quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Avalanche

A queda de grades de proteção no setor ocupado pela  "Geral do Grêmio" na Arena, ocorrida no jogo Grêmio x LDU, pela Pré-Libertadores, no dia 30 de janeiro, e que resultou em oito pessoas feridas, fez com que a imprensa iniciasse uma campanha pelo fim da "avalanche", tradicional comemoração desta torcida. A ideia é de que o setor deixe de ser uma arquibancada, e receba cadeiras como no restante do estádio. O presidente do Grêmio Fábio Koff já teria dito que acata a sugestão. Não concordo com a posição de Koff. O incidente do jogo Grêmio x LDU não teve a dimensão que lhe está sendo dada. A tragédia de Santa Maria, com o incêndio na boate Kiss, aconteceu apenas três dias antes, e, com o trauma que gerou, redundou numa supervalorização do fato. Nenhuma das oito pessoas feridas sofreu lesões graves. Bastaria, para resolver o problema, que houvesse a instalação de grades mais fortes e de que sua fixação ao concreto também fosse mais resistente, e a avalanche seria mantida. A instalação de cadeiras na área trará uma série de prejuízos. Um deles é de que o estádio, sem a arquibancada, terá diminuída sua capacidade total de 60 mil pessoas para cerca de 56 mil. Outro é que, com a colocação das cadeiras, o preço do ingresso naquele local do estádio também subiria, elitizando o futebol. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, ao contrário de Koff, não foi definitivo quanto à colocação das cadeiras, e disse compreender a vontade da torcida de comemorar com espontaneidade. O presidente da Arena Porto Alegrense, Eduardo Pinto, declarou que esta não é uma decisão isolada, mas, sim, algo que tem de ser discutido pelas partes envolvidas. A imprensa, sabe-se lá o porquê, continua pedindo o fim da avalanche. As declarações de Aldo Rebelo e Eduardo Pinto, contudo, trazem a esperança de que esta solução mais radical não seja a adotada, preservando o belo espetáculo da avalanche e mantendo o estádio com a capacidade projetada.