a presidente que tem o maior patrimônio pessoal declarado. Milionário, suas propostas visam a manutenção de um país voltado para o interesse dos ricos, em detrimento da grande massa desassistida. Como o Partido Novo não tem o número mínimo de deputados federais exigido pela lei eleitoral, Amoedo não pode participar dos debates televisivos entre os candidatos. Menos mal, já basta ter de aturar Jair Bolsonaro, Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles e Álvaro Dias, todos eles energúmenos de direita. No Rio Grande do Sul, o Partido Novo possui um candidato a governador. Chama-se Mateus Bandeira. Ex-diretor do Banrisul, ele defende a privatização do banco, o que seria um atentado ao interesse público. O Banrisul é um banco altamente lucrativo e competitivo, motivo de orgulho para a população do Rio Grande do Sul. Partido nanico, o Novo não deverá ter muita receptividade dos eleitores. Na verdade, o bom seria que o partido, tão rápido quanto apareceu, saísse de cena, pois nada de bom tem a oferecer.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Uma goleada de presente

Poucas vezes se viu algo assim no futebol. O Inter ganhou uma goleada de presente. Sim, é isso mesmo. Com três falhas grotescas da defesa adversária, o Inter goleou o Fluminense por 3 x 0, hoje, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. O Inter não precisou fazer qualquer esforço para obter o resultado. Depois de obrigar Marcelo Lomba a fazer uma grande defesa para evitar um gol de Marcos Júnior, o Fluminense perdeu-se em campo e começou a ofertar chances de gol ao Inter com falhas defensivas patéticas. Todos os gols saíram no primeiro tempo. No segundo, o Fluminense tentou, de maneira atabalhoada, fazer gols, mas não conseguiu. Afora a forma desordenada como se lançou ao ataque, o Fluminense não deu sorte. Bolas na trave e novas grandes defesas de Marcelo Lomba impediram que o Fluminense pelo menos diminuísse a desvantagem. Com a vitória, o Inter se consolida como um disputante das primeiras posições do Brasileirão. O Fluminense, ao contrário, depois de esboçar uma reação com a chegada do técnico Marcelo Oliveira, voltou a cair de produção e parece que irá lutar muito mais para evitar a proximidade da zona de rebaixamento do que aspirar a conquista de posições mais significativas na classificação.

domingo, 12 de agosto de 2018

Facilidade

Uma vitória esperada, mas que saiu melhor do que a encomenda. O Grêmio goleou o Vitória por 4 x 0, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro, e o resultado surpreendeu pela facilidade com que foi alcançado. Com seu time reserva, o Grêmio já vencia por 2 x 0 aos 20 minutos do primeiro tempo. Foram dois gols em cada tempo, num jogo que poderia receber vários adjetivos, como chocolate, passeio, banho de bola, massacre, entre outros. O Grêmio mostrou um futebol rápido e envolvente, que tonteou o Vitória. Em alguns momentos, o Grêmio fazia uma verdadeira blitz sobre o adversário, que ficava atônito. Numa atuação coletiva brilhante, foram muitos os destaques individuais. O maior deles foi Douglas, mas Matheuzinho, Paulo Miranda e Pepê também se sobressaíram. Com o resultado, o Grêmio ganha em ânimo e confiança para o difícil jogo contra o Flamengo, quarta-feira, pela Copa do Brasil, que definirá um dos semifinalistas da competição. Por enquanto, o Grêmio segue vivo nas três competições que disputa.

sábado, 11 de agosto de 2018

A confissão de Gebran Neto

A edição da revista "Veja" que começou a circular no fim de semana traz, na coluna "Radar", a informação de que o desembargador Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da Quarta Região, sediado em Porto Alegre, confessou para amigos que desconsiderou a lei ao revogar o habeas corpus que o plantonista Rogério Favreto havia concedido, no dia 8 de julho, durante o recesso do Judiciário, ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que está preso em Curitiba, determinando a sua libertação. Gebran Neto alegou que agiu assim para evitar um mal maior, que seria a libertação de Lula. A confissão de Gebran Neto seria estarrecedora em qualquer país minimamente civilizado, mas esse não é o caso do Brasil. Um desembargador, em vez de zelar pelo estrito cumprimento das leis, como é dever de qualquer agente do Direito, revela que atropelou a norma jurídica para evitar um "mal maior", fazendo com que a subjetividade dos seus conceitos ideológicos se sobreponha a ela. O Brasil vive uma situação caótica, entre outros tantos fatores, porque o seu Poder Judiciário está apodrecido. Uma outra prova disso foi o reajuste de 16% nos seus vencimentos que os magistrados brasileiros se autoconcederam nessa semana. Como ficou ainda mais evidente pela confissão de Gebran Neto, o Judiciário brasileiro é parte ativa do golpe que derrubou uma presidente legitimamente eleita para instalar no poder uma quadrilha que está destruindo os direitos dos trabalhadores e entregando o país para o capital estrangeiro.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

