quinta-feira, 19 de abril de 2012

A teoria e a prática

O Inter, nos últimos anos, tem sido considerado, dentro e fora do Rio Grande do Sul, como possuidor de um grupo de jogadores qualificado, dos melhores do país, e, portanto, candidato permanente a conquistar os títulos de todas as competições de que participa. O problema é que, na prática, os resultados de campo não se mostram condizentes com avaliação tão favorável. Alguém poderá lembrar que, há apenas dois anos, em 2010, o Inter foi campeão da Libertadores pela segunda vez em sua história, o que confirmaria tal apreciação. Porém, quem for mais fiel à realidade, lembrará que, mesmo ganhando o título, o Inter não jogou um futebol convincente, tanto que trocou de técnico já classificado para as semifinais da competição. No final daquele ano, na disputa do Mundial de Clubes, viveu o maior vexame de sua história ao perder para o Mazembe, do Congo. No entanto, nem mesmo o "mico" histórico mudou o conceito da crítica especializada sobre o Inter, cuja base de time permanece desde aquela época. No ano passado, o Inter trocou de técnico durante a primeira fase da Libertadores. Não adiantou. O clube foi eliminado logo a seguir, nas oitavas de final, pelo Peñarol, em pleno Beira-Rio. Agora, em 2012, mais uma vez o Inter foi apontado como um time muito forte, e um dos principais candidatos ao título da Libertadores. Em campo, contudo, a prática teima em desmentir a teoria. O Inter terminou a primeira fase da Libertadores como o 16º colocado entre os 16 clubes classificados para as oitavas de final da competição. Ganhou apenas 8 pontos em 18 disputados. Nos jogos fora de casa, obteve apenas um ponto em nove possíveis. Terá de enfrentar, agora, o Fluminense, primeiro colocado entre todos os classificados, jogando a segunda partida fora de casa, fato que se repetirá enquanto permanecer na competição. Claro que o Inter pode até ser campeão da Libertadores, como, aliás, qualquer outro dos remanescentes na disputa. Porém, não é isso que o seu  desempenho no ano, até aqui, está a indicar. As desculpas são as mais variadas, como os desfalques causados por lesões, por exemplo, mas o fato é que, sempre que mais exigido, o Inter tem fracassado. Perdeu em casa o Gre-Nal pelas quartas de final do primeiro turno do Campeonato Gaúcho. Contra o Santos, em dois jogos pela Libertadores, foi derrotado fora de casa e empatou no Beira-Rio. Como agravante, no Gre-Nal, que perdeu por 2 x 1,  e contra o Santos, na Vila Belmiro, quando foi derrotado por 3 x 1, levou o que se chama de "banho de bola", escapando de placares mais amplos. Hoje à noite, com a derrota por 1 x 0 para o modestíssimo Juan Aurich, em Chiclayo, no Peru, pela Libertadores, o Inter confirmou que é um time nas manchetes dos jornais e outro dentro de campo. Nas manchetes, um time fortíssimo. Em campo, uma persistente decepção.