quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Trinta anos sem Elis Regina

Os trinta anos da morte de Elis Regina, completados hoje, estão sendo lembrados em todo o país, como não poderia deixar de ser. Elis foi uma cantora extraordinária, ainda que afirmar que é a melhor de todas no Brasil possa constituir um juízo apressado, dado que o país tem intérpretes femininas de notável brilho, como Gal Costa, Maria Bethânia e Dalva de Oliveira, para só citar algumas. Afora sua grande capacidade vocal, Elis sabia escolher muito o bem o seu repertório. Em sua discografia, estão presentes composições de autores consagrados e de outros que eram desconhecidos, até ela lançá-los. Elis gravou músicas dos já então famosos Lennon e McCartney, Tom Jobim, Roberto e Erasmo Carlos, Chico Buarque de Holanda. Por outro lado ajudou a catapultar para o sucesso compositores ainda pouco conhecidos, como Ivan Lins e Belchior. O nível de seu repertório é de altíssima qualidade. Algumas músicas tiveram em Elis a sua intérprete definitiva, caso de "Como nossos pais", de Belchior, e "O bêbado e a equilibrista", de João Bosco e Aldir Blanc, que, cantadas por outros, não causam o mesmo efeito no ouvinte. Ao longo do ano, por certo, Elis receberá muitas homenagens. Uma delas será feita por sua filha, Maria Rita, que irá interpretar músicas do repertório da mãe.  Dada a expressividade do período completado desde sua morte, trinta anos, e sua inegável qualidade como artista, as homenagens a Elis são mais do que justas. Por sinal, quero, desde já, apoiar a ideia do colunista do jornal "Correio do Povo", Juremir Machado da Silva, de dar o nome de Elis Regina à atual Avenida Castelo Branco, principal via de acesso a Porto Alegre. Dessa forma, seria desfeita uma injustificável deferência com um ditador e liberticida e, por outro lado, se estaria reverenciando a arte e a cultura. Nada mais indicado em se tratando da mais ilustre filha da cidade.