sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Protestos

Os protestos e reivindicações são instrumentos legítimos da sociedade, mas o que está acontecendo e o que se prevê que irá ocorrer no país em 2014 não é nada bom. As manifestações começam pacíficas, para, mais tarde, degenerar em atos de vandalismo. O mote por trás desse tipo de comportamento seria a revolta com os "gastos excessivos da Copa", em detrimento de recursos para a saúde e educação. Por várias vezes, manifestei meu pensamento a respeito e acho desnecessário detalhá-lo. Em resumo, ao contrário de tantos companheiros de imprensa, sempre fui totalmente favorável a realização da Copa do Mundo no Brasil. A tendência é que, conforme o que já se verificou na Copa das Confederações, em 2013, o país seja varrido por uma série de protestos durante a Copa do Mundo de 2014. O mais incrível é que, mesmo quando as manifestações se transformam em baderna, as forças de segurança não intervém. O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, inclusive, já declarou que esse continuará sendo o procedimento quando ocorrerem novos protestos, já que, ontem, a Brigada Militar não interferiu em uma manifestação no centro de Porto Alegre quando foram depredadas caçambas de lixo e quebradas vidraças. Essa postura tem, por certo, motivação eleitoral, pois candidatos a reeleição como Tarso e a presidente Dilma Rousseff serão em outubro próximo, não querem sofrer, nas urnas, a consequência de serem apontados como ordenadores de ações de repressão aos protestos. Dessa forma, tudo se encaminha para que tenhamos uma Copa que chame a atenção muito mais por tumultos fora dos estádios do que pelo que irá ocorrer dentro de campo. O pior é que a única consequência prática disso será um enorme desgaste da imagem do Brasil no exterior. Com ou sem Copa, a saúde e a educação continuarão a ser tão negligenciadas como sempre foram no país.