terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Medievalismo

A Câmara Municipal de Porto Alegre tem na sua pauta de votações um projeto do vereador Wambert di Lorenzo (PROS) que propõe como obrigatória a autorização dos pais para a participação de estudantes em aulas sobre orientação sexual. Pelo projeto, a escola deve solicitar autorização expressa do responsável pela criança ou adolescente para ministrar o conteúdo planejado. Afora isso, a escola deverá apresentar previamente o conteúdo programático e, caso os pais não concordem com ele, terão o direito de cancelar a matrícula do filho. A proposta é mais uma manifestação do medievalismo que a extrema direita pretende implantar no ensino. Educação sexual é tarefa da escola, sim. Apresentar o conteúdo programático antecipadamente para a família é submeter-se a um processo de censura, inconcebível numa democracia. A ideia de que as escolas devem se limitar a transmissão de conteúdos de diversas disciplinas, sem atuar na formação dos alunos e no desenvolvimento do seu senso crítico, é uma aberração típica do obscurantismo que tomou conta do cenário político do país. A educação precisa ser valorizada no pais, e projetos como esse atuam na direção contrária. O ensino, no Brasil, tem de ser aprimorado, e não perseguido. A educação deve ser um processo libertador, não um meio de podar os alunos.