O mau momento dos técnicos emergentes

O futebol brasileiro vinha mostrando, nos anos mais recentes, um acentuado processo de surgimento de novos técnicos, que foram tomando o lugar dos chamados "medalhões", até mesmo nos grandes clubes. Enquanto veteranos como Felipão, Vanderlei Luxemburgo, Muricy Ramalho, Cuca e Joel Santana iam saindo de cena, nomes como Roger Machado, Jair Ventura, Eduardo Batista, Zé Ricardo e Fernando Diniz surgiam como o necessário sopro de renovação na função de técnico. Os integrantes mais jovens da imprensa esportiva saudaram o fato com entusiasmo, pois viam na nova geração de técnicos a modernização do futebol brasileiro, deixando para trás os motivadores e dando lugar aos estudiosos. Porém, parece que essa postura foi um tanto açodada. Em 2018, os técnicos emergentes têm fracassado, e os veteranos estão em alta, novamente. Roger Machado, que despertou grande simpatia da imprensa de todo o país por seu trabalho no Grêmio em 2015, foi demitido pelo Palmeiras e substituído pelo veteraníssimo Felipão. No Santos, Jair Ventura nada mostrou, e acabou dispensado. Seu substituto é o experiente Cuca. Zé Ricardo apareceu como um nome promissor no Flamengo, mas sucumbiu a uma sequência de maus resultados. Pouco depois, foi para o Vasco. Acabou pedindo demissão quando sentiu que não teria condições de reverter os resultados ruins que se avolumavam. Agora, fará uma terceira tentativa, no Botafogo. Fernando Diniz, o mais "revolucionário" da geração de novos técnicos, foi despedido pelo Atlético Paranaense, ao colocar o clube na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Após sua saída, o Atlético Paranaense subiu de rendimento. Eduardo Batista foi demitido, hoje, pelo Coritiba, após o empate em 0 x 0 com o Sampaio Corrêa, em pleno Couto Pereira, pelo Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. O mau momento dos técnicos emergentes mostra que é preciso cautela ao apostar as fichas nos novatos, e que ainda é cedo para condenar os veteranos à aposentadoria.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Debate revelador

A influência dos debates televisivos sobre os eleitores é relativa. A cristalização de posições por significativas porções do eleitorado faz com que as fragilidades expostas pelos candidatos sejam, muitas vezes, ignoradas. Porém, se entre os indecisos eles forem um fator de encaminhamento do voto, a direita deve refrear seu entusiasmo. Hoje, na Rede Bandeirantes, foi realizado o primeiro debate entre os candidatos a presidente. Foi um debate revelador, pelo que expôs das limitações dos candidatos conservadores. Cada um a seu modo, Jair Bolsonaro (PSL), Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB) mostraram toda a sua precariedade. Bolsonaro fracassou na forma e no conteúdo. Na forma porque era visível o seu nervosismo e insegurança. No conteúdo, por sua falta de argumentos, sua incapacidade de aprofundar qualquer questão. Suas considerações finais foram patéticas. Alckmin e Meirelles foram duas faces da mesma moeda. Sem nenhum carisma e empatia, limitaram-se a fazerem autoelogios por supostas grandes realizações nos cargos que ocuparam. Os candidatos de esquerda se saíram melhor. Guilherme Boulos (PSOL) se mostrou desenvolto e incisivo. Ciro Gomes (PDT) esteve seguro e afirmativo. Ter sido evitado pelos demais candidatos evidenciou o quanto é temido nos enfrentamentos. Em relação aos demais participantes, pouco há a destacar. Cabo Daciolo (Patriota) é uma figura ridícula, cuja presença num debate gera apenas constrangimento. Álvaro Dias (Podemos) fugiu de uma pergunta sobre feminicídio. Marina Silva (Rede), foi a mesma de sempre, com um discurso recheado de boas intenções, mas tangenciando as questões mais polêmicas. O grande beneficiado do debate foi quem esteve ausente dele, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Diante da fragilidade, evidenciada no debate, da maioria dos seus oponentes, a chance de vencer a eleição é enorme, quer seja ele mesmo o candidato ou Fernando Haddad concorrendo com o seu apoio.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

