quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A cartilha de Dunga

O técnico da Seleção Brasileira, Dunga, estabeleceu uma cartilha comportamental para os jogadores. Ela estipula, entre outros aspectos, a proibição de manifestações de cunho religioso ou político e a utilização de brincos e piercings, obriga que se cante o hino nacional, veda o uso de celulares e tablets durante as preleções. A criação de uma cartilha de conduta para os jogadores é algo com a cara de Dunga. Com uma visão tacanha de mundo, consequência de seu pouco preparo intelectual, Dunga é adepto do estilo "sargentão". Os defensores dessa linha de atitude entendem que a disciplina é essencial para que os objetivos de um grupo sejam atingidos. Claro, de forma genérica, o conceito não está errado, pois é preciso foco para que conquistas sejam alcançadas. Porém, cercear a livre manifestação política, por exemplo, é inconcebível atualmente. Os jogadores da Seleção são homens adultos, afirmados na vida, e ganham polpudos salários. Não podem ser tratados como colegiais. Dunga insiste em cultivar a ideia de que é um comandante rigoroso e exigente em todos os itens. Faz parte do personagem que criou para si, o de grande líder. Bobagem. No futebol, o que importa são os resultados. A Seleção está vencendo, e isso consolida o trabalho de Dunga, ao menos por enquanto. A cartilha, com  o tempo, será mais um item folclórico de sua passagem pela Seleção, a exemplo do que aconteceu com seus estranhos figurinos no seu primeiro período treinando a equipe.