sábado, 30 de maio de 2020

Os protestos nos Estados Unidos

O assassinato covarde de um homem negro, George Floyd, por um policial branco, em Minneapolis, fez explodir uma série de protestos nos Estados Unidos. Floyd foi assassinado na segunda-feira e, desde então, às manifestações anti-racistas só fazem crescer. O início dos protestos foi, obviamente, em Minneapolis, mas eles já se espalharam por mais de 30 cidades americanas. Os manifestantes já incendiaram prédios e viaturas da polícia, e repetem em coro, entre outras falas, a frase "eu não consigo respirar", dita por Floyd enquanto tinha seu pescoço pressionado pelo joelho do policial. As manifestações não se resumem aos jovens. Pessoas de todas as idades, e famílias inteiras, saem às  ruas, em pleno confinamento pela pandemia de coronavírus, para manifestar sua indignação com o ocorrido. O racismo é uma chaga histórica dos Estados Unidos, que nunca foi erradicada. Nem o mesmo o fato do país já ter tido um presidente negro, Barack Obama, amenizou a questão. Porém, ao que parece, a paciência com essa iniquidade acabou. A intensidade dos protestos não dá sinal de arrefecimento. As manifestações deverão continuar, e se prolongar por muito tempo. Somados à pandemia, que já causou a morte de mais de cem mil americanos, os protestos nos Estados Unidos podem comprometer decisivamente as chances de reeleição do presidente Donald Trump. Diante de um crime tão brutal e odioso, que foi recebido com indiferença por Trump, o qual só se manifestou para condenar os saques a lojas por parte dos manifestantes, esse seria um princípio de consolo. Se 2020 é um ano para ser esquecido, 2021 talvez traga a ausência de Trump do cenário político. As consequências benéficas desse fato não abrangeriam apenas a terra do Tio Sam, mas o mundo inteiro.