sexta-feira, 1 de maio de 2020

Empilhando mortos


  • Uma triste realidade tomou conta do país. O Brasil está empilhando mortos pelo coronavírus. A cada dia, já são mais de 400 mortes pelos dados oficiais, que estão muito subnotificados, num quadro de evidente e total descontrole, que só tende a piorar. Era tudo que o presidente Jair Bolsonaro desejava. O ex-capitão nunca esteve preocupado em preservar vidas, e permanece contrariando as orientações da Organização Mundial de Saúde. O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi demitido porque cometeu dois "erros" terríveis pela ótica de Bolsonaro, ao ficar mais em evidência que o chefe, e priorizar a verdade quanto aos números do coronavírus e a estratégia correta para fazer frente à pandemia. Alucinado pelo poder, Bolsonaro não suporta que alguém de sua equipe o supere nos holofotes da mídia. Em relação aos planos traçados por Mandetta contra a pandemia, nunca foi da sua vontade fazer o gasto necessário para isso, nem divulgar os números verdadeiros do elevado morticínio, para não ter o seu governo desgastado. Ao nomear Nélson Teich como o novo ministro da Saúde, Bolsonaro resolveu os dois "problemas". Teich é um inepto, que nada faz contra a doença, e os números de infectados e mortos que são divulgados já não tem nenhum grau de confiabilidade. Não é por acaso que o comentarista político Demétrio Magnoli, mesmo sendo reconhecidamente de direita, disse que o Ministério da Saúde fechou. Faltou acrescentar que isso era, exatamente, o que Bolsonaro queria.