A contratação de Guerrero

Ainda buscando recuperar sua autoestima, abalada pela recente estada na Segunda Divisão, o Inter fez, hoje, um grande movimento nesse sentido. A contratação de Guerrero, centroavante que estava no Flamengo, é uma iniciativa de impacto, que deverá, ao menos no início, empolgar a torcida. Guerrero é um astro do futebol, o maior nome da seleção do Peru que participou da Copa do Mundo, na Rússia, depois de 36 anos de ausência na competição. Porém, o sucesso midiático de Guerrero pode não ter a mesma correspondência no campo. O jogador já está com 34 anos, e seu rendimento, há muito tempo, vem deixando a desejar. A duração do contrato, três anos, é exagerada para um jogador da sua idade. O Inter, que estava afastado das manchetes nos últimos tempos, traz os holofotes de volta para si ao contratar Guerrero. Resta saber se, dentro de campo, Guerrero irá dar o retorno esperado. Essa hipótese não parece a mais provável.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Um gol que pode fazer a diferença

Não foi bom, mas poderia ser pior. O Grêmio perdeu por 2 x 1 para o Estudiantes de La Plata, hoje, em Quilmes, pelas oitavas de final da Libertadores. O Estudiantes chegou a abrir dois gols de vantagem, o que poderia complicar muito as possibilidades de classificação do Grêmio para as quartas de final. Porém, Kannemann marcou um gol que pode fazer a diferença, pois a Libertadores tem o sistema de saldo qualificado. Com o gol marcado, bastará ao Grêmio vencer por 1 x 0 o segundo jogo, dia 28, na Arena, para se classificar. O Grêmio começou o jogo relativamente bem. Logo no início do jogo, André perdeu uma grande oportunidade, mas, na sequência, o Estudiantes abriu o placar, aos sete minutos. O segundo gol do Estudiantes ocorreu aos 38 minutos, prenunciando uma situação muito complicada para o Grêmio. No entanto, Kannemann descontou. O resultado se manteve no segundo tempo, mesmo com a expulsão de Zuqui, do Estudiantes, aos 38 minutos. O Grêmio tentou tirar proveito da vantagem numérica nos poucos minutos que restavam, mas não conseguiu. Ainda que o resultado não tenha sido de todo ruim, o técnico do Grêmio, Renato, foi um ponto negativo. Ele escalou Marcelo Oliveira na lateral esquerda, mesmo com Bruno Cortez em plenas condições, e insistiu em manter André como titular. André, mais uma vez, não jogou bem, e Jael, quando entrou em seu lugar, rendeu muito mais. Cícero e Ramiro não estão jogando bem, mas seguem prestigiados pelo técnico. Michel, que já ganhou uma Bola de Prata pelo Grêmio, foi deixado de lado por Renato, sem que se saiba o porquê. Tomara que o Grêmio consiga ser superior a tantos equívocos, e permaneça vivo em todas as competições que disputa.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Campanha surpreendente

Os torcedores do Inter já não conseguem conter sua euforia. Boa parte deles temia um novo rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Porém, o Inter realiza uma campanha surpreendente, e é o terceiro colocado no Brasileirão. Hoje, o Inter, que tinha um desempenho modesto fora de casa, venceu o Atlético Mineiro por 1 x 0, no Independência. O Atlético não conseguiu, em momento algum, mostrar o ímpeto que se espera de um mandante. Seu principal atacante, Ricardo Oliveira, teve uma atuação discreta, o que fez o Atlético ter pouca força ofensiva. Num jogo acidentado, interrompido duas vezes, uma por chuva de granizo, outra por falta de luz, o Atlético acabou tropeçando na sua própria ineficiência. O técnico do Atlético, Thiago Larghi, retirou o seu melhor jogador em campo, Matheus Galdezani, o que fez o rendimento do time cair. No final do jogo veio a conta. O Inter aproveitou uma falha defensiva do Atlético para marcar o gol que lhe deu a vitória. O Inter não será rebaixado, nem deverá ganhar a competição, mas estar entre os primeiros na classificação já está empolgando a sua torcida.

