sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Cem anos de samba

O dia de hoje marca o centenário do lançamento do disco "Pelo Telefone", composição de Donga e Mauro de Almeida, considerado o primeiro samba gravado no Brasil. Os cem anos de samba no Brasil merecem ser efusivamente festejados em todo o país. O samba sempre foi vítima do preconceito das pseudoelites brasileiras, mas está enraizado no gosto de camadas enormes da população, e exerce grande sedução nos estrangeiros. Ao longo do tempo, notáveis sambistas nos brindaram com magníficas composições. Nomes como Noel Rosa, Nélson Cavaquinho, Cartola, João Nogueira, Martinho da Vila, criaram clássicos do gênero. O samba possui várias vertentes. Há o samba-canção, o de enredo, o partido alto, o de breque, todos bons, dentro do seu estilo. Como expressa parte da letra de um clássico do gênero, quem não gosta de samba, bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé.

O pesadelo que se tornou realidade

Donald Trump tomou posse, hoje, como presidente dos Estados Unidos. O pesadelo que se tornou realidade é a melhor definição que se pode dar para esse fato. Trump é a expressão do que a política pode gerar de pior, pois é racista, xenófobo, machista e arrogante. Sua chegada ao poder representa um enorme retrocesso para a democracia de seu país, e é uma ameaça para o mundo. Mais uma vez, o estapafúrdio sistema americano, que se utiliza de um colégio eleitoral em vez da maioria simples de votos para eleger seu presidente, gera um resultado desastroso Trump teve menos votos totais que Hillary Clinton, mas venceu a eleição, repetindo o que ocorreu quando George Walker Bush se elegeu presidente, em detrimento de Al Gore. Na ocasião, Gore fez 500 mil votos a mais que o seu oponente, mas perdeu a eleição. Dessa vez, o descalabro foi ainda maior, pois Hillary Clinton fez três milhões de votos a mais que Trump. O exótico sistema eleitoral americano se sustenta na alegação de que busca evitar a escolha de um aventureiro ancorado no voto da maioria. Conversa fiada. O princípio que norteia um sistema como esse é o preconceito em relação às escolhas populares, o que põe por terra a ideia amplamente disseminada de que os Estados Unidos possuem a maior democracia do mundo. Tudo o que esse método consegue gerar é a eleição de energúmenos como George Walker Bush e Donald Trump, com consequências desastrosas para o mundo inteiro. Com a posse de Trump, convém se preparar para anos turbulentos e sombrios, dentro e fora dos Estados Unidos.

Carlos Alberto Silva

O Brasil perdeu hoje um dos seus grandes técnicos de futebol, Carlos Alberto Silva, que faleceu aos 77 anos. Ele era um ilustre desconhecido do grande público quando, em 1978, aos 38 anos, levou o Guarani de Campinas ao título de campeão brasileiro, o único de um clube do interior até os dias de hoje. Montou um time de grande qualidade, com destaques como o veterano volante Ze Carlos, os meias Renato "Pé Murcho" e Zenon, e um dos maiores centroavantes brasileiros de todos os tempos, Careca, então com apenas 17 anos. Depois dessa fulgurante aparição, Carlos Alberto Silva trabalhou em grandes clubes brasileiros como São Paulo, Cruzeiro, Palmeiras e Atlético Mineiro. Teve uma passagem exitosa pelo Porto, num raro caso de sucesso de um técnico brasileiro no exterior. Na Seleção Brasileira foi vítima de uma grande injustiça, pois fazia um trabalho muito bom que foi interrompido com a sua demissão após perder a disputa da medalha de ouro nas Olimpíadas de 1988, em Seul. Seu substituto, Sebastião Lazaroni, era de capacidade muito inferior, e levou a Seleção a um desempenho decepcionante na Copa do Mundo de 1990. Carlos Alberto Silva deixa uma trajetória digna e bem sucedida no futebol.