quinta-feira, 6 de agosto de 2015

A queda de Diego Aguirre

A notícia de que Diego Aguirre não era mais o técnico do Inter caiu como uma bomba no final da manhã de hoje. Ninguém esperava por isso três dias antes de um Gre-Nal. Sabia-se que, após a eliminação na Libertadores, Diego Aguirre não teria vida longa no Inter. A ocasião escolhida para a sua saída, no entanto, é que causa espanto. Por que, por exemplo, a demissão não se deu após o empate em 0 x 0 com a Chapecoense, no último domingo, em pleno Beira-Rio? O que teria acontecido para que, em meio a uma semana de Gre-Nal, o Inter decidisse dispensar Diego Aguirre e colocar um técnico interino para treinar o time contra o seu maior rival? Por mais que muitos não aceitem essa hipótese, a goleada do River Plate sobre o Tigres, ontem à noite, pode ter sido a gota que faltava para transbordar o copo da insatisfação do Inter com o trabalho de Diego Aguirre. Afinal, nos dois jogos da decisão da Libertadores, o River Plate não foi incomodado pelo Tigres, conduzindo as partidas de acordo com os seus interesses e conquistando o título. Caiu por terra, portanto, o argumento de que o Inter fora desclassificado pelo Tigres, nas semifinais, por ter se deparado com um adversário superior. Diante do River Plate, um time tecnicamente inferior ao Inter, o Tigres foi incapaz de se impor como mandante, não saindo de um empate em 0 x 0, e, na condição de visitante, foi goleado por 3 x 0.. O jogo de ontem demonstrou que as razões do fracasso estavam muito mais no próprio Inter do que em grandes méritos do Tigres. Nos dois jogos, o Inter cometeu erros de escalação e apresentou um preparo físico deficiente. Na segunda partida, acrescentou a um quadro já preocupante uma inexplicável apatia. Pelo que se viu nos empates contra a Ponte Preta e a Chapecoense, estava mais do que claro que Diego Aguirre não conseguiria dar a volta por cima. Ele vinha se mostrando inseguro, como alguém que não sabia porque perdera, e que, por isso mesmo, não tinha ideia de qual era o caminho a ser seguido para obter o retorno das vitórias. Com a queda de Diego Aguirre, fica, agora, a expectativa pelo nome do novo técnico. Mano Menezes e Oswaldo de Oliveira aparecem como os mais cotados, o que é coerente com a linha seguida pelo grupo político que comanda o Inter, que é a de apostar em técnicos e jogadores com nome no mercado.. Por outro lado, a responsabilidade do Grêmio ficou aumentada para o Gre-Nal. O fato de jogar no seu estádio, com maioria de torcida, contra um adversário em crise e com um técnico interino, coloca nos ombros do Grêmio todo o peso da busca por uma vitória. Ao Inter, caberá o papel de franco atirador, o que, num momento conturbado como o que está sendo vivido pelo clube, pode ser extremamente conveniente.