domingo, 5 de agosto de 2018

Chapas definidas

Os candidatos para a eleição presidencial de outubro próximo já são conhecidos. Hoje era o prazo limite determinado pela Justiça Eleitoral para a divulgação dos candidatos e seus vices. São treze as chapas definidas. Em muitas delas há a chamada "chapa pura", em que ambos os candidatos pertencem ao mesmo partido. Em outras, o vice é de partido diferente do candidato a presidente, estabelecendo uma aliança partidária. O PT, no entanto, vive uma situação singular nesse aspecto. Teoricamente, o PT também terá uma chapa pura, com Luís Inácio Lula da Silva para presidente e Fernando Haddad como vice. Porém, como o próprio Lula sabe, sua candidatura deverá ser impugnada. Nesse caso, Haddad seria o cabeça de chapa, e Manuela D'Ávila (PC do B) a candidata a vice. A evidência de que isso irá acontecer é que Manuela retirou sua candidatura a presidente. São muitos candidatos, mas a escolha possível se reduz a chapa do PT, qualquer que seja o seu candidato a presidente, e a Ciro Gomes, do PDT. Guilherme Boulos, do PSOL, é um bom candidato, mas sem viabilidade eleitoral. João  Goulart Filho (PPL), mesmo com o apelo de descender do presidente derrubado pelo golpe militar, também  não tem chances, Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Álvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB), João Amoedo (Novo), e Jair Bolsonaro  (PSL), são hipóteses execráveis. Os outros candidatos, Cabo Daciolo (Patriotas), José Maria Eymael (DC), e Vera Lúcia (PSTU), são os tradicionais candidatos "nanicos" de todas as eleições, que participam apenas para marcar presença. Resta esperar que o eleitor tenha discernimento na hora de votar.

sábado, 4 de agosto de 2018

Grande vitória

Um resultado tão inesperado quanto incontestável. Assim foi a vitória do Grêmio por 2 x 0 sobre o Flamengo, hoje à noite, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foi uma grande vitória, pelas circunstâncias. O Grêmio jogou com um único titular, Bruno Cortez. O Flamengo poupou apenas três titulares. Todos os prognósticos eram favoráveis ao Flamengo. Em campo, no entanto, tudo se mostrou diferente. Aplicado e decidido, o Grêmio dominou o jogo o tempo inteiro. O melhor jogador em campo foi Jael. Ele desperdiçou uma cobrança de pênalti. Porém, talvez estimulado pelo erro cometido, Jael mostrou muita vontade, e também acertos técnicos. Ele fez o primeiro gol, numa cabeçada que lhe valeu um corte no supercílio, ainda no primeiro tempo. Logo no início do segundo, deu um passe precioso para Marinho, que fez 2 x 0. Pepê ainda perdeu a chance de fazer o terceiro gol e estabelecer uma goleada. Essa vitória , com grande atuação sobre um adversário de peso, certamente será um forte estímulo para o jogo de terça-feira contra o Estudiantes de La Plata, fora de casa, pela Libertadores. O ambiente gremista, abalado desde o empate com o mesmo Flamengo na quarta-feira, volta a desanuviar.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Dobradinha maléfica

Causou impacto político o anúncio de que a senadora Ana Amélia Lemos (PP/RS) será a candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) na eleição presidencial de outubro próximo. Ana Amélia iria tentar a reeleição como senadora, com amplas possibilidades de êxito. Portanto, ser vice de um candidato a presidente envolve o risco de, em caso de derrota, a senadora ficar sem nenhum mandato. Porém, pela perspectiva de Alckmin, a escolha de Ana Amélia como vice foi uma ação estratégica. Ana Amélia é do PP, a antiga Arena com outro nome, um partido que ainda possui uma boa capilaridade em todo o país. Com a indicação da senadora para compor chapa com Alckmin, o PSDB neutraliza o namoro avançado entre o candidato a presidente pelo PSL, Jair Bolsonaro, e o PP. Alckmin está mal colocado nas pesquisas, mas o PSDB é um partido forte, e com a adesão do PP a chapa ganhará mais um significativo tempo de rádio e tevê. Olhando a situação pelo ponto de vista do eleitor tudo muda de figura. Alckmin e Ana Amélia é uma dobradinha maléfica, a junção do ruim com o pior. Ambos representam o neoliberalismo corrupto e elitista que tantos danos tem causado ao país. Ana Amélia é viúva de um senador biônico, e latifundiária. Seria o caos para o Brasil se uma chapa como essa viesse a ser eleita. Ela representaria o fim de qualquer esperança de reverter a política de desmonte dos direitos dos trabalhadores brasileiros. O eleitor não pode cair nessa armadilha.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Empate com sabor de derrota

No futebol, empatar em casa nunca é bom negócio. Pior ainda, se o clube mandante estiver vencendo e deixar a vitória escapar nos últimos segundos de jogo. Foi isso o que aconteceu, ontem, no jogo Grêmio 1 x 1 Flamengo, na Arena, pelas quartas de final da Copa do Brasil. O jogo teve um primeiro tempo de alto nível, com uma leve superioridade do Grêmio, que abriu o placar com um gol de Luan. Porém, no segundo, o Flamengo tomou conta do jogo, e o seu gol parecia inevitável. Ele aconteceu, mesmo, faltando trinta segundos para o término da partida. Para o Grêmio, que viu a vitória lhe escorrer pelos dedos, foi um empate com sabor de derrota. No entanto, o confronto está em aberto, e só será decidido no segundo jogo, no Maracanã.